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Trifosfato de adenosina

Trifosfato de adenosina, adenosina trifosfato ou simplesmente ATP, é um nucleotídeo responsável pelo


armazenamento de energia em suas ligações químicas. É constituída por adenosina, um nucleosídeo,
associado a três radicais fosfato conectados em cadeia. A energia é armazenada nas ligações entre os
fosfatos.
A molécula atua como uma moeda celular, ou seja, é uma forma conveniente da transformação da
energia. A molécula ATP armazena energia proveniente da respiração celular e da fotossíntese, para
consumo imediato. Seu aproveitamento é feito associando a remoção de seu grupo fosfato terminal aos
processos que requerem energia. Desta forma, a energia química armazenada no ATP pode ser utilizada
em processos químicos (biossíntese), mecânicos (contração muscular), elétricos (condução de estímulo
nervoso), osmóticos (transporte ativo através de membranas), luminosos (bioluminescência) e etc [2]. Sua
energia não pode ser estocada, seu uso é imediato, energia pode ser estocada na forma
de carboidratos e lipídios.
As principais formas de produção do ATP são a fosforilação oxidativa e a fotofosforilação. Um radical
fosfato inorgânico (Pi) é adicionado a uma molécula de ADP (adenosina difosfato), utilizando energia
proveniente da decomposição da glicose (na fosforilação oxidativa) ou da luz (na fotofosforilação).
Existem enzimas especializadas no rompimento desta mesma ligação, liberando fosfato e energia, usada
nos processos celulares, gerando novamente moléculas de ADP. Em certas ocasiões, o ATP é degradado
até sua forma mais simples, o AMP(adenosina monofosfato), liberando três fosfatos e uma quantidade
maior de energia.
Estima-se que o corpo humano adulto produza o próprio peso em ATP a cada 24 horas, porém
consumindo outros tantos no mesmo período.[3] Se a energia gerada na queima da glicose não fosse
armazenada em moléculas de ATP, provavelmente as células seriam rapidamente destruídas
pelo calor gerado.
Liberação de Energia
Deve-se levar em conta que a quebra do ATP não é simplesmente um rompimento de ligações químicas.
Sabe-se que a destruição de ligações químicas é um processo endotérmico, e isso seria uma contradição.
Na verdade, a transformação da ATP em ADP + P é uma hidrólise, ou seja, a água é um dos reagentes
desse processo. A formação de ligações covalentes no final da transformação libera mais energia do que a
absorção na quebra das ligações presentes entre os átomos das moléculas de ATP e água. Dessa forma, a
reação global acaba se tornando exotérmica.
Outros fatores contribuem para que esse composto orgânico libere energia ao ser quebrado. Os produtos
ADP e P possuem maior entropia do que o reagente ATP, ou seja, os produtos possuem maior grau de
desorganização do que o reagente. Além disso, o fosfato inorgânico apresenta o fenômeno
da ressonância (eletróns das ligações π em movimento dentro do próprio composto). Há também, dentro
da molécula, átomos de oxigênio com excesso de carga negativa e que estão muito próximos uns dos
outros. Isso gera repulsão eletrostática entre essas cargas, e a decomposição do ATP diminui essa
repulsão, pelo afastamento dessas cargas. Por fim, a hidratação dos compostos ADP e P libera
considerável quantidade de energia. Tudo isso faz com que o sistema composto por ADP e P seja mais
estável do que o composto por ATP. Essa estabilidade se dá pelo fato de que ocorre, durante a reação de
decomposição do ATP, diminuição da energia livre desse sistema, em outras palavras, liberação de
energia.
Assim, processos metabólicos como A + B → C que necessitem de grande quantidade de energia para
acontecer ou não são espontâneos, ocorrem espontaneamente na presença de ATP, processo representado
por A + B + ATP + H2O → C + ADP + P, o que garante o funcionamento de organismos vivos.

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