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IMIGRAÇÃO DE TRABALHADORES ESTRANGEIROS NO NORDESTE, FINAL

DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO XX


Rosane Siqueira Teixeira1
UNESP/FAPESP
rosane.steixeira@gmail.com
Introdução
Este artigo tem por interesse identificar os debates sobre imigração travados no
âmbito das classes dominantes dos estados nordestinos, para verificar se houve interesse na
importação de trabalhadores estrangeiros, focalizando o período entre o final do século XIX
e início do XX. A metodologia utilizada foi a da abordagem micro-histórica.
No Nordeste, o tema da imigração de trabalhadores estrangeiros, do final do século
XIX e início do XX, ainda não recebeu a devida atenção da historiografia. Talvez porque
seja ponto pacífico, entre os estudiosos, afirmar que havia mais disponibilidade de braços
do que uma falta absoluta deles e, desse modo, a lavoura nordestina podia prescindir do
trabalho imigrante. Melo (1984), por exemplo, que é contundente em afirmar que “a
imigração europeia cumpriu uma função específica e insubstituível na ruptura do equilíbrio
regional no Brasil” (p. 60), assinala que havia “desinteresse da grande lavoura nortista2 pela
imigração europeia” (p. 67), porque “dispunha de mão de obra suficiente para atravessar,
sem rupturas traumáticas, a transição do trabalho escravo para o livre” (p. 66). Por sua vez,
Fragoso (1990) ressalta que “as taxas de crescimento da demografia nordestina nos
apontam para a presença de uma mão de obra possível para substituir a escrava” (p. 169).
Ou seja, segundo o autor, em termos demográficos, a mão de obra escrava poderia ser
substituída pela livre, contando-se com os recursos populacionais, sem recorrer à
imigração. Para Fragoso (1990), ainda que existam dados sobre evasão dos ex-escravos das
zonas canavieiras, há outros que indicam a existência de uma emigração em massa, “isso

1
Pós-doutoranda em Ciências Sociais - Departamento de Antropologia, Política e Filosofia - Faculdade de
Ciências e Letras - UNESP - Universidade Estadual Paulista. A pesquisa que resultou neste trabalho contou
com o financiamento da FAPESP. Agradeço o apoio da professora Dra. Maria Teresa Miceli Kerbauy.
2
Cabe assinalar que os estados hoje nordestinos eram chamados de “do Norte” durante o Império e a Primeira
República. Admitia-se que o país poderia ser dividido em duas porções: o Norte e o Sul. A partir do ano de
1941, com a divisão oficial do país em grandes regiões, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), é que o Nordeste passa a existir (Andrade, 1988). Para evitar embaraço, considero a
divisão atual.

1
significa que a abolição não representou uma perda substancial de mão de obra pelos
antigos senhores” (p. 170). De modo que, “o avanço do trabalho livre se dá em condições
em que: (...) não se verifica um fluxo imigratório, (...) no Nordeste não há uma política
consistente de importação de trabalhadores estrangeiros” (p. 169). Do mesmo modo,
Andrade (2011) afirma que no Nordeste “havia aquela formidável reserva de mão de obra
representada pelos moradores que, devido às suas condições de vida, à sua ignorância e às
condições de trabalho então existentes” (p. 112) foram absorvidas sem dificuldades pela
agroindústria do açúcar na hora em que os escravos escassearam.
No entanto, quando se generaliza a questão da disponibilidade de braços, tem-se a
impressão de que em todos os estados do Nordeste a “reserva de mão de obra” podia suprir
as necessidades das lavouras. Trata-se, certamente, de um equívoco. De acordo com os
trabalhos do Congresso Agrícola de Recife, realizado em 1878, por exemplo, com exceção
dos agricultores mais abastados de Pernambuco, a falta de braços era sentida pelos
agricultores dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe.
Evidentemente, deve-se levar em consideração a conjuntura de 1878, marcada pelas
grandes secas de 1877-1878, que abalou financeiramente muitos agricultores, mas o
deslocamento de milhares de sertanejos para as Zonas da Mata só aparentemente
representava uma “reserva de mão de obra”. Segundo Eisenberg (1989, p. 170), “a mera
presença dos flagelados não era o bastante para a lavoura aproveitá-los; era preciso
transformá-los em braços disponíveis para o trabalho nos engenhos”. Sob esta perspectiva é
razoável pensar que a disponibilidade de braços era relativa.
Sobre o que concerne à imigração, não é inteiramente verdadeiro que havia
“desinteresse da grande lavoura nortista pela imigração europeia” (Melo, 1984, p. 67).
Além da Bahia3, Pernambuco foi um dos estados nordestinos que mais despertou o
interesse pela imigração europeia. Embora malsucedidas, diversas tentativas de introduzir
imigrantes nas lavouras foram realizadas. Eisenberg (1989) atribui a três fatores a
inabilidade de Pernambuco de atrair grande número de imigrantes e fixa-los na agricultura:
clima, escassez de terras e prosperidade relativa, sendo este último o que mais contribuiu

3
Embora a Bahia esteja localizada na região Nordeste, ela não será incluída neste trabalho por questão de
espaço para as discussões.

