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A Resistência dos Materiais é o ramo da Mecânica dos Corpos Deformáveis que se propõe,
basicamente, a selecionar os materiais de construção e estabelecer as proporções e as dimensões dos
elementos para uma estrutura ou máquina, a fim de capacitá-las a cumprir suas finalidades, com
segurança, confiabilidade, durabilidade e em condições econômicas. 1
A capacidade de um elemento (em uma estrutura ou máquina) de resistir à ruína é chamada de
resistência do elemento e constitui o problema principal para a análise de resistência. A limitação das
deformações, em muitos casos, se torna necessária para atender a requisitos de confiabilidade
(deformações exageradas podem ser confundidas com falta de segurança) ou precisão (caso de
máquinas operatrizes ou ferramentas).
A capacidade de um elemento reagir às deformações é chamada de rigidez do elemento. Muitas
vezes, apesar de os elementos estruturais satisfazerem aos requisitos de resistência e de rigidez sob a
ação das cargas, a estrutura, como um todo, não é capaz de manter o estado de equilíbrio, por
instabilidade.
A estabilidade das estruturas é outro problema a ser analisado. Estados perigosos provocados
por descontinuidades na geometria dos elementos (concentração de tensões), por cargas alternativas
(ressonância e fadiga do material) e por cargas dinâmicas (choque mecânico) também devem ser
analisados criteriosamente quando se trata de resistência dos materiais.
A escolha dos materiais, das proporções e das dimensões dos elementos de construção deve
ser feita baseada em critérios de otimização, visando, invariavelmente, a custos mínimos, menores
pesos (fundamental na indústria aeronáutica), facilidade de fabricação, de montagem, manutenção e
reparo.
Na solução de seus problemas básicos, a Resistência dos Materiais estabelece modelos
matemáticos simplificados (esquemas de cálculo) para descrever a complexa realidade física, permitindo
uma fácil resolução dos problemas, obtendo-se resultados aproximados que, posteriormente, são
corrigidos através de coeficientes que levam em conta as simplificações feitas. Esses coeficientes de
correção (coeficientes de segurança) são estabelecidos experimentalmente e muitas vezes arbitrados
por Normas Técnicas ou em função da habilidade e experiência do projetista.
A solução de problemas mais complexos, para os quais os esquemas simplificados da
Resistência dos Materiais não se enquadram, é em geral tratada pela Teoria da Elasticidade (outro
ramo da Mecânica dos Corpos Deformáveis que se propõe a solucionar os mesmos problemas da
Resistência dos Materiais, porém através da utilização de métodos matemáticos mais complexos, mas
de maior abrangência).
C) Quanto ao Carregamento
Os esforços que atuam nas estruturas podem representados através de modelos simplificados:
• FORÇAS DISTRIBUÍDAS – em volumes (como a ação gravitacional, como as forças de
inércia nos corpos acelerados), em superfícies (como a ação de esforços sobre placas, a
ação da pressão de fluidos, p = dF/dA) e em linha (como a ação ao longo de vigas, q =
dF/dx);
• FORÇAS CONCENTRADAS – ações localizadas em áreas de pequena extensão quando
comparadas com as dimensões do corpo. Percebe-se que tal conceito (uma força
concentrada em um ponto) é, na verdade, uma abstração já que, para uma área de contato
praticamente nula, uma força finita provocaria uma pressão ilimitada, o que nenhum material
seria capaz de suportar sem se romper.
Os esforços que atuam sobre um sistema material ou parte de uma estrutura podem ser
classificados segundo o quadro abaixo:
A determinação dos esforços seccionais é feita, da mesma forma que os esforços reativos,
através das equações da estática, analisando o equilíbrio dos esforços que atuam na parte da estrutura
que foi hipoteticamente secionada.
O carregamento atuante sobre o corpo pode ser expresso como uma força finita, típica e
bastante pequena, ΔF, atuante sobre sua área associada ΔA. ΔF tem direção única e pode ser
substituída por suas duas componentes ΔFn e ΔFt, cujas direções são, respectivamente, normal e
tangencial à área.
A intensidade da força interna sobre um plano específico (área) que passa por um ponto pode
ser descrita como TENSÃO.
