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Apuração de Pis e Cofins

Cumulativo e
Não-Cumulativo
Profa.: Andrea Nicolini
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REGIMES DE APURAÇÃO DO PIS e da COFINS

As contribuições para Pis/Pasep e COFINS possuem regras bastante


similares, variando conforme seus contribuintes - se pessoas jurídicas
de direito privado, pessoas jurídicas de direito público ou contribuintes
especiais.

Ambos os tributos apresentam as hipóteses de incidência


distintas:

1. Faturamento ou o obtenção de receitas, para pessoas jurídicas


de direito privado (Regimes cumulativo e não cumulativo e regimes
especiais)

2. Pagamento da folha de salários, para entidades do terceiro setor,


imunes e isentas (PIS-PASEP, 1%)

3. PIS-PASE e COFINS Importação Lei 10.865 de 2004, art. 8º.

3. Arrecadação mensal de receitas correntes e o recebimento mensal


de recursos, para entidades de direito público.
Formas de apuração das
Contribuições
MODALIDADE FATURAMENTO/RECEITAS
Fato gerador e periodicidade das contribuições
(PIS/PASEP e COFINS)

Fato Gerador Periodicidade

Auferir Receitas Mensal


Sobre importações - PIS/PASEP e COFINS

Fato Gerador

Periodicidade

Importação de Produtos ou Serviços estrangeiros (a


entrada de bens estrangeiros no território nacional e o
pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a Diário
remessa de valores a residentes ou domiciliados no
exterior como contraprestação por serviço prestado)
*cuidado especial

(Lei nº 10.865/2004)
Tratamentos específicos

Vários produtos ou operações podem ter tratamentos específicos


(desonerações), como:

 Isenção (ex. Isenção da Cofins sobre receitas próprias entidades sem


fins lucrativos)

 Alíquota zero (ex. leites, queijos, farinhas, carnes, produtos


hospitalares)

 Suspensão (ex. venda a preponderantemente exportadores,


agroindústria, Recap, etc)

 Não Incidência (Vendas a Itaipu Binacional, Exportações, O. Receitas do


Cumulativo, etc)

Nota: No Portal SPED constam tabelas atualizadas com esses


tratamentos.
Código de Situação Tributária - CST

Todas operações tem especial importância para emissão dos


documentos fiscais acerca da informação sobre a tributação
das contribuições.

Para tanto, se utiliza a CST que determinará se a operação


será ou não tributada.

A CST é indicada em documentos fiscais (notas fiscais) e


ainda em obrigações acessórias digitais - SPED (NF-e, EFD-
ICMS/IPI e EFD-Contribuições)

(IN RFB nº 1.009/2010, Anexo Único)


CST
IN RFB nº 1.009 de 2010
Regimes de apuração – regra geral de aplicação

Cumulativo

Não Cumulativo
• PJdo Lucro Presumido;
• PJ do Lucro Arbitrado;
• Receitas ou atividades do art. 10 da
Regime Especiais
Lei 10.833 de 2003
• Lucro Real

• SubstituiçãoTributária;
• Regimes monofásicos;
• Regimes de suspensão, alíquota
zero, reduções, (exemplos).
Regime Cumulativo
Regime Cumulativo

O regime da comutatividade é um método de apuração no qual o


tributo é exigido toda vez que ocorre a hipótese de incidência e regra
geral sem direito a créditos (salvo exceções específicas, como é o
caso de comerciante e bebidas frias ter crédito das compras,
Decreto 8.442, de 2015, art. 25).
Regime Cumulativo – Base de cálculo

A base de cálculo, para o PIS e a COFINS no regime


cumulativo, compreende exclusivamente o faturamento, que
corresponde a receita bruta das pessoas jurídicas.

Nota: Na receita bruta não se incluem as demais receitas obtidas pela


empresa fora do objeto para qual foi constituída, ou seja, fora das suas
atividades.

