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Fatalidade e procura: dilemas da política democrática sob pressão do populismo

Paulo Fábio Dantas Neto1

À s vésperas de nova onda da pandemia e a dezesseis meses das eleiçõ es presidenciais, o ponto em
discussã o é a recepçã o do quadro atual como permanente ou transitó rio. Os efeitos da terceira onda
podem, ainda, ser mitigados, ou estamos condenados a experimentar o pior? A eleiçã o presidencial de
2022 será , necessariamente, um terceiro turno de 2018, ou pode haver outro desfecho, além de
reeleiçã o ou revanche? A semana encerra-se com respostas distintas, dadas por atores políticos da
esquerda. O contraste pode ser compreendido de diversas formas. Sugiro, a seguir, uma delas.

Quem aprendeu a pensar na política como o territó rio privilegiado da açã o direta tende a ver o tempo
como adversá rio. Sente ímpeto de desafiá-lo e usa como hino o “quem sabe faz a hora”. Sabendo o que é
certo e errado, usa a pressuposta sapiência para fabricar experiências exemplares que façam acontecer.

Diversamente, quem aprendeu a pensar a política como o territó rio da representaçã o segue, nela, o
lema existencial de Má rio Lago e faz “(...) um acordo com o tempo: nem ele me persegue, nem eu fujo dele,
um dia a gente se encontra”. Ciente da pró pria ignorâ ncia, sempre achará mais importante conseguir,
com sua açã o, uma agregaçã o do que o reconhecimento de que está com a razã o.

A parte da esquerda que privilegia a açã o direta lançou-se à s ruas para enfrentar Bolsonaro no seu
territó rio. A imprudência (ou cá lculo eleitoral míope) dos que aceitam as provocaçõ es da extrema-
direita constrange governadores num momento em que a pandemia ameaça se agravar e a AGU
ingressa, performaticamente, no STF, questionando a autoridade daqueles para decretar restriçõ es e
puniçõ es a aglomeraçõ es. O recado é “Bolsonaro mata mais que o vírus”. Essa sugestã o ignora o espectro
da terceira onda e sugere que a pandemia é politicamente orientada. Nessa meia-verdade, a metade nã o
veraz é a grande novidade: o vírus passou a ser o inimigo nú mero 2 dessa parte da oposiçã o de
esquerda, que se pretende “sem medo”. O medo é um sentimento humano. A temeridade é coisa de
quem se afasta da humanidade, colocando-se acima dela. É assim que se mata ou se suicida por uma
"causa" que, vista de perto, pode ser fanatismo ou interesse como outro qualquer. Há momentos, como o
de agora, em que heroísmo e demagogia andam de braços dados e matam da mesma forma.

É incomensurável o efeito sanitá rio desse rebaixamento de status do vírus, baseado em meia-verdade.
Mas o seu sentido político negativo pode ser percebido: diferenças entre bolsonaristas e essa parte da
esquerda estã o ainda mais explícitas no campo político-eleitoral e cada vez menos nítidas no da saú de
pú blica. E nem adianta o resto da oposiçã o se julgar isenta de responsabilizaçã o pelo passo em falso.
Como se sabe, a propaganda bolsonarista nã o é dada a nuances e exibirá a evidente hipocrisia como
pecado de toda a oposiçã o. E com alguma razã o, pois, embora claramente divididos quanto à

1
Cientista político e professor da UFBa. E-mail: pfabio@ufba.br
oportunidade dessa convocaçã o, todos os partidos da esquerda a assinaram, mirando duvidosos bô nus
políticos. Já o “centro”, silente, em geral, diante da aventura, dividirá apenas os ô nus.

O agressivo ministro das comunicaçõ es segue o figurino do presidente e ambos farã o, com as imagens
das manifestaçõ es de hoje, o que têm feito com os presentes recebidos, diariamente, do performá tico
triunvirato da CPI da pandemia, que, estando longe da esquerda das açõ es diretas, substitui a oposiçã o
política pela demagogia direta. O pró ximo presente - avisa Demétrio Magnolli, em “Sob o feitiço das
redes”, FSP, 29.05.21 - será a mensuraçã o “científica” das mortes que poderiam ter sido evitadas,
anunciada pelo relator da CPI, num amadorismo surpreendente, tratando-se de quem se trata.

