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josepcoelho@gmail.com
1. Introdução
e internacional tanto pela sua riqueza melódica, harmônica e rítmica quanto pelas letras
sofisticadas, que geralmente lançam mão de recursos de linguagem poética. Além disso, a
produzidos no país, cada um com suas características no que diz respeito ao maior ou menor
uso desses elementos musicais e poéticos. Por essas e outras razões, geralmente há uma
grande expectativa por parte dos alunos estrangeiros sobre o uso de canções em aulas de
ainda há poucos estudos que tratam especificamente sobre a canção, como Coelho de Souza
(2009), Souza (2010) e Barbosa (2011). Uma possível razão para a falta de estudos sobre a
fato de ser de origem popular e de estar mais próxima da língua oral, em geral desprestigiada
em relação à variante escrita nesse contexto (BARBOSA, 2001). Segundo Barbosa (2001, p.
3), no Brasil, “a música (assim como a culinária e outros elementos da nossa cultura) é
depositária da pluralidade cultural que nos marca, e é esse caráter plural que nos fornecerá
índices importantes sobre diversos aspectos da nossa cultura”. Por essa razão, a autora
afirma que “uma proposta do ensino de Português como Língua Estrangeira, através da
um curso de canção brasileira para falantes de outras línguas, especialmente no que diz
respeito às quais critérios podem ser levados em conta para a seleção dos temas e canções a
serem abordados, e para a organização do material didático a ser utilizado. Para isso, trago
Português como Língua Adicional (COELHO DE SOUZA, 2009), a qual apresenta e analisa
parte do material didático especialmente elaborado para um curso criado para o Programa de
curso de PLA já existente, que tem a canção como gênero estruturanteiii do material didático.
especialmente no que diz respeito à interlocução por ele projetada e à construção dos
sentidos a partir das suas duas linguagens constitutivas (verbal e musical). Em Coelho de
Souza (2010), o autor propõe que a canção seja entendida como uma constelação de
sem hierarquização entre si, ligados uns aos outros por partilharem o fato de
sua construção composicional envolver uma materialidade verbal e outra
musical, mas diferenciando-se por possuírem contextos de produção,
propósitos comunicativos e interlocutores distintos, delimitados pela afiliação
do compositor/intérprete de uma canção a um dado gênero musical
(COELHO DE SOUZA, 2010, p.130).
musical e que o mesmo projeta uma interlocução, no sentido de quem fala através da canção,
para quem, e com que propósito, além de delimitar temas que são mais comumente
retratados nesse gênero. Ademais, todos os gêneros canção de (gênero musical) são
2007; PAULA, 2008; COELHO DE SOUZA, 2010), uma vez que seus sentidos decorrem da
articulação entre as duas linguagens. Por essa razão, a compreensão da canção requer uma
tripla competência: a verbal, a musical e a literomusical (COSTA, 2002), sendo que é através
desta que conseguimos perceber, por exemplo, que na canção O céu (de Marisa Monte e
Nando Reis), nos versos “olhai pro céu / olhai pro chão” a palavra céu é cantada em uma nota
mais aguda, enquanto a palavra chão é cantada em uma nota mais grave, o que pode ser
interpretado como um reforço à ideia de que para enxergar o céu olhamos para cima,
curso de Canção Brasileira do PPE da UFRGS que tem como objeto de estudo um recorte de
levados em conta para a sua organização. Após, apresento um possível modelo de estrutura
para a elaboração de materiais didáticos com base em canção a fim de explorar o gênero de
O curso de Canção Brasileirav do PPE da UFRGS foi planejado para alunos que
estão morando temporariamente na cidade de Porto Alegre (ou cidades vizinhas), interagindo,
intermediário (abrangendo as turmas de Intermediário I e II). Essa decisão foi tomada uma vez
que alunos nesse nível já possuem proficiência em língua portuguesa para uma compreensão
interpretações, e também pelo fato de esse nível geralmente possuir um maior número de
compreensão dos alunos com relação à cultura brasileira, a fim de possibilitar um outro olhar
para sua própria cultura. Para isso, os diferentes gêneros musicais produzidos no Brasil foram
tomados como elemento estruturante, por entender que cada canção de gênero musical
também por acreditar que, embora os alunos do PPE estejam em constante contato com
diversos gêneros musicais brasileiros através da TV, do rádio e da Internet, muitas vezes não
unidades planejadas para serem trabalhadas em quinze aulas de duas horas cada,
gêneros musicais produzidos no país, há também uma unidade introdutória, para ser
trabalhada na primeira aula, cujo objetivo é oportunizar aos alunos um primeiro contato com o
curso foram concebidas para serem desenvolvidas em três horas/aula, exceto as unidades de
bossa nova e de funk carioca, que incluem tarefas extras de compreensão oral e/ou escrita,
planejadas para serem desenvolvidas em quatro horas/aula cada. Todas as unidades foram
elaboradas buscando promover a prática das quatro habilidades (compreensão oral, leitura,
ritmo, arranjo, entre outros) e com vocabulário referente ao nome dos instrumentos
musicais;
arranjo;
tabela o programa com um resumo de cada uma das unidades, incluindo os gêneros musicais
Como podemos observar, os oito gêneros musicais abordados no curso são: samba,
bossa nova, música gaúcha, música nordestina, rock brasileiro, MPB, tropicália e funk carioca.
