Você está na página 1de 39

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO0

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ 0DE QUEIROZ”

RELATÓRIO DE FRUTICULTURA

Grupo: 15

João Pedro Scholten Sakamoto Nº USP 11243923

Lucas Prado Gomes dos Santos Nº USP 11821431

Nathalia Jeronymo Nº USP 11243408

Raphaela Teyin Nº USP 11784909

Willian Issamu Oka Zenke N° USP 11244222

PIRACICABA - SP

Junho de 2022
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DA ESPÉCIE Dovyalis sp.

Piracicaba
2022
INTRODUÇÃO

A planta Dovyalis é uma planta exótica oriunda da Índia e muito apreciada no


Brasil, possui três variedades: doce, azeda e amarela. O consumo geralmente é feito
de forma in natura, porém ela também é utilizada na produção de sucos, geleias e
doces.

O Brasil possui características edafoclimáticas que lhe conferem potencial


produtivo para diversas espécies frutíferas exóticas, pois contém uma diversidade de
tipos de solo e temperatura que favorecem o desenvolvimento de frutíferas tropicais,
subtropicais e temperadas (SIMÃO,1998). Usualmente o método propagativo mais
utilizado é através das sementes, mas também pode ser por estaquia (ALMEIDA et
al. 2007), enxertia (DONADIO et al. 1998) e alporquia (ALMEIDA et al. 2004).

Para a grande maioria das espécies frutíferas a propagação vegetativa é a


mais usual por conservar as características genéticas da planta matriz, possibilidade
de precocidade de produção e formação de pomares uniformes. Dentre as técnicas
de propagação citadas acima, a estaquia é um dos mais importantes métodos.
Segmentos destacados da planta matriz, que podem ser provenientes de raízes ou
ramos, em condições ideais, são capazes de originar uma nova planta, desde que
apresente ao menos uma gema (HARTMANN et al., 2002).

A fim de se obter um enraizamento mais acelerado, muitas vezes é utilizado


fontes de auxinas exógenas, as quais simulam efeito da auxina produzida pela
planta. Dentre os reguladores de crescimento mais utilizados destaca-se o ácido
indolbutírico, por ter sua ação de forma mais localizada, ser mais fotoestável e
menos sensível à degradação biológica quando comparada com outros compostos
(FACHINELLO et al., 2005; HOFFMANN et al., 1996).

OBJETIVO

O objetivo da atividade prática foi avaliar o enraizamento de estacas da planta


Dovyalis sob tratamento com AIB (ácido indolbutírico) e sem AIB e o quanto isso
influenciou na quantidade de estacas que enraizaram, o comprimento da maior raiz
e a presença de calo nas raízes.
MATERIAIS E MÉTODOS

A atividade prática foi conduzida no Departamento de Produção Vegetal da


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz", localizada na cidade de Piracicaba
- SP na data de 07 de abril e as avaliações ocorreram no dia 26 de maio.

Para a prática foram utilizados ramos herbáceos de Dovyalis sp. com cerca
de 10 cm de comprimento e com ao menos 1 par de folhas no ápice da estaca. Após
o preparo das estacas, 20 exemplares passaram pelo processo de imersão rápida
em solução de AIB e os outros 20 exemplares permaneceram em forma original, ou
seja, sem tratamento.

Logo após esse procedimento elas foram estaqueadas em bandejas plásticas


cobertas com vermiculita e identificadas conforme o tratamento (com AIB e sem
AIB), colocadas em estufa até o dia da avaliação.

Foi considerado na avaliação o número de estacas que enraizaram e as que


morreram, quais estacas tinham calo na parte apical e o tamanho da maior raiz de
cada estaca que enraizou.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A prática se iniciou no dia 7 de abril com 20 estacas com tratamento de AIB e


20 estacas que não passaram por nenhum tratamento, as análises ocorrem no dia
26 de maio e os resultados estão expostos abaixo:

Tabela 1: número de estacas que enraizaram no tratamento com AIB e sem AIB.
Tabela 2: Comprimento da maior raiz de cada estaca enraizada conforme o
tratamento.

Não foi observado nenhuma estaca com calo.

