Você está na página 1de 2

DOCUMENTÁRIO:

“Como seria uma sociedade de indivíduos saudáveis?”

Este documentário foi produzido e dirigido pelo Movimento Zeitgeist (ZM), que
tem a proposta de discutir a organização de defesa da sustentabilidade, que realiza
ativismo baseado na comunidade através de uma rede global.

O entrevistado é o Dr. Gabor Maté, um médico canadense de origem húngara


com experiência em prática familiar e um interesse especial no desenvolvimento e
trauma infantil, e em seus potenciais impactos vitalícios na saúde física e mental,
incluindo doenças auto-imunes, câncer, TDAH, vícios e grande variedade de outras
condições, que discorre sobre “como seria uma sociedade de indivíduos saudáveis”.

O Dr. Gabor Maté inicia o seu discurso enfatizando a estreita relação do ser
humano com o meio ambiente dizendo que “os seres humanos não podem ser
separados do seu ambiente [...] a fim de se compreender o ser humano, é preciso
entender o ambiente”.

Gabor questiona a postura exclusivista e ideológica da medicina dizendo que


“a medicina é uma ciência ideológica”, portanto, “nunca devemos pensar na
medicina como uma ciência pura”. Para ele, a medicina ignora a relação mente-
corpo, portanto, a abordagem biopscossocial “a biologia de um indivíduo é
inseparável do seu meio psicológico e social”. Para ele “o cérebro humano na
verdade, se desenvolve em interação com o meio ambiente”.

Este médico conjectura que as nossas perspectivas em relação ao mundo vai


nos influenciar quanto às nossas observações quanto a saúde. Fatores sociais como
gênero, raça, e posições econômicas são muito mais influentes na saúde do que
fatores individuais.

Vivemos numa sociedade que supervaloriza a competitividade e o lucro


pessoal fomentando a ideia de uma “cultura dominante e exploradora de olhar para
as pessoas como indivíduos em vez de criaturas sociais”. Para ele, “os seres
humanos são criaturas sociais com necessidades sociais e psicológicas”.
Ele entende que o valor humano não pode se restringir ao que o mesmo
produz e adquire, mas sim no que de fato é. Em suas próprias palavras, ele diz:
“quem tu és como ser humano, a tua existência é insuficiente para te atribuir valor
[...] tens que estar a produzir alguma coisa”, por essa razão “as pessoas tentam
desesperadamente ser úteis, ignorando totalmente quem são”. Para ele, esse
pensamento reforça o sistema capitalista de que a utilidade das pessoas está
intrinsicamente relacionado ao que produzem.

Gabor reflete sobre a relação da posição social e a saúde, salientando que “A


posição social é um determinante significativo da saúde [...] não se pode explicar a
doença mais uma vez, isolada de seu meio psicossocial”.

Discorrendo sobre o estresse e os fatores determinantes do mesmo em


relação às pessoas, ele argumenta que “incerteza e falta de informação”, é condição
implícita a doença. Segundo Gabor “para ter saúde, precisamos de uma conexão
social e humana”, ou seja, a interação com os demais é primordial para a nossa
sobrevivência.

Gabor finaliza a sua fala ressaltando a importância do compromisso social


dizendo que “o compromisso social é saudável por que te liga aos outros e te dá
significado, considerando que estás consciente”.

Presume a partir desse discurso que estamos distantes de uma sociedade


saudável, por conta de ideologias, preconceitos, incertezas e falta de informação,
associados à incompreensão quanto a relação homem-ambiente.

Você também pode gostar