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de Sistemas de Elevadores
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Prof. José Joaquim Costa Branco de Oliveira Pedro
Orientador: Prof. Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença
Vogal: Prof. Luís Manuel Coelho Guerreiro
Maio de 2017
ii
RESUMO
Na eventualidade de um sismo, a operacionalidade dos serviços hospitalares é vital. A falha do
sistema de elevadores neste tipo de edifícios pode impossibilitar o transporte vertical dos doentes
e, assim, não permitir a prestação de cuidados médicos num momento tão crucial.
Segue-se uma análise retrospetiva de danos resultantes de eventos sísmicos baseada no registo
do desempenho destes sistemas em eventos anteriores. Tal análise revela o descarrilamento do
contrapeso como sendo a falha mais frequente, expondo o sistema contrapeso-guia como o que
requer mais atenção por parte de um dimensionamento à ação sísmica.
Sendo elementos não estruturais, os elevadores não são considerados na resistência estrutural
do edifício onde se inserem, existindo apenas alguns regulamentos onde se definem requisitos
mínimos de segurança específicos para os vários componentes. E, embora tenha sido aprovada,
recentemente, a norma europeia EN81-77 que apresenta critérios de dimensionamento e
instalação dos elevadores face à ação sísmica, ainda não é aplicada de forma generalizada em
Portugal. Assim, abordam-se estes documentos e tais metodologias são comparadas.
O método preconizado pela EN81-77 é o escolhido para ser confrontado no contexto de um caso
de estudo baseado no Hospital do Barlavento Algarvio. Para tal, realizam-se análises dinâmicas
com o intuito de obter a resposta dinâmica do sistema de guias das cabines e contrapesos.
iii
iv
ABSTRACT
In the event of an earthquake, the perfect operation of hospital services is vital. The failure of the
elevator system in this type of building may make the vertical transportation of patients impossible,
and thus not allow medical care at such crucial time.
Therefore, this work intends to raise awareness to the importance of the seismic design of
elevators, starting with a brief description of its various components and emphasizing seismic
safety devices.
Following that, is presented a retrospective analysis of damages resulting from seismic events
based on the systems performance in previous events. Such analysis reveals the derailment of
the counterweight as the most frequent failure, exposing the rail-counterweight system as
requiring more attention by a project to the seismic action.
Since the elevators are non-structural elements and thus not considered to be part of the
structural strength of the building where they are installed, there are only a few regulations
developed by countries as USA and Japan where specific minimum safety requirements are
defined for the various components. And although EN81-77, approved in 2013, has design criteria
for elevators against seismic action, it is not yet widely used in Portugal. For this matter, these
documents are approached and such methodologies are compared.
The method recommended by EN81-77 is the one chosen to be confronted in the context of a
case study based on the Barlavento Algarvio’s Hospital. For this, dynamic analyses are carried
out in order to obtain the dynamic response of the car and counterweight guide rails.
v
vi
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ....................................................................... 1
1.1 Enquadramento do tema ............................................................................................... 1
3.3.2 Norma Americana – ASME A17.1: Safety Code for Elevators and Escalators... 33
vii
3.4 Considerações Finais .................................................................................................. 45
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1.1 DANOS EM ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS DEVIDO A UM SISMO (A) NUM AEROPORTO; (B) NUM
EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS (EERI, 2011) .................................................................................. 1
FIGURA 2.5 SECÇÕES TRANSVERSAIS DAS GUIAS (A) (AMERICA, 2016) (B) (P-W HOLESALE, 2016) ...... 7
FIGURA 2.6 (A) PÁRA-QUEDAS; (B) LIMITADOR DE VELOCIDADE (SPMET, 2016).................................. 8
FIGURA 2.7 (A) RODADEIRA (PYBOM ELEVATOR PARTS, 2016); (B) ROÇADEIRA (ELECTRICAL KNOW-
HOW, 2016) ............................................................................................................................ 8
FIGURA 2.8 (A) CABOS DE AÇO (SUPREME, 2016); (B) CINTAS DE AÇO (OTIS, ELEVADOR GEN2TM FLEX,
2007) ..................................................................................................................................... 9
FIGURA 2.9 ESQUEMA DE CABOS DE TRAÇÃO E DE COMPENSAÇÃO NUM ELEVADOR ELÉTRICO............ 10
FIGURA 2.10 MOTOR GEARED (A) [ADAPTADO DE (ELEVATOR MACHINE AND DRIVE SYSTEM, 2016)]; (B)
(ICARE ELEVATORS, 2016) .................................................................................................. 11
FIGURA 2.11 MOTOR GEARLESS (A) [ADAPTADO DE (ELEVATOR MACHINE AND DRIVE SYSTEM, 2016)];
(B) (ICARE ELEVATORS, 2016) ............................................................................................. 11
FIGURA 2.12 ELEVADORES ELÉTRICOS DE TRAÇÃO (A) COM REDUTOR; (B) SEM REDUTOR; (C) MRL (OTIS,