É possível notar com os dados apresentados acima que tanto o número de


estacas vivas como o comprimento médio da maior raiz de cada estaca enraizada é
maior no tratamento com AIB.
Imagem 1: Alunos do grupo 15 fazendo a avaliação do enraizamento de
Dovyalis.

Comportamentos semelhantes são descritos na literatura, o qual o AIB não


exerce muita influência na sobrevivência das estacas como a caramboleira
(BASTOS et al. 2004) e a amora preta (ANDRADE et al. 2004).

Segundo Alves (2014) a utilização de AIB exerce influência significativa no


número de estacas enraizadas os dados estão apresentados abaixo.

Fonte: Alves et al. (2014).

Respostas satisfatórias ao enraizamento, mesmo na ausência de auxinas


exógenas demonstram que o nível de auxinas endógenas nos tecidos das estacas já
se encontra em níveis adequados, logo, é possível dizer que nesses casos são as
reservas de auxina que auxiliam no enraizamento das estacas (SANTOS et al.,
2010; YAMAMOTO et al., 2013).

CONCLUSÃO

A estaquia é um método favorável e viável para a produção de mudas, em


destaque neste trabalho a de Dovyalis, principalmente quanto a produção de mudas
comerciais, é fundamental que as raízes sejam boas e de qualidade adequada para
absorção de água e nutrientes.

Quanto ao uso de hormônios exógenos, as estacas tratadas com AIB


apresentaram maiores resultados de sobrevivência e comprimento de raízes sendo
uma alternativa para uso no mercado.

BIBLIOGRAFIA
STEINBRUCH, Rebeca. Dovyalis: características, clima adequado e produção. Leet Doc,
24 de dez. de 2019. Disponível em: <https://www.leetdoc.com.br/dovyalis/>. Acesso em: 13
de jun. 2022.

ALVES, Ediane Conceição. Clonagem por estaquia de ramos de Dovyalis hebecarpa e


Dovyalis hebecarpa X D. Abissinica. 2014.

SILVA, José Antonio Alberto da et al. Caracterização físico-química de frutos de clones de


doviális (Dovyalis abyssinica Warb). Revista Brasileira de Fruticultura, v. 33, n. SPE1, p.
466-472, 2011.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

ALPORQUIA EM AMOREIRA

Piracicaba
2022
INTRODUÇÃO
A alporquia é um método de propagação vegetativa bastante popular e fácil
de ser realizado uma vez que não precisa de equipamentos específicos e escolhido
muitas vezes por preservar as características genéticas. As plantas começam o
processo de enraizamento a partir dos ramos que sofrem anelamento, antes de ser
destacado da planta-mãe.

O processo consiste na retirada do primeiro anel da casca do ramo que é


então, envolto com um substrato úmido. Coloca- se então um filme plástico
transparente firmemente amarrado nas extremidades. Logo, o fluxo de seiva
contendo hormônios e nutrientes segue para a extremidade do ramo para as raízes
porém é interrompido e se concentra logo acima do anel, induzindo a formação de
calos e posteriormente as raízes adventícias (BORDIGNON & MEDINA FILHO,
2003).

O substrato apresenta papel fundamental para o sucesso da alporquia, uma


vez que deve estar livre de patógenos e substâncias tóxicas ao mesmo tempo que
deve ter boa capacidade absortiva, retenção de água, aeração e drenagem.
Geralmente é difícil de encontrar todas as características em um único substrato, por
isso é realizado a mistura de diferentes componentes a fim de chegar ao produto
ideal.
OBJETIVO

O objetivo da prática foi realizar o método de propagação vegetativa alporquia


em plantas de amora (Morus nigra) e avaliar o enraizamento das mudas.

MATERIAIS E MÉTODOS

A atividade prática foi realizada no Departamento de Produção Vegetal da


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, localizada na cidade de Piracicaba-
SP. A prática de instalação foi realizada no dia 31 de março e as avaliações foram
feitas no dia 19 de maio.