Embora esse seja apenas um recorte da variedade e riqueza existente na música popular
brasileira, acredito que o curso permite aos alunos entrar em contato com alguns dos gêneros
musicais brasileiros com que poderão se deparar nas esferas onde circulam. Ademais, os
objetivos específicos das diferentes tarefas incluem discutir, reconhecer, apresentar, refletir
Canção Brasileira referentes à seleção dos gêneros musicais, dos temas e das canções
abordados. Além disso, apresento uma proposta de organização das unidades didáticas
especialmente elaboradas para o curso em seis diferentes etapas, tendo em vista uma
abordagem mais completa da canção em estudo. Passo agora a discorrer sobre cada um
desses aspectos.
realizada foi a seleção dos gêneros musicais a serem incluídos, a qual se baseou em critérios
apreciação pessoal dos gêneros, tendo como objetivo a exposição dos alunos a diferentes
instrumentos, numa tentativa de oferecer uma visão mais abrangente da riqueza da música
brasileira.
no âmbito da música brasileira, apoiado na análise de Tatit (2008), no seu livro O Século da
Canção. Nessa obra, o autor traça um panorama da canção popular brasileira no século XX,
canção brasileira” (TATIT, 2008, p. 149) e afirma que o tropicalismo e a bossa nova são os
sim um movimento artístico-cultural que modificou a cena musical brasileira no final da década
de 1960 e cuja influência é percebida na música produzida no país desde então. Entretanto, o
fato de incluir instrumentos elétricos, como guitarra, o órgão e baixo, como em canções
representativas do movimento como Alegria, alegria (de Caetano Veloso) e Panis et circensis
Quanto à escolha dos outros gêneros, MPB foi incluído pelo fato de muitos artistas
representantes desse estilo, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, terem
reconhecimento internacional, e por ser considerado um gênero muito rico devido às suas
Além disso, acredito que se quisermos apresentar aos alunos uma perspectiva cronológica
dos gêneros musicais, faz-se necessário abordar a MPB produzida na década de 1960,
período entre a bossa nova e o tropicalismo, como forma de contrastá-los no que tange às
temáticas e seu tratamento dado nas letras, aos elementos presentes na linguagem musical,
Com relação à escolha dos gêneros regionais (música gaúcha e nordestina), entendo
que a relevância do primeiro deve-se ao fato de os alunos estarem morando em Porto Alegre
e, portanto, estarem em contato com diferentes manifestações culturais gaúchas, dentre elas
(2009),
a canção popular de inspiração rural do Rio Grande do Sul, como as canções
populares de maneira mais abrangente, constitui-se em vasto material no
qual se podem empreender estudos que possibilitem dar conta das
vicissitudes formadoras da cultura à qual pertencem (SILVA, 2009, p. 88).
chamamé, por exemplo, a canção de milonga foi selecionada para ser o gênero estruturante
da unidade por ser um estilo musical no qual “a palavra tem função fundamental, pois,
articulada a uma melodia suave, deixa aguçar os sentidos e o pensamento” (DI FANTI, 2009,
p. 149), estimulando o aluno a fruir a canção em estudo tanto a partir letra quanto da música.
