Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/283710872
CITATION READS
1 11,917
3 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Estudos taxonômicos, filogenéticos e anatômicos de Clusia L., sects. Cordylandra e Phloianthera (Clusiaceae) View project
All content following this page was uploaded by Diego Demarco on 24 November 2015.
3.1 INTRODUÇÃO
Esquema 3.1 – Formação do embrião pela via sexuada (A-E) e assexuada (A1-B1). (A) Inicialmente o tubo polínico é formado por dois
núcleos espermáticos (produzidos pela mitose de uma célula generativa) e um núcleo vegetativo, (B) Os núcleos espermáticos penetram
o citoplasma de uma sinérgide, (C) A sinérgide é rompida e um dos núcleos espermáticos une-se aos dois núcleos polares dando origem a
primeira célula do endosperma (3n). O segundo núcleo espermático fertiliza a oosfera formando o zigoto, (D) Zigoto formado (primeira
célula da geração esporofítica (2n)), (E) Formação do embrião zigótico globular (2n) e do endosperma (3n), (A1-B1) Na via assexuada
não ocorre à fusão do núcleo espermático com a oosfera. O embrião é formado a partir da diferenciação da oosfera (apomixia gametofí-
tica) ou de células indiferenciadas da parede do saco embrionário (apomixia esporofítica); A formação do endosperma neste caso ocorre
por apomeiose (iniciação autônoma). 1- tubo polínico, 2- núcleos espermáticos, 3- núcleo vegetativo, 4- sinérgides, 5- oosfera, 6- saco
embrionário, 7- núcleos polares, 8- células antipodais, 9- zigoto, 10- embrião globular, 11- endosperma.
3.2 ANGIOSPERMAS
3.2.1 Embriogênese
Esquema 3.2 – Esquema de uma flor com grão de pólen no estigma, cujo tubo polínico cresceu através do estilete e chegou ao ovário,
penetrando no óvulo. Detalhe do óvulo com gametófito feminino formado por duas sinérgides (laranja), a oosfera (amarela), a célula
média com dois núcleos (lilás) e três antípodas (cinza) e tubo polínico contendo os dois gametas masculinos. Da fecundação da oosfera,
forma-se o embrião composto por eixo-hipocótilo-radícula, dois cotilédones e a plúmula.
96 Biotecnologia Aplicada à Saúde
Figura 3.1A-I – Embriogênese em Euphorbia milii Des Moul. A. Gametófito evidenciado pelas sinérgides, oosfera, célula média e uma
das antípodas. B. Detalhe da oosfera abaixo das duas sinérgides. C. Início da formação do endosperma. D. Alongamento e vacuolação
do zigoto. E. Proembrião bicelular. Note a célula basal com um grande vacúolo e a célula terminal, com citoplasma de aspecto denso e
núcleo central. F-G. Estágio globular. Note a presença de protoderme (cabeça de seta). H. Estágio cordiforme. Note o início do desenvol-
vimento do cotilédone (seta). I. Estágio de torpedo. Note o desenvolvimento do meristema apical caulinar (asterisco) e a presença de
procâmbio no eixo hipocótilo-radícula (seta).
3.2.2 Endosperma
encerram num fruto. Este grupo de plantas possui ramos reprodutivos com
folhas modificadas denominadas de estróbilos. As Gimnospermas marcam
evolutivamente o aparecimento das sementes como resultado da heteropo-
ria (produção de esporos masculinos e femininos). Os estróbilos masculinos
(microsporângios) produzem por meiose esporos haploides (micrósporos)
que, por divisão mitótica, dão origem a grãos de pólen (gametófito masculino).
De forma semelhante, os estróbilos femininos formam por meiose seguida de
mitose o gametófito feminino, porém recebendo a denominação de megaspo-
rângios (óvulo contendo a oosfera)2,29. As Gimnospermas são subdivididas em
quatro divisões (Coniferophyta, Cycadophyta, Gnetophyta e Ginkgophyta),
compreendendo 14 famílias e 88 gêneros de plantas.
A embriogênese em Gimnospermas diferencia-se em vários aspectos da
embriogênese de Angiospermas. Em Gimnospermas, o desenvolvimento do
embrião tem inicio com uma fase de núcleo livre, enquanto que em Angios-
permas a primeira divisão celular é acompanhada pela formação da parede
celular28. A polaridade do proembrião ocorre pela organização dos núcleos
livres, constituindo a parede celular e dois tipos celulares bem definidos: as
células do suspensor e do grupo embrionário (Figura 3.2A). Nas Gimnosper-
mas, são reconhecidas três fases distintas durante o desenvolvimento embrio-
nário: a) fase proembrionária que vai desde a fertilização até o rompimento
do arquegônio pelo proembrião (estágios anteriores ao alongamento do sus-
pensor primário); b) fase embrionária inicial, compreendendo os estágios
após o alongamento do suspensor secundário, e antes do estabelecimento dos
meristemas; c) fase embrionária tardia, na qual a protoderme e o procâmbio
são diferenciados e os meristemas apical e radicular são estabelecidos29.