Por essas e outras nã o surpreende tanto o efeito que, surpreso, o professor Pablo Ortellado comentou,
também hoje, em O Globo (“Governo vence disputa nas redes”, 29.05.21). É impressionante como parte
da oposiçã o fornece matéria-prima preciosa para a usina de factó ides de um governo atolado em lama e
crimes. Tã o atolado que nem assim consegue deter a rejeiçã o crescente entre os antes indiferentes, mas
usa bem os regalos para conservar o seu patamar bá sico de apoio social. Para isso nada como ter
adversá rios açodados, sempre assíduos em comprar provocaçõ es. Graças a eles o governo bolsonarista
já logrou inserir, ao menos como dú vida, na pauta das redes e da imprensa, a sua equiparaçã o aos
governadores na condiçã o de potenciais investigados na CPI e agora caminha para dividir com a
oposiçã o a pecha de desafiador do vírus nas ruas. Bolsonaro nem precisa vencer esse debate (o que
ademais nã o parece razoavelmente possível), precisa apenas nivelá -lo por baixo, como tem conseguido.

Encerrarei esta coluna tentando mostrar o outro lado dessa lua que aparece tã o minguante, aos olhos de
uma sociedade traumatizada. Diante do pessimismo predominante, correrei o risco de parecer
irrealista, ou até poliâ nico. Por isso, precisarei fazer parêntesis relativamente longo para, na sequência,
inserir na discussã o uma visã o opcional sobre o possível, baseada no acordo de Mario Lago com o
tempo. Como já dito, coisa de quem pensa a política como o territó rio, por excelência, da representaçã o.

Como sabemos, a mediocridade e a violência (por enquanto verbal) do embate político atual dura desde
2014 e nã o apenas se intensificou de modo inédito com o mais recente protagonismo da extrema-direita
e de Bolsonaro, em particular. Há na cena de agora mais do que isso, uma mudança de qualidade (no
mau sentido) porque o confronto político transbordou do jogo interativo, ou reativo, entre atores e
passou a desafiar, abertamente, os limites da institucionalidade, civil e militar. Por essa razã o, a
percepçã o pú blica da crise começa a imputar à agitaçã o bolsonarista um cará ter de permanência
institucional. Fala-se de derrotar Bolsonaro como se se tratasse de derrubar uma ditadura. Essa
percepçã o é possível quando a linguagem institucional desaparece da cena e a desqualificaçã o e o
xingamento dominam o léxico da política, assim como a perseguiçã o à verdade e à mentira (temas
policiais e judiciais), impõ e-se, perversamente, como regra antipolítica, à gramá tica dos procedimentos.
O Senado Federal está sendo um palco exemplar desse drama e é espantoso como, em meio à gritaria,
nã o se ouve mais, um mês depois da CPI, a voz prudente e institucional do seu presidente.
A sensaçã o difusa é, por absurdo, que o bolsonarismo é uma instituiçã o, ainda que espú ria, embora ele
seja, de fato, um movimento extremista, cada vez mais subversivo. A opiniã o pú blica, quando vê que
esse movimento e seu chefe sã o capazes de encostar na parede comandantes das Forças Armadas
diminui sua confiança na democracia. Enquanto o grande empresariado vacila, parte minoritá ria da
opiniã o pú blica que tem alguma voz adere à onda autocrá tica e vira massa de manobra da estratégia
golpista (casos evidentes, por exemplo, de associaçõ es de policiais, caminhoneiros e comerciantes),
enquanto a maior parte da sociedade civil, imprensa incluída, passa a colocar em segundo plano
preferências, escolhas e valores, e agarra-se ao que parece ser (e efetivamente pode ser) a salvaçã o: um
político com recall, capaz de vencer Bolsonaro na arena plebiscitá ria onde se escolhe o presidente.

