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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Instituto de Ciências Humanas


Bacharelado em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis

Monografia

As pinturas murais do teto do foyer do Theatro Guarany: levantamento


das patologias para a definição do estado de conservação

Lisiane Gastal Pereira

Pelotas
2013

0
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE MUSEOLOGIA E CONSERVAÇÃO E RESTAURO
BACHARELADO EM CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS
MÓVEIS

AS PINTURAS MURAIS DO TETO DO FOYER DO THEATRO GUARANY:


LEVANTAMENTO DAS PATOLOGIAS PARA A DEFINIÇÃO DO ESTADO DE
CONSERVAÇÃO

Lisiane Gastal Pereira

Trabalho de conclusão apresentado ao


Curso de Bacharelado em Conservação e
Restauro de Bens Culturais Móveis da
Universidade Federal de Pelotas, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Conservação e Restauro de
Bens Culturais Móveis. Sob orientação da
Professora Ms. Andréa Lacerda
Bachettini.

Pelotas-RS, Fevereiro de 2013.

1
Banca examinadora:

_____________________________________________

Profe. MS. Roberto Heiden (UFPel)


_____________________________________________

Profa . MS. Andréa Lacerda Bachettini (UFPel/orientadora)


2
Dedico ao meu marido, amigo e parceiro Douglas, por todo seu
amor e paciência e aos meus pais Maria Cristina e Arcildo (in
memorian), por todos os ensinamentos a mim transmitidos.
3
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade Federal de Pelotas pela oportunidade de realização


do curso.
Agradeço ao curso de Bacharelado em Conservação e Restauro de Bens
Culturais Móveis e a todos os membros do corpo docente que me auxiliaram durante
o período de minha formação.
Agradeço à professora Andréa Lacerda Bachettini, que me orientou neste
trabalho de conclusão de curso, com todo seu conhecimento, apoio e dedicação.
Agradeço ao professor Roberto Heiden, membro da banca examinadora deste
trabalho de conclusão de curso, que aceitou ao convite e pode participar desse processo.
Agradeço às proprietárias do Theatro Guarany, Suzana Zambrano e Andreia
Fetter Zambrano, por permitirem o acesso para a realização do trabalho, bem como
agradeço também aos funcionários do local, especialmente ao Sr. Pedro Cameis e
ao Sr. Wagner Peixoto que sempre me receberam muito bem e me auxiliaram no
que fosse necessário.
Agradeço aos meus colegas, pelos auxílios prestados em diversos momentos
do curso, inclusive na construção deste trabalho, em especial à Miriam Campos.
Agradeço a todos os funcionários do curso, especialmente à restauradora keli
Cristina Scolari que me auxiliou, dentre tantas outras coisas, no exame estratigráfico, e
ao arquiteto Jeferson Salaberry, que me auxiliou com as fotografias e gráficos.
Agradeço à professora Margarete Gonçalves a ao técnico Bruno Noremberg,
ambos do Curso de Engenharia de Materiais, que auxiliaram no desenvolvimento do
trabalho com a realização dos exames laboratoriais.
Agradeço ao Bruno machado pelo auxílio prestado com a tradução do resumo.
Agradeço ao Fabrício Sória e à Mariana Isquierdo pelo empréstimo de suas
câmeras fotográficas, bem como agradeço à Érica Ribeiro por ter auxiliado com o
registro fotográfico.
Agradeço a Paula Reisser pelo empréstimo do seu livro “Teoria da
Restauração”.
Agradeço ao Yimi Walter pelo auxílio com a identificação das pinturas.
Por fim, agradeço ao Cristiano Sória e à Débora Klasen por todo o auxílio
prestado.

4
“Qualquer matéria ou objeto presente na natureza é
influenciado em todos os seus atributos pelos outros objetos ou
matérias que os envolvem, e todas as imagens vistas são
modificadas pelas sensações simultaneamente captadas.”

Pio Semeghini.
5
Resumo

PEREIRA, Lisiane Gastal. As pinturas murais do teto do foyer do Theatro


Guarany. 2013. 103f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Bacharelado
em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis. Instituto de Ciências
Humanas da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

O presente trabalho aborda as pinturas murais que se encontram no teto do foyer do


Theatro Guarany, Pelotas, RS, as quais prestam uma homenagem aos grandes
compositores da história da música, retratando alguns de seus representantes de
forma figurativa. Originalmente o Theatro Guarany era repleto de pinturas murais, as
quais foram, em sua maioria, encobertas por novas camadas de tinta restando,
dessa forma, poucos exemplares originais. Apesar de o teto do foyer não ter sofrido
repinturas, o passar dos anos trouxe alguns danos a esses murais. Neste contexto,
o trabalho realiza uma análise do atual estado de conservação em que essas
pinturas se encontram, efetuando um levantamento das patologias encontradas e da
origem dessas deteriorações, gerando uma base de dados que fornece aos
profissionais de restauro informações pertinentes para a realização de uma proposta
de intervenção de acordo com as necessidades apuradas, o que auxiliará na
preservação desse bem histórico. Para a realização deste trabalho a metodologia
empregada foi a pesquisa histórica, análises visuais e laboratoriais, assessorias /
entrevistas com especialistas e pessoas relacionadas ao teatro, levantamento
fotográfico e preenchimento da ficha de diagnóstico.

Palavras-chave: Pintura mural. Conservação. Theatro Guarany.

6
Abstract

PEREIRA, Lisiane Gastal. As pinturas murais do teto do foyer do Theatro


Guarany. 2013. 103f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Bacharelado
em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis. Instituto de Ciências
Humanas da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

This work is about the wall-paintings which are located on roof of the Guarany
Theater’s foyer, Pelotas, RS, which are pay homage to the great composers of the
history of music, portraying some of their representatives in a figurative way.
Originally the Guarany Theater was filled in wall-paintings, which have been, mostly,
covered by new layers of paint, leaving, this way, few original exemplars. Although
the foyer’s roof hasn’t been repainted, these murals had some damage over the
years. In this context, this work performs an analysis of the present state of
conservation in which these paintings are, making a survey of the pathologies found
and of the origin of deteriorations, generating a data base which provides relevant
information to the restoration professionals for achievement of an intervention
proposal according the determined needs, which will help in the preservation of this
historic heritage. For the achievement of this work the methodology used was the
bibliography research, visual and laboratory analisys, advisory and interview with
experts and people associated to theater, photographic survey and fill of the
diagnosis form.

Keywords: Wall painting, Conservation, Guarany Theatre

7
Lista de figuras

Figura 1 Theatro Guarany 16


Figura 2 Planta baixa do pavimento superior 19
Figura 3 Bisão Ferido 20
Figura 4 Lei da frontalidade 21
Figura 5 Trecho de pintura da chamada tumba do mergulhador 22
Figura 6 Pinturas murais no interior da Sant’ Apollinare in Classe 24
Figura 7 Entrada de Cristo em Jerusalém 25
Figura 8 Escola de Atenas 26
Figura 9 Estratigrafia de um afresco tradicional 30
Figura 10 Estratigrafia de uma pintura a seco convencional 31
Figura 11 Divisão do teto do foyer 35
Figura 12 Franz Peter Schubert 37
Figura 13 Henrik Johan Ibsen 37
Figura 14 Giuseppe Verdi 38
Figura 15 Não identificado D 39
Figura 16 Antônio Carlos Gomes 39
Figura 17 Não identificado F 40
Figura 18 Wilhelm Richard Wagner 40
Figura 19 Frédéric François Chopin 41
Figura 20 Ludwig Van Beethoven 41
Figura 21 Jacques Offenbach 42
Figura 22 Camadas de argamassa 44
Figura 23 Amostra para estratigrafia 45
Figura 24 Corte estratigráfico 46
Figura 25 Rachadura 49
Figura 26 Perda do suporte 50
Figura 27 Intervenção no reboco 51
Figura 28 Sujidades superficiais 52

8
Lista de tabelas

Tabela 1 amostra 1 47
Tabela 2 amostra 2 47
Tabela 3 amostra 3 48
Tabela 4 amostra 4 48

9
Sumário

INTRODUÇÃO 11

CAPÍTULO 1 O Theatro Guarany e a arte mural 16


1.1 O foyer 18
1.2 As pinturas murais ao longo da história e seu significado nas
civilizações 19
1.3 A pintura mural e seus métodos de construção 27
1.4 Danos comuns em pinturas murais 31

CAPÍTULO 2 O obejeto de estudo: as pinturas murais do teto do foyer do Theatro


Guarany 34
2.1 Análise visual e pesquisa iconológica e iconográfica 35
2.2 Composição do teto do foyer do Theatro Guarany 36
2.3 Exames laboratoriais e organolépticos 42
2.3.1. Exame organoléptico 43
2.3.2. Corte estratigráfico 44
2.3.3 Caracterização química da argamassa 46
2.4. Levantamento do estado de conservação 49

CONCLUSÃO 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 56

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS 57

ANEXOS 58

10
INTRODUÇÃO

Inaugurado em abril de 1921, o Theatro Guarany, localizado no centro da


cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Brasil, à rua Lobo da Costa, nº 846, é uma
das mais importantes casas de espetáculos da cidade e o mais antigo teatro em
funcionamento atualmente em Pelotas. O teatro é de propriedade particular, e teve
sua construção iniciada em 1920. Na época, seus proprietários eram os sócios
Rosauro Zambrano, Francisco Xavier e Francisco Santos. Pouco tempo após a
inauguração a sociedade entre os três se desfez, ficando como proprietário apenas
Rosauro Zambrano. Desde então, a administração do teatro foi passando de
geração em geração.
O teatro é constituído de um amplo espaço interno, contando com 1324
lugares para o público. Para o conforto dos artistas, a casa conta com 21 camarins.
Além disso, o teatro possui um saguão de entrada, galerias de acesso à plateia e
aos camarotes, grandes escadarias, o foyer1 com capacidade para 120 pessoas, um
palco de grandes dimensões, salas da administração, além de outras dependências.
Nota-se, dessa forma, a grandiosidade arquitetônica desse antigo teatro que hoje
possui mais de noventa anos.
O Theatro Guarany tem grande importância na vida do povo pelotense devido à
grandiosidade de eventos culturais ocorridos no local. Além de inúmeras apresentações
artísticas, como encenações de peças teatrais e shows musicais, o teatro também teve
o seu período na cidade como cinema, chegando a ser considerado um dos maiores
cines-teatros do Brasil na época de sua construção, segundo Caldas e Souza (1994).
Além disso, atualmente, o teatro também é palco para solenidades e eventos como
formaturas e palestras.
Em sua estreia, teve como apresentação a ópera “O Guarany” do compositor
brasileiro Antônio Carlos Gomes (1836-1896), o qual tem sua imagem gravada no
centro da boca de cena. Além disso, sua imagem está registrada também no teto do
foyer, ficando evidente dessa forma, ser o nome do teatro uma homenagem ao
compositor e à ópera. Além da imagem de Carlos Gomes, o teto do foyer também

1
Área externa de auditórios definido por ser o local ideal para pequenas exposições,
excelente para realização de coquetéis, apresentações, coffee breaks, vernissage, além de
outros eventos. Disponível em: <www.dicionarioinformal.com.br/foyer/>. Acesso em
13.12.2012
11
está ilustrado com a imagem de outros grandes compositores: Beethoven, Chopin,
Ibsen, Offenbach, Schubert, Verdi, Wagner e outros dois não identificados. Seus
rostos estão estampados em medalhões volteados por liras, partituras e folhas de
louro, além de elementos geométricos (retas paralelas e perpendiculares).
Construído em um período em que a cidade de Pelotas passava por intensas
atividades culturais, o Theatro Guarany possui um estilo eclético onde predominam o
neoclássico e o art nouveau. Em sua fachada, na platibanda, é possível observar
figuras e alegorias com motivos indígenas dando referências ao nome da casa:
“Guarany”. Já na parte interna, o teatro foi composto quando construído, por
diversas pinturas murais, das quais a maioria encontra-se atualmente encoberta por
camadas de tinta que foram sobrepostas. Segundo Bachettini (1997), as pinturas
murais foram realizadas pelos artistas Willy Schmidt e Joaquim Lamas Filho e são
de duas ordens: decorativas e artísticas. “As pinturas artísticas, em menor
quantidade, retratam paisagens, enquanto as decorativas representam elementos
geométricos e figurativos”. As pinturas murais do teto do foyer homenageando os
grandes compositores são as únicas dessa sala e umas das poucas de todo o teatro
que não foram encobertas por repinturas. E, apesar de algumas imagens ainda
apresentarem um bom estado de conservação, outras, no entanto, apresentam
danos.
Para Bachettini (1997), a perda das pinturas murais do teatro se deve ao fato
do prédio ter sofrido diversas reformas, sendo a mais significativa a reforma
realizada para os seus 50 anos em 1970. Nesta reforma muitas pinturas foram
encobertas, “o que a princípio poderia ser uma atitude normal para o momento
artístico da época, pois a passagem da policromia para a monocromia era algo
recorrente neste momento” (MEDEIROS, 2011).
Neste contexto, este trabalho apresenta a realização do levantamento dos
danos que as pinturas murais que se encontram no teto do foyer apresentam,
realizando um diagnóstico das patologias que determinam essa situação e seus
agentes causadores. Essa análise do estado de conservação das pinturas murais do
teto do foyer do Theatro Guarany servirá como base à alguma futura proposta de
intervenção, o que irá colaborar com a manutenção da obra às gerações futuras.
A execução deste trabalho tem relação com projeto de pesquisa e extensão
da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) “o estudo das pinturas murais originais

