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EAD no Brasil
As aulas a distância estão virando realidade em grande escala no Brasil por causa da pandemia de
Covid-19. Escolas do Ensino Infantil ao Superior estão usando recursos tecnológicos para manter
seus alunos no processo de aprendizagem.
Antes da crise sanitária do coronavírus, o Brasil tinha cerca de 1.800.000 brasileiros matriculados
em alguma modalidade de EAD. Os dados são do censo 2018/2019 feito pela Associação Brasileira
de Ensino a Distância, ABED.
A diretora da Associação, Lana Paula Crivelaro, conta que esse último censo apontou um aumento
de 17,6% no número de matriculados em EAD em relação ao censo de 2017 e que, antes da crise
sanitária do Covid-19, já existia uma expectativa de que fossem mais de 2 milhões de alunos
matriculados em EAD até 2023. Agora, diante da crise sanitária, afirma Lana, “a expectativa é que
esse número de alunos matriculados será alcançado bem antes desse prazo”.
Segundo Lana, em 2018, das 13,5 milhões de vagas ofertadas para cursos de educação superior no
Brasil, cerca de 7,1 milhões foram destinadas para educação a distância e 6,4 milhões para ensino
presencial. Isso mostra que o número de vagas ofertadas se tornou maior no EAD do que na
educação presencial pela primeira vez na história.
A possibilidade de evitar deslocamento físico para uma instituição de ensino, a flexibilização do
tempo e valores de mensalidades mais acessíveis do que cursos presenciais estão entre os fatores
que levam alunos a optarem por essa modalidade de ensino.
A diretora da ABED Lana Paula Crivelaro explica que o ensino a distância não é mera reprodução
do modelo de ensino presencial e que, neste momento que enfrentamos uma crise sanitária sem
precedentes, temos a oportunidade de revolucionar a educação por meio da EAD. E alerta: esta “é a
hora da mudança, de repensar os modelos de ensino para adequarmos as escolas a uma realidade
diferenciada, moderna, mais ativa e colaborativa, pois desse limão temos a chance de fazermos
uma deliciosa limonada e mudar a educação definitivamente”.
Novas diretrizes do MEC em função do coronavírus
No dia 17 de março, o MEC lançou a Portaria Nº 343 que autorizou a substituição de aulas
presenciais por aulas no formato de EAD nas instituições federais de ensino, no Colégio Pedro II,
no Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), no Instituto Benjamin Constant (IBC) e nas
universidades e faculdades privadas.
A medida é válida por 30 dias ou enquanto durar a pandemia de coronavírus.
As instituições que optarem pela substituição de aulas deverão comunicar a decisão ao MEC em 15
dias e a medida não se aplica aos cursos de Medicina e às práticas profissionais de estágios e de
laboratório dos demais cursos.
Cada instituição terá tempo e o poder de definir as ferramentas que vai disponibilizar para os alunos
terem aulas a distância e como serão as avaliações.
Como são as normas em relação a EAD no Brasil
As bases legais para a modalidade EAD foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira (LDB). A Lei Federal nº 9.394/96, conhecida como LDB, normatiza todo o
funcionamento do sistema educacional no país, desde a educação básica até o ensino superior, tanto
do ensino público como do privado.
Há 24 anos, a LDB prevê a oferta de cursos de educação a distância (EAD) supervisionados pelo
Ministério da Educação (artigo 80 da LDB).
A Lei determina que uma instituição de ensino só pode oferecer um curso de EAD, seja de
graduação ou de pós-graduação, com autorização do Ministério da Educação.
O Decreto 9.057/2017, que regulamenta a LDB, define que educação a distância é a “modalidade
educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal
qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros,
e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em
lugares e tempos diversos.”
De acordo com o Decreto, o ensino a distância pode ser oferecido na educação básica nos seguintes
níveis e modalidades (art. 8): I- Ensino Fundamental; II- Ensino Médio; III- Educação profissional
técnica de nível médio; IV- Educação de jovens e adultos e V- Educação especial.
As instituições privadas só podem oferecer cursos de graduação e pós-graduação lato sensu a
distância quando oferecerem também curso de graduação presencial, sempre com credenciamento
no MEC. Já as instituições federais, estaduais e distritais podem oferecer cursos EAD
independentemente de terem cursos presenciais.