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2.1.1. Tensão Normal
A intensidade da força por unidade de área, atuante perpendicularmente à área ΔA, é
definida como tensão normal, s (sigma) e pode ser expressa como:
∆𝐹𝑛
𝜎 = lim
∆𝐴→0 ∆𝐴
Se a tensão “puxar” o elemento de área ΔA ela é denominada tensão trativa, porém, se
“empurrar” o elemento de área ΔA, ela é denominada tensão compressiva.
A orientação da área ΔA define a direção de ΔFn, que será sempre perpendicular à área.
A força ΔFt pode atuar segundo infinitas direções tangentes ao plano da área.
Tomando como referência os eixos coordenados x, y e z, a tensão pode ser decomposta segundo
suas componentes retangulares, neste caso ΔA= Δx Δy e ΔF é decomposta em três componentes
cartesianas.
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De forma similar, para um estado de tensão constante, cada uma das três componentes
de tensão normal deve ser igual em módulo à sua correspondente de mesma direção, porém
com sentidos opostos, sy=sy’ e sz=sz’.
Ao admitir-se que a barra está sujeita a uma deformação uniforme, esta deformação será
causada por uma tensão normal constante, s, uniformemente distribuída sobre a seção transversal da
barra.
Uma vez que cada área ΔA desta seção está sujeita a uma força ΔF=sA, a soma dessas forças
atuantes sobre toda a área da seção transversal deve ser equivalente à força interna resultante, P, da
seção.
Resumindo, um carregamento axial, P, atuante nas extremidades de uma barra prismática reta
homogênea e passando pelo centroide da área de sua seção reta causará uma distribuição uniforme de
tensão normal sobre esta área.
Pode ocorrer, ocasionalmente, da barra estar sujeita à várias cargas externas ao longo de seu
eixo ou pode ocorrer uma variação na área de sua seção reta. Como resultado, a tensão normal no
interior da barra poderá ser diferente de uma seção para a seguinte e, para determinar-se a tensão
normal média máxima deve se obter a localização onde a relação P/A é máxima. Para isso é necessário
determinar a força interna P para várias seções ao longo da barra.
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Como convenção de sinais, P será positiva se causar tração no elemento e negativa se causar
uma compressão no mesmo.
Exemplo 2.4.1: Seja a estrutura abaixo projetada para resistir ao esforço de 30kN. A estrutura é
composta por uma barra de seção transversal retangular de 30x50 mm e uma barra de seção transversal
circular de diâmetro igual a 20 mm e possui extremidades achatadas de seção transversal 20x40 mm.
Ambas as barras estão conectadas por um pino em B e são suportadas por pinos e suportes nos pontos
A e C, respectivamente.
Supondo o pino pelo qual é suspensa a carga tenha forma de U, a barra retangular seja suportada no
apoio A por um pino preso em um suporte duplo e a barra circular seja conectada ao apoio C por um
suporte simples, onde todos os pinos têm 25 mm de diâmetro, qual a tensão normal criada em ambas
as barras devido ao carregamento?
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b) Reações de Apoio
∑ 𝐹𝑥 = 0 𝐴𝑥 + 𝐶𝑥 = 0 → 𝐶𝑥 = −𝐴𝑥 → 𝐶𝑥 = −40 𝑘𝑁
∑ 𝐹𝑦 = 0 𝐴𝑦 + 𝐶𝑦 − 30 𝑘𝑁 = 0 → 𝐴𝑦 + 𝐶𝑦 = +30 𝑘𝑁
∑ 𝑀𝐵 = 0 − 𝐴𝑦 (0,8 𝑚) = 0 → 𝐴𝑦 = 0
𝐴 = 40 𝑘𝑁 → 𝐶𝑥 = 40 𝑘𝑁 ← 𝐶𝑦 = 30 𝑘𝑁 ↑
𝐹𝐴𝐵 𝐹𝐵𝐶 30 𝑘𝑁
= =
4 5 3
𝐹𝐴𝐵 = 40 𝑘𝑁 𝐹𝐵𝐶 = 50 𝑘𝑁
Seja uma barra bi apoiada submetida a um carregamento qualquer P. Se os apoios forem rígidos
e P for suficientemente alta, ela provocará uma deformação no material da barra, ocorrendo falhas ao
longo dos planos.