Para a prática foi utilizado um canivete para a retirada do primeiro anel da


casca dos ramos e posteriormente foi colocado um substrato contendo fibra de coco
e vermiculita previamente úmido onde o anel foi retirado, posteriormente foi colocado
um filme plástico transparente e amarrado as pontas com um barbante de forma que
o substrato não pendesse para baixo forçando o ramo e prejudicando o alporque.
Foi colocado uma plaquinha em cada ramo com alporque para identificação do
trabalho de cada grupo.

As avaliações foram baseadas na densidade de enraizamento e foi atribuído


notas de 0 a 2, sendo 0 o alporque não enraizou, 1 enraizou pouco e 2 para bom
enraizamento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As avaliações ocorreram no dia 19 de maio com a retirada dos alporques da


planta-mãe e posterior atribuição de notas ao enraizamento. Os dados seguem
abaixo:

Tabela 1: Notas atribuídas aos alporques de amora.


A B

Imagens A, B: alunos do grupo 15 fazendo a retirada dos alporques da planta-mãe. Imagem


C: alunos do grupo 15 realizando a atribuição de notas aos alporques de amora.

Estudo realizado por Campos (2010) mostrou que os alporques feitos em


faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus) enraizaram de maneira eficiente após 63 a 70
dias após a realização do experimento. Os resultados estão demonstrados abaixo:
Fonte: Campos et al. (2010).

Com isso, é possível notar que tanto o enraizamento da faveleira (trabalho


citado) como na amora o enraizamento do alporque ocorre de forma rápida, uma vez
que para a emissão de raízes dessas espécies está de concordância com a maioria
das espécies pesquisadas, que enraízam de 2 a 6 meses (DANNER et al., 2006).

Em comparativo com o grupo 6 que realizou a mesma atividade, eles


obtiveram sucesso também no enraizamento dos alporques e atribuíram o mesmo
esquema de notas, os resultados foram semelhantes ao do grupo 15. Os dados
estão apresentados abaixo:

Tabela 2: Notas atribuídas ao enraizamento dos alporques do grupo 6.

CONCLUSÃO

O método de propagação vegetativa por alporquia é viável e eficiente para o


produtor, não tem alto custo e a depender da espécie o tempo de enraizamento é
rápido. Porém, a prática deve ser feita de maneira adequada evitando a entrada de
patógenos ao fazer o anelamento (não utilizar objetos contaminados) e escolhendo
um substrato com umidade e qualidade adequada para não prejudicar o alporque e
a futura muda a fim de garantir um bom enraizamento.
BIBLIOGRAFIA

CAMPOS, Gustavo Nóbrega Ferreira et al. Clonagem de Cnidoscolus Phyllacanthus (Mart.)


Pax et K. Hoffm.(Faveleira) por alporquia. 2010.

OLIVEIRA JÚNIOR, Antônio Alves de. Fatores que influenciam no sucesso da alporquia em
pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). 2022.

SILVA, Kelly Nascimento et al. Produção de mudas de framboeseira negra por diferentes
métodos de propagação vegetativa. Ciência Rural, v. 42, p. 418-422, 2012.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

Poliembrionia de citros
Piracicaba
2022

1.Introdução

A germinação nas sementes de citros vai ser afetada por fatores como o tegumento
(envoltório protetor da semente) e poliembrionia. A poliembrionia em citros é a
formação de mais de um embrião na semente, formando embriões apomíticos ou
nucelares no tecido nucelar além do próprio embrião zigótico ou sexual. A contagem
da poliembrionia pode ser direta, contando os embriões, ou indireta, contando as
plântulas pós-germinação destes embriões.

A variabilidade genética em Citrus spp. se apresenta como uma boa característica


agronômica a ser estudada em programas de melhoramento genético que visam
criar híbridos adaptados a diferentes condições, assim como possibilitar plantas com
características genéticas que seriam mais desejáveis para a produção. Porém, um
dos empecilhos para o melhoramento genético dos citros está na poliembrionia. Este
último afeta a produção de novos híbridos, havendo uma associação negativa entre
frequência de embriões de maior tamanho e a poliembrionia, isso ocorre porque,
quanto maior o número de embriões, menor a sobrevivência destes por competição
por fotoassimilados que estão armazenados nas sementes. Ocorre também uma
acentuada concentração de embriões zigóticos em relação aos nucelares e isso
ocorre pela sua formação anterior aos nucelares.

