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ESTADO DO MARANHÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE BACABAL – CESB/UEMA

DEPRTAMENTO DE EDUCAÇÃO/PEDAGOGIA.

DISCIPLINA:

DOCENTE: Valquíria Fernandes

DISCENTE: Estefane Freitas de Paiva

RESENHA CRÍTICA DP TEXTO “A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO PROCESSO DE


APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA MENTAL JUNTAMENTE COM A
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR

O Ensino Especial tem ganhado visibilidade nas últimas duas décadas devido ao movimento de
educação inclusiva, mas tem sido também alvo de críticas por sua exclusividade e por não
promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. O termo Educação Especial
sofreu ao longo dos tempos algumas transformações no que se refere ao seu significado. A
Educação Especial era frequentemente utilizada para designar um tipo de educação distinta da
que se praticava no ensino regular e que era desenvolvida paralelamente a esta. Neste sentido,
a criança a quem era diagnosticada uma deficiência, incapacidade ou diminuição era segregada
para uma unidade ou centro específico, pelo que a Educação Especial era, assim, dirigida a um
grupo de alunos diferentes dos restantes alunos considerados normais. A escola e a família
possuem o dever de garantir a educação dos indivíduos, de modo que ambas se complementam
em seus papeis, razão pela qual é importante voltar o olhar para a participação da família como
parceira do ambiente escolar para concretização do processo de ensino e aprendizagem,
principalmente na perspectiva das crianças consideradas como deficientes, ao buscar uma
inclusão satisfatória desses discentes. A família deve ser a primeira educadora dos filhos e, por
isso, necessita zelar constantemente e diretamente por esse processo fundamental para o
desenvolvimento integral deles. É na família que devem ser cultivados os valores essenciais
como: afeto, respeito, autoestima, responsabilidade e solidariedade. São qualidades relevantes
para o processo de pertencimento e favorecimento da individuação dos filhos. A escola é
parceira essencial da família na construção desse seu filho em formação, pois colabora
efetivamente para o crescimento intelectual, cultural, social, cognitivo. Antigamente, os pais
não colocavam seus filhos “especiais”, cedo na escola, pois acreditavam que estes não teriam
capacidade de aprender, de se desenvolver e de se relacionar com as demais crianças. Viviam
no “achismo” de que a criança seria eternamente repleta de limitações. Que o máximo que
poderiam fazer seria levá-la regularmente a médicos para acompanhar seu estado de saúde.
Esses filhos que “fugiam do padrão comum” viviam segregados da vida social, eram tidos como
anormais, sem nenhuma capacidade intelectual, espiritual, física, psíquica, etc. Eram rotulados
como incapazes de terem uma vida saudável e comum. Quando os pais descobriam que eles
precisavam também frequentar escolas, espaços sociáveis de interação, na maioria dos casos já
eram um pouco tarde e muitas habilidades que poderiam ter sido desenvolvidas se perderam.
A falta de conhecimento, de informação acerca da deficiência levava muitos pais ao estado de
desespero. Ficavam sem saber como agir, sentindo-se culpados, deprimidos desencadeando
todo um processo depressivo em todos os componentes da família e deixavam, 4 na maioria dos
casos, a criança especial de lado, sem a atenção devida. A presença de uma criança deficiente
mental na família afeta não somente os pais como também os outros membros da família e,
muito especialmente, os irmãos.

A partir da Conferência de Jontiem, em 1994, na Espanha, através da “Declaração de


Salamanca”, surge a Inclusão Escolar com o objetivo de romper o paradigma educacional
existente e com estrutura curricular fechada da escola. As pessoas com deficiências são
reconhecidas como cidadãos e aceitas na escola. Esta inclusão no campo educacional envolve
um processo de reforma e reestruturação da instituição escolar como um todo, para que todos
possam ter acesso a todas as oportunidades oferecidas pela escola. A escola inclusiva pressupõe
que todas as crianças possam aprender e fazer parte da vida escolar e social. Há a valorização à
diversidade, a crença de que as diferenças fortalecem a todos os envolvidos. O movimento
mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, em defesa do
direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de
discriminação. Desta forma, a educação especial passa a integrar a proposta pedagógica da
escola regular, promovendo o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos
com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades. A educação
especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às
necessidades educacionais especiais desses alunos, direcionando suas ações para o
atendimento às suas especificidades, orientando a organização de redes de apoio, a formação
continuada, a identificação de recursos, serviços e desenvolvimento de práticas colaborativas.