12
do Theatro Guarany2”, que ocorre desde 2009 e é coordenado pela professora
Andréa Bachettini. O projeto é realizado pelos discentes da UFPel do curso de
Bacharelado em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis e faz parte do
“Programa de revitalização do Theatro Guarany”. Esse projeto visa recuperar as
pinturas murais as quais se encontram pelas paredes do interior do teatro, porém a
maioria destas pinturas está encoberta por camadas de tinta. Além da recuperação
das pinturas encobertas, o projeto também visa conservar as pinturas murais ainda
existentes que não possuem repinturas.
O objeto de estudo trata-se das pinturas murais do teto do foyer do Theatro
Guarany3, sala onde já houve abertura de janela de prospecção, e que também teve
a sua escadaria restaurada. O trabalho realizado foi o levantamento e análise das
patologias apresentadas pelas pinturas murais do teto do foyer, indicando o estado
de conservação desses bens, que se justifica devido aos seguintes fatores: a
importância do Theatro Guarany para o povo pelotense; a necessidade de conservar
uma arte de difícil execução, a qual não é mais tão realizada nos dias de hoje, e que
esta se perdendo aos poucos; o fato de ser uma das poucas pinturas murais do
teatro que não foi encoberta por repinturas, além de trazer uma contribuição para o
projeto de revitalização do teatro auxiliando na recuperação e manutenção desse
monumento histórico que guarda grande parte da memória cultural da cidade de
Pelotas.
O grande objetivo do trabalho foi identificar as causas das patologias que
definem o estado de conservação, o que poderá possibilitar uma futura proposta de
intervenção de acordo com as necessidades apuradas. Esse item foi essencial para
poder resolver a questão central do trabalho, apontando não só as características do
atual estado, mas também as suas causas.
Para obter os resultados do principal objetivo do trabalho foi necessário definir
os pontos em que se encontram e quais eram os danos das pinturas murais do teto

2
O acesso ao teatro é liberado a todos os membros da equipe que fazem parte do projeto, o
qual é realizado no período matutino ou vespertino. O projeto costuma ocorrer uma vez por
semana, mas seu dia e horário podem variar de acordo com o semestre. Os materiais
utilizados no projeto são cedidos pela administração do teatro e os equipamentos de
proteção individuais e coletivos são cedidos pela coordenadora do projeto.
3
Devido à altura do teto do foyer, foi necessário a utilização de um andaime para se ter
acesso às pinturas, o qual também é cedido pela administração do teatro.

13
do foyer e isso foi realizado através de estudos, análises, fotografias, desenhos e
mapeamentos; a avaliação de quais são as origens dos danos e seus principais
fatores; e a análise, através de retirada de amostragem e exames laboratoriais, dos
materiais que compõe a obra. Esses objetivos mais específicos definiram as etapas
do trabalho e através deles pode-se obter uma conclusão para o objetivo geral.
Para a realização do levantamento do estado de conservação das pinturas
murais do teto do foyer do Theatro Guarany, foi necessária a realização de algumas
etapas que foram de extrema importância para a obtenção do resultado do projeto.
Primeiramente, a pesquisa bibliográfica, que foi feita através de livros, artigos,
trabalhos, revistas e outras fontes que auxiliaram o desenvolvimento do projeto.
Como forma de pesquisa, também foram realizadas consultas com antigos
funcionários, com os proprietários do teatro e com acadêmicos e funcionários da
UFPel que trabalham em projetos dentro do teatro. Também foram feitas
assessorias com especialistas, como conservadores - restauradores e historiadores,
entre outros. Foi realizado um levantamento gráfico do estado de conservação e um
acompanhamento fotográfico de todas as etapas efetuadas para a realização do
registro do trabalho, para que no futuro seja criado um banco de dados. Foram feitos
estudos no local e análises laboratoriais de amostras coletadas para definir a
composição de alguns materiais e também as camadas de composição. Para a
realização da etapa de análises, buscou-se ao Laboratório do Curso de Engenharia
de Materiais da UFPel, o qual já auxiliou os projetos do curso em outras ocasiões.
O trabalho se desenvolve em dois capítulos distintos. O primeiro tem o
objetivo de contextualizar o leitor abordando aspectos históricos relativos ao Theatro
Guarany e à pintura mural, além de abordar questões relativas aos métodos de
construção e os danos mais comuns em pinturas murais. Foram citados teóricos
como Braga (2003), Mayer (2006) e Tirello (2001).
O segundo capítulo traz uma apresentação mais direta a respeito do objeto de
estudo, os métodos utilizados para a pesquisa e o levantamento do estado atual de
conservação das pinturas murais do teto do foyer do Theatro Guarany.
Ao final o trabalho traz os dados conclusivos alcançados através do estudo,
expondo a importância das etapas efetuadas e reafirmando os resultados obtidos
através dos estudos bibliográficos, mostrados no primeiro capítulo, e das análises
que foram realizadas, as quais estão expostas no segundo capítulo. Além disso, traz

14
o objetivo do trabalho: a definição do estado de conservação e a origem dos danos
encontrados.
O trabalho foi desenvolvido com intuito de gerar uma base para uma futura
intervenção devido à necessidade urgente de intervenção que essas pinturas
apresentam, para que esse bem artístico e histórico que faz parte da vida cultural da
cidade de Pelotas não se perca.

15
O THEATRO GUARANY E SUA ARTE MURAL

O surgimento do Theatro Guarany (fig.1) na cidade de Pelotas ocorreu em


uma época em que a cidade ainda sentia os reflexos da riqueza proporcionada no
século anterior em função da indústria do charque. Era o ano de 1921, na data de 30
de abril, quando os três sócios: o espanhol Rosauro Zambrano, e os portugueses
Francisco Xavier e Francisco Santos inauguraram a casa de espetáculos com a
apresentação da ópera “O Guarany”, do compositor brasileiro Carlos Gomes,
interpretado pela companhia italiana de óperas Marranti, de Buenos Aires. Conforme
Caldas e Santos (1994), a lotação do teatro, a princípio, contava com 81 camarotes
(46 de primeira ordem e 35 de segunda ordem), 1088 lugares de plateia (divididas
em 352 poltronas estofadas, sendo que restante eram cadeiras de primeira e
segunda classe) e ainda havia mais 1200 lugares na geral. Após a inauguração foi
divulgado um folheto informando a lotação regular do teatro: 76 camarotes (36 e 40
respectivamente de primeira e segunda ordem), 316 poltronas, 186 cadeiras de
primeira classe, 515 cadeiras de segunda classe, 222 paraísos numerados e 900
gerais. No entanto, na noite de inauguração, a casa recebeu quase 3000 pessoas.
Atualmente, de acordo com a homepage do Theatro Guarany4, o local oferece aos
seus frequentadores a disponibilidade de 1324 lugares.

Figura 1 – Theatro Guarani.

Fonte: foto da autora, 2013.

4
Disponível em: <http://theatroguarany.blogspot.com.br/>. Acesso em 12.02.2013
16
A arquitetura do empreendimento era grandiosa. A construção do projeto de
Stanislau Szarfarki, que começou em fevereiro 1920, foi efetuada pela empresa
Rodrigues & Cia. e durou mais de um ano, ficando pronta apenas em março de
1921. O prédio foi construído em estilo eclético, o que era predomínio nas
construções do período na cidade, com fortes influências neoclássicas. Além disso,
foram colocados em sua fachada elementos com motivos indígenas referenciando o
nome do local. Em seu interior, as paredes eram recobertas por pinturas murais nas
paredes e tetos as quais foram realizadas pelos artistas Willy Schmidt e Joaquim
Lamas Filho. Segundo Medeiros (2011), posteriormente foram realizadas novas
pinturas que foram atribuídas ao pintor Sobragil Carollo.
O Theatro Guarany foi projetado para desempenhar não só as atividades de
teatro como também a reprodução de filmes, o que o denominava assim um cine-
teatro. Sua inauguração como cinema ocorreu no dia 18 de maio de 1921 e sua
primeira sessão lotou.
O Theatro Guarany proporcionou um maior acesso à cultura às camadas
menos abastadas da cidade de Pelotas. Isso se comprova em algumas atitudes
tomadas pela administração do local, como abolir o uso da casaca (o qual era
obrigatório no Teatro Sete de Abril) e promovendo os dias do “teatro lírico popular”,
onde os espetáculos possuíam preços mais acessíveis (CALDAS e SANTOS, 1994).
A sociedade entre os três proprietários do então cine-teatro Guarany não
durou muito tempo e se desfez em menos de um ano, ficando como proprietário
apenas Rosauro Zambrano. A administração do teatro foi passando de geração em
geração e hoje em dia quem o administra são as bisnetas de Rosauro: Suzana
Zambrano e Andréia Fetter Zambrano.
Durante os anos de sua existência, o Theatro Guarany passou por uma série
de reformas, sendo a mais considerável delas a ocorrida em 1970 para a
comemoração de seus cinquenta anos, realizada pelo artista pelotense Adail Bento
Costa5, quando se realizou a polêmica “colocação de um novo e rebaixado teto”

5
Adail Bento Costa (1908 – 1980) foi um artista plástico pelontense que teve sua formação
acadêmica em Porto Alegre no Instituto de Belas Artes, viajando posteriormente para a
Europa em busca do aperfeiçoamento de seus estudos. Fez inúmeras exposições em
Pelotas e uma em Montevidéu. Após alguns anos acabou vertendo para a restauração de
prédios históricos. Durante sua carreira Adail restaurou diversos prédios além de inúmeros
objetos de arte. Disponível em: <http://pelotascultural.blogspot.com.br/2009/05/101-anos-de-
adail-bento-costa.html>. Acesso em 21.02.2013.
17
(CALDAS E SANTOS, 1994, p. 61), que cobriu pinturas que ali se encontravam. As
reformas juntamente com o passar do tempo foram responsáveis por diversas
perdas e danos ocorridos no local, o que descaracterizou a decoração original.
Atualmente, o teatro não conta mais com as reproduções cinematográficas
que se encerraram no ano de 1996, os lugares denominados “paraísos numerados”
foram interditados e a maioria das pinturas murais do teatro foi encoberta por
sucessivas camadas de tinta ou placas de compensado. O forro colocado sobre a
plateia na reforma de 1970 juntamente com o forro original em folha de flandres
acabaram sendo removidos recentemente devido ao estado de conservação em que
se encontravam, pois poderiam ocasionar um acidente ao público. Algumas placas
de flandres foram armazenadas para uma futura identificação e se possível
restauração.
Com o intuito de resgatar essas pinturas murais, existe hoje um projeto
coordenado pela professora do Bacharelado em Conservação e Restauro de Bens
Culturais Móveis da UFPel, Andréa Lacerda Bachettini. O projeto tem como objetivo
promover a realização de estudos e se possível a recuperação da arte mural
original, trazendo de volta aos pelotenses esse importante patrimônio artístico,
histórico e cultural.

1.1 O FOYER

Em grandes teatros é comum encontrar um local destinado para o recreio dos


frequentadores que se encontram nos camarotes. Esse local é denominado foyer.
Esse ambiente proporciona ao público um local de convivência nos intervalos, onde
a sociedade tem a oportunidade de interagir.
No Theatro Guarany, esse local se encontra situado logo acima do saguão,
possuindo capacidade para 120 pessoas. O local possui um terraço de frente para a
Rua Lobo da Costa. Além disso, o foyer possui uma escadaria que dá acesso à
antiga sala de projeções (fig. 2).