2.Objetivos

Os objetivos das avaliações foram avaliar a germinação e poliembrionia em


sementes de citros da cultivar limão Cravo em diferentes condições da semente:
com tegumento e sem tegumento.

3.Material e métodos

Inicialmente, as 32 sementes foram separadas em 16 sementes com tegumento e


16 sementes sem tegumento, posteriormente, ambas as quantidades foram
colocadas em bandejas com substrato à base de casca de pinus, aproximadamente
1 cm abaixo da superfície do substrato, evitando que as sementes fossem
removidas da bandeja por água ou vento, além de evitar colocá-las próximos a
parede da bandeja, o que causaria uma barreira física para a radícula inicial e
poderia danificar o crescimento da plântula. Após acondicionar as sementes em
substrato, estas foram cobertas com vermiculita, de modo a melhorar as
propriedades físicas do solo (maior retenção de água), fator essencial para a
germinação das sementes do porta-enxerto. As bandejas foram posteriormente
levadas à casa de vegetação para propiciar um ambiente protegido.

Nos dias: 7 de abril, 28 de abril, 5 de maio, 26 de maio e 2 de junho, foram


realizadas as contagens: plântulas germinadas; poliembrionia (mais de uma plântula
no mesmo espaço da bandeja de produção de mudas). A partir dessas contagens,
foram determinadas a porcentagem de germinação, a porcentagem de poliembrionia
e o número médio de embriões nas sementes nos dois diferentes substratos: com
tegumento e sem tegumento.
A porcentagem de germinação foi obtida pelo número de sementes germinadas em
relação ao total de sementes plantadas. A porcentagem de poliembrionia foi obtida a
partir do número de sementes germinadas com mais de um embrião, que então,
resultou em mais de uma plântula. O número médio de embriões foi obtido pelo
cálculo do número de plantas sobre o número de sementes germinadas.

4.Resultado e discussões

No final das avaliações, todas as sementes com tegumento germinaram, totalizando


100%, enquanto nas sementes sem tegumento, apenas 93,75% germinaram. Isso
demonstra uma tendência de que as sementes com tegumento tem uma melhor
germinação que as sem tegumento.

Figura 1. Porcentagem de germinação.

Segundo Marcos Filho (2005), quando as sementes apresentam baixo teor de água,
a rápida embebição pode ocasionar um rompimento das membranas celulares,
fazendo então, com que os tegumentos sejam uma barreira para a velocidade de
embebição, diminuindo-a, porém, evitando danos físicos para a semente em
expansão, pois o tegumento atua na troca de água com o ambiente, atuando como
um atenuador da embebição e evitando danos físicos à semente. McDonald et al.
(1988) também mencionaram que o tegumento é um fator regulador da embebição
da semente.

Figura 2. Porcentagem de poliembrionia.

No início das contagens, as sementes sem tegumento apresentavam maior


poliembrionia que as com tegumento, provavelmente devido ao fato de que o
tegumento diminui a velocidade de germinação das sementes, isso ocorre, pelo fator
de controle da embebição que o tegumento exerce na semente. Ao decorrer das
avaliações as sementes sem tegumento não alteraram o valor de poliembrionia,
mantendo a porcentagem de poliembrionia em 12,5%. Ao final das avaliações as
sementes com tegumento apresentaram maior poliembrionia que as sementes sem
tegumento, com valor de 18,75% de poliembrionia.
Figura 3. Número médio de embriões para sementes plantadas sem e com
tegumento.

As sementes que foram plantadas com tegumento apresentaram um maior número


de embriões que as sementes sem tegumento.

5. Conclusão ou Considerações Finais

Os experimentos realizados não foram feitos sob algum modelo estatístico e não
possuem padrões ideais para a obtenção de dados verossímeis, o que dificulta a
avaliação destes, porém, temos que a porcentagem de poliembrionia e de
germinação acompanharam as conclusões encontradas em literaturas cujos
experimentos foram realizados a partir de variáveis semelhantes, como a presença
ou não de tegumento, avaliando porcentagem de germinação e poliembrionia, além
de outros fatores.