No intuito de contrastar esse gênero local com a produção musical de outras regiões
brasileiras, foi incluído um recorte da música produzida no nordeste do país pela sua grande
variedade e riqueza cultural e musical, focalizando a canção de baião. Neste caso, entendo
Por esse motivo, as unidades didáticas contêm uma etapa cujo objetivo principal é
ampliar a compreensão dos alunos sobre o gênero musical em estudo através da audição de
quatro outras canções, o que no caso da unidade de música nordestina inclui um forró, um
Brasil e no mundo, e por ser de origem internacional, fato que, como veremos a seguir, está
intimamente ligado ao tema proposto na unidade; enquanto o funk carioca foi o último a ser
incluído no curso por ter sido selecionado para servir como uma unidade-exemplo de um
Por fim, com base na história da música brasileira apresentada pelo musicólogo
Ricardo Cravo Albin, na sua obra O Livro de Ouro da MPB (2004), as unidades foram
visto esses gêneros terem raízes na música folclórica dos dois locais.
Após tratar dos critérios de seleção dos gêneros musicais incluídos no curso, passo a
discorrer sobre a escolha dos temas e das canções nos quais as unidades didáticas foram
desenvolvidas.
envolveu a escolha dos temas e das canções, realizada com base em dois critérios:
arranjos típicos do gênero em questão, uma vez que se almeja uma familiarização dos alunos
com esses elementos a fim de que possam reconhecê-los em outras canções do mesmo
estilo musical. O segundo critério diz respeito ao fato de a temática abordada na letra ser
relevante para os alunos e que, desse modo, instigue-os a discutir sobre o assunto e refletir
Tendo esses dois critérios em vista, inicialmente busquei canções cuja temática
fosse, dentro do possível, relacionada ao próprio estilo musical, por entender que o gênero
musical delimita não apenas os elementos da linguagem musical da canção, mas também os
da letra (CARETTA, 2010; COELHO DE SOUZA, 2010). Por exemplo, a canção Geração
Coca-cola (de Renato Russo), foco da unidade de rock (gênero musical surgido nos Estados
a juventude no Brasil. Já a unidade sobre música gaúcha enfoca as expectativas dos alunos
em relação à vinda para o Brasil e as diferenças que encontraram ao chegar a Porto Alegre,
cidade onde temporariamente residem, retratada na canção Ramilonga (de Vitor Ramil).
tema da unidade sobre bossa nova considerou uma característica bastante comum nas letras
das canções pertencentes a esse gênero: a presença de recursos de linguagem poética, tais
como o uso de rimas, aliterações e metáforas, entre outros. Partindo dessas considerações,
foram selecionadas respectivamente as canções Asa Branca (de Luis Gonzaga e Humberto
Teixeira), Diretoria (de MC Sapão) e Felicidade (de Tom Jobim e Vinicius de Moraes), cujas
Por fim, com relação às unidades de MPB, tropicalismo e samba, o processo foi
canções escolhidas - Que Nem a Gente (de Celso Viáfora) e Cérebro Eletrônico (de Gilberto
que chamaram a minha atenção por tratarem de questões relevantes com as quais os alunos
levado em conta na decisão final, visto que as duas canções apresentam características
musicais próprias dos gêneros que representam, como no caso da canção de Gilberto Gil,
cujo arranjo é construído com instrumentos como a guitarra elétrica e o órgão elétrico.
Canção Brasileira a fim de propor uma possível organização de unidades didáticas com base
em canções tendo como objetivo uma exploração mais aprofundada do gênero em estudo.
Schlatter (2009), na qual se discute como o ensino de línguas adicionais deve ter como meta
para esse contexto, propondo critérios para a sua elaboração. A autora reforça a importância
da tarefa” (SCHLATTER, 2009, p.15), e divide as atividades em quatro categorias, das quais
musicais estudados apresentam uma estrutura padrão, sendo divididas em seis etapas: Pra
e Conhecendo mais, as quais serão descritas a seguir. Além dessas etapas, as unidades de
bossa nova e funk carioca possuem tarefas extras de compreensão escrita e oral, com textos
e vídeos relacionados a esses gêneros, de modo a ampliar a visão dos alunos sobre os
mesmos. Isso se deve ao fato de que o tema da produção final das duas unidades
brasileiros, criada para a primeira aula, busca ativar o conhecimento prévio dos alunos como
ouvintes de música e seu conhecimento sobre música brasileira além de introduzir alguns
representativas, refiro-me a canções que sejam facilmente associadas ao seu gênero musical,
As seis etapas básicas das unidades didáticas e seus objetivos são descritos nas
próximas subseções.