18
Figura 2 – Planta baixa do pavimento superior.

Fonte: acervo do projeto sobre o estudo das pinturas murais originais do Theatro Guarany.
Autor: Jeferson Sallaberry, 2010.

Inicialmente, o foyer do Guarany tinha suas paredes e escadaria


completamente tomadas por pinturas murais decorativas com elementos
geométricos (BACHETTINI, 1997) como mostra a fig. 3. Essas pinturas foram
encobertas por uma pintura lisa bege. Recentemente, a escadaria passou por um
processo de restauro6 que resgatou essas pinturas e em uma das paredes foi aberta
janela de prospecção7, o que permitiu que os frequentadores pudessem observar
como a pintura é originalmente.
No teto do foyer do teatro há 10 pinturas figurativas que homenageiam alguns
grandes compositores. Tais pinturas não foram encobertas com repinturas, no
entanto, algumas delas encontram-se bastante deterioradas, o que gerou a
necessidade desse estudo que realiza o levantamento do estado de conservação
para uma possível intervenção.

1.2 A PINTURA MURAL AO LONGO DA HISTÓRIA E SEU SIGNIFICADO NAS


CIVILIZAÇÕES

Pintura mural ou parietal é um tipo de pintura que existe a milhares de anos, e


ao longo das civilizações seu significado foi se alterando. As pinturas mais antigas

6
Restauro realizado pelos acadêmicos do Bacharelado em Conservação e Restauro de
Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas, no ano de 2010, através do
Projeto sobre o estudo das pinturas murais originais do Theatro Guarany, sob coordenação
da professora Andréa Bachettini.
7
Espaço onde é realizada uma raspagem mecânica da camada externa da pintura com o
auxílio de um bisturi, até chegar à pintura original.
19
de que se tem conhecimento pertencem ao Paleolítico Final, que teve seu princípio
há aproximadamente 35.000 anos.
Acredita-se que as pinturas rupestres, apesar de sua beleza, não serviam
apenas como uma simples decoração das paredes das cavernas, e sim tinham fins
ritualísticos. Os autores Janson e Janson comentam em seu livro “Iniciação à história
da arte” (2009), o que poderia ser uma das intenções dos homens pré históricos:
obter êxito na caça. Segundo os autores, o fato de haver muitas imagens de animais
mortos ou feridos (fig. 3) explica a teoria: “aparentemente, para os homens do
Paleolítico não havia uma distinção muito nítida entre imagem e realidade... e ao
‘matarem’ a imagem julgavam ter matado o espírito vital do animal” (p. 15). Além
disso, essas imagens também poderiam servir para encorajar os caçadores. Porém
não se sabe ao certo se essa teoria procede.

Figura 3 – Bisão ferido (pintura rupestre datada de 15000-10000 a.C). Altamira, Espanha.

Fonte: http://artemazeh.blogspot.com.br/search/label/Altamira.
Acesso em 13.12.2013.

No período em que começou a se formar a sociedade Egípcia (por volta de


3200 a.C), começou-se a se alterar o significado das pinturas murais. Os egípcios
cultuavam a vida após a morte e sua arte era voltada para este fim. Portanto, as
pinturas murais desse período foram realizadas em sua maioria nas tumbas
mortuárias.

20
Durante a civilização egípcia seguia-se um padrão bastante rígido na
realização das pinturas, como por exemplo, a lei da frontalidade (fig. 4), onde o
tronco da figura humana é representado sempre de frente, enquanto sua cabeça,
pernas e pés são representados de perfil. Havia também uma coloração diferenciada
entre a representação da figura masculina e a feminina, enquanto os homens eram
pintados com a cor vermelha, as mulheres eram pintadas com a cor ocre. Outra
característica comum, é que a importância das figuras nas imagens era enaltecida
através do tamanho com a qual elas eram representadas, geralmente os tamanhos
seguiam a seguinte hierarquia: o rei em tamanho maior, seguido por sua esposa, o
sacerdote, os soldados e, por fim, o povo que era representado em tamanho menor.
Uma exceção à essa última regra é citada no livro “Egito” da série “Grandes
Civilizações do Passado” (2006) do autor Siliotti, onde ele se refere a uma pintura
feita em um pequeno templo de Abu Simbel, que é dedicado a deusa Hator e à
rainha Nefertári, onde a própria rainha é representada ao lado de seu marido, o rei
Ramsés, os dois com o mesmo tamanho.

Figura 4 – Lei da Frontalidade. Tumba da rainha Nefertári, localizado no Vale das Rainhas,
antiga cidade de Tebas, nas proximidades da atual cidade de Luxor.

Fonte: SILIOTTI, 2006, p. 216.

As pinturas murais realizadas no interior das tumbas geralmente


representavam o mundo do além e muitas vinham acompanhadas de textos escritos
com hieróglifos. Era muito comum também haver transcrições nas paredes de

21
alguns livros, como o Livro dos Mortos, o Livro do Amduat8, o Livro das Portas, o
Livro do Dia, o livro da noite e o livro das cavernas. Conforme Siliotti (2006, p. 190)
“(...) garantiam ao morto o conhecimento das fórmulas mágicas que necessitava
para superar as dificuldades que se apresentariam durante a viagem”.
Na Grécia antiga (que teve seu início em torno do século VI a.C), as pinturas
passaram a ganhar um maior naturalismo em oposição à rigidez das pinturas dos
egípcios, porém, a maioria das pinturas que chegaram até nossos dias foram
realizadas em cerâmica, restando poucos exemplares murais. Uma das poucas
pinturas desse período é o afresco encontrado na chamada Tumba do Mergulhador
de cerca de 480 a.C. (fig. 5), que retrata duas cenas distintas: nas paredes laterais
há a representação de dez figuras masculinas em o que parece ser uma celebração
e o teto abrange a representação de um jovem nu pulando de um trampolim para a
água.

Figura 5 – Trecho de pintura da chamada Tumba do Mergulhador. Paeston, Itália.

Fonte: DURANDO, 2005, p. 261.

Apesar de não ter-se conhecido muito da pintura grega, se pode ter uma ideia
de como estas eram a partir das pinturas romanas, pois segundo historiadores, os
romanos admiravam muito as artes gregas e se inspiraram nela para o
desenvolvimento da sua. Fala-se também em muitos casos de cópias.
Os murais romanos também não teriam sobrevivido em grande quantidade
até os dias de hoje se não fosse a cidade de Pompéia, que foi soterrada após a
erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 d.C. A cidade, que foi descoberta em 1748,
guardou durante séculos informações valiosas a respeito do modo de vida dos
romanos daquele período e manteve viva muitas de suas artes, entre elas as

8
Livro do que há no além, é um dos grandes textos mortuários e trata da geografia sagrada
do mundo do além (SILIOTTI, 2006, p. 192).
22
pinturas murais, as quais foram encontradas na cidade em grande quantidade.
Essas pinturas permitiram aos historiadores um acompanhamento na mudança do
gosto decorativo dos romanos. Segundo os autores Liberti e Bourbon, do livro “A
Roma Antiga” da série “Grandes Civilizações do Passado” (2005), a pintura mural
romana seguiu quatro estilos, os quais os autores comentam na página 180:

o chamado estilo I, que floresceu em 200 e 80 a.C., influenciado


pelo helenismo, era uma imitação em estuque policromado, em
relevo, de um revestimento de mármore feito com pedras bem
trabalhadas. No século I a.C. ganhou força o estilo II, com
perspectiva, compostos de paisagens arquitetônicas ou
paisagísticas; o estilo III, em moda até aproximadamente 40 d.C.,
teve por sua vez um caráter decorativo, liso, bem esquemático.
Finalmente, o estilo IV, que se impôs depois do sismo de 62 d.C9, era
exuberante e fantasioso, carregado de elementos de ilusão.

Quando se iniciou a Era Cristã o Império Romano ainda era pagão e seguia o
mesmo modelo artístico. As duas crenças (pagã e cristã) coexistiram durante
aproximadamente três séculos. As manifestações artísticas cristãs desse período
são escassas. Os únicos exemplares de pinturas murais encontradas foram em
catacumbas, cujas quais traziam temas religiosos cristãos, mas com fortes
características das pinturas romanas, reforçando assim ser este um período de
transição (JANSON; JANSON, 2009).
Em 323 d.C. Constantino, o Grande, mudou a capital do Império Romano
para a cidade de Bizâncio, a qual veio a se chamar Constantinopla. “A nova capital
também simbolizava a nova base cristã do Estado romano” (JANSON; JANSON
2009, p.88). Começou nesse período a arte Bizantina que durou aproximadamente
mil anos. Resumidamente falando, essa era uma arte voltada para a religião. Nesse
período artístico realizaram-se muitos murais em igrejas os quais tinham o intuito de
catequizar o povo (fig. 6). A pintura mural auxiliou muito nessa tarefa, pois a maioria
das pessoas não sabia ler.

9
Terremoto em grandes proporções que sacudiu Pompéia e cidades próximas em 5 de
fevereiro de 62 d.C., o qual causou muitos danos à cidade (LIBERTI; BOURBON, 2005).
23
Figura 6 – Pinturas murais do interior da Sant’ Apollinare in Classe, Ravena.

Fonte: JANSON; JANSON, 2009, p. 91.

Durante o período da Idade Média floresceram diferentes manifestações


artísticas, em diferentes países, como a arte carolíngea e a arte românica, porém
nenhuma trouxe grandes inovações na área da pintura (JANSON; JANSON, 2009).
Ao fim do século XIII, na Itália, começou a surgir uma tendência que trouxe
intensas transformações. Esse novo estilo surgiu através da pintura românica com
influências bizantinas, o qual era denominado pintura neo bizantina (ou “a maneira
grega” como os italianos chamavam). A pintura neo bizantina por sua vez, passou a
sofrer influências da arte gótica que já era tendência na arquitetura. Dessa junção de
estilos nasceu a pintura gótica, que tem como umas de suas principais
características o seu grande naturalismo e expressividade (JANSON; JANSON,
2009). O maior representante desse estilo foi o pintor Giotto, que dedicou a maior
parte de seus trabalhos a realização de afrescos (fig. 7).

24
Figura 7 – Entrada de Cristo em Jerusalém. Afresco de Giotto. Capela da Arena, Pádua.

Fonte: JANSON; JANSON, 2009, p. 149.

Para alguns estudiosos, Giotto é um representante do início da pintura


renascentista. Porém, outros concordam que a pintura renascentista teve seu início
em torno de 1420, em Florença e nos Países Baixos quando houve outra grande
revolução com pinturas ainda mais realistas. Esse período é chamado por alguns de
Gótico Tardio por não ter um nome definido, no entanto, esse novo estilo já fazia
parte do movimento pré-renascentista (JANSON; JANSON, 2009).
Basicamente, o Renascimento é uma retomada das artes e da ciência da
Antiguidade Clássica. Os artistas do movimento renascentista passam a elaborar
suas pinturas de uma maneira racionalista, onde se utilizavam leis matemáticas e
princípios geométricos. Os pintores do Renascimento passam a adotar técnicas
como o claro-escuro e a perspectiva científica. O clímax da arte renascentista se deu
com o Alto Renascimento que contou com artistas que são considerados grandes
gênios como Rafael, que pintou o afresco “A Escola de Atenas” (fig. 8) e
Michelangelo que pintou o teto da Capela Sistina, entre outros.

25
Figura 8 – Escola de Atenas. Afresco de Rafael. Stanza della Signatura, Palácio Vaticano,
Roma.

Fonte: JANSON; JANSON, 2009, p. 219.