(Lei n° 9.718/1998, art. 3º e art. 12 do DL 1.598/1977)


Regime Cumulativo – Conceito de Receita Bruta

A receita bruta compreende:

 O produto da venda de bens nas operações de conta própria;


 O preço da prestação de serviços em geral;
 O resultado auferido nas operações de conta alheia; e
 As receitas da atividade ou objeto principal da PJ não
compreendidas nos itens de 1 a 3
PIS E COFINS – INCIDÊNCIA CUMULATIVA

Alerta quando ao conceito de receita bruta:

a) Solução de Consulta Cosit nº 84/2016 (Juros sobre capital próprio): "... A receita
bruta sujeita à Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, compreende as receitas
oriundas do exercício de todas as atividades empresariais da pessoa jurídica, e não
apenas aquelas decorrentes da venda de mercadorias e da prestação de serviços. As
receitas decorrentes do recebimento de juros sobre o capital próprio auferidas por
pessoa jurídica cujo objeto social seja a participação no capital social de outras
sociedades compõem sua receita bruta para fins de apuração da Contribuição para o
PIS/Pasep devidas no regime de apuração cumulativa.";
PIS E COFINS – INCIDÊNCIA CUMULATIVA
b) Solução de Consulta Cosit nº 38/2018 (Administração de imóveis próprios): "... 25.
Dessa sorte, a receita bruta das empresas que tenham por atividade a administração
de bens próprios, inclui, além do valor percebido a título de aluguel, todas as demais
verbas recebidas do locatário a qualquer título, como multas, juros, taxas de água e
condomínio, IPTU, entre outras, por se tratar de receita operacional própria da
atividade empresarial.";

c) Solução de Consulta Cosit nº 30/2019 : "...O fator relevante para determinar se há a


incidência das contribuições para o PIS-Pasep e da Cofins no regime de apuração
cumulativa sobre determinada receita, inclusive receita financeira, é a existência de
vinculação dessa receita à atividade negocial/empresarial desenvolvida pela pessoa
jurídica."
PIS E COFINS – INCIDÊNCIA CUMULATIVA

Algumas exclusões permitidas para formação da base de cálculo (Lei


9.718, 1998, art. 3º.)

 As vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o


Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;

 ICMS, no caso de ST (do próprio falaremos adiante)

 As reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos


baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas;

 O resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do


patrimônio líquido (receita de equivalência patrimonial) e os lucros e
dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição, que tenham sido computados como receita;
PIS E COFINS – INCIDÊNCIA CUMULATIVA

 A receita decorrente da venda de bens classificados no ativo não


circulante que tenha sido computada como receita (investimentos,
imobilizado e intangível).

 As receitas financeiras decorrentes do ajuste a valor presente;

 As relativas aos ganhos decorrentes de avaliação de ativo e passivo


com base no valor justo;

(IN 1.911 de 2019, art. 27 )


Regime Cumulativo

Alíquotas

0,65% = Regra geral (faturamento)

PIS/PASEP 0,65% = Entidades financeiras e equiparadas

Alíquotas diferenciadas, conforme o caso

3% = Regra geral (faturamento)

4% = Entidades financeiras e equiparadas


COFINS
Alíquotas diferenciadas, conforme o caso

(Lei n° 9.718/98, art. 4º, Lei nº 10.684/2003, art.18)


Cuidados na EFD-C

• Registro 0110: Regimes de Apuração da


Contribuição Social e de Apropriação de Crédito
Portal SPED - Perguntas e Respostas
Cuidados na EFD-C
Regime Não-Cumulativo
Regime Não-Cumulativo

Regral para apuração dos débitos e créditos

Regra geral, os débitos e créditos das contribuições serão determinados, com as


alíquotas de 1,65% para o PIS/PASEP e de 7,6% para a COFINS sobre o valor
das receitas tributadas e dos bens e insumos passíveis de créditos.

Exceções a estas alíquotas: indústria e comércio de bebidas frias, produtos


monofásicos/alíquotas diferenciadas. Neste caso, observar norma específica do
segmento.
Regime Não-Cumulativo

• Bebidas Frias – Decreto 8.442 de 2015


• Veículos, autopeças e pneus – Lei 10.485 de 2002
• Medicamentos e Perfumaria – Lei 10.168 de 2000
• Combustíveis e álcool – Lei 9.718 de 1998, art. 4º,
Lei nº 11.116/05.