Para a grande maioria das Gimnospermas é comum, durante a fase
embrionária inicial, a formação de múltiplos embriões pela ocorrência da
poliembrionia simples (Figura 3.2B) ou por clivagem. Na poliembrionia sim-
ples ocorre a formação de mais de um embrião a partir da fertilização de
mais de um arquegônio 29. Já na poliembrionia por clivagem, poliembriões
podem ser formados a partir da bipartição por clivagem das células proem-
brionárias resultando na formação de até 24 proembriões. Independente do
processo de poliembriogênese (simples ou por clivagem), apenas o embrião
zigótico que atinge a cavidade de corrosão é mantido na semente (Figura
3.2C), sendo que os demais poliembriões (embriões subordinados) são eli-
minados por morte celular programada30.
Rodrigo Ribeiro Resende 99
Figura 3.2A-C – Embriogênese inicial no pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia). A- Embrião zigótico formado por células embrionárias
(E) seguidas pelo suspensor (S) após a penetração na cavidade de corrosão (megagametófito) (barra: 150 µm). O embrião foi corado com
o método de dupla coloração com acetocarmin (células embriogênicas coradas em vermelho), e azul de Evans (células tubulares coradas em
azul). B- Poliembrionia simples durante a fase inicial do desenvolvimento embrionário apresentando o embrião principal e o subordinado.
Seta indica o embrião subordinado (barra: 0,1 mm). C- Embrião zigótico dominante ao término da fase embrionária inicial (barra: 0,3 mm).
Figura 3.3A-D – Formação de massas proembrionárias no pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia). A- Massa proembrionária conten-
do células embrionárias (e) e a célula de suspensor principal (s) (barra: 150 µm). B- Massa proembrionária visualizada com o corante
DAPI (marcação do material genético contido no núcleo das células embrionárias) (barra: 150 µm). C- Cultura embriogênica mantida em
meio de proliferação. Durante esta fase as culturas apresentam coloração branco translúcida de aspecto mucilaginoso (barra: 2,5 mm).
D- Detecção histoquímica do desenvolvimento de embriões somáticos durante a proliferação das culturas embriogênicas. Células coradas
em vermelho (reativas ao carmin acético) representam as células embriogênicas, células coradas em azul (reativas ao azul de Evans)
representam o sistema de células de suspensor) (barra: 150 µm).
Figura 3.4A-C – Fases iniciais da embriogênese somática no pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia). A- Desenvolvimento do
embrião somático na superfície de culturas embriogênicas durante a fase de proliferação celular (barra: 0,1 mm). B- Desenvolvimento
do embrião somático em meio de cultura suplementado com agentes osmóticos e ácido abscísico (fase de maturação). Durante esta
fase ocorre a formação da protoderme, e tem início o acúmulo de sustâncias de reserva (proteínas, carboidratos e lipídeos) (barra: 0,3
mm). C- Embrião somático maturo (barra: 1,0 mm). Neste ponto, os embriões podem ser germinados (meio de germinação) ou então
encapsulados em solução de alginato de sódio (semente sintética).
3.6.1 Introdução
3.6.3 Procedimento
CONSTITUINTE CONCENTRAÇÃO
Sacarose 30 g/L
Agar 10 g/L
KNO3 900 mg/L
NH4NO3 1650 mg/L
CaCl2.2H2O 440 mg/L
MgSO4.7H2O 370 mg/L
KH2PO4 170 mg/L
MnSO4.4H2O 22,3 mg/L
ZnSO4.7H2O 8,6 mg/L
H3BO3 6,2 mg/L
KI 0,83 mg/L
106 Biotecnologia Aplicada à Saúde
CONSTITUINTE CONCENTRAÇÃO
CoCl2 6H2O 0,025 mg/L
CuSO4.5H2O 0,025 mg/L
Na2MoO4.2H2O 0,25 mg/L
FeSO4.7H2O 27,8 mg/L
Na2.EDTA 37,3 mg/L
Myo-inositol 100 mg/L
Piridoxina-HCl 0,5 mg/L
Tiamina-HCl 0,1 mg/L
L-Glicina 2,0 mg/L
L-Glutamina 750 mg/L
pH do meio de cultura 5,5
REFERÊNCIAS
01. Harada JJ, Belmonte MF, Kwong RW. Plant Embryogenesis (Zygotic and Somatic).
eLS. 2010.