A velocidade de germinação pode variar com a presença do tegumento. De acordo


com Toledo & Marcos Filho (1977) e Carvalho & Nakagawa (2000), a permeabilidade
do tegumento influencia na velocidade de embebição das sementes, e como citado
por Toledo e Marcos Filho (1977), as sementes sem tegumento apresentam maiores
índices de velocidade de germinação, o que estaria relacionado com a resistência
que o tegumento oferece à expansão do embrião.

O número médio de embriões do experimento realizado foi menor, em comparação,


com o estudo realizado em 2012 (GUERRA, Divanilde et al), no qual, dentre outras
variáveis, foi quantificado o número de embriões e obtendo diferença estatística
entre diferentes espécies de porta-enxerto, mostrando que há diferença entre
espécies para essa variáve

6. Referências Bibliográficas:

GUERRA, Divanilde et al. Caracterização morfológica, determinação do número de


embriões e taxa de poliembrionia em três porta-enxertos híbridos de citros.
Bragantia, v. 71, p. 196-201, 2012.

HEARN, C. Jack; HUTCHISON, D. J.; BARRETT, H. C. Breeding citrus rootstocks.


HortScience, v. 9, n. 4, p. 357-358, 1974.

SCHÄFER, Gilmar et al. Substratos na emergência de plântulas e expressão da


poliembrionia em porta-enxertos de citros. Ciência Rural, v. 35, p. 471-474, 2005.

SILVA, Luís Fernando Carvalho; CARVALHO, Sérgio Alves. Germinação da semente


de porta-enxertos de citros em função da presença do tegumento e sua orientação
no substrato. Citrus Research & Technology, v. 28, n. 1-2, p. 0-0, 2020.
SOARES FILHO, WALTER DOS SANTOS et al. Poliembrionia e frequência de
híbridos em Citrus spp. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 35, n. 4, p. 857-864,
2000.

SOARES FILHO, Walter dos Santos et al. Poliembrionia e potencial de obtenção de


híbridos em citros. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 36, p. 950-956, 2014.

SWINGLE, Walter T. The botany of Citrus and its wild relatives in the orange
subfamily. The citrus industry, v. 1, p. 128-474, 1943.

ZUCARELI, Valdir et al. Tolerância à dessecação e influência do tegumento na


germinação de sementes de citrumelo'swingle'(Citrus paradisi MACF X Poncirus
trifoliata (L) RAF.). Revista Brasileira de Fruticultura, v. 31, p. 291-295, 2009.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

Produção de mudas de maracujazeiro

Piracicaba
2022

1.Introdução
Avaliar a altura das mudas de maracujazeiro ao longo do tempo é essencial para
determinação do crescimento da planta para então inferir sobre as condições em
que a muda está se desenvolvendo. O plantio de maracujá no Brasil é
majoritariamente feito a partir de sementes, isso se dá pelo menor custo associado a
esta prática, assim como a variabilidade genética pela utilização das sementes, o
que também confere menor uniformidade em comparação a outros métodos de
propagação de clones a partir de uma planta-mãe, porém, em algumas regiões é
utilizado a prática de enxertia para contornar algumas pragas e doenças em áreas
de alta infestação numa tentativa de tentar tornar o cultivo de maracujá mais viável
nessas áreas.

2.Objetivo

O objetivo foi avaliar o crescimento e desenvolvimento das mudas de maracujazeiro


em substrato de 1 parte terra e 1 parte esterco sob cultivo protegido ao longo do
tempo.

3.Material e métodos

Foram preparados substratos com 1 parte de terra e 1 parte de esterco, que foram
então colocados para encher 10 saquinhos. Após o enchimento dos saquinhos,
foram plantadas 3 sementes de maracujá por saquinho, totalizando 30 sementes,
colocadas a 1 cm de profundidade de modo a melhor acondicionar as sementes no
saquinho.
Figura 1. 10 saquinhos contendo 3 sementes de maracujá cada, anterior ao
desbaste.