A ló gica fatalista tem, portanto, razã o de ser e nã o pretendo desqualificá-la, nã o só porque tem base
realista, como porque a alternativa pragmá tica que essa ló gica enxerga possui legitimidade democrá tica.
O que tenho feito em vá rios sá bados, e farei também neste, com ênfase especial, é argumentar que o
fatalismo também se baseia em impressõ es amparadas em evidências nã o suficientes.

O que explica raciocínios tã o conclusivos num contexto de tanta volatilidade em que a resiliência da
popularidade de Bolsonaro é a ú nica incerteza com aparência de certa e embora seja também essa a
aparência do aumento da sua rejeiçã o? Difícil entender qualquer fatalismo quando se pensa que há um
mês e meio Rodrigo Pacheco era a voz do Senado, que há dois meses e meio Lula era carta fora do
baralho, que há três meses o episó dio Daniel Silveira sinalizava um protagonismo do STF e que há
quatro meses Rodrigo Maia era símbolo de política prudencial. Vejo os doze meses que nos separam das
convençõ es como longuíssimo prazo e os dezesseis que nos separam da eleiçã o como uma eternidade.

O que leva pessoas a afirmarem que Bolsonaro “já está no segundo turno” é, certamente, a evidente
resiliência da sua base de apoio revelada nas pesquisas, associada aos efeitos persuasivos de uma
intensa campanha pelo voto “ú til” já no primeiro turno, feita pelo PT e pala militâ ncia lulista. Já o ruído
que a pequena parte militante da base bolsonarista costuma fazer produz uma sensaçã o de que ela nã o
apenas é relevante - e é - mas também uma possível maioria. As evidências das mesmas fontes
(pesquisas) sã o todas ao contrá rio disso, posto que a rejeiçã o cresce de modo sustentado (pesquisa
mais recente a coloca à s portas dos 60%) e aponta uma barreira que se erguerá , no segundo turno,
contra a reeleiçã o do presidente. Isso pode mudar? Em tese sim, tudo pode mudar, mas por que essa
afirmaçã o só vale no sentido a favor de Bolsonaro? A rejeiçã o pode ser transitó ria mas o apoio nã o?

Vamos a Lula. Também pelas pesquisas, é forte a evidência de que “já está no segundo turno” e, também,
de que “é o cara” mais capaz (seus simpatizantes dizem que o ú nico, mas aí já nã o se argumenta em
terra firme) de derrotar Bolsonaro. Os nú meros exuberantes de intençõ es de voto que Lula ostenta
seduzem qualquer democrata interessado em ver o capitã o, no mínimo, fora do palá cio. Mas nã o sã o
evidência bastante para justificar que pessoas em princípio afastadas da área de influência do PT já se
apressem a dizer que “o jeito” é ir de Lula desde o primeiro turno. Isso ocorre, ao que parece, pelo
mesmo motivo dos prognó sticos “intuitivos” sobre Bolsonaro. A polarizaçã o cria um movimento
endó geno à sua pró pria ló gica, que a reafirma como sensaçã o de que é um desígnio dos fatos.

Outra evidência em favor da sensaçã o de irreversibilidade da situaçã o de Lula é nã o haver movimento


na esquerda que possa desafiá -lo. Ciro Gomes perde a cada dia substâ ncia nesse campo e sua escolha
parece ser entrar no jogo ainda aberto na centro-direita. Agora acaba de pegar a contramã o da polêmica
provocada pelo bolsonarismo em torno do voto impresso. Destoando de toda a oposiçã o, legitima a
pauta, alegando querer tomá -la de Bolsonaro. Parece querer, na verdade, os eleitores de Bolsonaro,
postando-se como “vanguarda do atraso”, para, como já cogitou, bater-se com Lula no segundo turno.
Plus para Lula no primeiro, se pensarmos no destino dos votos de centro-esquerda para Ciro em 2018.