2
para tantos insucessos. Outras tentativas foram observadas nos estados da Paraíba
(Teixeira, 2016a; 2016b), Sergipe (Ennes, 2011), Alagoas (Eisenbeg, 1989). No Ceará, o
deputado José Pompeu de A. Cavalcante fez uma campanha acirrada solicitando a
imigração em seu estado, mas não se tem notícias se teve resultados efetivos. No Piauí
também não há informações se houve ou não interesse pela introdução de trabalhadores
imigrantes. Já no Rio Grande do Norte, em pesquisas recentes, constatei que, embora o
governo tenha recebido uma verba da Agência Central de Imigração para introdução de
imigrantes na lavoura, efetivamente nenhum projeto imigrantista foi cogitado. Na verdade,
além da situação financeira precária do estado, foi razoável pensar que o controle absoluto
da terra da terra foi o responsável pela ausência de projetos para introdução de
trabalhadores estrangeiros. Além disso, pelas publicações de jornais foi possível entender
que havia uma rejeição generalizada à imigração, provavelmente fruto da influência da
classe dominante que se colocava contrária a ela (Teixeira, 2015).
De modo geral, a inexistência de uma política de imigração para a região Nordeste
(Melo, 1984; Fragoso, 1990; Eisenberg, 1989), a prosperidade relativa (Eisenberg, 1989) e,
supostamente, a falta de preparo dos agricultores nordestinos para as transformações do
trabalho contribuíram sobremaneira para as tentativas frustradas e ou não concretizadas dos
agricultores.
As classes dominantes nordestinas tinham expectativas na introdução de
trabalhadores estrangeiros por meio da imigração espontânea, entendida como aquela que
viria sem subsídios do governo.
Assim sendo, este artigo está dividido em duas partes essenciais. A primeira parte
aborda os discursos sobre a mão de obra na região nordestina a partir do debate travado no
Congresso Agrícola do Recife, realizado no ano de 1878, momento de grande preocupação
devido à transição da escravidão para o trabalho livre. E a segunda parte focaliza a questão
da imigração e aponta os posicionamentos das classes dominantes em relação à imigração
de trabalhadores estrangeiros.
O debate sobre a mão de obra na região nordestina
Um dos debates mais expressivos sobre a mão de obra na transição da escravidão
para o trabalho livre no Nordeste foi realizado no Congresso Agrícola do Recife, em 1878,

3
organizado pela Sociedade Auxiliadora da Agricultura de Pernambuco.4 Segundo Eisenberg
(1989), ao todo participaram 288 pessoas, sendo 25 da Paraíba, uma de cada província de
Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte5 e a maioria de Pernambuco6, para discutir sete
questões, entre elas, duas de interesse deste trabalho: 1) É muito sensível a falta de braços
para manter, ou melhorar, ou desenvolver os atuais estabelecimentos da grande lavoura?; 2)
Qual o modo mais eficaz e conveniente de suprir esta falta?
Os resultados das questões propostas foram baseados nos participantes que tinham
mais representatividades no Congresso, ou seja, a maioria dos senhores de engenho da
província de Pernambuco que possuíam os maiores engenhos da região e que podiam
afirmar sem receio que “quem tem dinheiro têm braços”7 (Parecer da comissão, 1978, p.
331). O Comendador Antonio Valentim da Silva Barroca, por exemplo, descarta que há
falta de braços, pelo menos naquele momento. Ele argumenta que “se antes da seca haviam
braços suficientes, depois desta calamidade [os retirantes] superabundam nas comarcas
próximas do litoral” (Barroca, 1978, p. 174). Na verdade, segundo Barroca, somente uma
pequena parte dos retirantes encontrava trabalho, a maioria ficava à mercê da esmola do
povo. À vista disso, “os proprietários abastados não carecem de seus serviços, e os menos
favorecidos não podem pagar-lhes salários” (p. 174). Do mesmo modo, Joaquim Theodoro
Cysneiros de Alburquerque foi categórico em afirmar que não havia falta de braços como
tem sido apregoada por certos participantes. Segundo ele, tem-se o necessário para manter a
lavoura. Em seu discurso lança uma questão: “E, se tal carência existe, como explicar um
sem número de braços desocupados que, cruzando constantemente as estradas, procuram
trabalho na lavoura, sem encontrá-lo?” (Albuquerque, 1978, p. 382).
A esse respeito, o engenheiro francês Henrique Augusto Milet, senhor de engenho
na zona da mata sul, tem outra visão sobre o assunto e que vale a pena conferir.
Sei que não temos agora falta de braços, pois milhares de retirantes
entulham as povoações do litoral e não há trabalho para todos; concedo também,