Na determinação da altura das mudas, utilizou-se uma régua graduada em


centímetro, tomando como referência à distância do colo ao ápice da muda.

Foi determinada a porcentagem de germinação das sementes e foram medidas as


alturas das plantas. Assim que as plântulas começaram a se formar, foi realizado o
desbaste, deixando no saquinho apenas a plântula mais vigorosa (de maior altura).
Após o desbaste, foram medidas as alturas das plantas acondicionadas nos 10
saquinhos, realizadas nas idades: 19 de maio, 26 de maio e 2 de junho.
4.Resultado e discussões

A partir dos dados do experimento realizado foi possível avaliar a germinação das
sementes e, posteriormente, o crescimento das plantas de maracujazeiro no
substrato de 1 parte terra e 1 parte esterco ao longo do tempo.

Figura 2. Número de sementes germinadas anterior ao desbaste.

O substrato e saquinhos utilizados permitiram uma boa germinação das sementes


de maracujazeiro e possibilitou que todos os saquinhos tivessem no mínimo uma
plântula. Após o desbaste, totalizaram 10 plântulas nos 10 saquinhos.
Figura 3. Altura das plantas de maracujazeiro após desbaste (cm).

As dez plantas apresentaram os mesmos padrões de crescimento ao decorrer das 3


idades. A planta 1 apresentou a menor altura ao final das avaliações, enquanto a
planta 3 apresentou a maior altura ao final das avaliações.

5. Conclusão ou Considerações Finais

Todos os saquinhos de maracujá apresentaram no mínimo uma semente germinada,


o que possibilitou o crescimento das plantas em todos estes. Todas as plantas de
maracujá apresentaram pleno crescimento e desenvolvimento no substrato de 1
parte terra e 1 parte esterco e em cultivo protegido, mostrando que as condições
estabelecidas proveram um bom ambiente para a produção de mudas de
maracujazeiro.

Em comparação com um estudo ,publicado na Revista Brasileira de Fruticutura,


LIMA et al. (2006) sobre “Germinação e crescimento de espécies de maracujá”,
pode ser inferido que o tratamento com a espécie Passiflora giberti apresentou
diferença estatística para altura em relação às outras espécies de maracujá.

6. Referências Bibliográficas:

DE ALMEIDA BERTANI, Rosemary Marques et al. Doses de nitrogênio no


desenvolvimento de mudas altas de maracujá-amarelo. Revista de Agricultura
Neotropical, v. 6, n. 1, p. 29-35, 2019.

LIMA, Adelise de Almeida; CALDAS, Ranulfo Corrêa; SANTOS, Vanderlei da Silva.


Germinação e crescimento de espécies de maracujá. Revista Brasileira de
Fruticultura, v. 28, p. 125-127, 2006.

RIBEIRO, Maria Clarete Cardoso et al. Produção de mudas de maracujá-amarelo


com diferentes substratos e recipientes. Caatinga, Mossoró, v. 18, n. 3, p. 155-158,
2005.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

Quebra de dormência do pêssego

Piracicaba
2022
Introdução

A reprodução é um momento crítico na planta no ciclo de desenvolvimento


vegetal e, dessa forma, os genes que afetam dormência e germinação de sementes
estão sob forte pressão de seleção nas populações naturais de plantas. A
germinação é o processo final de dispersão das sementes e, portanto, influencia o
local e o momento de crescimento da planta. A fim de evitar o crescimento em
ambientes ou períodos inoportunos, a germinação pode ser evitada por uma
propriedade conhecida como dormência da semente (PENFIELD et al, 2007).

Tal processo é mais comumente observado em plantas que possuem seu


centro de origem em ambientes temperados ou subtropicais, nos quais, as plantas
entram em momentos de maior estresse em determinadas épocas do ano.
(BARBOSA et al, 1987). Esse é o caso do pêssego, que apresenta sementes, cuja
dormência das sementes deve ser quebrada a fim de viabilizar a produção de mudas
no ambiente brasileiro.

Objetivo

Na realização deste trabalho, será demonstrado um método de quebra a


dormência das sementes de pêssego, possibilitando sua germinação.

