Você está na página 1de 3

REVISTA PRÁXIS

Segundo Barbosa (2005), as Artes favorecem o florescer das crianças em relação aos sentidos e
a sensibilidade para perceber a realidade, favorecendo uma visão crítica e propositiva do
mundo. O autor afirma também que a arte na educação contribui grandemente para a
identificação cultural e o desenvolvimento individual de cada indivíduo envolvido. Canda
(2010), diz que a arte além de estimular o ato criativo, é também um instrumento de
desenvolvimento da comunicação e da expressão. Portanto, é necessário que as escolas
busquem melhorar a formação estética de todos os discentes para que estes possam gozar
desse instrumento tão essencial para formação social, a arte.
A formação estética dos alunos requer diálogo, participação, a valorização da expressão e a
criação do ser humano, afima xxxxxx ( ). Esta formação estética contribui para a ativação do
intelecto, do físico, das partes afetivas e intuitivas. Porém, sabemos que os professores
encontram-se improdutivos diante dos objetivos do ensino de artes, pois o excesso de turmas,
as condições precárias, desvalorização profissional, dentre outros, contribui ao desestímulo e
descrença na efetividade da prática pedagógica.
Um estudo feito por xxxx ( ), publicado na revista Práxis destaca uma realidade preocupante:
principalmente nas turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental há superlotação de salas.
Isto nos mostra que existe uma tendência de venalidade da educação, visando o aumento do
quantitativo de estudantes por salas sem, muitas vezes, exceler pela qualidade do ensino,
especialmente do ensino de Artes. Assim, os processos artístico-pedagógicos são sucateados e
consequentemente as contribuições destes processos (incitar mudanças, tanto na mediação
de educadores como na formação dos discentes) não se efetivam.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais PCN - em relação ao ensino de Artes no Ensino
Fundamental:
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que
caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve
sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de
apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes
culturas (BRASIL, 1997, p. 19).

Assim, fica evidente que os PCNs destacam que a Arte é de suma importância para o ensino
das crianças, pois é esta que estimula a criatividade do aluno, o que levará ao desenvolvimento
de habilidades em outras áreas de conhecimento tais como na produção de textos, na
matemática, etc. Os parâmetros ressaltam também a riqueza de se conhecer diferentes
culturas por meio da Arte e de como isto pode influenciar no desenvolvimento do aluno,
fazendo com que este se torne mais capaz de analisar seus próprios valores abrindo-se para os
valores de outros grupos (BRASIL, 1997).

Xxxx ( ) afirma que a obra de Arte é capaz de ser um instrumento poderoso para o
desenvolvimento da criança, pois é a partir dela que a criança se apropria de tudo o que já foi
produzido que “revela para o artista e para o espectador uma possibilidade de existência e
comunicação, além da realidade de fatos e relações habitualmente conhecidos” ( xxxxxxx )
Para Mukhina (1996), a experiência e o comportamento social servem como base para o
desenvolvimento da criança, ou seja, a criança desenvolve-se nas relações que estabelece com
o ambiente histórico-cultural. Este desenvolvimento pode ocorrer também a partir da Arte,
pois esta estabelece um processo de diálogo de desenvolvimento, embasado nos elos
existentes entre a história individual e a história social de cada pessoa. É neste contexto social
que se esclarece a origem da consciência e dos processos de formação das funções psíquicas
superiores. Assim, Vygotsky (2008), considera a “Arte como um instrumento ou ferramenta
psicológica”, capaz de produzir avanços no desenvolvimento das Funções Psíquicas Superiores
da criança. Mas para que Arte exerça essa função, Vygotsky (2008) diz-se necessário que a
“Arte seja caracterizada por quatro princípios fundamentais: imaginação, criatividade,
percepção e emoção, que compõem processos psicológicos superiores, ou seja, são únicos no
ser humano e têm uma estreita ligação com a Arte”.
Imaginação
O nível de imaginação está diretamente relacionado às vivências e a experiências de cada
criança, afirma o autor. Portanto, é imprescindível que desde a mais tenra idade, às crianças
sejam inseridas propositadamente em um universo culturalmente profícuo. Por isso, para
Vigotski:
A arte está para a vida como o vinho para a uva – disse um pensador, e estava coberto de razão, ao indicar assim
que a arte recolhe da vida o seu material, mas produz acima desse material algo que ainda não está nas
propriedades desse material (VIGOTSKI, 1999)

Criação

Considerada um princípio fundamental que caracteriza a Arte, o ato criativo torna possível à
criança a materialização ou a contextualização daquilo perpassava na imaginação. Mas para
que uma pessoa consiga materializar o que foi projetada pela imaginação, dever-se-á fazer uso
das ferramentas e dos signos. É neste contexto que VIGOTSKI (1999) relaciona o ato criativo com
a finalidade expressa da Arte, que é produzir catarse. Além de usar as técnicas e ferramentas
disponíveis, o autor considera mais importante o “deixar fluir o ato criativo como forma do
processo de humanização do próprio ser, crucial que é para a superação do seu estado
biológico e para o desenvolvimento das suas funções psicológicas”.
Percepção
Xxxxx ( ) diz que a percepção não é meramente função biológica, “no sentido de possuir só
uma observação de uma obra de Arte, mas é a percepção já humanizada e que permite ao ser
humano se apropriar do conjunto que compõe uma obra de Arte”. Assim, o autor afirma que é
através da percepção que o indivíduo consegue extrair de uma obra de Arte não apenas cor e
forma, mas principalmente, ele apropria-se dos sentidos e significados existentes no mundo.
Emoção
Não há como falar de percepção sem falar de emoção, pois há uma profunda ligação entre
elas. As emoções influi grandemente no processo educativo das crianças, estritamente quando
falamos de Arte, pois elas possibilitam uma transformação dinâmica dos afetos, do
comportamento ou da própria conduta humana.

Portanto, há de se concluir que o ensino da Arte deveria ocupar uma função importante na
vida de todos nós, especialmente, na vida das crianças do Ensino Fundamental, pois segundo
xxxxx ( ) é a Arte uma importante ferramenta para o desenvolvimento da vida emocional, da
imaginação, da inteligência e da sensibilidade de cada ser humano. O autor ainda afirma que
tem a Arte o poder de humanizar as pessoas, na medida em que as Funções Psíquicas
Superiores, próprias dos seres humanos, possam ser desenvolvidas em níveis cada vez mais
aprofundados.
O desenvolvimento dessas Funções Psíquicas Superiores citadas pelo autor é um processo que
envolve concomitantemente o desenvolvimento biológico e a produção cultural desenvolvida
pelo ser humano. Se um educador não realiza um trabalho com as crianças que envolva uma
produção e apreciação cultural na área de Arte, provavelmente ele não conseguirá contribuir
eficazmente para o desenvolvimento do ser humano, afirma xxxxxx ( ).

Vygotsky (1997) defende que é através de uma mediação cultural que a criança que se
desenvolve, pois
{...} é a educação que vai mediar a conquista de uma condição social para a criança, ou seja, o
desenvolvimento da criança é um processo social e mediado pelo outro. Assim, a criança é vista como
potencialmente apta para desenvolver-se e formar-se por meio da mediação cultural e dos adultos
onde a Arte cumpre essa função educativa de desenvolver e formar por carregar todas as produções
humanas que, por meio da mediação do adulto, das ferramentas e dos signos, possibilitam a
humanização da criança xxxxxx ( )

Você também pode gostar