O Direito à educação é parte de um conjunto de direitos chamados de direitos sociais, que têm
como inspiração o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil este direito apenas foi
reconhecido na Constituição Federal de 1988, antes disso o Estado não tinha a obrigação formal
de garantir a educação de qualidade a todos os brasileiros, o ensino público era tratado como
uma assistência, um amparo dado àqueles que não podiam pagar. Além da Constituição Federal,
de 1988, existem ainda duas leis que regulamentam e complementam a do direito à Educação:
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990; e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB), de 1996. Juntos, estes mecanismos abrem as portas da escola pública fundamental a
todos os brasileiros, já que nenhuma criança, jovem ou adulto pode deixar de estudar por falta
de vaga. A educação inclusiva foi aplicada como uma política mais eficiente de apoio às pessoas
com necessidades especiais, a ideia era que todos pudessem conviver em sociedade com as
mesmas condições. Ela foi muito importante, pois diferente da política adotada anteriormente,
a educação inclusiva prega que os alunos deficientes devem estudar nas mesmas classes em que
os alunos regulares estudam. Essa ideia partiu da premissa de que assim, a discriminação com
deficientes seria reduzida, já que as crianças cresceriam estudando junto com essas pessoas.
Embora seja lei em nosso país, a educação infantil inclusiva está longe de ser instaurada.
Principalmente pela falta de recursos das escolas e a necessidade de uma melhor preparação
para os professores. Tanto que, hoje existe uma lei que obriga a todos os cursos de graduação
direcionados para a formação de professores a terem a disciplina de LIBRAS (Língua Brasileira
de Sinais), além de outras instruções voltadas para se lecionar para deficientes. A escola e a
família possuem o dever de garantir a educação dos indivíduos, de modo que ambas se
complementam em seus papeis, razão pela qual é importante voltar o olhar para a participação
da família como parceira do ambiente escolar para concretização do processo de ensino e
aprendizagem, principalmente na perspectiva das crianças consideradas como deficientes, ao
buscar uma inclusão satisfatória desses discentes. Segundo Paro (2000) é de suma importância
a contribuição efetiva dos pais junto aos filhos de forma qualitativa, na educação especial não é
diferente, pois é em casa junto à família que a criança recebe e engloba o desenvolvimento de
estímulos para estudar, pelo gosto em aprender coisas novas. Um aspecto importante a
considerar quando se procura averiguar a presença da participação em casa com vistas a um
melhor desempenho dos filhos é o conceito que se tem dessa participação ou “ajuda”.(...) à
ajuda dos pais em casa estão querendo se referir desde a um carinho ou afeto que pode parecer,
em princípio, não relacionado com a vida escolar do aluno, até uma intervenção mais ostensiva,
ajudando nas lições de casa. (PARO·, 2000, p.38-39). Além disso, com a sua família, a criança é
capaz de expressar seus primeiros sentimentos e aprender sobre os conflitos que podem surgir
em sua vida, também no que tange às suas emoções e como tratar o outro, respeitando as
pessoas que as cercam, sendo este um importantíssimo ensinado para a boa convivência com a
comunidade. Desta forma, é preciso que haja o empoderamento da família para uma efetiva
participação e que ela colabore com informações e ideias, sendo que os pais e/ou responsáveis
possam participar das decisões, contribuindo, portanto, para a mudança de hábitos e
aprimoramento de técnicas para efetivar o processo de ensino e aprendizagem,
fundamentalmente no contexto escolar inclusivo dos alunos com deficiência, diante de suas
várias características e necessidade de inclusão escolar como um direito fundamental desses
educandos.

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