Após o Alto Renascimento houve um período que se dividiu em diversas


tendências até que surgisse o Barroco, que ocorreu de 1600 até 1750. Segundo os
autores Janson e Janson (2009, p. 250) barroco significa “irregular, contorcido,
grotesco”. Os temas de suas pinturas eram religiosos e as pinturas murais nesse
período eram bastante comuns em paredes e tetos de igrejas. Algumas
características desse estilo são a teatralidade, a simulação de elementos
arquitetônicos e escultóricos e a utilização do claro-escuro para dramatizar a cena
representada.
Ao fim do Barroco, o centro das atividades artísticas sai da Itália e vai para a
França, e surge em torno de 1715 a arte Rococó, que foi um estilo voltado a
aristocracia intelectual, onde suas principais características eram sua elegância,
refinamento e exagero decorativo. Nesse período, a pintura mural tinha apenas um
caráter: o decorativo (diferente dos períodos anteriores onde ela geralmente estava
ligada a religião), porém foi pouco utilizada, pois se dava preferência a pintura de
cavalete.
Em meados do século XVIII iniciou-se a Era Moderna e a pintura mural aos
poucos foi perdendo espaço, entrando assim em decadência. No século XX a
pintura mural retorna a cena artística em Paris, nos Estados Unidos e no México em
movimentos distintos.
26
No Brasil, as primeiras pinturas murais são do período colonial, que ocorreu
entre os séculos XVI e XVIII. São pinturas feitas em igrejas, com inspirações de
diversas regiões da Europa em diferentes períodos, o que resultou em uma mistura
de estilos10.
Já com a vinda de D. João VI e a corte no século XIX vieram junto os hábitos
culturais europeus, tais como literatura, musica, teatro e pintura. O gosto pela
decoração de interiores foi um dos costumes europeus que foi aplicado no Brasil e,
conforme a pintora muralista Torem, em seu texto “pinturas murais de velhas
fazendas” (2009)11, as pinturas murais decorativas ganharam espaço nas
residências de abastados fazendeiros, principalmente no Vale da Paraíba, no Rio de
Janeiro. A pintura mural desse período tinha influência europeia dos estilos Rococó
e Neoclássico12. Muitos desses murais eram apenas decorativos, como os que
imitavam mármore. Outros, no entanto, eram representações de figuras e paisagens
(TOREM, 2009).
Na cidade de Pelotas, em fins do século XIX e início do século XX, as
atividades das charqueadas e a localização da cidade propiciaram intensas
atividades de exportação e importação (MAGALHÃES, 1981), e também a vinda de
estrangeiros de vários lugares da Europa. A variedade de materiais, construtores e
artistas de diversos lugares deram origem ao estilo eclético dos prédios da época. O
Theatro Guarany que foi construído nesse período, traz em sua arquitetura e
pinturas murais esse estilo eclético com fortes influências neoclássicas e da art
nouveau.

1.3 A PINTURA MURAL E SEUS MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO

Pintura mural ou parietal segundo sua definição mais ampla e mais difundida
é a pintura executada sobre uma parede. Porém, alguns autores tem uma definição
um pouco mais ampla a respeito do seu significado. Mayer, autor do livro “Manual do
Artista” (1996), é um deles. Ele diz em seu livro que:

10
Disponível em: <http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag005.shtml>. acesso em
03.01.2013.
11
Disponível em: <http://www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/sistema/wp-content/
uploads/2009/11/29_ana-torem-pg-475-ok.pdf>. Acesso em 06.01.2013.
12
Estilo que floresceu na França no final no século XVIII, baseada em um retorno aos
princípios estéticos da Antiguidade Clássica.
27
o termo pintura mural envolve muito mais que um trabalho artístico de
larga escala feito em paredes, e não em telas ou painéis móveis.
Implica também uma expressão ou caráter distinto de mural, que leva
em consideração todas as exigências estéticas e tecnológicas feitas
nestes trabalhos, por causa de seu lugar permanente como parte
integral da estrutura de uma construção (p. 395).

O autor ainda traz em seu livro as exigências de um mural de qualidade que,


segundo ele, além de ter que apresentar as características básicas de uma pintura
de cavalete, deve apresentar também permanência para as condições as quais
ficará exposta; acabamento fosco para poder ser vista igualmente por todos os
ângulos; desenhos que levem em conta que o expectador irá admirá-lo enquanto
anda; e uma pintura que seja adequada à arquitetura e à função do prédio.
Em geral, a pintura mural é realizada através de duas técnicas diferentes:
afresco ou a seco. A pintura denominada afresco consiste em aplicar o pigmento
dissolvido em água sobre o reboco ainda úmido integrando a pintura à superfície,
deixando-a assim mais resistente. A pintura realizada a seco é feita sobre a
superfície da parede, após a mesma ter secado completamente, de preferência com
o reboco bem preparado e com bom acabamento. Na pintura a seco geralmente se
usa as técnicas a têmpera, a óleo ou de encáustica, pois são mais resistentes.
Além dessas técnicas que são mais frequentemente utilizadas, há ainda
outras maneiras de se realizar um mural as quais não são muito difundidas. Essas
técnicas são citadas por Mayer (1996), e são elas: o mezzo fresco, onde era
realizada, através de incisões na parede com o substrato quase seco, aplicação do
pigmento juntamente com água de cal; o afresco portátil, que são afrescos que
podem ser transportados e fixados em uma parede; o afresco secco, que é feito na
parede completamente seca, umedecendo-a com muita água de cal na noite anterior
ao trabalho e novamente antes de começar o processo. A pintura é realizada nessa
parede úmida, adicionando-se ao pigmento moído em água, caseína; e o Graffito,
que é aplicação de reboco pigmentado sobre a parede já colorida, entalhando nesse
reboco ainda úmido o desenho desejado de forma que apareça a cor de fundo.
Em seu livro “Conservação e Restauro: pedra – pintura mural – pintura em
tela” (2003), Braga descreve brevemente as técnicas utilizadas na construção de
murais ao longo da história em diversas civilizações desde o período Paleolítico.
Segundo a autora, até o período Neolítico não se usava qualquer tipo de
preparação, e a tinta era aplicada diretamente sobre a parede. Os meios de
28
preparação do substrato começaram a surgir no período Neolítico e passaram a ser
aperfeiçoados com o tempo. No Egito, passou-se a aplicar a primeira camada e
recobri-la com gesso para um melhor acabamento. Enquanto na Mesopotâmia
começaram a surgir as primeiras realizações de afrescos onde se faziam incisões na
camada preparatória e realizava-se a pintura afresco com retoques a seco. Na índia
se utilizava duas ou mais camadas: a primeira para nivelar a superfície e uma
segunda camada mais fina que recebia a pintura composta de vários materiais e em
diversas camadas. Dentre as civilizações pré-colombianas encontrou-se no México
afrescos semelhantes aos romanos. No Peru a base era argilosa e a pintura era feita
a seco. Na cultura grega se faziam pinturas sobre terracota e a seco. As pinturas
etruscas no princípio eram feitas diretamente sobre a rocha e a partir do século IV
a.C. passaram a receber camadas de preparação. Os romanos faziam afrescos e o
acabamento da pintura com polimento. Na Idade Média continuou usando-se a
técnica do afresco, porém, houve uma simplificação da técnica romana e passaram
a excluir o polimento. A partir do século XII começou-se o uso de desenhos
preparatórios, tradição que se seguiu no Renascimento, período em que se
experimentou uma ampla quantidade de técnicas e materiais. No século XX a
pintura mural passou a ser feita com produtos comerciais em substituição das
técnicas tradicionais.
Mayer (1996) comenta que “os mais antigos afrescos de natureza técnica
altamente desenvolvida foram aqueles do período minoico13 escavados em
Cnossos, na ilha de Creta” (p. 399), e que exames comprovam a sua excelência. Ele
diz ainda que os murais das civilizações seguintes sofreram “um declínio definitivo
na qualidade artesanal que prosseguiu até nossos dias” (p. 399). Segundo Mayer, as
pinturas murais surgiram da necessidade de cobrir paredes com má aparência. Pelo
lado de fora essas paredes eram recobertas de maneira grosseira, porém pelo lado
de dentro se dava um melhor acabamento que foi ficando cada vez mais refinado,
até que se começou a aplicar pigmentos para decorá-las.
Em geral, atualmente, as pinturas seguem um sistema de massas
preparatórias que varia de acordo com a técnica empregada. No livro “O Restauro
de Um Mural Moderno na USP: O Afresco de Carlos Magano” (2001), a autora
Tirello explica a ordem das camadas das pinturas murais, tanto as feitas pela técnica

13
A civilização minoica viveu entre 2700 e 1450 a.C.
29
do afresco quanto as feitas pela técnica a seco. Na técnica afresco, primeiramente a
parede deve receber uma camada para regularizá-la, a qual é denominada emboço.
A este, se sobrepõem o reboco e sobre este o reboco fino. Segundo a autora essas
camadas constituem “o sistema de massas preparatórias” (p. 70). Por fim aplica-se a
massa fresca e os pigmentos (fig. 9). “A massa fresca e os pigmentos
destemperados simplesmente em água, após carbonatação 14 formam um único
estrato de cor (fixação por coesão)” (TIRELLO, 2001, p. 70).

Figura 9 – Estratigrafia de um afresco convencional.

Fonte: TIRELLO, 2001, p.70.

Mayer (1996) diz que “para que a obra tenha um máximo de solidez e
durabilidade, todos os materiais plásticos são aplicados em camadas graduadas, a
primeira sendo a mais áspera e a última a mais fina” (p. 407). Além disso, ele
descreve o receituário para um afresco de qualidade:

Normalmente na primeira camada do afresco se empregam 3


camadas de areia áspera para 1 de cal. Na segunda camada se
utiliza areia um pouco mais fina (mas ainda grossa) na proporção de
2 partes para 1 de cal; desta, certa quantidade pode ser substituída
por pó ou partículas de mármore mais grossas, a superfície sobre a
qual se pinta compõe-se de 1 parte de areia fina e 1 de massa de cal
(p. 408).

Já na pintura a seco as duas primeiras camadas seguem as mesmas:


emboço e reboco. Na composição dos estratos preparatórios se segue a estas a
camada de massa fina de regularização e a imprimadura. Por fim, vai o extrato de

14
O hidróxido de cálcio (cal) reage em contato com o dióxido de carbono (CO2) que esta
presente no ar, originando assim o carbonato de cálcio.
30
tinta e a camada de proteção (fig. 10). Ainda segundo Tirello (2001), as pinturas a
seco fixam-se ao suporte por adesão. Esses sistemas de construção das pinturas
murais não são uma regra e podem variar.

Figura 10 – Estratigrafia de uma pintura a seco convencional.

Fonte: TIRELLO, 2001, p. 71.

1.4 DANOS COMUNS EM PINTURAS MURAIS

Para a preservação de um mural, é necessário que sua construção seja


efetuada com competência. Seus materiais e meios de aplicação fazem toda a
diferença para a manutenção do bem. Para isto, tomar certos cuidados durante a
realização do mural é fundamental para que se tenha uma obra de qualidade.
Para Mayer (1996), a parede em que se realizará a pintura mural deve ser
“perfeitamente imóvel e não estar sujeita a contração, assentamento, etc” (p. 402).
Outra questão de grande relevância que o autor coloca no que se refere à parede é
com relação à umidade. Esta pode surgir tanto de uma infiltração como também por
alguma falha durante a realização do mural e causar danos sérios à pintura, os quais
podem ser manchas, pulverização, ou até mesmo eflorescência15. Para não ocorrer
esses danos é importante eliminar a umidade o máximo possível da parede antes da
aplicação da argamassa e também tentar evitar que a mesma sofra com intensas
variações de temperatura, o que irá causar contração e expansão. Uma alternativa
15
A umidade dissolve os sais dos materiais de construção e, após infiltrar e secar vai
depositá-los na forma de uma película branca, tenaz e com aparências de bolor na
superfície. (MAYER, 1996, p.402)
31
sugerida pelo autor para evitar a ocorrência desses danos é que se “forre” a parede
externa com uma parede nova para a realização do mural, criando assim um espaço
de ar entre a parede original e a argamassa.
A cal utilizada nas pinturas murais deve ter qualidades plásticas que são
adquiridas através de um longo preparo, que pode durar até mais de um ano.
Portanto, a cal deve ser preparada com adição de água para que se
transforme em cal hidratada e a partir daí ficar envelhecendo no mínimo de três a
seis meses segundo Mayer (1996). Conforme Braga (2003, p. 91) “os tratados
antigos recomendam até dois anos de armazenamento, mas o ritmo dos nossos
tempos exige o mínimo de duas semanas”. Aconselha-se que a água adicionada
seja destilada para não acrescentar sais solúveis, o que pode ocasionar danos.
Também não se recomenda o uso da cal recém-apagada por possuir partículas de
cal virgem que podem ocasionar defeitos (MAYER, 1996).
A cal hidratada juntamente com a areia irá formar a argamassa. Porém, a
argamassa também pode ser composta por outros materiais. Conforme Braga
(2003), “argamassa é a mistura de um ou mais ligantes minerais com agregados
inorgânicos e/ou orgânicos, com ou sem aditivos” (p. 89). No caso da cal e areia, o
primeiro é o ligante e o segundo é o agregado. Segundo Mayer (1996) parte da areia
muitas vezes é substituída por pó de mármore, porém não se deve ultrapassar 50%
da quantidade de areia, pois isso pode gerar fendas na argamassa. A areia usada
na argamassa deve estar livre de impurezas, podendo até ser lavada se for o caso.

a função da areia é fortalecer a argamassa, principalmente


eliminando seu encolhimento durante a secagem. Quando a
quantidade correta de areia é utilizada, e os grãos deste material
áspero e inerte tocam-se uns nos outros, as partículas mais finas da
cal ou cimento os cercam e preenchem os vazios entre eles
(MAYER, 1996, p. 407).

