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BACTÉRIAS – morfologia:
1) CARACTERÍSTICAS GERAIS:
As bactérias são formadas por uma única célula (unicelulares), normalmente
de 2 a 5 µm de comprimento, e podem ou não formar colônias. Esses organismos
possuem material genético disperso no citoplasma, sendo, portanto, denominados de
procariontes. São consideradas extremófilas pois se adaptam a qualquer tipo de
ambiente, possuem boa atividade decompositora e são passíveis da alta
mutagenicidade. (Teixeira, 2020).
Na grande maioria das bactérias, além da membrana plasmática encontrada
em todas as células, é possível observar externamente uma parede celular
constituída, principalmente, por peptideoglicano. Essa parede celular apresenta como
principal função manter a forma das células bacterianas e garantir proteção. Além
disso, é possível perceber em algumas espécies uma cápsula polissacarídica
envolvendo a parede. (Teixeira, 2020).
No citoplasma da célula bacteriana, é possível perceber a presença de
apenas um tipo de organela: os ribossomos. Esses ribossomos são menores que
aqueles encontrados em células
eucarióticas, mas desempenham a
mesma função, que é a síntese de
proteínas. Além disso, é possível
perceber a presença de grânulos ou
inclusões que apresentam a função de
armazenamento. (Teixeira, 2020).
Fonte: VIEIRA; FERNANDES, 2012.
2) COLORAÇÃO DE GRAM:
A coloração de Gram é um passo muito importante na caracterização e
classificação inicial das bactérias. Afinal, esse método de coloração permite que as
bactérias sejam visualizadas no microscópio óptico, uma vez que sem a coloração é
impossível observá-las ou identificar sua estrutura. O método de coloração de Gram
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CAMPUS “AMÍLCAR FERREIRA SOBRAL”
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA BÁSICA
Professoras Ana Paula Cardoso Costa e Cynara Cristhina Aragão Pereira
3) ESPOROS BACTERIANOS:
Os esporos são estruturas pequenas produzidas em grande quantidade por
bactérias, fungos e plantas, com capacidade de gerar um novo indivíduo. Por serem
extremamente pequenos e leves, os esporos podem permanecer no ar por longos
períodos de tempo e serem deslocados por grandes distâncias. Além disso, também
podem ser transportados quando aderidos ao corpo de animais. Os esporos são
extremamente desidratados e possuem múltiplas camadas, que o tornam resistentes
ao calor, agentes químicos e físicos e radiação. Os esporos são compartimento
proteicos que armazenam material genético bacteriano. (Teixeira, 2020).
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4) FORMAS BACTERIANAS:
Embora existam milhares de espécies bacterianas, elas podem ser agrupadas
em três tipos morfológicos gerais: cocos, bacilos e espiralados (Vieira; Fernandes,
2012).
a) Formas de cocos (esféricas) – é o grupo de bactérias mais homogêneo em
relação ao tamanho. Os cocos tomam denominações diferentes de acordo com o seu
arranjo: (1) micrococos-cocos; (2) diplococos-cocos agrupados aos pares; (3)
tétrades-agrupamentos de quatro cocos; (4) sarcina-agrupamentos de oito cocos em
forma cúbica; (5) estreptococos-cocos
agrupados em cadeias; (6)
estafilococos-cocos agrupados em
grupos irregulares, lembrando cachos
de uva. (Vieira; Fernandes, 2012).
Como exemplos dessas formas
podemos citar os gêneros
Streptococcus e Staphylococcus, que
possuem grande importância médica e
alimentar (Nogueira; Silva Filho, 2015).
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(d) Formas de transição: (1) bacilos muito curtos: cocobacilo; (2) unidades
celulares que se assemelham a uma vírgula: vibrião
(Vieira; Fernandes, 2012). Um exemplo de vibrião é a
Vibrio cholerae, causadora da cólera, que mata milhares
de pessoas em áreas com baixa estrutura sanitária
(Nogueira; Silva Filho, 2015).
cruzadas entre os tetrapeptídeos, bem como na ação da penicilina. Observe que este
tetrapeptídeo contém raros D-isômeros de aminoácidos; a maioria das proteínas
contêm L isômeros. Outro componente importante dessa rede consiste na ligação
peptídica cruzada entre os dois tetrapeptídeos. As ligações cruzadas variam entre as
espécies; em Staphylococcus aureus, por exemplo, cinco glicinas ligam a D-alanina
terminal à penúltima L-lisina. Por estar presente em bactérias, mas não em células
humanas, o peptideoglicano corresponde a um alvo adequado para fármacos
antibacterianos. Várias desses fármacos, como penicilinas, cefalosporinas e
vancomicina, inibem a síntese de peptideoglicano por inibirem a transpeptidase
responsável pelas ligações cruzadas entre os dois tetrapeptídeos adjacentes. A
enzima lisozima, presente na lágrima, no muco e na saliva de humanos, é capaz de
clivar o arcabouço de peptideoglicano, rompendo suas ligações glicosil, contribuindo,
assim, para a resistência do hospedeiro à infecção microbiana. Bactérias tratadas com
lisozima podem intumescer e romper-se como resultado da entrada de água nas
células, as quais exibem elevada pressão osmótica interna. No entanto, quando as
células tratadas com lisozima se encontram em uma solução com a mesma pressão
osmótica que aquela do interior bacteriano, essas células sobrevivem, assumindo
formas esféricas, denominadas protoplastos, circundadas apenas por uma membrana
citoplasmática. (Levinson, 2011).