Tudo isso é aporte razoável aos prognó sticos, animados ou fatalistas, sobre o favoritismo de Lula. Tanto
aporte que o foco das atençõ es passa longe da concomitante rejeiçã o ao petista, fator pouco relevante,
hoje, diante da maior e crescente rejeiçã o a Bolsonaro. Acontece que essa pouca relevâ ncia aumentará ,
como problema, se a rejeiçã o de Bolsonaro recuar. E será um problema ainda mais sério para Lula se
aumentar o bastante para que a centro-direita abandone o presidente e se agregue em torno de uma
candidatura mais leve. Em resumo, Lula é “o cara” enquanto a situaçã o de Bolsonaro nã o mudar. Essa
situaçã o mudando, para melhor ou para pior, o que hoje é soluçã o poderá passar a ser uma questã o em
aberto. Se, diante da consolidaçã o de um consenso oposicionista de que é "Lula ou ninguém" e de um
consenso governista de que é "Bolsonaro ou ninguém", pesquisas passarem a sinalizar que a reeleiçã o,
hoje improvável, voltou a ser provável, aí sim, pode ser tarde demais para fabricar uma alternativa, seja
do ponto de vista político, seja do ponto de vista legal (prazos para filiaçõ es, convençõ es, etc...).

Apó s o parêntesis penso ter, ao menos, moderado as convicçõ es fatalistas e fico mais à vontade para
propor uma reflexã o sobre o seguinte: nem só de ló gicas vertiginosas tem vivido a política brasileira. Há
movimentos de atores que, tendo o jogo da representaçã o política como foco agregador, negociam
prudentemente com o tempo sem incorrerem em performances populistas, unilateralmente centradas
em suas identidades individuais. Nesse sentido, já comentei, no sá bado passado, a sinalizaçã o positiva
oferecida pelo encontro de Lula com Fernando Henrique Cardoso, na casa ecumênica de Nelson Jobim,
um quadro anfíbio da política, detentor de experiência nos três Poderes da Repú blica. Agora trago -
como exemplo, até esse momento, ainda mais prá tico do que aquele - o movimento de entrada no PSB
de políticos oriundos de outros partidos da esquerda e centro-esquerda, a saber, Flavio Dino, Manuella
D’ávila e Orlando Silva (PCdoB), Marcelo Freixo (PSOL) e, provavelmente, Tá bata Amaral (ex-PDT).

Essa esperançosa aterrissagem, em um mesmo partido, com longa histó ria, de políticos exemplares de
uma esquerda que dialoga com aliados e adversá rios e se preocupa com uma agenda positiva para o
país, certamente também tem um componente pragmá tico. A convergência é efeito antecipado da
proibiçã o de coligaçõ es em eleiçõ es para deputado federal, o que dificulta a que vá rios partidos formem
bancadas suficientemente numerosas para atenderem à nova clá usula de barreira.
Do ponto de vista da eleiçã o presidencial, esse movimento importante nã o altera (a princípio até
reforça) a tendência de a esquerda convergir para Lula. No PSB, o grupo do prefeito de Recife está com
Lula, outras direçõ es estaduais tendem ao mesmo caminho, embora outras nã o. Se alguma indefiniçã o
há, a chegada desses quadros parece fazer a balança pender para o apoio ao petista, até mesmo Tá bata,
cujo perfil indica preferência por soluçõ es mais ao centro. Enquanto Bolsonaro estiver na raia o perigo
une e nã o deve haver maiores divergências entre os neó fitos e a banda mais à esquerda dos antigos.