SOBRE ELEVADORES, 2016) ................................................................................................. 12
FIGURA 2.13 ELEVADORES HIDRÁULICOS DE AÇÃO DIRETA (A) CENTRAL; (B) LATERAL [ADAPTADO DE
(ASCENSORES, 2006) (OTIS, ABOUT ELEVATORS)] ............................................................... 14
FIGURA 2.14 ELEVADOR HIDRÁULICO DE AÇÃO INDIRETA (OTIS, ABOUT ELEVATORS) ....................... 15
FIGURA 2.15 ELEVADOR HIDRÁULICO SEM CASA DE MÁQUINAS (OTIS, 2015) .................................... 16
FIGURA 2.16 AMORTECEDORES (A) DE MOLA (MICROSTEELCRAFT, 2016); (B) A ÓLEO (AODEPU, 2016)
............................................................................................................................................ 17
FIGURA 2.17 (A) ONDAS P; (B) ONDAS S (DOMUS, 2016) ................................................................ 20
FIGURA 2.18 SISTEMA DE DETEÇÃO SÍSMICA (A) (HOTFROG, 2016) (B) (DRAKA, 2016) ..................... 21
FIGURA 2.19 ESQUEMA DO SENSOR DE DESCARRILAMENTO DO CONTRAPESO [ADAPTADO DE
(STRAKOSCH & CAPORALE, 2010)] ........................................................................................ 21
FIGURA 3.1 (A) GUIAS DO CONTRAPESO DEFORMADAS (FEMA, 2012); (B) DESCARRILAMENTO DO
CONTRAPESO; (C) RODADEIRA DEFORMADA; (D) DEFORMAÇÃO DE UM BRACKET (DU, 2008); .... 24
FIGURA 3.2 (A) CABO DANIFICADO; (B) CABOS FORA DOS GORNES (DU, 2008) ................................. 25
FIGURA 3.3 COMPARAÇÃO ENTRE AS FORÇAS DE INÉRCIA GERADAS DURANTE UM SISMO NUM (A)
ELEVADOR DE TRAÇÃO; (B) ELEVADOR HIDRÁULICO (CELIK, 2006) ........................................... 26
FIGURA 3.4 MOTOR GERADOR QUE DESLIZOU DA SUA FIXAÇÃO NO SISMO DE 1964 NO ALASCA (AYRES,
SUN, & BROWN, 1973) .......................................................................................................... 27
ix
FIGURA 3.5 CONTRAPESO DESCARRILADO (A) APÓS O SISMO DE 1989 DE LOMA PRIETA (B) NO HOSPITAL
OLIVE VIEW DEVIDO AO SISMO DE NORTHRIDGE DE 1994 (PORTER, SEISMIC FRAGILITY OF
TRACTION ELEVATORS, 2015) ................................................................................................ 27
FIGURA 3.6 SECÇÃO DAS GUIAS (A) DE 5KG/M; (B) EM T (YAO, 2000) ............................................... 28
FIGURA 3.7 ESQUEMA DO DESCARRILAMENTO DO CONTRAPESO [ADAPTADO DE (AYRES, SUN, & BROWN,
1973)] .................................................................................................................................. 29
FIGURA 3.8 (A) DESCARRILAMENTO DO CONTRAPESO; (B) COLISÃO DO CONTRAPESO COM A CABINE
(MIRANDA & MOSQUEDA, 2010) ............................................................................................ 29
FIGURA 3.9 (A) DANIFICAÇÃO DA MÁQUINA DE TRAÇÃO (B) DERRUBE DO PAINEL DE CONTROLO (MIRANDA
& MOSQUEDA, 2010) ............................................................................................................ 30
FIGURA 3.10 ESQUEMA DE UM LIMITADOR DE MOVIMENTO [ADAPTADO DE (SINGH, RILDOVA, & SUAREZ,
2002)] .................................................................................................................................. 34
FIGURA 3.11 FORÇAS SÍSMICAS SUPORTADAS PELAS GUIAS [ADAPTADO DE (SINGH, RILDOVA, & SUAREZ,
2002)] .................................................................................................................................. 36
FIGURA 3.12 GUIA COM LIMITADOR DE MOVIMENTO ......................................................................... 41
FIGURA 3.13 CATEGORIAS SÍSMICAS DE ELEVADORES PARA IMPORTÂNCIA/TIPO DE SOLO II-B, I-D E I-E
............................................................................................................................................ 46
FIGURA 4.1 HOSPITAL DO BARLAVENTO ALGARVIO (CHALGARVE, 2016) ......................................... 47
FIGURA 4.2 BLOCOS ESTRUTURAIS DO HOSPITAL ............................................................................ 48
FIGURA 4.3 ESQUEMA DE UM ELEVADOR DO CORPO D .................................................................... 51
FIGURA 4.4 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DOS ELEVADORES 1, 2 E 3 (DIMENSÕES EM MM).......... 52
FIGURA 4.5 SECÇÕES TRANSVERSAIS EM T DAS GUIAS (A) T50 (B) T70, T82 E T125 (ISO 7465, 2001)
............................................................................................................................................ 52
FIGURA 4.6 CORTE VERTICAL DA CAIXA DE ELEVADOR (DIMENSÕES EM MM) ...................................... 53
FIGURA 4.7 VISTA 3D DO MODELO DE ELEMENTOS NUMÉRICOS EM SAP2000................................... 55
FIGURA 4.8 MODELO DA GUIA DA CABINE ........................................................................................ 57
FIGURA 4.9 LIBERTAÇÕES DO ELEMENTO DE BARRA (BRACKET) NO MODELO EM SAP2000 ................ 57
FIGURA 4.10 ESQUEMA DO CONTRAPESO E CABINE E MASSAS NAS GUIAS PARA AS DUAS SITUAÇÕES . 59
FIGURA 4.11 ESQUEMA DA GUIA COMO VIGA CONTÍNUA HORIZONTAL ................................................ 61
FIGURA 4.12 DIAGRAMAS DE MOMENTOS FLETORES PARA AS DUAS ANÁLISES EFETUADAS................. 64
FIGURA 4.13 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1: (A)
SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 .............. 66
FIGURA 4.14 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1: (A)
SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 .............. 66
FIGURA 4.15 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO TIPO 1:
(A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ......... 67
FIGURA 4.16 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO TIPO 1:
(A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ......... 67
FIGURA 4.17 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO
1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ..... 69
x
FIGURA 4.18 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO
1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ..... 69
FIGURA 4.19 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADOS PELO
SISMO TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y,
SITUAÇÃO 2 .......................................................................................................................... 70
FIGURA 4.20 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADOS PELO
SISMO TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y,
SITUAÇÃO 2 .......................................................................................................................... 70
FIGURA 4.21 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO
1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ..... 71
FIGURA 4.22 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO 1:
(A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ......... 72
FIGURA 4.23 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADOS PELO SISMO
TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2
............................................................................................................................................ 72
FIGURA 4.24 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADOS PELO SISMO
TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2
............................................................................................................................................ 73
FIGURA 4.25 ORIENTAÇÃO E DISPOSIÇÃO DAS GUIAS TRANSVERSAIS NAS PAREDES DE BETÃO........... 73
FIGURA 4.26 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1:
(A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ........................................... 74
FIGURA 4.27 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1:
(A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ........................................... 74
FIGURA 4.28 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO
TIPO 1: (A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ................................ 75
FIGURA 4.29 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO
TIPO 1: (A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ................................ 75
xi
xii
ÍNDICE DE TABELAS
xiii
xiv
SIMBOLOGIA
Latinas minúsculas
𝑔: aceleração gravítica;
Latinas maiúsculas
Gregas minúsculas
Abreviaturas e Siglas
EC8 – Eurocódigo 8;
xv
xvi
1. INTRODUÇÃO
(a) (b)
Figura 1.1 Danos em elementos não estruturais devido a um sismo (a) num aeroporto; (b) num edifício de
escritórios (EERI, 2011)
Um elemento não estrutural, devido à falta de resistência ou ao seu modo de ligação à estrutura,
não é considerado no projeto sísmico como um elemento resistente (NP EN 1998-1, 2010). Este
pode ser categorizado como um elemento arquitetónico (paredes interiores divisórias, fachadas
exteriores, janelas, tetos falsos, etc.), como um sistema mecânico (elevadores), elétrico,
hidráulico (condutas), etc. No total, estes elementos podem contabilizar cerca de 80 a 90% do
custo total de um edifício novo.
Projetar um edifício que permaneça intacto, sem qualquer dano, representa um esforço
económico muito grande, reservando-se essa ideia para estruturas com exigências especiais,
tais como centrais nucleares. Assim, a maioria dos edifícios é dimensionada para que, após um
sismo, a estrutura resista e os danos sofridos sejam reparáveis. Porém, após a ocorrência de um
sismo, não só o edifício tem que resistir como também, todos os elementos não estruturais como
o sistema elétrico, de gás, de água, elevadores e outros equipamentos, têm de permanecer
operacionais.
Como tal, hoje em dia, surge a preocupação de criar ou até aprimorar regras e propostas de
segurança para a construção e instalação destes elementos sujeitos a condições sísmicas. Dos
diversos elementos não estruturais existentes, dá-se especial atenção aos sistemas de
elevadores. Na ocorrência de um sismo, é reconhecida a importância do funcionamento normal
de um hospital e, para tal, os elevadores que permitem o acesso vertical de pessoas e
equipamentos, necessitam também de estar operacionais.
1
Só após os sismos de Alasca e San Fernando em 1964 e 1971, respetivamente, é que se
começou a desenvolver um maior interesse em recolher e registar a informação quantitativa e
qualitativa fornecida pelos danos sofridos nos sistemas de elevadores devido a fortes eventos
sísmicos (Ayres, Sun, & Brown, 1973). Assim, em 1983, a FEMA (Federal Emergency
Management Agency) lançou um guia prático para reduzir os riscos dos danos de elementos não
estruturais devidos ao sismo. A partir dessa data, os EUA, o Japão e, mais recentemente, a
Europa, têm proposto várias normas e regulamentos com o intuito de aperfeiçoar o
comportamento sísmico de elevadores.
Embora, em 2013, tenha sido aprovada uma norma europeia que indica regras de segurança
para elevadores sujeitos a sismos, Portugal ainda carece de recomendações próprias. Além
disso, é necessário atualizar as empresas produtoras destes sistemas como também dar
formação aos projetistas neste sentido.
