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Escola Secundária de Silves

Observação microscópica de leveduras em gemulação e


de bolores em esporulação

Disciplina de Biologia e Geologia


Realizado por:
Beatriz Duarte nº3 Catarina Silva nº6
11ºCTB
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Introdução
A reprodução, em biologia, refere-se à função através da qual os seres vivos produzem descendentes,
perpetuando a sua espécie. Todos os seres vivos resultam da reprodução a partir de organismos vivos
pré-existentes. Os métodos conhecidos de reprodução podem agrupar-se, genericamente, em dois
tipos: reprodução sexuada e a reprodução assexuada. Enquanto que na reprodução sexuada ocorre,
obrigatoriamente, a combinação de material genético de dois seres distintos (os progenitores) através
da conjugação de duas células haploides, os gâmetas, por cariogamia, na reprodução assexuada, um
único ser vivo origina outro sem que tenha ocorrido a intervenção de células sexuais ou gâmetas. Tem
como base a divisão da mitose e, por isso, os descendentes são geneticamente iguais ao progenitor, ou
seja, são clones do progenitor.
Na reprodução assexuada, existem diferentes estratégias reprodutivas nos diferentes reinos dos seres
vivos. Por exemplo, as bactérias (procariontes unicelulares que pertencem ao reino Monera), podem
reproduzir-se por bipartição ou cissiparidade, em que um ser vivo divide-se e origina dois seres
semelhantes que crescem até atingirem o tamanho do ser vivo que os originou. A fragmentação ocorre
em algas (reino protista), e em alguns animais (reino animal), como as estrelas do mar. Por regeneração
de fragmentos de um ser vivo, originam-se novos seres vivos completos. A multiplicação vegetativa,
ocorre exclusivamente no reino das plantas, dado que estas mantêm, ao longo da vida, meristemas –
tecidos com capacidade de divisão e diferenciação. A partir de caules, folhas e órgãos de reserva,
especialmente, podem originar-se novas plantas. Em alguns animais como, por exemplo, nas abelhas, em
alguns peixes, anfíbios e répteis, é possível ocorrer o desenvolvimento de um indivíduo a partir de um
oócito não fecundado e neste caso, este tipo de reprodução assexuada designa-se de partenogénese.
Alguns protozoários, eucariontes unicelulares, (reino protista), reproduzem-se assexuadamente por
divisão múltipla, também denominada pluripartição ou esquizogonia, o núcleo da célula-mãe divide-se
em vários núcleos. Cada núcleo rodeia-se de uma porção de citoplasma e de uma membrana, dando
origem ás células-filhas, que são libertadas quando a membrana da célula-mãe se rompe.
No caso do reino dos fungos, é possível distinguir diferentes estratégias de reprodução assexuada. No
caso dos fungos (eucariontes e heterotróficos) unicelulares, ou seja, as leveduras, dividem-se por
gemulação – um indivíduo, após a mitose, forma uma protuberância, gomo ou gémula, para onde migra
um dos núcleos-filhos, acabando por originar um novo organismo geralmente de menor dimensão do que
o que o originou, no final separa-se e forma um individuo adulto. Nos fungos multicelulares, alguns
designados de bolores, reproduzem-se por esporulação. Possuem estruturas filamentosas, as hifas, que
desenvolvem no final dos seus filamentos, esporos. Em alguns casos formam-se externamente e noutras,
em estruturas especializadas, os esporângios. Nestas estruturas, formam-se esporos por mitose, que, ao
serem libertados no meio, germinam e originam novos seres vivos, desde que as condições do meio sejam
favoráveis.
A reprodução assexuada, relativamente à reprodução sexuada, possui diversas vantagens, ou seja,
permite a produção de grande número de descendentes em pouco tempo, há menor gasto de energia
para os indivíduos que se reproduzem, a descendência é geneticamente igual entre si e ao progenitor e
sendo o meio favorável ao progenitor, sê-lo-á também para a descendência. Como desvantagens, reduz a
variabilidade intraespecífica e, portanto, reduz a biodiversidade.

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Observações:

endósporos

esporângio

Exósporos
hifa
fiálide

hifa

Rizoide

Figura 1 - Bolor presente no pão Figura 2 - Bolor presente na laranja


Nome: Rhizopus stolonifer Nome: Penicillium notatum
Estrutura: multicelular filamentosa - Hifas Estrutura: multicelular filamentosa - Hifas
Tipo de esporos: Endósporos Tipo de esporos: Exósporos

Figura 3 - leveduras
Nome: Saccharomyces cerevisae
Estrutura: unicelular

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Desenvolvimento
A reprodução observada na preparação de leveduras no microscópio ótico foi a gemulação. Neste caso,
as leveduras que são fungos unicelulares (figura 3), produzem, por mitose, uma gema ou gomo (pequeno
prolongamento do organismo) que contém a mesma informação genética que o progenitor. No final, a
célula-mãe mantém a sua individualidade, pois a gema desenvolve-se originando um descendente de
menores dimensões, que se separa e tem uma vida livre, sendo geneticamente igual ao progenitor.

No bolor do pão (figura 1) e da laranja (figura2), caracterizam-se por terem ambos uma estrutura
filamentosa designada de hifas, que no seu conjunto designam-se de micélio. A estratégia de reprodução
assexuada observada nos dois tipos de bolor foi a esporulação. Observa-se na extremidade das hifas a
formação de células reprodutoras especializadas, os esporos.
No caso do bolor do pão (figura 1), os esporos formam-se por mitose, no interior de estruturas
especializadas, os esporângios e designam-se de endósporos. Quando os esporângios rompem são
libertados para o meio. No caso do bolor da laranja (figura 2), os esporos formam-se também por mitose,
na extremidade das hifas que se ramificam, formando fialides sobre as quais são produzidos exósporos.
Neste caso, os esporos não estão protegidos por nenhuma membrana e vão sendo libertados diretamente
para o meio. Em ambos os casos, os esporos (endósporos e exósporos) germinam apenas quando as
condições são favoráveis, originando novos indivíduos.
As vantagens destes processos de reprodução assexuada nas leveduras e nos bolores do pão e da
laranja é que como os descendentes são originados a partir de um único progenitor que se divide
por mitose, é uma estratégia, sobretudo quando o ambiente é favorável que permite aumentar
rapidamente o número de indivíduos da população e aproveitar assim os recursos existentes no meio.
Porém, o facto de os descendentes serem todos geneticamente iguais, faz com que a variabilidade
genética na população de indivíduos ao longo do tempo seja menor e se houver alterações nefastas do
meio, a população gerada terá menor capacidade de sobrevivência.

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Anexos

Figura 6 – Lamela a ser colocada

Figura 4 – Extração do bolor Figura 5 – Gota de água na lâmina


da laranja

Figura 7 – Preparação no Figura 8 – Bolor da laranja no Figura 9 – Bolor do pão no


microscópio microscópio (Ampliação 400x) microscópio (Ampliação 100x)

Webgrafia e Bibliografia
https://sites.google.com/a/esjgf.info/bolor-do-limao-e-do-pao/caracterizacao
https://sites.google.com/a/esjgf.info/bolor-do-limao-e-do-pao/caracterizacao
https://www.infopedia.pt/$esporulacao

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/reproducao-assexuada-nos-fungos.htm
https://auladigital.leya.com/pt-
PT/resources_repository/q?o=0&4=BiologiaeGeologia&1=Apresentao&3=11Ano
Matias,O., Martins,P.(2019) Biologia e Geologia, Ensino Secundário. Areal Editores, Lisboa, 73-89 pp.

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