4
Vale dizer que os trabalhos do Congresso Agrícola de Recife são fontes preciosas de informações.
5
Os representantes do Piauí foram excluídos dos convites feitos pelos organizadores do evento por concentrar
em sua província maior número de pecuaristas e não de agricultores. Não há informações sobre ausência dos
representantes do Ceará.
6
Eisenberg (1989, p. 169), identificou “61% como senhores de engenho da zona da mata sul, (...), onde se
localizavam os maiores engenhos da província, e 17% como agricultores da zona da mata norte”
7
Provavelmente referindo-se à aquisição de escravos.

4
que antes da seca não houvesse falta absoluta de braços, porque sempre tivemos
muita gente vadia, mesmo cá na privilegiada zona dos matos, onde os trabalhos
agrícolas duram todo o ano, e com maioria de razão na caatinga e no sertão, onde
só estão à disposição do agricultor a tempo e a hora.
Fui senhor, ou para melhor dizer, escravo de engenho por espaço de doze
anos e muitos prejuízos sofri por não poder adquirir trabalhadores quando deles
precisava, quer para roçar, quer para plantar e limpar. O mato comeu-me muita
cana; muitas vezes também fiz mal açúcar, por ter que moer canas cortadas a dias
e que tinham ficado no campo expostas ao sol e chuva por falta de cambiteiros.
(sinais de adesão de vários membros do Congresso) Os braços existem, sim, mas
não estão à disposição do lavrador e para ele é como se não existissem! (Milet,
1978, p. 146).
Como se pode constatar houve discursos dissonantes entre os mais abastados. Nesse
sentido, as reivindicações foram as mais diversas. Para ficar nas mais relevantes, destaco a
do Major A. P. da Câmara Lima, que argumentava que as distâncias entre as grandes
propriedades e o centro da província, e outras zonas, dificultavam o transporte das
mercadorias e a aquisição de braços. Segundo Lima (1978, p. 212), “façam-se as estradas,
que entre nós encontraremos os braços para o trabalho”. Por sua vez, João Fernandes
Lopes, seguindo a mesma linha de pensamento, era da opinião que o Brasil estava
despovoado por causa da grande seca e que havia falta de braços. A solução era a
construção de estradas de ferro, porque, segundo ele, “a facilidade do transporte animará a
indústria e desenvolverá o gosto pelo trabalho” (Lopes, 1978, p. 138). Já Joaquim Álvares
dos Santos e Souza defendia que, para o aproveitamento de centenas de milhares de braços
que vagueiam pelas ruas da cidade, deveria ter a “criação de leis repressivas à
vagabundagem, à ociosidade; que seja imposto um regime policial severo, à que deverão
estar sujeitos todos os indivíduos sem arte, sem ofício” (Souza, 1978, p. 291). Somente
assim, afirmava ele, é que não faltariam braços para lavoura.
E os representantes dos estados menos relevantes, compartilhavam das mesmas
necessidades e opiniões? Para maior compreensão da exposição, daqui para frente darei
“voz” aos seus discursos. Começo pelo Rio Grande do Norte.
O agricultor do Rio Grande do Norte, Dr. Olintho José Meira, afirmava que havia
carência de braços. Embora mais sensível em alguns lugares do que em outros, a falta de
braços já se manifestava em toda parte de modo absoluto, porque não havia aproveitamento
daqueles que existiam. No entanto, se esses braços fossem aproveitados, poderiam não
resolver, mas atenuar a falta. Em sua opinião, não se deveria esperar que os filhos de

5
escravos fossem eficazes no trabalho da grande propriedade, porque logo se tornariam
livres e iriam à procura de outras experiências. Dos retirantes das secas também não tinha
muito o que esperar, pois a maioria não era elemento digno de nota e a lavoura não os
conservaria, talvez aqueles impossibilitados de regressar às províncias mais longínquas;
estes poderiam conservar-se nas novas posições. Meira defendia que, para suprir a falta, o
Brasil deveria buscar braços em outros países. Para ele, não importava a procedência, o que
interessava é que os imigrantes fossem vigorosos e afeitos ao trabalho (Meira, 1978, p. 202-
204).
Além do discurso de Meira, que ocorreu num momento em que o trabalho escravo
tornava-se escasso, devido à sua exportação para o Sul, é relevante destacar o grave
problema da falta de braços no Rio Grande do Norte também no início do século XX. A
mensagem do governador Alberto Maranhão, por exemplo, nos dá uma visão consolidada
dessa situação:

Os pequenos agricultores abandonam os lares tangidos pela seca; os trabalhadores


a salário por igual escasseiam; e, em consequência, os senhores de engenho, que
sofriam dificuldade por falta de braços, tendo podido suportar, sem abalo
sensível, os efeitos da áurea lei redentora dos cativos, queixam-se, principalmente
no Ceará-Mirim, de que o plantio e colheita das safras se têm tornado
grandemente embaraçados, sendo para recear que este ano essas circunstâncias
determinem o desaproveitamento de uma parte considerável das plantações
(Maranhão, 1900, p. 19, Apud Teixeira, 2015, p. 17).
Já em 1907, o jornal “Diário do Natal” publicava:
As secas repetidas que vem assolando este Estado de uns anos para cá têm
ocasionado a emigração das populações rurais para o extremo norte da República,
despovoando-se assim o Estado, o que, certamente lhe trará a ruína completa.
A nossa falta de braços já era muito sensível, isto é, os que haviam aptos
para o serviço não chegavam em tempos normais para atender a todos os
trabalhos da lavoura.
Se antes, pois, de se estabelecer essa corrente emigratória para Amazônia,
os nossos braços não chegavam para atender a todas as necessidades da lavoura e
indústrias, muito menos agora desfalcado em mais de 30%, e todos os dias
argumentando essa porcentagem em consequência da emigração que não cessa (A
Redação, 4 de dezembro de 1907).
Desse modo, como demonstrado, no Rio Grande do Norte a falta de braços não era
um problema somente do final do século XIX, mas um problema que se arrastava para o
século XX.
Outro estado que estava entre os menos relevantes era o da Paraíba, com 25
representantes. Embora não conste discurso de seus agricultores, foi anexada aos trabalhos

6
do Congresso Agrícola a Ata da reunião, realizada na Paraíba um mês antes do evento, para
deliberar o convite de participação dos lavradores da região. Nesta Ata, ficou assentado que
uma das causas que concorriam para o abatimento da lavoura na província era a falta de
braços. Os agricultores também recomendaram a decretação de Leis que regulassem o
trabalho livre para melhor aproveitamento dos braços ociosos (Província da Parahiba, 1978,
p. 37-40).
Por sua vez, o agricultor de Sergipe, Arthur Barreto, fez um discurso pleiteando que
seu estado fosse inscrito entre aqueles que deveriam ser beneficiados pelo governo devido à
situação desanimadora que se encontrava a agricultura em sua província. Barreto ressalta
que:
O governo com uma das mãos arranca os braços à agricultura, com a
outra aponta para a cheia de homens sim, mas de homens sem educação agrícola,
que preferem, quando muito, cingir o correame do soldado, ainda que para dormir
no regaço da paz, a guiar o arado no cultivo da terra (Barreto, 1978, p. 358).
Por fim, o discurso do Dr. Manoel Balthazar Pereira Diegues Junior, do estado de
Alagoas, que acirrou o debate com a questão do nacional ocioso, questão já percebida por
outros representantes, argumentando que era um dos fatores que mais afetavam as
atividades dos agricultores do Nordeste: “grande número de pessoas (...) vive nos arredores
dos povoados entregues à indolência, vivendo adamicamente (sic)8 das frutas, caças e
pesca, quando não de pedir ao proletário generoso” (Diegues Junior, 1978, p. 249). O
trabalho, explicita Diegues Junior, faz-se na província de modo desanimador; o número de
escravos reduz a cada dia e “de braços cruzados espera-se o desenlace do enredo” (p. 259).
Ao encerramento dos trabalhos do Congresso Agrícola, foram apresentadas as
respostas aos quesitos e de conformidade com as votações as duas questões que
selecionamos tiveram as seguintes conclusões:
1) em relação aos braços para lavoura, concluiu-se que para mantê-los não havia falta; eles
existiam e até em abundância, mas devido a desigual distribuição da população e a
distância entre os povoados e as propriedades agrícolas, “a falta de braços é permanente em
certos lugares e épocas do ano” (Trabalhos do Congresso Agrícola do Recife, 1978, p. 410).