Como se pretende melhorar o comportamento sísmico destes sistemas, não só para instalações
hospitalares como também para todo o tipo de edifícios, a presente dissertação vem dar
seguimento a um conjunto de estudos anteriores da ACSS IP (Administração Central do Sistema
de Saúde) e do ICIST (Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção) surgindo
com os objetivos que se apresentam de seguida.
1.2 OBJETIVO
O objetivo principal desta dissertação é dar um contributo a uma possível elaboração de um
documento que sirva como manual de dimensionamento sísmico de sistemas de elevadores,
aplicável a todos os tipos de edifícios, em particular, às instalações de saúde.
Para tal, este trabalho segue uma metodologia que se foca nos seguintes pontos:
2
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O presente documento encontra-se dividido em cinco capítulos, iniciando-se com esta
introdução, onde se enquadra e justifica-se o tema, determinam-se os objetivos e estrutura-se o
trabalho.
O capítulo 2 é destinado à apresentação dos vários sistemas de elevadores, dando uma maior
relevância aos sistemas elétricos de tração e aos hidráulicos. Assim, são descritos os seus
modos de funcionamento, os principais elementos integrantes e ainda os dispositivos de
segurança. Faz-se também uma breve comparação entre estes dois sistemas. São indicadas
algumas normas e regulamentos aplicáveis aos elevadores e, por fim, expõem-se dois
dispositivos de segurança sísmica: interruptor sísmico e detetor de descarrilamento do
contrapeso.
O terceiro capítulo inicia-se com uma breve apresentação dos principais danos sofridos pelos
diversos componentes de um sistema de elevadores. Faz-se, também, uma retrospetiva de
alguns eventos sísmicos com o objetivo de demonstrar os tais danos e os trabalhos de
investigação que daí surgiram para uma evolução dos regulamentos específicos de elevadores.
São indicadas metodologias de verificação de segurança de elementos não estruturais que
abordam o cálculo de forças de inércia, acelerações sísmicas e deslocamentos relativos entre
pisos devido à ação sísmica. Por fim, abordam-se duas normas com requisitos específicos para
elevadores: ASME 17.1 e EN81-77:2013.
O caso de estudo inicia-se com uma descrição da estrutura e do sistema de elevadores. Seguem-
se as considerações tomadas para a execução do modelo numérico e a definição das ações para
a realização das análises dinâmicas (espectro de resposta de dimensionamento). Por fim,
apresentam-se resultados sob a forma de acelerações, deslocamentos, momentos fletores e
tensões, fazendo-se uma discussão dos mesmos.
3
4
2. SISTEMAS DE ELEVADORES
Tal vai ser discutido mais à frente sendo, para já, indispensável o conhecimento dos tipos de
elevadores existentes, dos seus componentes básicos e do seu modo de funcionamento para
um melhor entendimento de como um sismo pode afetar estes sistemas.
Sistemas de
elevadores
Elétricos de Climbing
A vácuo Hidráulicos
tração Elevators
Telescópica
Central
Lateral
5
Os designados climbing elevators ou elevadores de obra, são um tipo particular de elevadores
em que a máquina move-se com a cabine, ou seja, têm o seu próprio mecanismo de elevação.
São, geralmente, utilizados em construção civil ou em instalações industriais, incluindo
plataformas petrolíferas off shore (ver Figura 2.2).
(a) (b)
Figura 2.2 Climbing elevators (a) Elevador de obra (Elevators Types, 2016); (b) Elevador numa
plataforma petrolífera (Alimak, 2016)
O contrapeso é um conjunto de pesos em betão, aço ou chumbo que desliza também por perfis
de aço laminado com secção em T – guias do contrapeso (ver Figura 2.5). Este assegura a tração
entre a máquina e os cabos e equilibra o peso próprio da cabine e mais cerca de 50% da sua
carga nominal. Assim, a potência necessária do motor é idêntica quer a cabine esteja carregada
ou vazia, traduzindo-se em menores gastos de energia e maiores velocidades de percurso
(Schmitt Elevators, 2016).
(a) (b)
Figura 2.5 Secções transversais das guias (a) (America, 2016) (b) (P-Wholesale, 2016)
7
As guias do contrapeso e da cabine controlam a trajetória destes componentes e garantem a
linearidade do seu movimento, sendo fixas às paredes ou à estrutura da caixa por fixações
(brackets) (Isidro, 2010). Tanto as guias como as suas fixações devem ser calculadas de forma
a suportar os esforços transversais provocados pela excentricidade da carga na cabine e
eventuais esforços provocados pela ação do pára-quedas (ver Figura 2.6 a). O pára-quedas é
um componente mecânico que funciona como um sistema de emergência, capaz de bloquear a
cabine nas guias em caso de rotura de cabos ou de excesso de velocidade da cabine, detetado
pelo limitador de velocidade (ver Figura 2.6 b) (Gomes, 2012) (Schmitt Elevators, 2016).
(a) (b)
Figura 2.6 (a) Pára-quedas; (b) Limitador de velocidade (SPMet, 2016)
Além das guias, o elevador é constituído por dispositivos de deslizamento que permitem o
movimento da cabine e do contrapeso ao longo do seu trajeto e servem para diminuir o atrito e
o ruído produzido entre a estrutura da cabine e as guias. Estes são de dois tipos:
✓ Rodadeiras (roller guides) - são constituídas por, pelo menos, três rodas que giram ao
longo das guias. Estas são utilizadas em elevadores de alta velocidade e, por isso, mais
indicadas para edifícios de alturas elevadas (ver Figura 2.7 a).