Materiais e métodos

Para este trabalho foram utilizados 30 caroços de pêssego Prunus persica


Batsch, na qual realizou-se o processo de quebra da dormência. Para tal método, foi
inicializado com a escarificação, ou seja, quebrar os caroços por meio de uma morsa
para obter as sementes. Em seguida, as mesmas foram distribuídas em camadas
sobrepostas de areia umedecida em um copo no processo de estratificação. O copo
foi recoberto com saco plástico e colocado na geladeira em temperatura próxima de
2 graus, durante aproximadamente 1 mês. Após este período, as sementes foram
avaliadas quanto ao número de sementes vivas germinadas, contando com a
presença de radículas, fazendo descarte das que apresentavam sinais de podridão.
Em seguida, realizou-se o transplante dessas sementes em bandeja com substrato.
Então, semanalmente foram mantidas as avaliações para observar e acompanhar o
desenvolvimento e crescimento em altura das plântulas.

Resultados

Ao final, foi constatado que 85,7% das plantas que germinaram,


apresentaram radícula total ou parcialmente emitida e 64,7% emergiu sem radícula.
Do restante das sementes transplantadas, apenas 20% emergiram, culminando em
mudas de pessegueiro. No estudo realizado por Ojima e Rigitano (1968), dentre as
40 variedades de pessegueiro analisadas, nenhuma apresentou a porcentagem de
emergência similar àquela obtida nesse estudo, que se demonstrou muito inferior à
média. Tal baixa porcentagem de emergência, pode estar relacionado por
consequências de fatores externos relacionadas ao manuseio das sementes ou
problemas de contaminação que possam ter causado a morte dos embriões.

Conclusão

Por meio do estudo realizado, pode-se concluir que, apesar da técnica de


quebra de dormência das sementes do pessegueiro ser amplamente estudada e
essencial para produção de mudas, ainda percebe-se falhas em seu
desenvolvimento que podem acarretar em perdas quantitativas e qualitativas de
mudas.

Referências

BARBOSA, Wilson et al. Emergência de plântulas do pêssego porta-enxerto


'Okinawa': influência de períodos de estratificação e de ácido giberélico. Bragantia,
v. 46, p. 435- 441, 1987
OJIMA, Mario; RIGITANO, Orlando. Estudo de germinação de sementes de
pêssego (Prunus pérsica Batsch) de diversas variedades. Bragantia, v. 27, p.
XLI-XLV, 1968.

PENFIELD, Steven. Seed dormancy and germination. Current Biology, v. 27, n. 17,
p. R874-R878, 2017.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

Enxertia do pêssego
Piracicaba
2022

Introdução

A produção de mudas de qualidade é fator decisivo para que se


obtenha cultivares que apresentem o máximo potencial produtivo.

Trata-se de um fator que pode ser mudado sem que se altere


significativamente o custo de implantação do pomar, uma vez que este é o mesmo,
tanto para uma cultivar como para outra. Nesta perspectiva, os processos de
propagação, cultivares e porta-enxertos, possibilitam compreender como se dá a
produção da persicultura (EMBRAPA)

O método da enxertia de garfagem é conhecida por enxertia de


inverno, o que identifica a estação durante a qual ela é realizada. É uma técnica não
tão difundida, embora se tenham ótimos índices de “pegamento” e mudas de
excelente desenvolvimento (EMBRAPA)

Objetivo

Na realização deste trabalho, será demonstrado um método de enxertia do


pêssego, possibilitando observar sua eficiência, bem como o desenvolvimento da
planta.

Materiais e métodos
Para este experimento foi utilizado, foi utilizado 5 mudas de pessêgo
Okinawa, porta enxerto, base ou cavalo, que forma o sistema radicular da planta, e
foi utilizado enxerto, que caracteriza a parte aérea, para formar a copa, com alto
potencial produtivo.

