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M arcos*
O sm ar Zizem er
I — Introdução
* O p re s e n te a r tig o é a m in h a p r e le ç ã o in a u g u r a l p r o f e r id a n a Escola S u p e r io r d e T e o lo g ia d a
IECLB e m 0 9 /0 9 /1 9 8 7 . Ela fo i le v e m e n te m o d ific a d a e c o m p le m e n ta d a c o m a s n o ta s b ib lio g r á
fic a s p a ra a p u b lic a ç ã o .
bom re la c io n a m e n to h istó rico e n tre Jesus e o p ovo (Mc 12.12; 2.13; 3.20;
9 . 15ss; 10.1,46; 12.35-38)(8). Trata-se de um a "te o ria fa ta l” , c o n fo rm e
JÜLICHER, c ria d a po r M arcos, q u e q u e r com e la e x p lic a r para o seu p re
sente, p or q u e Jesus não e n co n tro u a c e ita ç ã o g e ra l e ntre a m a io ria do
povo ju d e u .
Para fo rm u la r esta sua " te o r ia das p a rá b o la s " M arcos p a rtiu de
duas prem issas: a) A m a io ria d o po vo ju d e u não a d e riu ao cristianism o
— p o rta n to Jesus não d e ve ter q u e rid o que isto acontecesse; b) As p a rá
bolas de Jesus não são m ais co m p re e n síve is para todos — elas necessi
tam de um a e x p lic a ç ã o , m esm o para os discípulos.
A. JÜLICHER com certeza tem razão ao d ize r q ue esta " te o r ia
fa ta l" não pod e c o rre sp o n d e r à in te n ç ã o do Jesus histórico, q u a n d o fez
uso das p a rá b o la s p ara os seus e n sin a m en to s. M as, será que JÜLICHER
está certo q u a n d o d iz q u e oí é ig u a l a povo em M c 4.11 ? Pois, se este
fosse re a lm e n te o caso, com o e x p lic a r e n tã o ta m b é m as a firm a ç õ e s posi
tivas sobre a re la ç ã o e n tre Jesus e povo , e xistentes não só em partes tra
d icio n a is , mas ta m b é m em versículos re da cio n a is?
(1 6) ’AxoXou6eIv é te r m o té c n ic o p a ra o d is c ip u la d o !
(1 7) C ita d o d e P.S. M IN E A R , o p . c it., p. 84.
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outras designa ções, q u e quase sem pre são neutras q u a n to ao seu s ig n ifi-
ca d o t20). Por isto eu p a rto do p rin c íp io de q u e não é possível te n ta r d ife
re n cia r e n tre diversos grup o s de " p o v o " , se g u n d o a sua d e sig n a çã o ou
p ro v e n iê n c ia local ou social em M arcosí21). O p ovo é sim p le sm e n te um
dos grupos q u e cercam Jesus e q ue com e le se re la c io n a m , à s e m e lh a n
ça dos discípu lo s e dos a d versá rios de Jesus. Portanto deve-se a b a rca r to
das as a firm a ç õ e s sobre este g ru p o do p rin c íp io ao fim do e v a n g e lh o ,
para c o m p re e n d e r a sua fu n ç ã o .
E q u e q u a d ro M arcos nos p in ta da re la çã o deste povo, deste g ru p o
especia l que cerca Jesus, para com ele?
(2 0 ) Os s e g u in te s te rm o s ta m b é m d e s ig n a m o p o v o e m M a rc o s : 7toXXoí = 9 v e z e s ; rcávr&ç — 6 v e z e s ;
710XÚ rcXfiõoç = 2 v e z e s ; okr\ t^toSXk; = 1 v e z ; a 3 a p ess. d o p lu r a l d a s fo r m a s v e r b a is = 1 ] v e z e s
Xaóç = 2 (o u 3) v e z e s , s e n d o q u e e ste é te rm o té c n ic o p a ra d e s ig n a r o P o vo d e D eus n a LXX.
Q u a n to òs ta b e la s d a te r m in o lo g ia e m p r e g a d a p o r M a rc o s , c o n f. m in h a te s e : D as V e rh ä ltn is
z w is c h e n Jesus un d V o lk im M a r k u s e v a n g e liu m , p. 2 65 -2 6 8.
(2 1) U m a e x c e ç ã o ta lv e z s e ja m a q u i M c 5 .1 -2 0 , o n d e os g e ra s e n o s s ã o d e u m a te r r a p a g ã , e M c
6 .1 -6 a , o n d e os n a z a re n o s n ã o a d m ite m a r e iv in d ic a ç ã o d e Je sus d e e n s in a r c o m p o d e r , p o r
c o n h e c e re m a su a fa m í lia .
(2 2 ) Q u a n to à d is c u s s ã o , se um te x to é tr a d ic io n a l ou r e d a c io n a l, v e ja m in h a te s e : Das
V e r h ä ltn is ... p. 3 4 -2 6 4 , o n d e e s tã o a n a lis a d a s to d a s a s p a s s a g e n s d e M a rc o s , e m q u e a p a r e c e
o povo.
(2 3 ) K axayeXXáto é u m r ir d e b o c h a d o .
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(24) N ã o se p o d e , p o r ta n to ig u a la r o p o v o c o m oi è^oj, c u jo e n t e n d im e n to é e m b o t a d o p e lo e n s in o
e m p a rá b o la s d e Jesus (M c 4 .1 1 ). C o n f. m in h a te s e : D as V e r h ä lt n is ... p. 9 7 -1 1 8 , o n d e h á m a is
re fe rê n c ia s b ib lio g r á fic a s .
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