✓ Roçadeiras (sliding guides) - estes elementos de metal ou de plástico auto-lubrificantes
simplesmente deslizam sobre as guias. São utilizados para velocidades inferiores a 3
m/s (ver Figura 2.7 b).
(a) (b)
Figura 2.7 (a) Rodadeira (PYBOM Elevator Parts, 2016); (b) Roçadeira (Electrical Know-how, 2016)
8
Num elevador elétrico de tração são usados quatro tipos de cabos com composições e diâmetros
diferentes para aplicações diversas (Ascensores, 2006):
(a) (b)
Figura 2.8 (a) cabos de aço (Supreme, 2016); (b) cintas de aço (Otis, Elevador GeN2TM Flex, 2007)
O cabo de compensação, obrigatório para edifícios de grande altura, é colocado entre a parte
debaixo da cabine e a parte debaixo do contrapeso de maneira a contrabalançar o peso dos
cabos de tração (ver Figura 2.9).
9
Figura 2.9 Esquema de cabos de tração e de compensação num elevador elétrico
Os elevadores elétricos de tração podem ser divididos em três tipos básicos: com redutor
(geared); sem redutor, ou seja, de acoplamento direto, (gearless) e sem casa de máquinas (MRL
– Machine Room Less).
Os dois primeiros sistemas diferenciam-se quanto ao motor. Nos sistemas de tração geared, o
seu movimento vertical é devido a um motor que está diretamente acoplado a uma caixa de
engrenagem que, por sua vez, aciona a polia e impõe-lhe o movimento de rotação (ver Figura
2.10). Os cabos de aço, que se encontram sobre a polia, percorrem todo o caminho desde o topo
da cabine até ao contrapeso. A força para baixo provocada pela gravidade que atua sobre o peso
da cabine e do contrapeso, cria atrito entre os cabos de aço e a roldana criando, assim, tração.
À medida que esta roldana gira, o elevador sobe ou desce (Popp, 2009). Estes elevadores
funcionam, normalmente, a velocidades entre 1 e 2,5m/s.
10
(a) (b)
Figura 2.10 Motor geared (a) [Adaptado de (Elevator Machine and Drive System, 2016)]; (b) (ICARE
Elevators, 2016)
(a) (b)
Figura 2.11 Motor gearless (a) [Adaptado de (Elevator Machine and Drive System, 2016)]; (b) (ICARE
Elevators, 2016)
O sistema de tração sem casa das máquinas (MRL) é uma inovação dos dois sistemas
anteriormente apresentados. Por apresentar um motor e polia mais pequenos e com menor peso,
todo o equipamento da máquina é montado dentro da caixa do elevador, eliminando a
necessidade de uma casa das máquinas e, assim, obtém-se uma redução significativa de
espaço. Existem também fabricantes que substituem os tradicionais cabos de tração por cintas
de aço nestes sistemas, possibilitando uma viagem com muito maior qualidade.
A instalação deste modelo de elevadores é muito mais simples e permite uma maior poupança
de energia, sendo utilizados em edifícios de baixa a média altura. Na Figura 2.12 observam-se
os três tipos de sistemas de elevadores elétricos de tração.
11
(a) (b) (c)
Figura 2.12 Elevadores elétricos de tração (a) com redutor; (b) sem redutor; (c) MRL (Otis, Sobre
Elevadores, 2016)
Na sua maioria, estes elevadores têm um menor custo de instalação, comparativamente aos
elétricos, e os seus custos de manutenção são também mais baixos por terem um menor número
de componentes. Além disso, para cargas elevadas, são considerados mais eficazes.
Outra vantagem a destacar, principalmente numa zona de importância sísmica, é o facto de este
tipo de elevadores não impor cargas verticais à caixa do elevador, mas apenas às fundações do
edifício. Porém, têm maiores gastos energéticos devido ao seu mecanismo de funcionamento
(Çelik & Korbahti).
12
Assim, percebe-se que no sentido descendente, a potência necessária é bastante reduzida
porque o movimento gerado através do regresso do óleo ao reservatório é feito por gravidade.
Em contrapartida, no sentido contrário, a energia dispensada é muito superior à de um elevador
de tração por não se ter um contrapeso.
Tendo em conta que o percurso do óleo é garantido por tubagens, os elevadores hidráulicos
podem ter a casa das máquinas em qualquer parte do edifício.
Ação Direta
Na solução direta o êmbolo aciona diretamente a cabine podendo ser de dois tipos:
✓ Central em que o êmbolo “ataca” a cabine por baixo, empurrando-a. Neste caso, os
cilindros telescópicos utilizados são enterrados a uma profundidade igual à do curso do
elevador acrescida de 60cm a 1m (sistema In Ground) (ver Figura 2.13 a);
✓ Lateral que tem um ou dois cilindros instalados lateralmente à cabine (normalmente são
dois por razões de equilíbrio de cargas) (Holeless). Esta solução é ideal quando as
condições do solo não permitem a realização de um furo para o cilindro (ver Figura 2.13
b).