O lipopolissacarídeo (LPS) da membrana externa da parede celular de gram-
negativas é uma endotoxina. É responsável por várias características das doenças,
como febre e choque (especialmente hipotensão), causadas por esses organismos. É
denominado endotoxina porque consiste em uma porção integral da parede celular,
contrariamente às exotoxinas, as quais são livremente liberadas pelas bactérias. Os
efeitos patogênicos das endotoxinas são similares, independente do organismo do
qual são derivadas. O LPS é composto por três unidades distintas: (1) um fosfolipídeo
denominado lipídeo A, responsável pelos efeitos tóxicos; (2) um polissacarídeo cerne
de cinco açúcares ligados ao lipídeo A por meio de cetodesoxioctulonato (CDO); (3)
um polissacarídeo externo consistindo em até 25 unidades repetidas de três a cinco
açúcares. Esse polímero externo corresponde ao importante antígeno somático, ou
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5.2) Flagelos:
São organelas especiais (apêndices delgados) responsáveis pela locomoção
das bactérias. De acordo com o número e distribuição dos flagelos, as bactérias
podem ser classificadas como: atríquias (sem flagelos), monotríquias (um único
flagelo), anfitríquias (um flagelo em cada extremidade), lofotríquias (um tufo de
flagelos em uma, ou ambas as extremidades) e peritríquias (apresentando flagelos ao
longo de todo o corpo bacteriano). Algumas bactérias movimentam-se por outros
meios, diversos da atividade flagelar, tais como o deslizamento provocado pelo fluxo
protoplasmático ou pela resposta táxica (fototaxia, quimiotaxia). (Vieira; Fernandes,
2012).
Quando a célula bacteriana vai ao encontro da luz e de alguma substância
química, dizemos que ela tem fototaxia e quimiotaxia positivas, respectivamente. Pode
ocorrer o contrário e elas fugirem de luz ou químicos e então, nesse caso, dizemos
que esses efeitos são negativos. (Nogueira; Silva Filho, 2015).
Exemplos de bactérias que têm flagelos são algumas espécies dos gêneros
Pseudomonas e Vibrio. Helicobacter pylori, uma bactéria que pode formar úlceras no
estômago humano, Caulobacter crescentus, que hoje em dia é estudada na fabricação
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6.2) Citoplasma:
É composto pela porção fluida e contém substâncias e partículas dissolvidas
(Vieira; Fernandes, 2012).
É um meio aquoso, com cerca de 80% de água, onde estão mergulhados os
ribossomos, o cromossomo, íons, nutrientes, grânulos e compostos diversos
produzidos no metabolismo celular. Em algumas células há cristais que são tóxicos
para alguns insetos, é o caso da bactéria Bacillus thuringiensis, que é bastante
estudada no controle biológico de pragas na agricultura. Outro exemplo curioso é a
presença de partículas de magnetita, compostos de ferro, em certas bactérias
aquáticas que podem ser atraídas pelo campo magnético. Essas estruturas são
chamadas de magnetossomos. (Nogueira; Silva Filho, 2015).
6.4) Nucleóide:
As células bacterianas não contêm o núcleo típico das células animais e
vegetais. O cromossomo bacteriano consiste de um cromossomo único e circular e
ocupa uma posição próxima ao centro da célula. Pode ser chamado de nucleóide.
(Vieira; Fernandes, 2012).
6.5) Plasmídeos:
Várias bactérias apresentam também moléculas de DNA extracromossomal,
denominadas plasmídeos, as quais são geralmente circulares, contendo muitas vezes
genes que conferem características adaptativas vantajosas ao microrganismo. As
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6.6) Ribossomos:
São estruturas arredondadas de cerca de 0,0025 µm de diâmetro e compostos
de RNA e proteínas. São locais onde são sintetizadas as proteínas da célula, a partir
de informações contidas no material genético, o cromossomo, e estão, também,
mergulhados no citoplasma. Os ribossomos são descritos pela sua taxa de
sedimentação em centrífugas, através da unidade Svedberg. Os ribossomos de
células procarióticas são denominados 70S e os de células eucarióticas 80S.
(Nogueira; Silva Filho, 2015).
Vários antibióticos atuam na inibição na síntese protéica, através da fixação
dessas substâncias nas unidades 30S. É o caso de estreptomicina e gentamicina.
(Nogueira; Silva Filho, 2015). As diferenças nas proteínas e RNAs ribossomais
constituem a base para a ação seletiva de vários antibióticos que inibem a síntese
proteica de bactérias, mas não de humanos (Levinson, 2011).
REFERÊNCIAS