• Importante: No Simples Nacional estes produtos


devem ser segregados, tanto para indústria quando
para o comércio (LC 123, de 2006, art. 18)
Regime Não-Cumulativo
Contribuintes

Todas as pessoas jurídicas que auferirem receitas e não estiverem


obrigadas ao regime cumulativo. Basicamente as empresas tributadas
pelo Lucro Real.

Notas:

1. Existem empresas tributadas pelo Lucro Real que, dependendo das atividades
exercidas, parte das suas receitas ficam no regime cumulativo e parte no regime não-
cumulativo. Quando isso acontece, chamamos de regime misto de PIS/PASEP e COFINS.
Neste caso os créditos comuns são proporcionais ao regime não cumulativo.

2. Lembrando que a partir de 01/07/2015, voltam a ser tributadas (PIS/PASEP a


alíquota de 0,65% e COFINS a alíquota de 4%), conforme Decreto 8.426/2015, art. 1º.
Regime Não-Cumulativo
Base de cálculo

A base de cálculo das contribuições é o faturamento mensal que


corresponde à receita bruta, e todas as demais receitas, assim
entendida a totalidade das receitas auferidas, independentemente
da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada
para a escrituração das receitas.

Exclusões gerais permitidas: IN RFB 1.911/2019, art. 27 (exemplos,


descontos incondicionais, reversão de provisões, venda de ativo não
circulante, etc), além de receitas não tributadas, alíquota zero, por
exemplo.
Regime Não-Cumulativo
Exclusão do ICMS da BC
Qual valor do ICMS deve ser excluído?
a) o valor do ICMS destacado no documento fiscal ou
b) o ICMS a recolher (ICMS devido).
ICMS a Excluir: até o presente data, somente pode ser excluído o ICMS originado da DECISÃO OU
SENTENÇA JUDICIAL.

Posicionamento do Fisco: Art. 27, § único da IN RFB n.1.911/19:

Para cumprimento das Decisões Judiciais Transitadas em Julgado que versem


sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, deve ser observado:
o montante a ser excluído da base de cálculo mensal das contribuições é o valor
mensal do “ICMS A RECOLHER” (SCI Cosit nº 13/2018)

As demais pessoas jurídicas que não possuem uma decisão ou sentença favorável,
não podem fazer tal exclusão devido às leis que regem essas contribuições, quais
sejam, a Lei nº 9.718/98 (regime cumulativo); e as Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03
(regime não cumulativo) por não terem sido alteradas.
Créditos - Regime Não-Cumulativo
Regime Não-Cumulativo

Créditos

A pessoa jurídica sujeita ao regime não-cumulativo poderá descontar créditos


calculados em relação a diversos gastos (custos, despesas e encargos) previstas
na legislação de regência desse regime (art. 3° das Leis n° 10.637/2002,
10.833/2003 e 10865/2004)
Regime Não-Cumulativo
Determinação dos créditos
Para efeitos de cálculo dos créditos decorrentes da aquisição de insumos,
bens para revenda ou bens destinados ao ativo imobilizado, integram o valor
de aquisição:

a) o seguro e o frete pagos na aquisição, quando suportados pelo comprador; e

b) O IPI incidente na aquisição, quando não recuperável.

IMPORTANTE, SOBRE O ICMS DAS AQUISIÇÕES: A RFB se posicionou no


Parecer Normativo Cosit/RFB nº 5/2018, itens 155 a 158, que o valor-base do montante dos
créditos referente à aquisição de insumos a ser apurado pela pessoa jurídica beneficiária, é o
custo de aquisição do bem conforme definido contabilmente. Além disso temos: artigo
318 RIR/2018 e NBCTG 16, em que o posicionamento é de que TRIBUTOS
RECUPERÁVEIS não integra o custo do estoque.

Diante disso, podemos concluir que se o ICMS for recuperável, não integrará o custo
de aquisição, caso contrário (não sendo recuperável) integrará.