Resultados

Ao longo das avaliações semanais, foi possível notar a ocorrência de


perda 20% das mudas enxertadas, no entanto, as mudas tiveram ótima resposta à
técnica da garfagem, propiciando alto desenvolvimento nas mudas, tanto em altura
(média final 13,43 cm) quanto em diâmetro (média final 0,33 cm). Tal perda de muda
enxertada pode ter sido causada por falha no manuseio da técnica, ou por má
escolha de equipamentos, sabendo-se que o ideal é a escolha de enxerto com
diâmetro o mais próximo possível ao do porta enxerto, tendo-se cuidado de se
deixar um dos lados com coicidência perfeita entre as cascas das porções
enxertadas.

Mudas oriundas de enxertia de garfagem atingem com maior rapidez a


primeira poda de formação, independentemente do ambiente de condução (J. M. R.
Reis et al 2010)

Conclusão

Por meio do estudo realizado, pode-se concluir que, apesar da técnica de


enxertia de garfagem pessegueiro ser altamente eficiente, ainda percebe-se pouca
divulgação de estudos literários sobre a garfagem, sendo esta técnica recomendada
em situações em que não seja possível a enxertia nos périodos de
novembro/dezembro.

Referências

Pêssego - Portal Embrapa


(https://www.embrapa.br/en/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/pessego )

REIS, J. R.; CHALFUN, N. N. J.; REIS, M. de A. MÉTODOS DE ENXERTIA E


AMBIENTES NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PESSEGUEIRO CV. ‘DIAMANTE’.
Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 40, n. 2, p. 200–205, 2010. Disponível
em: https://www.revistas.ufg.br/pat/article/view/5302. Acesso em: 15 jun. 2022.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”


Enxertia abacate

Piracicaba
2022

Introdução
O abacate, segundo a revista Campo & negócios, é uma fruta muito
importante para a agricultura brasileira, e o seu centro de origem é relato no México
e na América Central, no qual atualmente há diversas variedades que são híbridas,
todas originárias da variedade mexicana, guatemalense e antilhana. Atualmente o
maior país produtor é o México, já no Brasil, o maior produtor é o Estado de São
Paulo, seguido de Minas Gerais e Paraná.

Em relação ao cultivo do abacateiro, um dos fatores mais importantes é uma


boa produção de mudas, esse fato é decorrente da podridão radicular, pois é o maior
desafio da produtividade, no qual é uma doença que afeta o sistema radicular e
acarreta danos na produtividade, para evitar esse problema, um dos manejos é a
utilização de porta-enxerto resistente, processo muito importante para cultura e que
foi efetuado o processo de enxertia durante às aulas práticas.

Objetivo
O objetivo da aula prática sobre enxertia de abacateiro foi apresentar aos
alunos a técnica da enxertia por meio da garfagem, no qual é uma das maneiras
mais utilizadas para o processo de enxertia do abacateiro.

Materiais e métodos

Os materiais utilizados foram as mudas de porta-enxerto, os ramos que foram o


enxerto, tesoura de poda, canivete para enxertia, fita para unir as 2 porções, plástico
para manter a umidade na enxertia. O método é uma das maneiras utilizadas para o
processo de enxertia do abacateiro, em que consiste na retirada do ramo principal
do porta-enxerto com um corte horizontal e posteriormente é feito um corte em forma
de “V” no porta-enxerto e o ramo que será a variedade de interesse para produção,
é feito também um corte no mesmo formato, onde o objetivo desse método é o
aumento da área para uma maior superfície de contato e maior sucesso na enxertia.

Resultados

No final do experimento, foi possível notar que apenas 1 planta não teve sucesso na
enxertia, as outras 4 plantas tiveram sucesso e estavam com desenvolvimento de
brotações, o que sugere que a planta estava em processo de crescimento.
Conclusão

Conclui-se que, o método de enxertia na cultura do abacate é necessário para


obter uma grande colheita de frutas de alta qualidade. Sabe-se que a enxertia do
abacate não é tecnicamente necessária para fazer a fruta crescer, no entanto, a
enxertia pode acelerar o processo de frutificação.

Referências

https://revistacampoenegocios.com.br/propagacao-de-mudas-do-abacateiro/

https://www.fcav.unesp.br/Home/ensino/departamentos/cienciasdaproducaoagricola/l
aboratoriodematologia-labmato/revistaagronomiabrasileira/rab202035.pdf

Você também pode gostar