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Obrigado pelo seu interesse e boa leitura:

Considerações sobre o controle de Buva (Conyza


canadensis) e Caruru (Amaranthus palmeri)

A demanda por maior rendimento dos pulverizadores agrícolas tem

impulsionado aplicações de produtos fitossanitários em baixo volume, porém, além

do rendimento também deve ser considerada a qualidade das aplicações. A redução

de água na aplicação é complexa e pode aumentar riscos de contaminação ambiental

e falhas no controle de plantas daninhas, insetos-praga e doenças.


Em linhas gerais, são nas aplicações de herbicidas que tenho visto os menores

volumes de aplicação terrestres. Como exemplo, cito meu grande amigo e

especialista em Tecnologia de Aplicação Rodrigo Román, que sempre me

surpreende com relatos de sucesso com os baixos volumes de calda adotados em

países da América do Sul, como por exemplo na Bolívia uma dessecação pré plantio

com 8 L/ha.

Cito como pontos positivos na redução do volume de aplicação a maior

concentração de produto(s) no tanque do pulverizador (o velho argumento que quem

controla é produto e não água) e o maior rendimento da aplicação que permite

aproveitar as condições climáticas favoráveis (umidade do ar, temperatura e

intensidade de ventos) e também devido ao maior rendimento a possibilidade de

acertar o “time” de aplicação. Uma vez que aplicações de herbicidas dentro do

“time” resultam em melhor controle.

Para o sucesso na aplicação de herbicidas adotando-se baixos volumes de

aplicação é fundamental ter conhecimento sobre fatores como o tamanho de gotas,

os herbicidas que serão usados e as plantas daninhas que se pretende controlar. Para

comprovar isto, realizei na Universidade de Nebraska-Lincoln nos EUA, um estudo

sobre a influência de dois tamanhos de gotas e três volumes de aplicação, usando

quatro tipos de herbicidas no controle de Buva e Caruru.


Como visto nas fotos, utilizei as pontas de pulverização TEEJET TXA

8001 e TT 11001, produzindo gotas finas e médias, respectivamente. (uso

TXA e TT porque elas apresentam ótima uniformidade de gotas e menor

entupimento com volumes reduzidos devido ao projeto de cada ponta).

Foram usados os volumes de aplicação de 18, 37 e 74 L/ha. Para atingir estes

volumes alterei apenas as velocidades do simulador de pulverização, logo

foi mantida a mesma pressão para todos tratamentos. Por fim, usei os

herbicidas Roundup Max (Glyphosate), Cobra (Lactofen), Clarity

(Dicamba) e Liberty (Glufosinate-ammonium).


Utilizei 4 plantas para cada tratamento e no dia da aplicação tanto a

Buva quanto o Caruru estavam dentro do “time” recomendado, ou seja, seus

tamanhos em conformidade com o indicado na bula dos herbicidas. Usei as

doses mínimas de bula que são recomendadas para cada produto. Usamos

uma câmara de pulverização, onde as condições de temperatura, umidade e

vento não interferem negativamente.

Aos 28 dias após a aplicação avaliei o controle classificando as plantas

de acordo com a porcentagem de controle. Feito isso, colhi todas plantas,

separei os tratamentos e os coloquei numa estufa até peso constante para

pesagem. Os resultados mostraram que o controle pode ser diferente para

cada tamanho de gota, volume de aplicação e herbicida.

Com exceção do Roundup Max (glyphosate) e Liberty (glufosinato),

que apresentaram 100% de controle das plantas de Buva e Caruru,

independentemente das pontas e dos volumes de aplicação (eis um dos

benefícios de adotar baixos volumes de calda, onde acredito que foi a alta

concentração de glyphosate o responsável pelo controle da buva e do

caruru. Algo que não acontece ao usar os 150 litros por hectare

recomendados nos EUA).


Quanto aos herbicidas Clarity (dicamba) e Cobra (Lactofen), nas

plantas de Buva foi observado melhor controle com Clarity comparado ao

Cobra. E foi melhor o controle com o 74 L/ha, seguindo dos volumes de 37

e 18 L/ha, isso independentemente dos tamanhos de gotas. Já para o Caruru

ambos herbicidas deixaram a desejar. De acordo com a matéria seca das

plantas foi melhor o controle com o Cobra em relação ao Clarity. Aqui as

pontas de pulverização mostraram diferença no controle, com melhor

resultado para TT comparado ao TXA. E 74, 18 e 37 L/ha têm o mesmo

efeito no controle.

Conclusão, reduzir o volume de aplicação pode ser mais complexo que

se imagina. Deve haver um equilíbrio entre o rendimento e a qualidade da

aplicação. Produtos de contato requerem cobertura e, na maioria das vezes,

mais água. Por isso digo em treinamentos e palestras que a redução de água

deve ser feita a longo prazo, ou seja, aos poucos, safra após safra.

Observando os resultados obtidos em pequenas áreas para posterior tomada

de decisão para área total. Desta forma, você reduz o risco de grandes

prejuízos devido a aplicação sem qualidade em toda área tratada.


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