Agora, noutro cená rio, com Bolsonaro derretido, arredado e havendo uma candidatura de centro
agregadora, quem tiver olho estratégico vai querer, ao menos, rediscutir o apoio imediato a Lula. Isso
porque a construçã o de um projeto plural de longo prazo, que forme e articule uma esquerda
assumidamente reformista e social-democrata, encontraria ambiente mais propício e saudável para
prosperar ao lado de um governo de centro moderado - ou mesmo no â mbito de uma futura oposiçã o a
Lula - do que compartilhando um governo pressionado pelo retrovisor, por uma fênix petista. Explico: a
vitó ria de Lula, ou de qualquer oposicionista, derrotará Bolsonaro, mas nã o abolirá o bolsonarismo.
Com Lula no governo, esse movimento tende a converter-se numa força de oposiçã o e unificar a direita,
civil e militar, pela extremidade. A instabilidade tende a ser o traço mais marcante do ambiente político
nos anos seguintes e aí é difícil pensar em "luxos" como projetos de país, renovaçã o de partidos, de
lideranças, etc. Impossível vislumbrar agora o que sucederá. Mas se cedermos a uma tentativa de
projeçã o concluiremos que o incerto mais provável é, na futura oposiçã o, todos os caminhos levarem de
volta ao mito e, na futura situaçã o, o governo virar trincheira e nã o patamar de avanço.

Nas condiçõ es objetivas do jogo, nã o há sentido em ver um quadro da esquerda disputando eleiçõ es
contra Lula, em 2022. O mesmo nã o se pode dizer da hipó tese de uma ampla aliança ao centro voltar a
se colocar na pauta, em razã o de variáveis que a esquerda, nem toda a oposiçã o reunida, pode controlar.

Por exemplo, a oposiçã o nã o pode saber onde vai parar a atual disputa entre o PSD e o DEM pela posiçã o
de partido propositor da alternativa do conservadorismo pragmá tico e liberal a Bolsonaro, nem das
possibilidades dessa disputa acabar em acordo. Se separados, aqueles dois partidos nã o ameaçarã o os
dois atuais protagonistas. Juntos poderã o imantar o centro onde PSDB e MDB dormem e, a depender do
jogo de cintura do candidato, baterem à porta da centro-esquerda, ou serem visitados por ela.

Igualmente, a oposiçã o nã o pode saber qual será o quadro pó s-vacinaçã o no Brasil, nem se, ou em qual
momento, Bolsonaro ensaiará sua marcha aos nossos capitó lios. Os sinais visíveis (os ú nicos que
podemos considerar) sã o de que ela poderá ocorrer porque será a opçã o de Bolsonaro se sua rejeiçã o
seguir aumentando. Terá êxito? Nã o sabemos ao certo. A contagem regressiva já começou, mas se
houver resistência unitá ria, é muito difícil que ele consiga. Essa confiança nã o pode, no entanto, levar à
imprudência de dar como definitivo o quadro pré-eleitoral, antes de realizado, ou nã o, esse encontro
com uma provável investida mais radical da extrema direita. Pode se impor uma soluçã o mais ampla e
unitá ria do que a volta do PT. Ela nã o cairá do céu por milagre. Precisa estar no radar.
Um amplo movimento cívico em defesa das instituiçõ es e pela garantia das eleiçõ es, aí sim, pode mudar
inteiramente o jogo e até levar Lula a trocar a posiçã o de candidato pela de estadista, como imaginou
recentemente o professor Werneck Vianna. Ou, falando com a linguagem da pequena política, uma
situaçã o de uniã o nacional que poderia deixar o PT na posiçã o de se integrar ou marchar sozinho, ou
com o PSOL Conjecturas à parte, Lula terá sempre papel relevante. Depois de tudo o que o envolveu, isso
é uma medida exata da emergência a que chegamos.

Nesse processo ainda sob nuvens densas, uma eventual alternativa a Lula, negociada com ele, nã o
necessariamente redundaria numa candidatura de esquerda. Aliá s, Lula e o PT devem preferir que nã o
redunde. Quem seria esse sujeito oculto? Nã o sabemos, mas é possível imaginar, se o exercício for
compartilhado por partidos e grupos que estã o no jogo pré-eleitoral em curso, mas informados pela boa
liçã o de que em conjunturas críticas e volá teis nã o se deve atuar sem plano B.

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