Para que o equilíbrio seja mantido, uma força cisalhante (ou força cortante) deverá ser aplicada
em cada uma das seções para manter a parte em equilíbrio.
Quando o carregamento causa uma ação direta da carga ele é chamado de cisalhamento
simples ou direto. Neste caso considera-se UMA área de cisalhamento submetida a uma única força
cisalhante V=P.
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Embora se considere o cisalhamento causado pela ação direta de uma carga, onde o material
está sujeito a um cisalhamento puro, a tensão cisalhante também pode surgir indiretamente devido à
ação, tanto de um momento fletor, quanto de um momento torcional.
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25 𝑚𝑚 2
𝐴 = 𝜋𝑟 = 𝜋 ( ) = 𝜋(1,25×10−3 𝑚)2 = 491×10−6 𝑚2
2
𝑃 50×103 𝑁
𝜏𝑚𝑒𝑑 = = = 102×106 𝑃𝑎 = 102 𝑀𝑃𝑎
𝐴 491×10−6 𝑚2
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𝑃 20×103 𝑁
𝜏𝑚𝑒𝑑 = = = 40,7×106 𝑃𝑎 = 40,7 𝑀𝑃𝑎
𝐴 491×10−6 𝑚2
c) Extremidade B: pino
Considerando o centro do pino como sendo a seção GH e admitindo que o pino é simétrico, pode-
se dizer que o maior esforço de cisalhamento atuará no centro do pino, ou seja, no centro da seção GH.
Neste ponto as cargas atuantes são provenientes das seções DE e EG, portanto, o esforço P G é
de 25 kN.
Exemplo 2.5.1: Para a estrutura do exemplo 2.4.1 considere que a barra circular seja feita de aço com
uma tensão máxima admissível sadm =165 MPa. A barra pode suportar com segurança a carga à qual
está submetida? Supondo que modifiquemos o material da barra circular para o alumínio, com uma
tensão máxima admissível sadm =100 MPa, qual o diâmetro da barra que pode ser utilizado com
segurança?
Sendo a tensão máxima admissível do aço que compõe a barra de sadm = 165 MPa, e a tensão
calculada de um valor menor, diz –se que ela resiste com segurança ao esforço solicitado, com o
diâmetro proposto no dimensionamento.
𝑁 𝑉
𝐴= 𝐴=
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝜏𝑎𝑑𝑚
A tensão admissível utilizada em cada uma dessas equações é determinada, ou pela aplicação
de um fator de segurança especificado para tensões normais ou cisalhantes, ou obtendo-se essas
tensões diretamente das normas de projeto específicas.
Sejam quatro tipos comuns de problemas associados à determinação da área mínima necessária
à resistência dos esforços solicitantes:
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Se for considerada uma barra axialmente carregada e for cortada em um plano formado por um
ângulo θ com o plano normal, se verificará, pelas condições de equilíbrio do corpo livre, que as forças
distribuídas agindo na seção serão equivalentes à força atuante P.
𝐹 = 𝑃 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑉 = 𝑃 𝑠𝑒𝑛𝜃
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Onde a força F representa a resultante das forças normais distribuídas sobre a seção e V
representa a resultante das forças tangenciais distribuídas sobre a seção.
Os valores médios das tensões normal e de cisalhamento correspondentes são obtidos dividindo-
se, respectivamente, F e V pela área A0 da seção.
𝐹 𝑉
𝜎= 𝜏=
𝐴𝜃 𝐴𝜃
Substituindo-se F e V pela área Aθ da seção e utilizando-se da relação onde A0= Aθ cosθ (onde
A0 indica uma área de seção perpendicular ao eixo da barra, obtém-se:
𝑃 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑃 𝑠𝑒𝑛𝜃 ou 𝑃 𝑃
𝜎= 𝜏= 𝜎= 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 𝜏= 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝐴0⁄ 𝐴0⁄ 𝐴0 𝐴0
𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑐𝑜𝑠𝜃
Para estas considerações de cálculo, em particular, tem-se o seguinte:
θ σ t
0º 𝑃
σ = σmáx 𝜎= t=0
𝐴0
45º
𝑃 𝑃 𝑃 𝑃
σ = σ’ 𝜎′ = 𝑐𝑜𝑠 2 45𝑜 = t = tmáx 𝜏𝑚 = 𝑠𝑒𝑛45𝑜 𝑐𝑜𝑠45𝑜 =
𝐴0 2𝐴0 𝐴0 2𝐴0
90º σ= 0 t=0
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a) Seção a-a
Na seção a-a o carregamento interno resultante consiste em apenas uma força axial para a
qual P=800 N.