13
(a) (b)
Figura 2.13 Elevadores hidráulicos de ação direta (a) Central; (b) Lateral [Adaptado de (Ascensores,
2006) (OTIS, About Elevators)]
Ação Indireta
Neste sistema de ação indireta (roped) o êmbolo encontra-se na lateral da cabine conectando-
se a esta por meio de um sistema de cabos (ver Figura 2.14). Tal como acontece nos elevadores
hidráulicos de ação direta lateral, os cilindros são também instalados lateralmente, não sendo
necessário cravá-los no solo. A suspensão deste modelo é de 1:2, ou seja, por cada metro que
o êmbolo viaja, a cabine move-se 2.
14
Figura 2.14 Elevador hidráulico de ação indireta (OTIS, About Elevators)
Como forma de resumo do que foi mencionado anteriormente, na Tabela 2.1 pode-se observar
uma tabela comparativa entre os elevadores elétricos de tração e elevadores hidráulicos.
Tabela 2.1 Tabela comparativa entre elevadores elétricos de tração e elevadores hidráulicos [Adaptado
de (Ascensores, 2006)]
Elétrico de tração Hidráulico
Menor (casa das máquinas na Maior (casa das máquinas em
Facilidade de instalação
parte superior) qualquer parte do edifício)
Velocidade Maior (>1 m/s) Menor (<1 m/s)
Altura Qualquer Máximo 8 pisos
Carga Menor capacidade de carga Maior capacidade de carga
Ruído Mais ruidoso Mais silencioso
Embora a inovação de elevadores sem casa das máquinas tenha tido o seu princípio em
elevadores de tração, esta tecnologia já se aplica em modelos hidráulicos. Nestes sistemas não
existe a necessidade de uma casa de máquinas pois a unidade hidráulica localiza-se no interior
da caixa do elevador libertando espaço útil ao nível do piso (ver Figura 2.15).
15
Figura 2.15 Elevador hidráulico sem casa de máquinas (Otis, 2015)
As situações de movimento descontrolado que podem ocorrer num elevador são velocidade
excessiva, queda livre ou desnivelamentos. Para que tal não aconteça, existem os seguintes
dispositivos de segurança (Know-How, 2016) (Palha, 2010):
16
zona estende-se 0,20m acima e abaixo do nível do piso. Caso as portas sejam forçadas, o
dispositivo de bloqueio é acionado e o elevador pára imediatamente.
(a) (b)
Figura 2.16 Amortecedores (a) de mola (MicroSteelCraft, 2016); (b) a óleo (Aodepu, 2016)
Um interruptor de fim de curso deve ser ajustado de modo a funcionar o mais próximo possível
dos últimos pisos (inferior e superior) e operar sempre que a cabine ultrapasse a posição limite.
No sentido descendente, por exemplo, deve ser acionado antes que o elevador entre em contacto
com os amortecedores.
A válvula de rutura é um dispositivo exclusivo dos elevadores hidráulicos e é ativada sempre que
ocorre uma variação brusca de pressão no cilindro correspondente à descida repentina da
cabine.
17
Destinadas aos mais diversos usos de elevadores: elevadores utilizados em barcos, para
pessoas com mobilidade reduzida, de passageiros, etc., a Organização Internacional de
Normalização (ISO) criou normas. Na Tabela 2.2 indicam-se alguns exemplos.
A norma EN 81 emitida pelo Comité Europeu de Normalização (CEN) está dividida em várias
partes destacando-se as seguintes:
Esta última parte, aprovada em Novembro de 2013, define regras de segurança adicionais
relacionadas com elevadores de passageiros e de carga com vista a salvaguardar pessoas e
18
bens contra os riscos associados ao uso, manutenção, inspeção e operação de emergência de
elevadores sujeitos a condições sísmicas. Assim, os objetivos desta Norma Europeia são (EN81-
77, 2013):
Assim, numa primeira parte desta norma, pode-se encontrar uma lista dos principais riscos
associados aos sismos, seguida de um capítulo onde se indicam os requisitos de segurança e
medidas de proteção a aplicar aos vários elementos de um elevador (cabine, contrapeso, etc.).
Encontra-se também neste documento uma pequena descrição do comportamento de um
elevador após ter sido ativado o sistema de deteção sísmico.
De maneira a prevenir tais situações, existem dispositivos de segurança sísmica que podem ser
instalados nos elevadores.
19
As ondas volúmicas propagam-se através do interior da Terra e dividem-se em: ondas P
(primárias) e ondas S (secundárias).
As primeiras são ondas longitudinais que se propagam em meios sólidos, líquidos ou gasoso,
com uma velocidade superior, daí serem as primeiras a chegar. As ondas S, mais lentas, apenas
se propagam em meios sólidos por serem ondas transversais (os fluidos não suportam forças de
tração).
(a)
(b)
Figura 2.17 (a) Ondas P; (b) Ondas S (Domus, 2016)
20
(a) (b)
Figura 2.18 Sistema de deteção sísmica (a) (Hotfrog, 2016) (b) (Draka, 2016)
A zona de colocação deste aparelho não é consensual entre algumas normas e até entre
fornecedores e empresas de instalação. A norma EN 81-77 (EN81-77, 2013), por exemplo, indica
que se o sensor for utilizado exclusivamente para transmitir informação ao elevador, pode ser
colocado no poço. Já a ASME 17.1 (ASME, 2004) explicita que o interruptor deve ser instalado
na casa das máquinas.