02. Sharma KK, Thorpe TA. Asexual embryogenesis in vascular plants in nature. In: In
vitro embryogenesis in plants. TA Thorpe (ed.). Dordrecht: Kluwer Academic Publisher;
1995. p. 17-72.
03. Bewley JD, Black M. Seeds: Physiology of development and germination. New York:
Plenum Press; 1994.
04. von Arnold S, Sabala I, Bozhkov P, Dyachok J, Filanova L. Developmental pathways
of somatic embryogenesis. Plant Cell Tissue and Organ Culture. 2002;69:233-49.
05. Uddenberg D, Valladares S, Abrahamsson M, Sundstrom JF, Larsson AS, von Arnold
S. Embryogenic potential and expression of embryogenesis-related genes in conifers are
affected by treatments with a histone deacetylase inhibitor. Planta. 2011;234:527-39.
06. Santa-Catarina C, Silveira V, Steiner N, Guerra MP, Floh EIS, dos Santos ALW. The
use of somatic embryogenesis for mass clonal propagation and biochemical and physio-
logical studies in woody plants. Current Topics in Plant Biology. 2013;13:103-19.
07. Maheshwari P. An introduction to the embryology of Angiosperms. New York:
McGraw-Hill; 1950.
08. Lersten NR. Flowering plant embryology with emphasis on economic species. Iowa:
Blackwell Publishing; 2004.
09. Russell SD. The egg cell: development and role in fertilization and early embryoge-
nesis. Plant Cell. 1993;5:1349-59.
10. West MAL, Harada JJ. Embryogenesis in higher plants: an overview. Plant Cell.
1993;5:1361-9.
11. Jensen WA. Cotton embryogenesis: the zygote. Planta. 1968;79:346-66.
12. Sivaramakrishna D. Size relationships of apical cell and basal cell in two-celled
embryos in angiosperms. Canadian Journal of Botany. 1978;56:1434-8.
13. Suárez MF, Bozhkov PV. Plant embryogenesis. Totowa: Humana Press; 2008.
14. Batygina TB. Embryogenesis and morphogenesis of zygotic and somatic embryos.
Russian Journal of Plant Physiology. 1999;46:774-88.
15. Swamy BGL. Embryological studies in the Orchidaceae. 2. Embryogeny. American
Midland Naturalist. 1949;41:202-32.
16. Pollock EG, Jensen WA. Cell development during early embryogenesis in Capsella
and Gossypium. American Journal of Botany. 1964;51:915-21.
17. Haskell DA, Postlethwait SN. Structure and histogenesis of the embryo of Acer sac-
charinum. I. Embryo and proembryo. American Journal of Botany. 1971;58:595-603.
18. Raghavan V. Embryogenesis in Angiosperms: a developmental and experimental
study. Cambridge: Cambridge University Press; 1986.
Rodrigo Ribeiro Resende 109
19. Schulz R, Jensen WA. Capsella embryogenesis: the early embryo. Journal of Ultras-
tructure Research. 1968;22:376-92.
20. Tykarska T. Rape embryogenesis. II. Development of embryo proper. Acta Societatis
Botanicorum Poloniae. 1979;48:391-421.
21. Mansfield SG, Briarty LG. Early embryogenesis in Arabidopsis thaliana. II. The deve-
loping embryo. Canadian Journal of Botany. 1990;69:461-76.
22. Jenik PD, Gillmor CS, Lukowitz W. Embryonic patterning in Arabidopsis thaliana.
Annual Review of Cell and Developmental Biology. 2007;23:207-36.
23. O’Neill SD, Roberts já. Plant reproduction. Sheffield: Sheffield Academic Press; 2002.
24. Friml J, Vieten A, Sauer M, Weijers D, Schwarz H, Hamann T, et al. Efflux-de-
pendent auxin gradientes establish the apical-basal axis of Arabidopsis. Nature.
2003;426:147-53.
25. Paponov IA, Teale WD, Trebar M, Blilou I, Palme K. The PIN auxin efflux facilita-
tors: evolutionary and functional perspectives. Trends in Plant Science. 2005;10:170-7.
26. Barton MK, Poethig RS. Formation of the shoot apical meristem in Arabidopsis tha-
liana: an analysis of development in the wild type and in the shoot meristemless mutant.
Development. 1993;119:823-31.
27. Lopes MA, Larkins, BA. Endosperm origin, development, and function. Plant Cell.
1993;5:1383-99.
28. Hakman I, Oliviusson P. High expression of putative aquaporin genes in cells with
transporting and nutritive functions during seed development in Norway spruce (Picea
abies). Journal of Experimental Botany. 2002;53:639-49.