A tensão normal média para esta seção é determinada por:
𝑃 800 𝑁
𝜎= = = 500 𝑘𝑃𝑎
𝐴 (0,04 𝑚). (0,04 𝑚)
Não ocorre tensão cisalhante sobre esta seção, pois a força cisalhante é nula. tmed=0.
b) Seção b-b
Na seção b-b o diagrama de corpo livre da parte esquerda da estrutura é construído e mostra
a distribuição de carga, neste caso, atuam sobre a área seccionada tanto uma força normal,
N, como uma força cisalhante, V.
𝑁 = 692,8𝑁 𝑉 = 400 𝑁
A tensão normal média e a tensão cisalhante média para esta seção são determinadas por:
𝑁 692,8 𝑁
𝜎= = = 375 𝑘𝑃𝑎
𝐴 (0,04 𝑚). (0,04619 𝑚)
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𝑉 400 𝑁
𝜏𝑚𝑒𝑑 = = = 217 𝑘𝑃𝑎
𝐴 (0,04 𝑚). (0,04619 𝑚)
Onde a distribuição de tensão normal média e a tensão cisalhante média para esta seção
são expressas pela figura acima.
Exemplo 2.7.2: No suporte mostrado na figura, a parte superior do elemento ABC tem 9,5 mm de
espessura e as partes inferiores têm 6,4 mm de espessura cada uma. É utilizada resina epóxi para unir
as partes superior e inferior em B. O pino em A tem 9,5 mm de diâmetro e o pino usado em C tem 6,4
mm de diâmetro. Determinar (a) a tensão de cisalhamento no pino A, (b) a tensão de cisalhamento no
pino C, (c) a maior tensão normal no elemento ABC, (d) a tensão de cisalhamento média nas superfícies
coladas em B e (e) a tensão de esmagamento no elemento em C.
∑ 𝑀𝐷 (2200 𝑁). (380 𝑚𝑚) − 𝐹𝐴𝐶 (250 𝑚𝑚) = 0 → 𝐹𝐴𝐶 = +3344 𝑁 Tração
=0
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𝐹𝐴𝐶 3344 𝑁⁄
𝜏𝐶 = = 2 = 52,0 𝑀𝑃𝑎
𝐴 𝜋 (6,4 𝑚𝑚)2⁄
4
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𝐹1 3344 𝑁⁄
𝜏𝐵 = = 2 = 1,24 𝑀𝑃𝑎
𝐴 (30 𝑚𝑚). (45 𝑚𝑚)
Quando uma força é aplicada a um corpo, ela tende a alterar a forma e a dimensão do corpo.
Essas mudanças são chamadas de deformação e podem ser, tanto visíveis a olho nu, como
praticamente imperceptíveis sem a utilização de equipamentos de precisão de medidas.
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Em geral, as deformações de um corpo não serão uniformes ao longo de seu volume e, assim,
as mudanças na geometria de um segmento de linha sobre o corpo podem variar ao longo de seu
comprimento. Enquanto uma linha do corpo pode se alongar, outra pode se contrair, entretanto, quanto
menores forem os segmentos de linha considerados, mais retilíneos ficarão estes segmentos após a
deformação.
3.1. DESLOCAMENTO
O deslocamento é uma quantidade vetorial utilizada para medir o movimento de uma partícula
ou ponto de uma posição inicial para outra posição final. Logo, se um corpo é classificado como
deformável, então suas partículas adjacentes podem ser deslocadas uma relativamente à outra quando
forças são aplicadas ao corpo. Por outro lado, se o corpo é rígido, não pode ocorrer deslocamento
relativo entre as partículas.
Se θ’ for menor do que π/2 a deformação por cisalhamento será positiva, enquanto se θ’ for maior
do que π/2 a deformação por cisalhamento será negativa.