(Discussão IN 1.911 de 2019, art. 167 )


Regime Não-Cumulativo

IPI - custo de aquisição dos bens


Se o IPI não for recuperável, fará parte do custo de aquisição dos bens e
mercadorias, podendo gerar o crédito:

Exemplo: Aquisição com IPI: Produto R$ 1.000,00 + IPI 10% no valor de R$ 100,00 =
Total da NF R$ 1.100,00 .

a) A base do crédito será apenas R$ 1.000,00 se o IPI for utilizado como crédito
em sua apuração fiscal ou;

b) A base do crédito será R$ 1.100,00 se o IPI não for utilizado como crédito e
fizer parte do custo.
Regime Não-Cumulativo
BENS PARA REVENDA

Geram o direito ao créditos a descontar da Contribuição para o PIS/Pasep e


da COFINS, no regime de apuração não cumulativa, os valores das
aquisições, efetuadas no mês, de bens para revenda.

Exceto: revenda de produtos monofásicos ou sujeitos a ST de Pis e Cofins.

(IN 1.911 de 2019, art. 169 )


Regime Não-Cumulativo
INSUMOS

 Geram créditos as aquisições efetuadas no mês:

I - bens e serviços, utilizados como insumo na produção ou fabricação de


bens ou produtos destinados à venda; e

II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços.

Incluem-se no crédito aquisições de combustíveis e lubrificantes, mesmo os


consumidos em geradores de energia elétrica para produzir bens ou serviços;

(IN 1.911 de 2019, art. 171 )


Regime Não-Cumulativo

CONCEITO DE INSUMO

Consideram-se insumos os bens ou serviços considerados essenciais ou


relevantes, que integram o processo de produção ou fabricação de bens
destinados à venda ou de prestação de serviços.

Consideram-se insumos, inclusive:

a - bens ou serviços que, mesmo utilizados após a finalização do processo de


produção, de fabricação ou de prestação de serviços, tenham sua utilização
decorrente de imposição legal;

b - bens ou serviços considerados essenciais ou relevantes, que integram o


processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços e que
sejam considerados insumos na produção ou fabricação de bens destinados à
venda ou na prestação de serviços;

(IN 1.911 de 2019, art. 172 )


Regime Não-Cumulativo

c - combustíveis e lubrificantes consumidos em máquinas, equipamentos ou


veículos responsáveis por qualquer etapa do processo de produção ou fabricação
de bens ou de prestação de serviços;

d - bens ou serviços aplicados no desenvolvimento interno de ativos imobilizados


sujeitos à exaustão e utilizados no processo de produção, de fabricação ou de
prestação de serviços;

e - bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível que


resulte em:
a) insumo utilizado no processo de produção ou fabricação de bens destinados à
venda ou de prestação de serviços; ou
b) bem destinado à venda ou em serviço prestado a terceiros;
Regime Não-Cumulativo

f - embalagens de apresentação utilizadas nos bens destinados à venda;

g - serviços de manutenção necessários ao funcionamento de máquinas e


equipamentos utilizados no processo de produção ou fabricação de bens
destinados à venda ou de prestação de serviços;

h - bens de reposição necessários ao funcionamento de máquinas e


equipamentos utilizados no processo de produção ou fabricação de bens
destinados à venda ou de prestação de serviços;
Regime Não-Cumulativo

i - serviços de transporte de produtos em elaboração realizados em ou entre


estabelecimentos da pessoa jurídica; e

j - bens ou serviços especificamente exigidos pela legislação para viabilizar a


atividade de produção de bens ou de prestação de serviços por parte da mão de
obra empregada nessas atividades, como no caso dos equipamentos de proteção
individual (EPI).
Regime Não-Cumulativo

Não são considerados insumos, entre outros:


 bens incluídos no ativo imobilizado;

 embalagens utilizadas no transporte do produto acabado;

 bens e serviços utilizados na pesquisa e prospecção de minas, jazidas e poços


de recursos minerais e energéticos;

 bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível que


não chegue a ser concluído ou que seja concluído e explorado em áreas
diversas da produção ou fabricação de bens e da prestação de serviços;

IN RFB nº 1.911 de 2019, art. 172.