Na etapa inicial são propostas tarefas preparatórias com perguntas sobre o tema a
ser abordado a fim de ativar o conhecimento prévio dos alunos, preparando-os para uma
maior compreensão da canção a ser estudada. Além disso, em algumas unidades (como a de
as tarefas propõem que os alunos deduzam o conteúdo da letra, criando expectativas que
serão confirmadas (ou não) durante a sua audição. Um exemplo de utilização desse recurso
pode ser encontrando na unidade de samba, que, como vimos, tem como tema a questão das
diferenças sociais. Nela, os alunos são apresentados a uma lista de comidas e bebidas, das
que são consumidas, com o propósito de discutir questões relacionadas às diferenças entre
alunos são convidados a escutá-la, entrando em contato com a letra e música a partir de
leitura ocorre antes da audição da canção como forma de atribuir sentido à letra anteriormente
à sua compreensão oral. Isso é feito através de tarefas que envolvem o preenchimento de
lacunas a partir de diferentes procedimentos, tais como dicas com a definição das palavras a
primeiramente, conferir se suas escolhas foram as mesmas presentes na letra original e, caso
Por essa razão, acredito que, nesses casos, o uso de lacunas duplas, como no
exemplo abaixo, pode facilitar o trabalho do aluno, visto não ser necessário que ele apague a
palavra por ele escolhida, podendo focar sua atenção na confirmação (ou não) das suas
diversos tipos de pessoas, os alunos preenchem, inicialmente, as lacunas da direita com base
nos seus próprios estereótipos, para então comparar suas escolhas com as dos colegas.
Após, ao ouvir a canção, eles podem conferir cada palavra, e caso seu estereótipo seja
Após terem um primeiro contato com a canção, as perguntas propostas nesta etapa
têm o intuito de estimular a compreensão e interpretação da canção por parte dos alunos,
a ideia principal da letra como um todo e/ou de versos e estrofes específicos, e a reconhecer
oral dos alunos sobre o tema e questões específicas presentes na letra da canção,
vista, e convidando-os a dar suas opiniões, sobre as quais poderão escrever mais adiante na
musical em estudo, de ampliar sua visão sobre e demonstrar a diversidade existente dentro do
próprio gênero, esta etapa propõe a audição de mais quatro canções com um enfoque maior
nos elementos da linguagem musical. Nesse sentido, a tarefa também busca desenvolver a
subjetividade.
música gauchesca a partir das semelhanças e diferenças apontadas pelos alunos sobre as
Por fim, esta etapa (a ser realizada em casa) traz uma tarefa de resposta à canção
estudada na qual os alunos são solicitados a escrever um texto relacionado a algum dos
unidade, permitindo que coloquem em prática o que foi debatido e o que aprenderam. Para
O gênero artigo de opinião foi escolhido para ser trabalhado em seis das oito
unidades por permitir lançar mão de outras fontes de informações além das que estão na
unidade, além de envolver um registro mais formal, esperado, em alguns contextos, de alunos
de nível intermediário. Dessa forma, espera-se convidar o aluno a buscar mais dados, mas ao
mesmo tempo, a dar o seu ponto de vista pessoal sobre o tema da produção.