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Sendo assim, em relação às linhas Δx, Δy e Δz, os comprimentos dos lados do paralelogramo
ficam:
𝑠𝑒𝑛∆𝜃 ∆𝜃
𝑡𝑔∆𝜃 = ≈ = ∆𝜃
𝑐𝑜𝑠∆𝜃 1
As tensões podem ser relacionadas com as deformações através de métodos experimentais que
conduzem à determinação do chamado diagrama tensão-deformação de um material específico. Deste
modo, as propriedades mecânicas de um material devem ser conhecidas para que se possam relacionar
as deformações em um material com suas correspondentes tensões.
A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem apresentar
deformações indevidas ou falhas. Essa propriedade é inerente ao material e deve ser determinada por
meio de experimentos.
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Uma das maneiras de se obter esses dados se dá por meio dos ensaios de tração e de
compressão do material.
Embora muitas propriedades mecânicas importantes de um material possam ser determinadas
a partir desses ensaios, eles são utilizados, principalmente, para determinar a relação entre a tensão
normal média e a deformação normal média dos materiais.
A partir dos dados obtidos no ensaio de tração ou compressão, é possível calcular-se os vários
valores da tensão e as deformações correspondentes do corpo de prova para, finalmente, construir-se
um gráfico com esses resultados.
• Comportamento Plástico:
Região de Escoamento
Região onde ocorre um leve aumento da tensão, acima do limite elástico, e o material
se acomoda de maneira que é causada uma deformação permanente. Quando o
material se encontra nesse estado ele é chamado de perfeitamente plástico. A tensão
que causa o escoamento é denominada tensão de escoamento, σy e a deformação
decorrente desta tensão é chamada de deformação plástica.
Nesta região ocorre uma mudança na área inicial da seção transversal A0 até que o
valor da tensão chegue na tensão última.
Região de Endurecimento
Se ao término do escoamento uma carga adicional é aplicada ao corpo de prova, a
tensão continuará a aumentar com a deformação específica continuamente até atingir
um valor de tensão máxima descrito como tensão última, σu. Este acréscimo e subida
da curva é chamado de deformação por endurecimento.
Região de Estricção
Ao atingir a tensão última, a área inicial da seção transversal A0 se deforma
localizadamente e não mais ao longo de todo o seu comprimento nominal. Neste
ponto o corpo de prova tende a fraturar-se com uma tensão de ruptura, σr.
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A redução percentual da área Também é expressa como uma porcentagem. Assim, se a área
original da seção transversal do corpo de prova é A0 e sua área no ponto de ruptura é AR, define-se:
Existe uma relação linear na região elástica entre tensão e deformação específica. Esta relação
estabelece que o aumento na tensão causa um aumento proporcional na deformação específica, fato
descoberto por Robert Hooke (em 1676) ao utilizar molas em seus experimentos. Essa relação linear é
expressa matematicamente por:
Desta forma, sob o efeito do cisalhamento, a Lei de Hooke pode ser escrita como:
𝜏 = 𝐺𝛾
Nesta equação G representa o Módulo de Elasticidade ao Cisalhamento ou Módulo de
Elasticidade Transversal.
Quando um corpo deformável é submetido a uma força axial trativa, ele não apenas se alonga,
mas também se contrai transversalmente, assim como, quando uma força compressiva atua sobre um
corpo deformável esta causa uma contração na direção da força e uma expansão transversal.
Quando a carga P é aplicada à barra, ela varia seu comprimento de um valor d e seu raio de um
valor d’. As deformações específicas longitudinal (na direção axial) e transversal (na direção radial)
podem ser expressas como:
𝛿 𝛿′
𝜀𝑙𝑜𝑛𝑔 = 𝜀𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 =
𝐿0 𝐿0
Foi observado por Poisson (1800) que, na faixa elástica, a relação entre essas deformações
específicas é uma constante, uma vez que d e d’ proporcionais. Essa constante é conhecida como
Coeficiente de Poisson, ν, e possui um valor numérico único para cada material (homogêneo e
isotrópico).
𝜀𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠
𝜐=−
𝜀𝑙𝑜𝑛𝑔