8
Certamente, ele quis dizer primitivamente.

7
O que demonstra que a suficiência de braços era relativa. Como visto, nos estados mais
carentes a falta de braços era sentida;
2) quanto à segunda questão, que se referia ao modo mais eficaz e conveniente de suprir a
falta de braços, a conclusão foi a seguinte:
Facilitar o bom aproveitamento dos braços nacionais e esperar a
espontânea imigração estrangeira; fazer leis que regulem as relações entre
proprietários e lavradores e entre locatários e locadores, ou antes um código
agrícola; tornar oficial o procedimento pelo crime de furto e prover à execução
dos [parágrafos] 1° e 2° do art. 12 do código do processo (Trabalhos do
Congresso Agrícola do Recife, 1978, p. 410).
Aproveitar os braços nacionais e esperar a imigração espontânea são respostas
coerentes com as discussões dos deputados dos estados do Nordeste no Parlamento
brasileiro. Eles defendiam que “a falta de braços [poderia] ser suprida pela instrução”
(Lazzari, 1980, p. 65) e a imigração deveria ser somente espontânea; eram terminantemente
contrários à imigração subvencionada, talvez porque não pudessem se beneficiar, e
condenavam a colonização oficial (Lazzari, 1980). Nesta perspectiva, questiono: em qual
momento os estados nordestinos tiveram condições ideais para atrair a imigração
espontânea? Eis uma questão que reclama do pesquisador uma investigação.
Imigração de trabalhadores estrangeiros para o Nordeste
Na edição de dezembro de 1886, o jornal “A Immigração” abria uma nova seção
denominada “Immigração ao Norte do Brasil” com uma polêmica carta do deputado do
Ceará José Pompeu de Albuquerque Cavalcante, dirigida ao vice-presidente da Sociedade
Central de Imigração, Senador Alfredo de Escragnolle Taunay, invocando a sua atenção
para promover por todos os meios à imigração europeia para o Nordeste do Brasil.
Cavalcante protestava pelo fato da imigração europeia ter se dirigido exclusivamente para a
região Sul do país devido aos esforços, auxílios e interferências do governo Imperial. Toda
a propaganda que se fazia na Europa era voltada para esta região, enquanto o Nordeste era
posto à margem “como se fosse uma região à parte, condenada pela natureza, inacessível
por sua posição, incapaz de oferecer condições de vida a emigrantes daquela procedência, e
consequentemente incapaz de auferir as vantagens que ao Sul tem advindo” (A Diretoria,
ed. 27, dezembro de 1886, p. 1) da grande corrente imigratória.

8
Cavalcante (1886) assinalava que era necessário aniquilar o preconceito de que ao
Nordeste era vedada as condições de ser encaminhada a corrente imigratória, porque o
clima era tão bom quanto o da Europa. Nas serras, dizia Cavalcante, conforme constatou o
engenheiro André Rebouças, “o clima é temperado, verdadeiramente delicioso, próprio a
cultura do trigo e de todas as plantas úteis do Sul da Europa” (A Diretoria, ed. 27,
dezembro de 1886, p. 1). Ao referir-se ao Ceará, o deputado sublinhava:
Eu poderia responder ao nobre ministro que a terra no Ceará muito pouco tem
valor e bastaria ao governo boa vontade e ânimo de aplicar a colonização no
[Nordeste] alguma migalha desses tantos mil contos que vão ser gastos no Sul,
para que ao Ceará também tocasse o seu quinhão e pudesse ter alguma esperança
no futuro reservado às províncias do Sul em razão da imigração europeia (A
Diretoria, ed. 27, dezembro de 1886, p. 2).
A carta de Cavalcante foi reproduzida em vários jornais locais e da corte, causando
polêmica e gerando opiniões diversas. O vice-presidente da Sociedade Central de
Imigração, Senador Taunay, achou conveniente e necessária dirigir a corrente imigratória
também para o Nordeste. Embora houvesse a questão do clima, ele admitia que existiam
“em várias localidades excelentes terrenos para todas as culturas, os quais podem ser hoje
adquiridos a baixo preço, com clima propício e uma civilização já adiantada” (A Diretoria,
9
ed. 29, fevereiro de 1887, p. 1). Apesar dos insucessos, esforços foram feitos, mas se
tratava de uma região ainda embrionária no serviço de localização de imigrantes e passaria
por uma fase mais ou menos duradoura para o serviço de adaptação dos mesmos, conforme
publicação da “Gazetilha do Commercio” (Apud A Diretoria, ed. 72, outubro de 1890, p.
4). No entanto, outros pontos devem ser considerados, claro, além da ausência de uma
política de imigração voltada para o Nordeste, como bem observaram Melo (1984), Fragoso
(1990) e Eisenberg (1989) e da prosperidade relativa, conforme assinalou Eisenberg (1989).
Vale notar que na interpretação de Melo (1984), ele atribui à ação do governo
Central as disparidades regionais, resultantes da fixação desigual dos contingentes de
imigrantes europeus. Até certo ponto concordo com Melo. A questão que coloco é a
seguinte: estariam os agricultores nordestinos preparados para as transformações do
trabalho como estiveram os fazendeiros de café do Sudeste? Suponho que não. Em primeiro

9
Por “civilização já adiantada”, talvez Taunay estivesse se referindo às províncias da Bahia e de Pernambuco,
onde houveram maiores tentativas de introdução de imigrantes, muitas delas constantes nos artigos do jornal
“A immigração”.