(a) (b)
Figura 2.19 Esquema do sensor de descarrilamento do contrapeso [Adaptado de (Strakosch &
Caporale, 2010)]
Este sistema de segurança, designado por ring on a string, consiste num conjunto de dois cabos
paralelos às guias do contrapeso e que passam por um par de anéis metálicos localizados na
arcada metálica (ver Figura 2.19). Se um destes anéis entrar em contacto com o cabo, ou seja,
se o contrapeso sofrer um deslocamento horizontal devido a um evento sísmico, o sensor
transmite um sinal elétrico para a unidade de controlo que pára a cabine e a redireciona para o
piso disponível mais próximo (Draka, 2016).
21
22
3. ELEVADORES SUJEITOS A CONDIÇÕES SÍSMICAS
Neste capítulo, pretende-se dar a conhecer os danos em elevadores devido aos sismos que
resultaram do registo e recolha de diversos eventos. Alguns sismos tiveram mais importância
que outros, na medida em que permitiram a evolução da segurança sísmica de elevadores
apresentando-se, por isso, alguns trabalhos de investigação que surgiram neste sentido. Por fim,
dá-se a conhecer metodologias de verificação de segurança para o dimensionamento de
elementos não estruturais e apresentam-se, também, códigos específicos com disposições
construtivas e verificações de segurança para os diversos componentes de um sistema de
elevadores.
23
✓ Deformação das guias e dispositivos de deslizamento;
✓ Descarrilamento do contrapeso para fora das guias;
✓ Colisão do contrapeso solto com a cabine;
✓ Deslocamento da máquina de tração para fora da sua fixação;
✓ Deslizamento do motor gerador para fora da casa das máquinas;
✓ Danos nos cabos devido a projeções e detritos existentes na caixa do elevador;
✓ Saída dos cabos de tração da sua trajetória;
✓ Rotura do cabo de compensação;
✓ Não acionamento dos interruptores sísmicos.
Descarrilamento do Contrapeso
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.1 (a) Guias do contrapeso deformadas (FEMA, 2012); (b) Descarrilamento do contrapeso; (c)
Rodadeira deformada; (d) Deformação de um bracket (Du, 2008);
24
Sistema de Cabos
Durante um sismo, são induzidas vibrações no sistema de cabos que podem provocar a sua
deformação, o seu deslocamento para fora dos gornes (ver Figura 3.2 b) ou até no seu
emaranhamento em outras componentes. Quando os cabos ficam emaranhados e o elevador
procede com o seu movimento, estes podem ficar deteriorados (ver Figura 3.2 a) e também
danificar os componentes aos quais ficaram presos.
(a) (b)
Figura 3.2 (a) Cabo danificado; (b) Cabos fora dos gornes (Du, 2008)
Ao contrário do que acontece para os elevadores de tração, existe muito pouca informação
relativa aos danos sofridos pelos elevadores hidráulicos aquando dum evento sísmico, não só
porque os de tração são em maior número como também porque ocorrem menos falhas nos
hidráulicos. Isto deve-se, sobretudo, à ausência do sistema de contrapeso.
Dos registos obtidos, os danos mais frequentes, exclusivos de elevadores hidráulicos, foram
(Porter, 2007):
✓ Vazamento do óleo;
✓ Deslocamento do cilindro e do êmbolo (pistão);
✓ Vazamentos nas tubagens hidráulicas;
✓ Perda de equilíbrio do reservatório.
Como já se viu no capítulo anterior, os sistemas hidráulicos requerem menos elementos do que
os de tração havendo, por isso, uma menor probabilidade de falha. Além disso, nos elevadores
hidráulicos, a carga é suportada pela fundação do edifício enquanto que nos de tração, é
suportada pelo edifício em si. Por fim, é de notar que os elevadores hidráulicos são instalados
em edifícios até 8 pisos e a casa de máquinas localiza-se, geralmente, nos pisos mais baixos,
onde as acelerações são menores. Observando a Figura 3.3, num sistema de tração aquando
de um fenómeno sísmico, são geradas maiores forças de inércia devidas às oscilações do
edifício.
25
(a) (b)
Figura 3.3 Comparação entre as forças de inércia geradas durante um sismo num (a) elevador de tração;
(b) elevador hidráulico (Celik, 2006)
De uma forma geral, os danos apresentados são causados pela aceleração e deformação
induzidas no sistema de elevador através da estrutura. Tendo em conta estes dois fatores, os
vários componentes dos elevadores podem ser classificados de acordo com a sua sensibilidade
sísmica. O equipamento existente na casa das máquinas é sensível à aceleração, sofrendo perda
de equilíbrio devido às forças de inércia, enquanto que a cabine é afetada pelo deslocamento
relativo entre pisos, ou seja, sensível à deriva. Por fim, têm-se os elementos como o contrapeso
e as guias que são sensíveis tanto à aceleração como à deriva (Taghavi & Miranda, 2003).