Regime Não-Cumulativo

Não são considerados insumos, entre outros :


 serviços de transporte de produtos acabados realizados em ou entre
estabelecimentos da pessoa jurídica;

 despesas destinadas a viabilizar a atividade da mão-de-obra empregada no


processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços, tais
como alimentação, vestimenta, transporte, cursos, plano de seguro e seguro
de vida;

 bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos em operações comerciais;


e

 bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos nas atividades


administrativas, contábeis e jurídicas da pessoa jurídica.
Regime Não-Cumulativo

Demais créditos permitidos

 energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor,


consumida nos estabelecimentos da pessoa;

 aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica,


utilizados nas atividades da empresa;

 contraprestação de operações de arrendamento mercantil pagas a pessoa


jurídica, exceto quando esta for optante pelo Simples;

 armazenagem de mercadorias;

IN RFB nº 1.911 de 2019, art. 181.


Regime Não-Cumulativo
Encargos permitidos para apropriação de créditos

 Encargos de depreciação e amortização de máquinas, equipamentos e


outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos para locação a
terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados a à venda ou
na prestação de serviços (exceto bens usados)

 Encargos de depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em


imóveis próprios ou de terceiros utilizados nas atividades da empresa,
adquiridas a partir de maio de 2004.

 Encargos de depreciação ou amortização de bens incorporados ao ativo


intangível, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a
venda ou na prestação de serviços

(Leis n° 10.637/02 e 10.833/03 art. 3º.)


Regime Não-Cumulativo

Crédito sobre as devoluções

 Bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado o


faturamento do mês ou do meses anteriores e tenha sido tributado nesse
regime.

(Leis n° 10.637/02 e 10.833/03 art. 3º.)


Regime Não-Cumulativo
É vedado o direito de créditos em relação:

 aos custos, despesas e encargos vinculados à geração de receitas de venda:

a) de mercadorias sujeitas à substituição tributária da Contribuição para o


PIS/Pasep e da COFINS; e
b) nas demais hipóteses de sujeição ao regime de apuração cumulativa;

 de mão de obra pagos a pessoa física;

 das aquisições de bens ou serviços sujeitos à não incidência, alíquota 0 (zero)


ou suspensão do pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins; e

 das aquisições de bens ou serviços isentos da Contribuição para o PIS/Pasep


e da COFINS.
(IN RFB nº 1.911 DE 2019, art. 195)
Regime Não-Cumulativo
Aquisições de Simples Nacional e MEI

* SIMPLES NACIONAL – As aquisições geram crédito normal 1,65% e 7,6%


(ADI RFB 15/2007)

* MEI - É permitida nas hipóteses em que os bens e os serviços adquiridos de


pessoa jurídica enquadrada como MEI são utilizados como insumo na
elaboração de produtos ou na prestação de serviços que sejam vendidos ou
prestados somente em operações sujeitas ao pagamento de PIS/COFINS (SC
Cosit nº 303, de 17 de dezembro de 2019)

(IN RFB nº 1.911 DE 2019, art. 195)


Teremos créditos?

Analise se há direito a crédito na situação mencionada:

Uma indústria adquiriu leite em pó integral para fabricação de bolos que serão
tributados na venda. Contudo, esse leite foi adquirido com alíquota zero,
conforme disposição na Lei nº 10.925/2004, art. 1º, XI.

Essa pessoa jurídica faz jus ao crédito de PIS/Pasep e da COFINS sobre este
produto leite em pó?

E as demais aquisições que ela fizer, de outros insumos que vierem tributados,
há o crédito?

)
Regime Não-Cumulativo

Manutenção dos créditos em relação à venda com alíquota zero, não


incidência e suspensão

A pessoa jurídica que adquire produtos que geram o direito ao crédito das
contribuições (aquisições normais geradoras de créditos), pode manter os créditos,
ainda que vinculados às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou
não incidência dessas contribuições.

(Lei nº 11.033/2004, art. 17)


Regime Não-Cumulativo

Bens do ativo imobilizado

É permitido à pessoa jurídica descontar créditos do PIS/PASEP e da COFINS sobre a


aquisição ou fabricação de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao
ativo imobilizado, para:

 Locação a terceiros;
 Utilização na produção de bens destinados à venda ou,
 Na prestação de serviços.