A granulometria da areia vai influenciar na qualidade da argamassa. O ideal é


que os grãos sejam irregulares. A quantidade de água adicionada no preparo da
argamassa também deve ser observada, pois se for excessiva pode dar origem a
uma argamassa porosa e menos sólida.
A aplicação da argamassa é um momento importante que pode ser feita pelo
pintor ou por outro profissional que saiba fazê-lo. A má aplicação do material pode
ocasionar danos como fissuras.

32
Falhas na estrutura do mural em grande parte das vezes estão relacionadas
ao modo de feitura ou aos materiais utilizados na obra. Braga (2003) cita alguns
exemplos, a saber: fendas na superfície podem ser ocasionadas por agregados
sujos e secagem rápida demais; o desprendimento das camadas pode ter origem
em camadas grossas demais e a pulverização da superfície é ocasionada por
contaminação salina das camadas subjacentes.
Porém, é importante ressaltar que a obra pronta também pode ser afetada por
fatores externos, que não estejam ligados necessariamente a sua construção e,
portanto, exige manutenção, e a falta da mesma ou a manutenção inadequada
também são fontes de danos. A umidade presente no ar, limpeza inadequada,
poluição atmosférica, agentes biológicos e vandalismo são alguns dos causadores
desses danos.
Por fim, é necessário que se coloque aqui outro grande causador de danos,
que são as intervenções inadequadas ao mural. Uma simples limpeza superficial é
capaz de causar estragos em uma obra. Para uma boa intervenção, é necessário
um profissional capacitado e especializado que conheça as técnicas de restauro
adequadas para um mural. Além disso, também é necessário um estudo
aprofundado para que se conheçam os materiais que compõem essa obra para
poder aplicar no restauro produtos que sejam compatíveis com os mesmos
utilizados em sua construção.
Por ser uma arte que está ligada a arquitetura do prédio, lidar com os danos
da pintura mural acaba sendo bastante complexo e acaba exigindo certa
interdisciplinaridade para que se possa agregar os conhecimentos e realizar um
trabalho de restauro com sucesso e competência.

33
O OBJETO DE ESTUDO: AS PINTURAS DO TETO DO FOYER DO THEATRO
GUARANY

Os murais do teto do foyer do Theatro Guarany são originais e foram feitos na


época da inauguração do teatro. Dentre os dois artistas que realizaram esse
trabalho mural nas paredes e tetos de todo o prédio, não se sabe ao certo se foi um
deles especificamente o autor de tais pinturas ou se o trabalho foi feito por ambos.
Felizmente esses murais não foram encobertos com novas camadas de tinta
como a maioria dos que se encontra no teatro. No entanto, essas pinturas sofreram
o desgaste natural que o passar do tempo traz às obras de arte e, hoje, boa parte se
encontra em um elevado grau de deterioração, mostrando a necessidade de uma
intervenção.
Entretanto, conforme a Carta de Restauro (1972) deve-se ter um
conhecimento aprofundado do estado de conservação da obra antes de realizar
qualquer intervenção de restauro. Braga (2003, p. 95) recomenda que algumas
perguntas devem ser respondidas antes de intervir de fato no bem: “quais são os
sintomas do problema? Quais materiais e métodos de construção estão envolvidos?
Quais são as causas reais do problema? Como podemos tratar as causas? Como
podemos tratar os sintomas?”.
Portanto, partindo do princípio que este trabalho é apenas um levantamento
do estado de conservação, e não tem a intenção de realizar uma proposta de
intervenção, decidiu-se investigar os danos de acordo com as três primeiras
perguntas citadas no parágrafo anterior, focando-se assim em descobrir os
sintomas, os materiais e métodos utilizados na elaboração da obra, e as causas dos
problemas encontrados, originando assim uma documentação que servirá de base a
uma futura intervenção.
Para a realização desse estudo foi necessário seguir algumas etapas que
auxiliaram no melhor desenvolvimento do trabalho, como a realização da
documentação, com o preenchimento da ficha de diagnóstico (apêndice A) que
fornece campos para colocação dos resultados dos exames, algumas técnicas
utilizadas na execução da pintura, aspectos históricos e o diagnóstico dos agentes
de deterioração. “A documentação é indispensável para a conservação e o restauro
de qualquer tipo de obra de arte ou bem histórico” (BRAGA, 2003, p. 104).

34
2.1 ANÁLISE VISUAL E PESQUISA ICONOGRÁFICA E ICONÓLÓGICA

O teto do foyer é dividido em cinco partes retangulares, as quais são


separadas através de vigas (fig. 11).

Figura 11 – Divisão do teto do foyer.

Fonte: foto da autora, 2012.

Nas extremidades desses retângulos se encontra de forma centralizada cada


uma das dez pinturas dos grandes compositores (busto). Essas figuras se
encontram em medalhões redondos, os quais são volteados por liras, folhas de louro
e partituras no seu entorno. O nome de cada compositor esta gravado na parte
inferior dos medalhões. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos) além de “ornamentos de
estuque que emolduram as pinturas” (BACHETTINI, 1997, p. 37).
As cores utilizadas nessas pinturas são o amarelo claro ao fundo, os
medalhões e as liras na cor ocre e marrom (sugerindo ouro), as folhas de louro
verdes, as folhas das partituras brancas. No contorno dos retângulos utilizaram-se
tons de marrom, verde e amarelo. Já dentro dos medalhões, ao fundo dos
compositores, as cores variam tendo umas o fundo mais escuro, quase preto e
outras um tom mais claro. Todos estão com roupa aparentemente social: terno preto
35
e camisa branca. Alguns usam gravata e variam nas cores de cabelo entre o preto,
branco e castanho.
Conforme o Dicionário de Símbolos (1998), os elementos representados
possuem os seguintes significados: o ouro (p. 669), “considerado na tradição como o
mais precioso dos metais”, “ tem o caráter ígneo, solar e real, até mesmo divino”, por
ter o “brilho da luz” simboliza a iluminação, o “ouro-luz" é o símbolo do
conhecimento. O ouro representa a perfeição absoluta, por ser considera “o metal
perfeito”; a lira (p. 553) é o “símbolo e instrumento da harmonia cósmica” e “símbolo
dos poetas”; o louro (p. 561), pelo fato de se manter verde no inverno, é o
“simbolismo da imortalidade”, e por esse mesmo motivo era considerado pelos
romanos o símbolo da glória, além de “possuir a reputação de proteger do raio”
Esses elementos e seus significados enaltecem ainda mais a homenagem prestada
aos grandes compositores.

2.2 COMPOSIÇÃO DO TETO DO FOYER DO THEATRO GUARANY

As pinturas murais que compõem o teto do foyer do Theatro Guarany fazem


parte de um conjunto que retrata alguns dos grandes compositores da história da
música clássica. E pelo fato de tratar-se de um conjunto, sentiu-se a necessidade de
realizar uma classificação destas pinturas para um melhor entendimento e
identificação das mesmas. A classificação foi feita através de letras da “A” até a “J”,
atribuindo-se uma letra a cada compositor conforme a ordem em que essas pinturas
estão dispostas no teto.
A pintura de letra “A” apresenta a representação de Franz Peter Schubert (fig.
12), compositor austríaco que viveu de 1797 à 1828. Schubert pertenceu ao período
romântico e é autor de um vasto repertório musical composto por sinfonias, músicas
sacras, sonatas, óperas, entre outras. Além disso, “foi o criador do ‘Lied’, a canção
de elevada expressão artística” (ELLMERICH, 1977, p. 81).

36
Figura 12 – Franz Peter Schubert.

Foto: Jeferson Sallaberry, 2012.

A pintura representada pela letra “B” traz a representação de Henrik Johan


Ibsen (fig. 13) o qual é o único das figuras representadas (excetuando as figuras não
identificadas) que não foi um compositor e sim um dramaturgo norueguês do período
Realista16. No entanto, Ibsen serviu de inspiração para as obras do compositor
norueguês Edvard Grieg17 o qual compôs obra para uma das peças de Ibsen18.

Figura 13 – Henrik Johan Ibsen.

Fonte: Jeferson Salaberry, 2012.

16
Disponível em: <http://.noruega.org.br/About_Norway/culture/Artistas-Noruegueses-de-
renome/Henrik-Ibsen/chronological/>. Acesso em 26.02.2013
17
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Edvard_Grieg.> Acesso em 26.02.2013
18
Peer Gynt.
37
A pintura de letra “C” traz a representação de Giuseppe Verdi (fig.14),
compositor italiano, que viveu entre os anos 1813 e 1901. Verdi compôs 26 óperas,
dentre as quais muitas trazem o tema patriótico. Conforme Suhamy (1995, p. 114)19,
as obras de sua autoria possuem um forte apelo dramático, a autora cita que “seu
instinto teatral, seu gosto pelas situações contrastadas e as paixões violentas, sua
capacidade de compreender e de interessar a humanidade inteira lembram o maior
autor dramático, Shakespeare”.

Figura 14 – Giuseppe Verdi.

Foto: Jeferson Sallaberry, 2012.

A pintura de letra “D” traz a representação de uma figura humana masculina


não identificada. Essa pintura retrata um homem de perfil, jovem, de cabelos
escuros e imberbe (fig. 15).

19
Jeanne Suhamy. Guia da ópera.
38
Figura 15 – Não identificado D.

Fonte: Jeferson Sallaberry, 2012.

A figura de letra “E” traz o grande homenageado do Theatro Guarany:


Antônio Carlos Gomes (fig, 16). Este compositor é de origem brasileira e viveu entre
os anos de 1836 à 1896. É autor da ópera “O Guarany”, obra inspirada no romance
de José de Alencar e que dá nome ao teatro. Carlos Gomes era conhecido não só
no Brasil, mas também na Europa, principalmente na Itália, onde estreou algumas
de suas óperas. Por sua importância artística foi condecorado por D. Pedro II mais
de uma vez (BAPTISTA FILHO, 1987).

Figura 16 – Antônio Carlos Gomes.

Foto: Jeferson Sallaberry, 2012.

39
A figura de letra “F” traz outra figura humana masculina não identificada. Nesta
pintura esta representado um homem mais velho, de cabelos brancos (fig. 17).

Figura 17 – não identificado F.

Fonte: Jeferson Sallaberry, 2012.

A figura de letra “G” traz a imagem de Wilhelm Richard Wagner (fig. 18),
compositor alemão que viveu de 1813 à 1883. Crescido em meio à pessoas ligadas
ao teatro, Wagner era um artista completo: músico, poeta, encenador e filósofo.
Suas óperas são dominadas “pelos temas medievais da maldição, do pecado e da
redenção, do amor e da morte” (SUHAMY, 1995, p. 79).

Figura 18 – Wilhelm Richard Wagner.

Foto: Jeferson Sallaberry, 2012.

40
A figura de letra “H” traz Frédéric François Chopin (fig. 19) compositor de
origem polonesa que viveu de 1809 à 1849. Pertencente ao período Romântico,
Chopin começou a compor cedo. Ele era considera um talentoso pianista e por esse
fato, era conhecido como “poeta do piano”. Apesar de sua vida curta, Chopin
compôs 169 obras para piano (ELLMERICH, 1977).

Figura 19: Frédéric François Chopin.

Foto: Jeferson Sallaberry, 2012.

A figura de letra “I” traz Ludwig Van Beethoven (fig. 20) compositor de origem
alemã que viveu de 1770 à 1827. Beethoven fez parte de um período de transição
da arte clássica para o romantismo, sendo um dos primeiros artistas do movimento
Romântico. O compositor é autor de apenas uma ópera: “Fidélio”, no entanto deixou
um vasto repertório instrumental (SUHAMY, 1995).