Um exemplo de tarefa que explicita essas razões pode ser encontrado na unidade de
rock brasileiro, na qual os alunos são convidados a escrever um artigo para uma revista para
O outro gênero discursivo selecionado para ser objeto da produção textual foi a carta
de opinião, mais relevante para as unidades sobre música nordestina e funk carioca, as quais
uma carta de opinião para um jornal e uma revista, respectivamente, espera-se que os alunos
possam posicionar-se e expressarem suas opiniões sobre os temas propostos lançando mão
Com base nos exemplos de materiais didáticos propostos nos cadernos do aluno
GRANDE DO SUL, 2009), esta última etapa foi incluída com o objetivo de fornecer recursos
para que os próprios alunos possam ampliar o seu conhecimento sobre o intérprete e o
gênero musical estudados na unidade. Para isso, alguns sites são indicados, como os
apresentados na unidade de música nordestina, nos quais os alunos podem ler mais sobre o
nomes representativos do gênero e outras canções famosas, a fim de que possam ampliar
seu repertório. Esta etapa permite que o aluno possa ter uma visão ainda mais abrangente do
curso de PLA tendo a canção como gênero estruturante dos materiais didáticos e sobre os
possíveis critérios a serem utilizados para sua criação. Para isso, apresentei o curso de
critérios utilizados para a seleção dos gêneros musicais, dos temas e das canções, e
propondo uma maneira de estruturar materiais didáticos com base em canções com o intuito
de forma cronológica, abordando temas e/ou questões presentes nas letras das canções
país, uma vez que, segundo Barbosa (2000), a canção produzida no Brasil representa as
gênero sincrético (PAULA, 2008; CARETTA, 2009; COELHO DE SOUZA, 2010), cuja
Apesar de o curso de Canção Brasileira ter sido planejado para o nível intermediário,
a canção enquanto recurso pedagógico pode também ser utilizada com alunos de nível
lembrando, porém, que a seleção da canção e que as tarefas propostas devem ser
Por fim, espero que a reflexão realizada neste trabalho possa contribuir para um uso
mais amplo e aprofundado da canção em aulas de PLA, uma vez que, nas palavras do
maestro Júlio Medaglia (2003) “a riqueza musical que existe sobre as terras brasileiras é, sem
Notas
i
Por música popular brasileira, refiro-me aos diferentes gêneros musicais produzidos no país, não
apenas ao gênero conhecido como MPB.
ii
O Programa de Português para Estrangeiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi criado
em 1993 e estrutura-se em cinco níveis (básico I, básico II, intermediário I, intermediário II e avançado),
no quais são além das disciplinas de mesmo nome, são oferecidos outros cursos complementares,
como Cultura Brasileira, Leitura e Produção Textual, Contos e Crônicas, entre diversos outros.
iii
Por gênero estruturante, refiro-me ao gênero discursivo do principal texto abordado na unidade
didática.
iv
Segundo Araújo (2006, p.74), uma constelação de gêneros é “um agrupamento de situações
sociocomunicativas que se organizam por meio de pelo menos uma característica comum à esfera de
comunicação que os congrega, partilhando do mesmo fenômeno formativo e atendendo a propósitos
comunicativos distintos”.
v
Anteriormente à criação do curso, dois professores-bolsistas do PPE, Rômulo Torres e Gabriela
Bulla, haviam ministrado um curso de Música Brasileira para alunos dos níveis intermediário e
avançado. Embora o mesmo nome tenha sido utilizado para se referir às duas disciplinas, as suas
propostas e materiais didáticos eram diferentes, pois partiam de elementos estruturantes distintos:
enquanto o curso intermediário baseava-se em gêneros musicais, o avançado organizava-se a partir de
temas relacionados com a realidade e a cultura brasileira retratadas nas letras das canções.
vi
As unidades didáticas de bossa nova, rock brasileiro, MPB e tropicalismo foram elaboradas por José
Peixoto Coelho de Souza; a unidade de samba foi reelaborada por José Peixoto Coelho de Souza e
André Fuzer a partir de uma unidade elaborada por Gabriela Bulla e Maíra Gomes; as unidades de
música gaúcha e música nordestina foram elaboradas por José Peixoto Coelho de Souza e André
Fuzer; e a unidade de funk carioca foi elaborada por José Peixoto Coelho de Souza, Ana Cristina
Balestro, André Fuzer, Arildo Aguiar e Bruno Coelho.
vii
Geralmente o termo música gauchesca diz respeito à música produzida no interior do estado, que
costuma retratar a realidade do campo, enquanto que música gaúcha refere-se a toda música
produzida no Rio Grande do Sul.
viii
O Seminário de Formação de Professores de Português para Estrangeiros é ministrado
semanalmente pela Profa. Dra. Margarete Schlatter, coordenadora do PPE da UFRGS, e tem a
participação de todos os professores-bolsistas do programa que estão atuando em sala de aula.
ix
Andamento refere-se à velocidade (lenta, média ou rápida) da música.
ARAÚJO, Júlio César. Os Chats: uma Constelação de Gêneros na Internet. 2006. 341f. Tese
(Doutorado em Lingüística) – Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
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