29. Singh H. Embryology of Gimnosperms. Encyclopedia of plant anatomy. Berlin:
Gebrüder Borntraeger; 1978.
30. Vuosku J, Sutela S, Tillman-Sutela E, Kauppi A, Jokela A, Sarjala T, et. al. Pine embryo-
genesis: Many licenses to kill a new life. Plant Signaling Behavior. 2009;10:928-32.
31. Walters C. Levels of recalcitrance in seeds. Brazilian Journal of Plant Physiology.
2000;12:7-21.
32. Floh IES. Marcadores bioquímicos e moleculares para estudo da morfogênese in
vitro. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental. 2007;13:1992-2001.
33. Steward FC, Mapes MO, Mears K. Growth and organized development of cultu-
red cells II. Organization in cultures from freely suspended cells. American Journal of
Botany. 1958;45:705-8.
34. Reinert J. Morphogenese und ihre kontrole an geweberkulturen aus karroten. Natur-
wissenchaften. 1958;45:344-5.
35. Tautorus TE, Fowke LC, Dunstan DI. Somatic embryogenesis in conifers. Canadian
Journal of Botany. 1991;69:1873-99.
36. Fehér A, Pasternak TA, Dudits, D. Transition of somatic plant cells to an embryoge-
nic state. Plant Cell, Tissue and Organ Culture. 2003;74:201-28.
110 Biotecnologia Aplicada à Saúde
37. Silveira V, Santa-Catarina C, Tun NN, Scherer GFE, Handro W, Guerra MP, et. al.
Polyamine effects on the endogenous polyamine contents, nitric oxide release, growth
and differentiation of embryogenic suspension cultures of Araucaria angustifolia (Bert.)
O. Ktze. Plant Science. 2006;171:91-8.
38. Steiner N, Santa-Catarina C, Guerra MP, Cutri L, Dornelas MC, Floh EIS. A gym-
nosperm homolog of SOMATIC EMBRYOGENESIS RECEPTOR-LIKE KINASE-1
(SERK1) is expressed during somatic embryogenesis. Plant Cell, Tissue and Organ Cul-
ture. 2012;109: 41-50.
39. Jo L, dos Santos ALW, Bueno CA, Barboza HR, Floh EIS. Proteomic analysis and pol-
yamines, ethylene and reactive oxygen species levels of Araucaria angustifolia (Brazilian
pine) embryogenic cultures with different embryogenic potential. Tree Physiology. 2013.
doi: 10.1093/treephys/tpt102.
40. Santa-Catarina C, Oliveira RR, Cutri L, Floh EIS, Dornelas MC. WUSCHEL-related
genes are expressed during somatic embryogenesis of the basal angiosperm. Trees. 2012;,
26: 493-501.
41. Schögl PS, dos Santos ALW, do Nascimento LV, Floh EIS, Guerra MP.: Gene expres-
sion during early somatic embryogenesis in Brazilian pine (Araucaria angustifolia (Bert)
O. Ktze). Plant Cell, Tissue and Organ Culture. 2012;, 108: 173-80.
42. Dutra NT, Silveira V, de Azevedo IG, Gomes-Neto LR, Façanha AR, Steiner N, et.
al.Guerra MP, Floh EIS, Santa-Catarina C: Polyamines affect the cellular growth and
structure of pro-embryogenic masses in embryogenic cultures through the modulation
of proton pump activities and endogenous levels of polyamines. Physiologia Plantarum.
2012; 148: 121-32.
43. Klimaszewska K, Overton C, Stewart D, Rutledge RG. Initiation of somatic embryos
and regeneration of plants from primordial shoots of 10-year-old somatic white spruce
and expression profiles of 11 genes followed during the tissue culture process. Planta.
2011;233:635-47.
44. Tang W, Newton RJ. Genetic transformation of conifers and its application in forest
biotechnology. Plant Cell Reports. 2003;22:1-15.
45. Merkle AS. The case for hardwood varietals: How hardwood somatic embryogenesis
can enhance forest productivity in the Southeastern United States. Proceedings of the
IUFRO Working Party 2.09.02 conference. 2011;1:37-43.
46. Reed BM, Kane M, Bunn E, Pense VC. Biodiversity conservation and conservation
tools. In Vitro Cellular Developmental Biology – Plant. 2011;47:1-4.
47. Durzan DJ. Scaled-up suspension cultures of Taxus brevifolia biosynthesize taxol in
an artificial sporangium. Proceedings of the IUFRO Working Party 2.09.02 conference.
2012;1:146-7.
48. Murashige T, Skoog F. A revised medium for rapid growth and bio-assays with
tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum. 1962;15:473-97.
Rodrigo Ribeiro Resende 111
AGRADECIMENTOS