Figura 20 – Ludwig Van Beethoven.

Foto: Jeferson Sallaberry, 2012.


41
Por fim, a letra “J” representa o compositor francês, de origem alemã Jacques
Offenbach (fig.21) que viveu de 1819 à 1880. Offenbach foi um compositor da Era
Romântica que compôs canções, óperas e operetas. Sua música é marcada pela
alegria e bom humor (SUHAMY, 1995).

Figura 21 – Jacques Offenbach.

Foto: Jeferson Sallaberry, 2012.

2.3 EXAMES LABORATORIAIS E ORGANOLÉPTICOS

Para efetuar um restauro de qualidade, deve-se saber a composição dos


materiais originais da obra e a técnica com a qual os mesmos foram empregados.
Isso é necessário para que os novos materiais sejam semelhantes aos aplicados
originalmente, bem como a técnica utilizada nessa nova aplicação deve respeitar a
técnica original, evitando dessa forma, qualquer tipo de reação que cause danos ao
bem.
Conforme Braga (2003, p. 94), para realizar a reconstituição de uma
argamassa, por exemplo, “a composição, a porosidade, a capacidade mecânica e a
estratigrafia da argamassa de reparo devem ser similares às originais”. Para que se
saiba essa composição, são necessárias realização de exames.
Para os estudos realizados nos murais do teto do foyer do Theatro Guarany,
realizou-se tanto exames laboratoriais como também análises visuais. Foi realizado
no laboratório o exame que identificou a técnica de construção do mural, que foi o
corte estratigráfico, bem como a análise que caracterizou a argamassa, o que foi

42
feito com o equipamento de Espectrometria de Fluorescência de Raios X por energia
dispersiva20. As análises visuais foram realizadas in loco e através de fotografias.

2.3.1 EXAME ORGANOLÉPTICO

Uma das primeiras etapas no processo de levantamento do estado de


conservação de um bem é a observação direta do mesmo. Essa observação é
chamada de exame organoléptico21 e pode ser feita a olho nu ou com lupas de
aumento, e deve preceder aos exames laboratoriais.
Nessa etapa do processo foi possível avaliar a diversidade de patologias que
se manifesta nas pinturas do teto do foyer do Theatro Guarany, como sujidades
superficiais, manchas, rachaduras, fissuras e pulverulência.
Além disso, observou-se também que há nas pinturas de letra B, D, F, H, I e J
uma massa que se diferencia da original pela sua coloração e densidade, o que
sugeriu haver uma intervenção nessas pinturas. Essa suspeita foi confirmada
através do depoimento de um funcionário que relatou ter havido uma aplicação de
massa nas rachaduras há alguns anos atrás. Essas informações reforçaram a
necessidade de um exame mais aprofundado.
Outra observação que levou a um diagnóstico importante foi a realizada em
uma área de perda, o que permitiu a visualização da composição das diferentes
camadas de argamassa. A análise visual constatou que a sobreposição das
camadas de argamassa foi feita de acordo com o que os teóricos sugerem: três
camadas (fig. 22). Essa visualização das camadas permitiu a coleta de amostragem
de todas, o que permitiu uma caracterização das mesmas.

20
Exame realizado em um espectrômetro por energia dispersiva (EDX-720 – SHIMADZU),
que determina os elementos que compõem as amostras submetidas à análise.
21
Utilização de um ou mais sentidos na avaliação das obras.
43
Figura 22 – Camadas de argamassa.

Fonte: foto da autora, 2013.

2.3.2 CORTE ESTRATIGRÁFICO

As pinturas murais realizadas no Brasil durante o século XX não obedeciam à


apenas uma técnica, havendo assim artistas que pintavam afresco e outros a seco.
E, para saber qual foi técnica de execução das pinturas murais do teto do foyer do
Theatro Guarany, utilizou-se a análise estratigráfica22, que se trata de um exame
onde se retira uma amostra da pintura, de forma que ao observar o corte transversal
dessa amostra no microscópio se visualize a sobreposição de camadas da mesma.
Indica-se que se utilizem amostras pequenas, pois este é um exame destrutivo, ou
seja, a amostra retirada não pode retornar ao suporte, o que caracteriza a perda de
uma parte original.
O exame é efetuado da seguinte forma: a amostra coletada com o auxílio de
um bisturi é imersa em uma resina de poliéster com algumas gotas de catalisador
(que serve para enrijecer a resina), tomando-se o cuidado para que a amostra fique
de pé, o que possibilita a visualização do corte transversal. Após o endurecimento

22
Exame realizado no laboratório de pintura do Bacharelado em Conservação e Restauro
de Bens Móveis da UFPel.
44
da resina, a amostra fica envolta por uma massa rígida e transparente (fig. 23), a
qual é lixada até que se chegue o mais próximo possível da amostra. Para que a
resina fique o mais transparente possível, realiza-se um polimento, o que dá uma
melhor visualização da amostra. Por fim, essa amostra é levada ao microscópio.
Neste caso, a mostra foi observada sob a lente 10x /0.25.

Figura 23 – Amostra para estratigrafia.

Fonte: foto Keli Scolari, 2013.

Utilizou-se neste exame uma amostra com uma profundidade de quase


0,5cm, o que foi o suficiente para afirmar que a técnica utilizada nessas pinturas foi a
seco. Essa afirmação pode ser observada no registro fotográfico feito do
procedimento, onde nota-se que o reboco encontra-se subjacente à pintura,
havendo uma separação bem nítida entre ambos (fig. 24).

45
Figura 24 – Corte estratigráfico.

Fonte: foto de Keli Scolari, 2013.

2.3.3 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA ARGAMASSA

Como abordado anteriormente, os exames organolépticos sugeriram uma


estrutura composta por três camadas de argamassa original e por uma massa
utilizada para reintegrar áreas de perda. Portanto, retirou-se uma amostra de cada
massa, o que totalizou quatro amostras.
Para essa análise utilizou-se o equipamento de Espectrometria de
Fluorescência de Raios X por energia dispersiva, o que gerou resultados
quantitativos da composição de cada uma das amostras. O resultado desse exame
permitiu avaliar se as massas possuem composição diferenciada, se tratando assim
de massas distintas.
Essas amostras foram numeradas de acordo com a ordem de sobreposição,
sendo a número 1 a primeira massa aplicada na parede, a número 2 a massa do
meio, a número 3 a massa que recebeu a pintura e a número 4 a massa aplicada
posteriormente nas áreas de lacunas.

46
Na amostra de número 1 (tab.1), pode-se observar que há um alto índice de
silício (Si), componente abundante da areia. Comprova-se, portanto que, como
indicado pelos teóricos, a primeira massa contém uma quantidade elevada de areia.
Além desses elementos que compõem a tabela encontrou-se outros, porém em
quantidades insignificantes.

Tabela 1 – amostra 1
ELEMENTO QUANTIDADE
Ca 79,809%
Si 12,320%
Fe 2,559%
K 2,523%
S 1,854%

Na segunda amostra (tab. 2) nota-se que a composição continua a mesma,


no entanto as quantidades se alteram, comprovando-se dessa forma terem sido
utilizadas massas diferentes. Também se observa uma diminuição na proporção de
silício (Si), seguindo dessa forma as recomendações dos teóricos.

Tabela 2 – amostra 2
ELEMENTO QUANTIDADE
Ca 66,319%
S 14,061%
K 11,729%
Si 5,164%
Fe 2,221%

Na terceira amostra (tab. 3) já não se encontra o ferro (Fe) em quantidades


significativas, porém o restante dos elementos continuam os mesmos, alterando-se
novamente apenas as quantidades. Nessa amostra, que faz parte da camada mais
externa, portanto, a que recebe a pintura, encontrou-se uma quantidade menor
ainda de silício (Si), confirmando mais uma vez o que foi colocado no capítulo
anterior com relação às recomendações dos teóricos.

47
Tabela 3 – amostra 3
ELEMENTO QUANTIDADE
Ca 55,122%
K 31,413%
S 10,150%
Si 1,906%

A quarta amostra (tab. 4), já demonstra uma maior diferença entre os


componentes. Apesar de a maioria continuar sendo a mesma, há a existência de
uma elemento não encontrado nas amostras apresentadas anteriormente. Trata-se
do elemento tálio (Ti). Além disso, encontra-se uma quantidade de silício (Si)
bastante superior que as anteriores, inclusive da primeira amostra, a qual conforme
os teóricos é a que recebe maior quantidade desse material.

Tabela 4 – amostra 4
ELEMENTO QUANTIDADE
Ca 67,459%
Si 18,175%
Fe 4,323%
S 4,077%
K 3,885%
Ti 1,650%

As diferenças entre as massas originais e a massa nova não são observadas


apenas nas análises de EDX, como também podem ser observadas diferenças nas
massas analisando-as a olho nu. Pode-se perceber que as massas originais são
bem mais porosas e menos resistentes que a massa nova, a qual apresenta uma
massa mais compacta e com um grau de dureza maior. Essa diferença interfere na
trabalhabilidade23 de todo o conjunto da obra, como nos movimentos de expansão e
retração, os quais acontecem com frequência devido a intensa variação de umidade
que ocorre no local. Essa trabalhabilidade pode ter ocasionado danos como novas
rachaduras por exemplo.
O resultado da análise nas argamassas não só contribui para uma avaliação
da fonte de danos como também contribuirá no caso de uma futura intervenção,
onde a nova massa deverá ser compatível à original, adequando-se à sua cor,
textura e porosidade (BRAGA, 2003).
23
Característica de um determinado material no que se refere a sua movimentação de
acordo com os fatores do ambiente que o cerca, como umidade relativa do ar e temperatura.
48
2.4 LEVANTAMENTO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Diversos aspectos devem ser levados em consideração quando se trata do


levantamento do estado de conservação de uma pintura mural. Nesse momento não
se pode esquecer que essa pintura faz parte de uma estrutura arquitetônica,
portanto, os abalos sofridos pelo prédio devem ser avaliados porque são prováveis
fontes de danos.
No caso do Theatro Guarany, sua localização provavelmente contribui para o
surgimento de rachaduras e fissuras (fig. 25), pois o prédio se encontra no centro da
cidade onde há um intenso tráfego de transportes. A rua que passa ao lado do
Theatro Guarany (Gonçalves Chaves) é uma rua asfaltada e, portanto, não causa
trepidação. No entanto, a rua que passa à sua frente (Lobo da Costa) é de
paralelepípedos e o constante fluxo dos transportes gerou diversas rachaduras não
só nas pinturas como no prédio inteiro24.

Figura 25 – Rachadura.

Fonte: foto da autora, 2013.

Outra questão relativa à estrutura do prédio que é fonte de danos direta para
as pinturas do teto do foyer é um terraço que se encontra logo acima deste salão.
Esse terraço acumula água da chuva transmitindo intensa umidade para as pinturas
através de infiltrações e goteiras. Essa umidade que chega à pintura por sua parte
posterior é agravada pela umidade relativa do ar, que na cidade de Pelotas é

24
Relato de funcionários.
49
intensa. Essa umidade provavelmente é responsável pelo desbotamento frequente
nas pinturas. Brandi relata em seu livro “Teoria da restauração” (2004, p. 148/149)
que “noventa e nove por cento dos casos de perecimento das pinturas murais é
determinado pela umidade e esta, seja por capilaridade, por infiltração ou por
condensação, é quase sempre ineliminável”.
De fato, já houve tentativas em barrar essa umidade proveniente do terraço,
porém, o resultado não foi muito satisfatório. Um dos funcionários do teatro informou
por meio de entrevista que por duas vezes já foram aplicadas no terraço meios para
tentar conter o excesso de umidade, com manta asfáltica e fibra de vidro, não
havendo muito sucesso em ambas as tentativas.
O fato de as pinturas se encontrarem embaixo de um terraço que está
exposto às intempéries não trás problemas relativos apenas ao excesso de
umidade, mas também o excesso de calor do sol, que incide diretamente sobre o
lado externo do teto, fazendo com que essa estrutura tenha uma intensa
trabalhabilidade com movimentos de retração e expansão, o que pode ser outra
fonte causadora das fissuras e rachaduras encontradas no local. Além disso, essa
trabalhabilidade fragiliza a argamassa, o que pode ter ocasionado algumas perdas
ocorridas no local (fig. 26), além de causar pulverulência.

Figura 26 – Perda do suporte.

Fonte: foto da autora, 2013.