9
lugar, enquanto os agricultores do Nordeste haviam construído suas fazendas estritamente
com base no trabalho escravo, os fazendeiros de café as construíram no “bojo da crise dessa
modalidade de exploração de força de trabalho” (Martins, 2010, p. 58). Em segundo, no
“Nordeste canavieiro o agricultor livre e pobre permaneceu no interior da fazenda como
agregado” (Martins, 2010, p. 122), recebendo uma renda por trabalho de dias de foro no
canavial. Nas fazendas de café o foro também foi cobrado em trabalho, porém sem
agregação ao latifúndio. E em terceiro lugar, “enquanto no Nordeste o lavrador livre e
pobre foi incorporado no próprio processo de produção da cana e, portanto, no processo de
reprodução da economia canavieira” (Martins, 2010, p. 122), no Sudeste não houve a
incorporação do lavrador pobre na produção do café, sua incorporação foi dada
exteriormente na formação do café.
Martins (2010) demonstra que nas fazendas paulistas, além da transformação do
trabalho, ocorreu também a substituição do trabalhador, ou seja, a troca de um trabalhador
por outro.
A novas relações de produção, baseadas no trabalho livre, dependiam de
novos mecanismos de coerção, de modo que a exploração da força de trabalho
fosse considerada legítima, não mais apenas pelo fazendeiro, mas também pelo
trabalhador que a ela se submetia. Nessas relações não havia lugar para o
trabalhador que considerasse a liberdade como negação do trabalho10, mas apenas
para o trabalhador que considerasse o trabalho como uma virtude da liberdade.
Uma sociedade cujas relações fundamentais foram sempre relações entre
senhor e escravo não tinha condições de promover o aparecimento desse tipo de
trabalhador. Seria necessário busca-lo em outro lugar, onde a condição de homem
livre tivesse outro sentido. É nessas condições que tem lugar a vinculação entre a
transformação das relações de trabalho na cafeicultura e a imigração de
trabalhadores estrangeiros que ocorreu sobretudo entre 1886 e 1914 (Martins,
2010, p. 35).
A questão, embora respondida aqui de forma bastante resumida, parece-me de
importância fundamental para entendermos parte das razões que levaram às diversas
tentativas de introdução de imigrantes no Nordeste resultarem em tantos insucessos. Talvez
pesquisas futuras possam se ocupar mais detalhadamente desse assunto.
Certamente não se pode afirmar, como fez Melo (1984, p. 67) em sua influente obra,
que “havia desinteresse da grande lavoura nortista pela imigração”. Vejamos o que nos
mostram as pesquisas empíricas, começando pelo estado de Pernambuco.

10
Segundo Martins (2010, p. 34), para o escravo o trabalho era a “negação do trabalho”.

10
O rico embasamento empírico de Eisenberg (1989) fornece indicações
fundamentadas dos diversos ângulos analisados por ele, tomando como objeto de estudo o
estado de Pernambuco. Sob o título de “Falta de imigrantes: um aspecto do atraso
nordestino”, o autor procura determinar quais influências impediram o afluxo de imigrantes
para a região pernambucana. Eisenberg (1989, p. 62) afirma que “os esforços principais
para incentivar a imigração estrangeira para Pernambuco realizaram-se depois de 1850”.
O autor demonstra que houve interesse dos comerciantes e dos senhores de engenho em
promover a imigração para Pernambuco. Durante o Império houve diversas tentativas de
introdução de imigrantes despertadas pela aproximação da abolição da escravidão, mas não
foram bem-sucedidas, em grande parte por falta de auxílio oficial. Segundo o autor, “essas
desventuras repetidas produziram uma apatia para com a imigração em Pernambuco até fins
da década de 1880” (p. 65). No entanto, ao aproximar-se a abolição outras tentativas foram
realizadas com verbas concedidas pelo governo, mas com o advento da República o
governo nacional perdeu o interesse em estabelecer colônias no Nordeste e os governos
estaduais nordestinos não tinham possibilidades de fornecer subsídios.
Após analisar as diversas tentativas não bem-sucedidas de introduzir imigrantes em
Pernambuco, Eisenberg (1989) argumenta que neste estado havia inabilidade para atrair
grande número de imigrantes e fixa-los na agricultura e a isto poderia ser atribuído três
fatores de importância desigual: clima, escassez de terras e prosperidade relativa.
Comparando os estados de São Paulo e Pernambuco, o autor conclui que a prosperidade
relativa foi o fator que mais contribuiu para que a imigração europeia não se concentrasse a
região pernambucana.
Recentemente, uma pesquisa realizada por Ennes (2011) evidenciou que em Sergipe
uma iniciativa de implantação de Escola Agrícola foi consolidada a partir da Lei n. 93 de
1894, que previa a subvenção do estado à imigração europeia, e foi elaborada em um
momento em que as elites políticas e econômicas procuravam alternativas de
desenvolvimento econômico.