Para desconto do crédito, são previstas duas possibilidades de cálculo, sendo:

 Com base no valor dos encargos de depreciação, ou


 Sobre o valor de aquisição dos bens (integral).

Cuidados especiais: não geram crédito bens adquiridos por meio de arrendamento
mercantil; bens usados; custos de encargos de empréstimos associados ao bem e
custos de desmontagem e remoção incorporados ao custo do bem conforme o CPC
27.
Regime Não-Cumulativo
Saldo credor

Utilização:
Quando o crédito apurado do PIS/PASEP e da COFINS não puder ser aproveitado em
relação às próprias contribuições, é permitido que esse saldo credor seja aproveitado
nos meses subsequentes, observando o prazo prescricional de 5 anos.

Ressarcimento:
Na hipótese de continuar saldo credor e este estiver vinculado às receitas
resultantes de operações não tributadas do PIS e da COFINS (saídas com
alíquota zero, suspensão, exportação, por exemplo), é possível que o contribuinte
ingresse com pedido de ressarcimento e/ou compensação, por meio do processo
administrativo (PERDCOMP), na IN RFB nº 1.717 de 2017 .

(Lei nº 10.637/02, art. 3º, § 4º e Lei nº 10.833/03, art. 3º, § 4º; IN 1.911 de 2019)
Regime Não-Cumulativo
Estorno

Deverá ser estornado o crédito do PIS e da COFINS relativo a bens adquiridos para
revenda ou utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou
fabricação de bens ou produtos destinados à venda, que tenham sido furtados ou
roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda,
empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação.

E se eu peguei produto do estoque para fazer demonstração? Ou doação? Ou


uso próprio?

Art. 3º. § 13º da Lei 10.833/03


Regime Não-Cumulativo

Prazo de recolhimento
Até o 25º dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

DARF de recolhimento

PIS/PASEP 6912 = Regra geral (faturamento)

COFINS 5856 = Regra geral (faturamento)


Regime Não-Cumulativo

Exemplo de apuração:
A empresa “ABC Comércio e Serviços LTDA”, tributada pelo lucro real, comercializa produtos e
presta serviços na área de limpeza. Determine o valor de PIS/PASEP e COFINS do mês de
Junho/2016, considerando os seguintes dados:

Receita bruta de vendas R$ 100.000,00

Receita bruta de serviços R$ 130.000,00

Vendas canceladas não aceitas pelo cliente – retorno de mercadoria não entregue R$ 10.000,00

Compras de mercadorias e insumos dos serviços R$ 50.000,00

Venda de imobilizado R$ 5.000,00


Regime Não-Cumulativo
Resolução
Ocorrências Geradoras de Débitos de Pis/Pasep e Cofins Base de Cálculo
Receita bruta de vendas (faturamento total) R$ 100.000,00
Vendas canceladas -R$ 10.000,00
Receita bruta de serviços R$ 130.000,00
Total R$ 220.000,00

Apuração dos Débitos de Pis/Pasep e Cofins Valor dos Débitos


PIS/PASEP (R$ 220.000,00 x 1,65%) = R$ 3.630,00
COFINS (R$ 220.000,00 x 7,6%) = R$ 16.720,00

Ocorrências Geradoras de Créditos de Pis/Pasep e Cofins Base de Cálculo


Compras de mercadorias e insumos dos serviços R$ 50.000,00
Total R$ 50.000,00

Apuração dos Créditos de Pis/Pasep e Cofins Valor dos Créditos


PIS/PASEP (R$ 50.0.000,00 x 1,65%) = R$ 825,00
COFINS (R$ 50.000,00 x 7,6%) = R$ 3.800,00

Valor a Recolher (Débitos - Créditos) Valor a Recolher


PIS/PASEP R$ 2.805,00
COFINS R$ 12.920,00
EFD-C
EFD-C
Retenções na fonte – EFD-C
Agradecemos sua participação!

Andrea Nicolini

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