50
Há alguns anos25 houve uma intervenção nessas perdas, onde foi aplicada
uma massa com características diferentes da original (fig. 27). Essa massa foi
analisada a olho nu e em exame laboratorial. Observou-se que essa massa se
diferencia da original não só quimicamente como também fisicamente. A massa
nova utilizada na reconstituição das perdas possui uma densidade diferenciada da
usada originalmente, sendo bem mais rígida.

Figura 27 – Intervenção no reboco.

Fonte: foto da autora, 2013.

Essa diferença de densidade afeta na questão da trabalhabilidade, já citada


anteriormente. Uma massa mais porosa irá trabalhar mais, pois tende a reter mais
líquidos do que uma massa menos porosa. Essa diferença de trabalhabilidade
também pode ser uma causadora das fissuras e rachaduras.
Nas obras que foram examinadas de perto, pode-se notar uma grande
quantidade de sujidades superficiais (fig. 28), como poeira, teias de aranha e
excrementos de insetos. A fonte dessas sujidades é a poluição, que é gerada pelas
emissões de gases, fumaça de automóveis, fuligem, entre outros, e em contato com
a umidade gera manchas.

25
Em torno de 2006, conforme funcionários do Theatro Guarany.
51
Figura 28 – sujidades superficiais

Fonte: foto da autora (2013).

Para uma melhor visualização das patologias, foram realizados gráficos


(apêndice B) que apontam os danos mais evidentes encontrados nos murais.
Fica evidente nas imagens o mau estado de conservação em que algumas
pinturas se encontram pelo fato de haver diversas manchas, sujidades, rachaduras,
intervenções inadequadas, entre outras manifestações patológicas.
A questão da localização desses murais demonstra claramente que o
principal fator de deterioração das pinturas é a umidade excessiva, que neste caso é
gerada de forma natural, com água da chuva. Isso ocasiona infiltrações, que junto
com a poluição gera manchas no teto. Além disso, a umidade fragiliza o reboco e a
pintura, ocasionando desprendimento de ambos, pulverulência e o desbotamento
das pinturas.

52
CONCLUSÃO

A variedade de manifestações patológicas existentes que podem interferir em


um material, bem como as variadas formas de se realizar uma obra de arte mural foi
o que trouxe a necessidade de realização dessa pesquisa, para poder entender as
patologias que põem em risco as pinturas murais do teto do foyer do Theatro
Guarany.
Ao se efetuar um restauro, o profissional deve saber com clareza quais foram
os materiais e métodos utilizados para a construção da obra a ser restaurada, quais
são os danos que a degradaram e as suas origens.
Portanto, para identificar as causas das patologias que definem o estado de
conservação do teto do foyer do Theatro Guarany foi necessário realizar estudos
que levassem a essas respostas. E a metodologia aplicada para a obtenção desses
resultados foi a pesquisa bibliográfica, as análises visuais, com os exames
organolépticos e as análises laboratoriais, onde realizou-se os exames
estratigráficos e o exame de espectrômetro por energia dispersiva.
Foi essencial durante o processo de desenvolvimento deste estudo, conhecer
o histórico do Theatro Guarany e em qual contexto social se deu esse histórico, para
poder ter ciência da importância dessas pinturas. Bem como foi importante conhecer
a evolução da pintura mural através dos séculos, tanto de seus significados, como
também das diferentes maneiras de se construir. Saber as variadas formas de se
obter um mural de qualidade também foi um item relevante desse estudo, pois esse
conhecimento levou a conclusões, das quais muitas foram confirmadas
posteriormente com o resultado dos exames efetuados, e saber a quais resultados
os exames podem chegar auxilia na obtenção de respostas. Todas essas
informações, as quais foram expostas no primeiro capítulo, trouxeram maior
conhecimento para uma melhor avaliação do objeto de estudo.
O resultado obtido através dos estudos foi um mapeamento dos danos e as
suas origens. O estudo mostrou que o maior agente causador de danos das pinturas
murais do teto do foyer do Theatro Guarany é a água, que afeta as obras não só
através da umidade relativa do ar (que na cidade de Pelotas é elevada
principalmente dentro de casarões antigos), como também e principalmente através

53
de infiltrações ocorridas através da água da chuva que acumula no terraço, logo
acima do teto.
Esse alto índice de umidade ocasionou a maior parte dos danos que as
pinturas apresentam, como as manchas e a pulverulência, e é o principal fator que
coloca as pinturas em risco.
Além desses danos, o levantamento efetuado aponta sujidades superficiais e
agregadas, a ocorrência de insetos no local e algumas perdas do reboco original,
sendo que algumas destas perdas possuem intervenção com um material
inadequado, o que gera outras patologias.
Além disso, o mapeamento dos danos mostrou que algumas dessas pinturas
estão em um estado de deterioração avançado, havendo assim o risco eminente de
perda dessas obras que são umas das poucas originais ainda aparentes no teatro.
Devido a essas conclusões, define-se que esse conjunto de pinturas se encontra em
um péssimo estado de conservação.
Esses dados sugerem a necessidade de uma intervenção nesses bens e este
trabalho serve para suprir a primeira etapa em um processo de restauro, sendo a
base para uma futura intervenção. Portanto, esse estudo trata de um passo
essencial para um trabalho aprofundado de conservação das pinturas que não deve
parar neste momento, é apenas o início de um trabalho que deve ter continuidade
com a realização do restauro de tais obras.
É importante salientar que a pesquisa desenvolvida trouxe algumas
respostas, no entanto, alguns estudos ainda são necessários para que se chegue a
um resultado mais conclusivo, como a análise dos pigmentos. Esse exame não foi
possível devido a falta de disponibilidade do equipamento adequado. Esse exame
poderia ter sido realizado no equipamento de espectrometria de fluorescência de
raios X por energia dispersiva, que foi o equipamento utilizado na análise da
argamassa, no entanto ele necessitava de uma quantidade de amostra muito
elevada de pigmento, o que acarretaria em uma perda significativa de pintura
original. Há hoje em dia equipamentos capazes de realizar essas análises com
pequenas quantidades de amostragem, no entanto, não foi possível ter acesso a um
laboratório que o possuísse.
Além disso, quando o restauro for efetuado deverão ser feitas outras análises
que complementarão a documentação, como, por exemplo, o exame com radiação

54
ultravioleta, e as análises deverão ser feitas em todas as pinturas. Esses itens não
foram possíveis de ser realizados devido à dificuldade de acesso às obras.
Espera-se que este trabalho possa vir a auxiliar no desenvolvimento de uma
intervenção que colabore com a preservação desse bem, para que ele se perpetue
para as próximas gerações.

55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio


Grande do Sul, Brasil. Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel,
1997.
BAPTISTA FILHO, Zito. A ópera. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1987.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela.
Rio de Janeiro: Ed. Rio, 2003.

BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes &
Ofícios, 2004.

CALDAS, Pedro H.; dos Santos, Yolanda Lhullier. Guarany, o grande teatro de
Pelotas. Pelotas: Edições Semeador,1994.
Carta de restauração 1972 in:____. Teoria da Restauração. São Paulo: Ateliê
Editorial Artes & Ofícios, 2004.
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT [et al.]. Dicionário dos Símbolos. 12.ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1998.
DURANDO, Furio. Grandes civilizações do passado. A Grécia Antiga. Barcelona:
Folio, 2005.
ELLMERICH, Luis. História da música. São Paulo: Fermata, 4.ed, 1977.
LIBERATI, Anna Maria; BOURBON, Fabio. Grandes civilizações do passado – A
Roma Antiga. Barcelona: Folio, 2005.

MAGALHÃES, Mário Osório. História e tradições na cidade de Pelotas. 2.ed.


Caxias do Sul: IEL/UCS, 1981.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
MEDEIROS, Eduardo Nobre. Redescobrindo as Pinturas Florais da Plateia do
Theatro Guarany: Um Laboratório para Conservação e Restauro, Pelotas – RS.
Pelotas: monografia de conclusão de curso do Bacharelado em Conservação e
Restauro de Bens Culturais Móveis – UFPel, 2011.
SILIOTTI, Alberto. Grandes civilizações do passado - Egito. Barcelona: Folio.
2006.
TIRELLO, Regina A. O Restauro de um Mural Moderno na USP: O Afresco de
Carlos Magano. São Paulo: CPC Comissão do Patrimônio Cultural – Pró-Reitoria de
Cultura e Extensão Universitária da USP, 2001.
SUHAMY, Jeanne. Guia de óperas. Porto Alegre: L&PM, 1995.

56
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

Edvard Grieg.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Edvard_Grieg.> Acesso em 26 fev. 2013.

Estudo cronológico sobre a vida e obra de Ibsen.


Disponível em: <http://.noruega.org.br/About_Norway/culture/Artistas-Noruegueses-
de-renome/Henrik-Ibsen/chronological/>. Acesso em 26 fev. 2013.
Informações técnicas do Theatro Guarany.
Disponível em: <http://theatroguarany.blogspot.com.br/p/informacoes-tecnicas.html>.
Acesso em 12 fev. 2013.

Pintura colonial brasileira.


Disponível em: <http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag005.shtml>. Acesso em
03 jan. 2013

Pinturas murais de velhas fazendas.


Disponível em: <http://www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/sistema/wp-content/
uploads/2009/11/29_ana-torem-pg-475-ok.pdf>. Acesso em 06 jan.2013.

57
Apêndices

58
APÊNDICE A – fichas de diagnóstico
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 01

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – Schubert (A)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto), de cabelos castanhos, óculos e roupa preta. A figura esta no centro de um
círculo amarelo e ocre (que sugere ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõem um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Amarelo, verde e ocre
Inscrições/sinais particulares:
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “SCHUBERT”

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição

59
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )

Fotografia

Foto n: 01 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto - A

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de parte coberta

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( X ) Péssima ( ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas

Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:

“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

60
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( ) Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens (X) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras ( )
Fissurações (X)
Solturas ( )
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( )
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película ( X ) perdas no entorno e perdas pontuais na figura
Partes faltantes – argamassa ( )
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas ( )
Partes em eminente risco de queda ( )
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento ( )
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( )

61
Goteiras (de calhas, tetos, etc) ( )
Exposição solar prolongada ( )
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:

Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( ) não existe ( X )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( ) Em massa ( ) Outras ( )
Consolidação película pictórica ( )
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra examinada de perto.

62
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 02

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – IBSEN (B)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto), de barba e cabelos brancos. A figura esta no centro de um círculo de
Amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõem um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Amarelo, verde e ocre
Inscrições/sinais particulares:
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “IBSEN”

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )
63
Fotografia

Foto n: 02 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – B

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de um terraço.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( ) Péssima ( X ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas

Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:

“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

64
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( X ) na parte mais externa Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( X ) provável Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras (X)
Fissurações (X)
Solturas ( )
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( X ) provável
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película (X)
Partes faltantes – argamassa ( X ) da original com reconstituição
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas (X)
Partes em eminente risco de queda ( X ) provável
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento (X)
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( X ) por trás
Goteiras (de calhas, tetos, etc) (X)

65
Exposição solar prolongada ( X ) por trás
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( X ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( X )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora não identificada
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( X )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:
Cimento.
Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( X ) não existe ( )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( X ) Em massa ( X ) Outras ( )
Consolidação película pictórica (X)
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra não examinada de perto.

66
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 03

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – Verdi (C)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto), de barba e cabelos brancos. A figura esta no centro de um círculo de
Amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Amarelo, verde e ocre.
Inscrições/sinais particulares:
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “VERDI”

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )
67
Fotografia

Foto n: 03 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – C

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de uma parte coberta.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( X ) Péssima ( ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas
Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:

“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

68
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( ) na parte mais externa Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) no entorno Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras (X)
Fissurações (X)
Solturas ( )
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( ) provável
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película ( X ) pontuais
Partes faltantes – argamassa ( )
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas ( )
Partes em eminente risco de queda ( )
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento ( )
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( )
Goteiras (de calhas, tetos, etc) ( )

69
Exposição solar prolongada ( )
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:

Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( ) não existe ( X )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( ) Em massa ( ) Outras ( )
Consolidação película pictórica ( )
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra não examinada de perto.

70
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 04

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – não identificada (D)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto) de perfil, imberbe, aparência jovem, cabelo castanho. A figura esta no
centro de um círculo amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Amarelo e ocre
Inscrições/sinais particulares:
Não possui.