11
No mesmo ano, a Lei n. 119 reforçava a ideia de subvenção ao criar uma fonte
específica de financiamento das atividades de imigração11. A proposta de implantação da
Escola Agrícola, porém, só ganhou maior materialidade em 1922, quando a área situada na
região do Quissamã foi ocupada. Ali foram assentadas vinte e duas famílias de colonos
alemães, dando origem à colônia Quissamã. A colônia durou poucos meses e foi
abandonada. No início do ano seguinte, um decreto do governo de Sergipe (Decreto n. 758,
de 19 de janeiro de 1923) retoma a disposição de subvencionar a imigração para o estado
(Ennes, 2011, p. 327-330).
Outra pesquisa recente, que foi realizada em meu pós-doutorado, constatou que na
Paraíba, no ano de 1894, o governador Álvaro Lopes Machado, em mensagem apresentada
à Assembleia Legislativa, manifestava o interesse pela imigração em seu estado.12
Srs. Deputados, devo-lhes falar com toda a franqueza e apontar-vos o
que julgo conveniente à manutenção, sem perturbações, do nosso mecanismo
administrativo e também ao desenvolvimento do Estado.
Conheceis as nossas principais fontes de receita: a criação e agricultura,
sujeitas às influências climatéricas, às vezes, tão perniciosas no nosso Estado,
ocasionando oscilações que podem trazer graves desequilíbrios nas suas finanças.
O meio de tudo providenciar consiste em melhorar a sorte destas
indústrias, alargando-as, dando-lhes mesmo feição pela instalação de uma
corrente imigratória (Machado, 1894, p. 3).
Já no ano seguinte, a Paraíba promulgava a Lei n. 24 de 25 de fevereiro de 1895,
que orçava a receita e despesa estadual para o exercício deste ano, e incluía em seu Artigo
5° a autorização para introdução de imigrantes (A redação, 1895, p. 1). Infelizmente, não há
informações que ela tenha sido concretizada. Arrisco dizer que o motivo foi financeiro;
durante a Primeira República os estados do Nordeste atravessaram um período de
estagnação econômica.
Embora não tivesse condições de importar imigrantes, os jornais frequentemente se
referiam à imigração como um meio de desenvolvimento. Em 1924, o jornal “A União”, ao
elogiar as relações internacionais entre o Brasil e Itália, assinala:
Quanto à nossa região setentrional, o nosso habitat, não há como negar
que a colonização adventícia criaria, em breve espaço de tempo, um novo
aspecto, uma força de propulsão às nossas reservas produtivas. (...)

11
Vale destacar que a Constituição de 1891 “passa o domínio das terras devolutas para os estados, e em 1894
os serviços de imigração e colonização também se tornam esfera de ação estadual” (Oliveira, 2002, p. 18).
12
O contexto sobre a Paraíba apoiou-se em Teixeira (2016a; 2016b).