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )

71
Fotografia

Foto n: 04 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – D

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de um terraço.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( ) Péssima ( X ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas
Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:
“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

72
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( X ) na parte mais externa Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos (X)
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( X ) provável Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras (X)
Fissurações (X)
Solturas (X)
Generalizadas ( ) Difusas ( X )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( X ) provável
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película (X)
Partes faltantes – argamassa ( X ) reconstituída
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas (X)
Partes em eminente risco de queda ( X ) provável
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento (X)
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( X ) por trás
Goteiras (de calhas, tetos, etc) (X)

73
Exposição solar prolongada ( X ) por trás
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( X ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( X )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora não identificada
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( X )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:
Cimento.
Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( X ) não existe ( )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( X ) Em massa ( X ) Outras ( )
Consolidação película pictórica (X)
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra examinada de perto.
74
FICHA DE DIAGNÓSTCO - PINTURAS MURAIS Ficha n 05

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – A. Carlos Gomes (E)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto), de bigode e cabelos brancos. A figura esta no centro de um círculo emarelo e
ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Amarelo, verde e ocre.
Inscrições/sinais particulares:
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “A. CARLOS GOMES”

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )

75
Fotografia

Foto n: 05 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – E

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de uma parte coberta.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( X ) Péssima ( ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas
Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:
“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

76
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( ) na parte mais externa Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) – muito pouco Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X ) em um dos cantos
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras ( )
Fissurações (X)
Solturas ( )
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( ) provável
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película ( X ) pontuais
Partes faltantes – argamassa ( )
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas ( )
Partes em eminente risco de queda ( )
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento ( )
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( )
Goteiras (de calhas, tetos, etc) ( )

77
Exposição solar prolongada ( )
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:

Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( ) não existe ( X )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( ) Em massa ( ) Outras ( )
Consolidação película pictórica ( )
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra não examinada de perto.

78
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 06

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – não identificada (F)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto), imberbe, de cabelo brancos. A figura esta no
centro de um círculo amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Amarelo, preto, verde.
Inscrições/sinais particulares:
Não possui.

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( X )

79
Fotografia

Foto n: 06 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – F

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de um terraço.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( ) Péssima ( X ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas

Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:

“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

80
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( X ) na parte mais externa Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( X ) Difuso ( X ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos (X)
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( X ) Difusas ( ) Pontuais ( )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( X ) Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras (X)
Fissurações (X)
Solturas (X)
Generalizadas ( X ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais (X)
Desprendimento interno da massa (X)
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película (X)
Partes faltantes – argamassa ( X ) reconstituída
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas (X)
Partes em eminente risco de queda (X)
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento (X)
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( X ) por trás
Goteiras (de calhas, tetos, etc) (X)

81
Exposição solar prolongada ( X ) por trás
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( X ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( X )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora não identificada
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( X )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:
Cimento.
Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( X ) não existe ( )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( X ) Em massa ( X ) Outras ( )
Consolidação película pictórica (X)
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra examinada de perto.

82
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 07

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – Wagner (G)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto) de perfil, de barba e cabelos brancos. A figura esta no centro de um
círculo amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra do teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Preto ocre verde.
Inscrições/sinais particulares:
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “WAGNER”

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:

Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )

83
Fotografia

Foto n: 07 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – G

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de uma parte coberta.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( X ) Péssima ( ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas
Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:

“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

84
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( ) Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( X ) fundo
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) no entorno Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras ( )
Fissurações (X)
Solturas ( )
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( )
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película ( X ) pontuais
Partes faltantes – argamassa ( )
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas ( )
Partes em eminente risco de queda ( )
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento ( )
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( )
Goteiras (de calhas, tetos, etc) ( )

85
Exposição solar prolongada ( )
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:
Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( ) não existe ( X )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( ) Em massa ( ) Outras ( )
Consolidação película pictórica ( )
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra não examinada de perto.

86
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 08

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – CHOPIN (H)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto), de cabelo pretos, de aparência jovem. A figura esta no centro de um
círculo amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Marrom, ocre, verde.
Inscrições/sinais particulares
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “CHOPIN”.

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )
87
Fotografia

Foto n: 08 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – H

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de um terraço.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( ) Péssima ( X ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas
Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:

“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

88
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( X ) na parte mais externa Difuso ( )Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) parte mais ext.Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( X ) provável Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras (X)
Fissurações (X)
Solturas ( )
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( X ) provável
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película ( X ) pontuais
Partes faltantes – argamassa ( X ) reconstituída
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas (X)
Partes em eminente risco de queda (X)
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento (X)
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( X ) por trás
Goteiras (de calhas, tetos, etc) (X)

89
Exposição solar prolongada ( X ) por trás
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( X ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( X )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora não identificada
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( X )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:
Cimento.
Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( X ) não existe ( )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( X ) Em massa ( X ) Outras ( )
Consolidação película pictórica (X)
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra não examinada de perto.

90
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 09

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – Beethoven ( I )
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto) de perfil, de cabelos castanhos, imberbe. A figura esta no centro de um
círculo amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por figuras elementos
geométricos (retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Preto,amarelo, verde.
Inscrições/sinais particulares:
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “BEETHOVEN”

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:

Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )
91
Fotografia

Foto n: 09 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – I

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de uma parte coberta e


com a lateral externa embaixo de uma área
descoberta.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( ) Péssima ( X ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas
Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:
“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

92
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) no entorno Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( X ) provável Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras ( )
Fissurações (X)
Solturas (X)
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( X ) provável
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película ( X ) pontuais
Partes faltantes – argamassa (X)
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas (X)
Partes em eminente risco de queda ( X ) provável
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento (X)
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( X ) por trás
Goteiras (de calhas, tetos, etc) (X)

93
Exposição solar prolongada ( X ) por trás
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( X ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( X )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( X )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:
Cimento.
Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( X ) não existe ( )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( X ) Em massa ( X ) Outras ( )
Consolidação película pictórica (X)
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra não examinada de perto.

94
FICHA DE DIAGNÓSTICO - PINTURAS MURAIS Ficha n 10

Descrição
Titulo: pintura do teto do foyer do Theatro Guarany – Offenbach (J)
Categoria: artística
Autor ou atribuição: Willy Schimidt e Joaquim Lamas Filho
Dimensões: 156,5 x 53 cm
Data da execução: 1921

Descrição iconográfica
Tema: grandes compositores
Descrição formal:
Figura humana masculina (busto), de óculos, de cabelos e bigode castanhos. A figura esta no centro de um
círculo amarelo e ocre (sugerindo ouro), volteado por folhas de louro, liras e partituras.
Composição:
A figura compõe um conjunto de pinturas que se encontra no teto do foyer do Theatro Guarany. O teto é
dividido em cinco partes através de vigas, o que forma cinco retângulos. Na extremidade de cada retângulo
se encontram as pinturas de forma centralizada. Os retângulos são contornados por elementos geométricos
(retas paralelas e perpendiculares e elementos simétricos).
Desenho:

Cores predominantes:
Ocre, verde, marrom.
Inscrições/sinais particulares:
Inscrição na parte inferior do medalhão onde lê-se “OFFENBACH”

Materiais constitutivos
Suporte:
madeira ( ) argamassa ( X ) gesso ( ) tela ( ) outros ( )
Preparação:
gessosa ( ) direto sobre suporte ( ) betume ( ) outros ( ) não identificado ( X )
Película pictórica:
óleo ( ) têmpera ( X ) tintas modernas ( ) outras ( )
Acabamento:
cera ( ) verniz ( ) goma laca ( ) não identificado( ) não apresenta ( X )

Textura da superfície policroma


áspera ( ) lisa ( X ) granulosa ( ) irregular ( ) outras ( )
Refletância
opaca ( X ) brilhante ( )
Se conhecido, anotar o traço da argamassa/fonte:
Modo de aferição
exame visual ( X ) fonte documental ( X ) análise laboratorial ( )
95
Fotografia

Foto n: 10 Fotógrafo: Jeferson Sallaberry


Data: 21.12.2012 Antes do restauro ( X ) Depois ( )

Croqui

Cômodo: foyer

Parede: Teto – J

Pavimento: Superior

Obs: Pintura fica abaixo de um terraço.

Sequência estratigráfica do cômodo:


Número de camadas de tinta
1(X) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( )
Camada (s) decorada (s): n 1
Obs:
Camada original do teto
Condições gerais da superfície pictórica
Boa ( ) Razoável ( ) Péssima ( X ) Ilegível ( )

Noticias histórico-criticas
Trecho do jornal Diário Popular que se refere às pinturas do Theatro Guarany na época de sua
inauguração:

“(...) São elas, geralmente, de tons claros, suaves, numa composição deveras agradável à vista
destacando-se a decoração do teto sobre a plateia e do salão, onde em medalhões se veem
retratos dos grandes compositores, atores e escritores”
(1921, p.1)

96
Alterações cromáticas:
Enegrecimento Embranquecimento
Generalizado ( ) Difuso ( X ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Desbotamento/alteração cromática Amarelamento
Generalizado ( X ) Difuso ( ) Generalizado ( ) Difuso ( )
Alterações superficiais e estruturais:
Superfície deslavada ( ) Riscos/arranhões ( )
Raspagens ( ) Buracos ( )
Lacunas por queda de película
Generalizadas ( ) Difusas ( ) Pontuais ( X )
Deposito superficial:
Poeira/sujeira (X) Poluição (X)
Eflorescências:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Escameamentos e concheamentos:
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Pulverulências:
Generalizadas ( X ) provável Difusas ( )
Suporte:
Desagregação das argamassas de base nas áreas sem tinta ( )
Rachaduras (X)
Fissurações (X)
Solturas (X)
Generalizadas ( ) Difusas ( )
Deformações
Superficiais ( )
Desprendimento interno da massa ( X ) provável
Alterações por organismos:
Mancha da flora microbica ( )
Liquens/musgos ( )
Insetos (X)
Excrementos animais (X)
Danos variados:
Partes faltantes – película ( X ) pontuais
Partes faltantes – argamassa (X)
Quedas das massas recentes ( )
Quedas de massas antigas (X)
Partes em eminente risco de queda ( X ) provável
Manomissao/por vandalismo ( )
Colmatura de lacunas com cimento (X)
Repintura = retoque grosseiro ( )
Resíduos de restauros antigos ( )
Oxidação de vernizes ( )

Causas da degradação
Água:
Chuva direta ( X ) por trás
Goteiras (de calhas, tetos, etc) (X)

97
Exposição solar prolongada ( X ) por trás
Umidade:
Capilar ( )
Infiltração (X)
Condensação (X)
Contato com metais:
Cobre ou ligas de cobre ( )
Ferro ( )
Ataque de xilófagos (madeira):
Total ( ) Parcial ( )
Obs:

Intervenções de restauro anteriores


evidentes ( X ) presumiveis ( ) documentaveis ( )
Execução:
Particular ( X )
Organismo público/proteção ( )
Empresa executora – não identificada.
Intervenções:
antiga ( ) velha ( ) recente ( X )
Se conhecidos, indicar os materiais empregados:
Cimento.
Reconstituição cromática:
recente ( ) antiga ( ) não existe ( X )
com tintas do mesmo tipo ( ) tintas de diferentes tipos ( )
Tipo de retoque executado:
trattegio ( ) mimético ( ) abstração ( )
valoração da intervenção: B ( ) M ( ) P ( )
Intervenção no suporte:
adequado à matéria ( ) inadequado ( X ) não existe ( )

Intervenções conservativas mínimas necessárias


Consolidação do suporte mural:
Química ( X ) Em massa ( X ) Outras ( )
Consolidação película pictórica (X)
Limpeza superficial (X)
Restauro pictórico (X)

Bibliografia/fontes:
BACHETTINI, A. L. As Pinturas Murais do Theatro Guarany, 1921, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Pelotas: Programa de Pós-Graduação em Artes, ILA/UFPel, 1997.
BRAGA, Marcia. Conservação e restauro: pedra, pintura mural e pintura em tela. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2003.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. São Paulo: Ateliê Editorial Artes & Ofícios, 2004.
MAYER, Ralph. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Observações gerais:
Obra não examinada de perto.

98
APÊNDICE B – gráficos de representação de danos

Pintura B - Jesen

Pintura A - schubert

99
Pintura D – não identificado

Pintura C – Verdi

100
Pintura F – não identificado

Pintura E – A. Carlos Gomes

101
Pintura H - Chopin

Pintura G – Wagner

102
Pintura J - Offenbach

Pintura I – Beethoven

103

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