12
Muito teríamos, destarte, a lucrar se, em futuro próximo, fosse
concretizado tão erguido empreendimento dentro do vasto e opulento Nordeste,
inclusive a nossa Paraíba, cujos horizontes se dilatam para os melhores destinos e
as mais longas conquistas (A Redação, 1924, p. 1).
Como bem assinala José Américo de Almeida em sua obra “A Paraíba e seus
problemas” (1980), cuja primeira edição é datada de 1923, “é preciso inverter para as
nossas plagas a corrente de forasteiros, já não digo para solução do problema do
povoamento, mas pela influência de outra mentalidade na organização do trabalho” (p.
612).
Alagoas, por sua vez, desde meados do século XIX, fazia parte da Associação de
Colonização, cujos estatutos foram aprovados pelo “Decreto n. 1979 de 26 de setembro de
1857” (Iotti, 2001, p. 203). Dela participavam também os estados de Pernambuco e da
Paraíba; sua sede estava localizada na cidade do Recife. Em 7 de outubro deste mesmo ano,
segundo o Decreto n. 1986, a Associação assinou um contrato com o governo Imperial que
a “obrigava importar e receber 25.000 colonos” (Iotti, 2001, p. 221) nos referidos estados.
A expectativa era que a associação recebesse imigrantes portugueses, franceses, alemães,
espanhóis e italianos; para facilitar a comunicação, seria fixada uma relação dos preços dos
alojamentos e dos comestíveis em cada língua (Teixeira, 2016a; 2016b). Segundo
Eisenberg (1989, p. 63), a Associação chegou a levantar um capital de 500 contos, “mas em
1858 desapareceu”. Infelizmente, os estudos sobre imigração em Alagoas, entre o final do
século XIX e início do XX, ficaram relegados a um repertório de histórias esquecidas ou
desconhecidas, ainda esperando por uma reflexão.
Até o momento, vimos que os estados de Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Alagoas
tiveram interesse na imigração de trabalhadores estrangeiros. No entanto, o Rio Grande do
Norte foi um estado contrário à imigração, conforme ficou constatado em minhas pesquisas
de pós-doutorado. Vejamos.13
Em 1886, Joaquim Ferreira Chaves Filho, governador do Rio Grande do Norte,
comunicava ao Congresso Legislativo que
na distribuição de crédito da verba da Agência Central de Imigração, concedida
pelo Congresso Nacional, no vigente exercício, para o serviço de localização de
imigrantes, foi contemplado o Rio Grande do Norte com a quantia de [cento e
trinta e nove contos e setecentos mil reis], por conta da qual já foi remetida, e se

13
O contexto sobre o Rio Grande do Norte se apoiou em Teixeira (2015).

13
acha na alfândega à disposição deste governo a importância de [sessenta e nove
contos e oitocentos mil reis] (Filho, 1896, p. 7).
Ocorre que, durante todo o período que corresponde à Primeira República, essa foi a
única vez que um representante do governo rio-grandense-do-norte fez referência explícita
da possibilidade de introduzir trabalhadores estrangeiros em seu estado. A intenção foi
louvada, mas não passou de mero discurso; efetivamente, nenhum projeto imigrantista no
estado do Rio Grande do Norte foi, sequer, cogitado. O motivo não é de surpreender: não
era do interesse dos grandes proprietários do rio Grande do Norte dividir suas propriedades
em lotes, conforme estabelecia o Artigo 23 do “Decreto n. 528 de 28 de junho de 1890”
(Iotti, 2001, p. 452), que regularizava o serviço de introdução e localização de imigrantes
no Brasil. Sintomaticamente, a pequena propriedade não era vista como solução para o
problema da força de trabalho, como ocorria no estado de São Paulo e como poderia
ocorrer nos outros estados nordestinos.
Nessas circunstâncias, parece, pois, razoável acreditar que o controle absoluto da
propriedade da terra foi o responsável pela ausência de projetos para introdução de
trabalhadores estrangeiros.14
Além disso, sob o enfoque das publicações dos jornais rio-grandenses-do-norte, é
visível a rejeição generalizada à imigração, provavelmente fruto da influência da classe
dominante que se colocava contrária a ela. Para a classe dominante do Rio Grande do
Norte, era particularmente mais vantajoso que o governo investisse no problema das secas,
e não na imigração, concedendo-lhes verbas, conforme evidenciado nos discursos
parlamentares.15
Conclusão
De fato, foi possível arguir que a disponibilidade de braços na região Nordeste era
relativa. Os braços existiam em abundância para os grandes agricultores de Pernambuco. Já
para os dos outros estados, havia carência.

14
Em que pese a situação econômica do Rio Grande do Norte, que constantemente atravessava crises
financeiras, deve-se levar em conta outras motivações, uma das mais relevantes já expus aqui, sobretudo
porque a mentalidade da classe dominante rio-grandense-do-norte estava voltada para o favorecimento
próprio. Ver maiores detalhes em Teixeira (2015).
15
Ressalte-se que, no Congresso Agrícola do Recife, o agricultor do Rio Grande do Norte não fazia oposição
à imigração de trabalhadores estrangeiros.

14
Ao contrário do que afirma Melo (1984), houve interesse da classe dominante do
Nordeste na imigração de trabalhadores estrangeiros, com exceção do Rio Grande do Norte,
com pude demonstrar.
De modo geral, a inexistência de uma política de imigração para a região Nordeste
(Melo, 1984; Fragoso, 1990; Eisenberg, 1989), a prosperidade relativa (Eisenberg, 1989) e,
supostamente, a falta de preparo dos agricultores nordestinos para as transformações do
trabalho contribuíram sobremaneira para as tentativas frustradas ou não concretizadas dos
agricultores.
Por fim, foi interessante averiguar que classes dominantes nordestinas tinham
expectativas na introdução de trabalhadores estrangeiros por meio da imigração espontânea,
entendida como aquela que viria sem subsídios do governo.
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