Em 1964, a província de Anchorage, no Alasca, tinha cerca de 100 elevadores, sendo que
metade eram hidráulicos e a outra metade de tração. Após um sismo de Mw1=9,2, os elevadores
de tração ficaram severamente danificados: deslizamento dos motores geradores, guias do
contrapeso partidas e respetivas fixações, cabos entrançados, rodadeiras dobradas e
descarrilamento dos contrapesos. Neste evento, os contrapesos não colidiram com as cabines
porque a falha de energia parou os elevadores. Pelo menos 80% dos danos causados no
equipamento dos elevadores foi provocado pelos motores geradores que, devido a uma
deficiente fixação, deslizaram para fora do seu suporte isolador de vibração (ver Figura 3.4)
(Ayres, Sun, & Brown, 1973).
1 Escala de magnitude de momento, usada para medir a magnitude dos sismos em termos de
energia libertada.
26
Figura 3.4 Motor gerador que deslizou da sua fixação no sismo de 1964 no Alasca (Ayres, Sun, &
Brown, 1973)
Embora o sismo do Alasca tenha revelado uma capacidade sísmica insuficiente dos elevadores
nos EUA, poucas medidas de melhoria foram adotadas. Só após 1971, com o sismo de San
Fernando (Mw=6,6) em que 11% dos elevadores foram afetados e cerca de 700 sistemas de
contrapeso descarrilaram, é que se tomou consciência da gravidade do problema começando-
se a remodelar os regulamentos relacionados com o dimensionamento de elevadores em
edifícios, e a aplicar as novas regras na construção em 1973.
Após este, o sismo de Whittier Narrows em 1987 (Mw=5,9) constituiu o primeiro grande sismo e,
embora tenha havido uma significativa redução de danos, o desempenho dos dispositivos de
proteção não corresponderam às expectativas.
Os dois grandes eventos seguintes, o sismo de 1989 de Loma Prieta (Mw=6,9) e o de 1995 de
Northridge (Mw=6,7), ambos nos EUA, foram também responsáveis por danos severos em
elevadores apesar das mudanças nos regulamentos. No entanto, uma vez que cerca de metade
destes equipamentos foram instalados após 1973 houve uma distinção de desempenho. Dos
dados analisados, os elevadores pós-1973 tiveram um desempenho superior aos pré-1973
(Porter, Seismic fragility of traction elevators, 2015). Os danos verificados foram, principalmente,
descarrilamento do contrapeso devido à deformação das guias e brackets e danificação das
cabines devido à colisão com o contrapeso (ver Figura 3.5).
(a) (b)
Figura 3.5 Contrapeso descarrilado (a) após o sismo de 1989 de Loma Prieta (b) no Hospital Olive View
devido ao sismo de Northridge de 1994 (Porter, Seismic fragility of traction elevators, 2015)
27
Em 1999, dois grandes sismos abalaram Taiwan: 921 (21 de Setembro) em Chi-chi (M2L=7,3) e
1022 (22 de Outubro) em Min-Shong (ML=6,4). Além dos danos estruturais, muitos equipamentos
foram afetados, entre eles, os elevadores. Nos hospitais, o transporte vertical dos pacientes de
um piso para outro foi comprometido.
Estima-se que, dos cerca de 1.600 elevadores da cidade de Chia-Yi, 20% sofreram danos sendo
os mais frequentes relacionados com o descarrilamento do contrapeso e entrançamento dos
cabos.
Muitos dos danos no sismo 921 deram-se devido à reocupação dos elevadores depois do sismo
mas antes da chegada da equipa de manutenção, ou seja, antes de qualquer inspeção. Assim,
pequenos problemas relacionados com os cabos, foram agravados devido aos movimentos da
cabine. No sismo 1022, por ser posterior, os elevadores não foram utilizados sem aprovação das
autoridades responsáveis.
Durante o sismo 921, em pelo menos dois hospitais, o contrapeso saiu fora das guias e colidiu
com a cabine, danificando-a. A maioria dos descarrilamentos do contrapeso, cerca de 95%, deu-
se com guias de 5kg/m (ver Figura 3.6 a). Este tipo de guia é vulgarmente utilizado em edifícios
baixos por apresentar menor rigidez e resistência. Quando se pretende uma maior capacidade
de carga, usam-se guias de 8kg/m, com secção em T, de aço laminado a quente (ver Figura 3.6
b).
(a) (b)
Figura 3.6 Secção das guias (a) de 5kg/m; (b) em T (Yao, 2000)
Além dos problemas com a secção das guias do contrapeso, as vibrações sísmicas induzidas no
plano da arcada do contrapeso resultaram no embate com as guias, deformando-as. A força de
inércia perpendicular à arcada (ver Figura 3.7), fez com que o contrapeso saísse das guias e
forçou a distorção das rodadeiras levando ao descarrilamento (Yao, 2000).
Anos mais tarde, em 2006, Taiwan sofreu outro abalo de ML=6,7 (Mw=7,1) em que também foram
registados danos no sistema de contrapeso.
A 27 de Fevereiro de 2010, o Chile sofreu um abalo sísmico de Mw=8,8, sendo o quinto maior
evento registado no mundo. A maioria dos edifícios que exigiram evacuação perderam o uso dos
seus elevadores devido à falta de energia ou mesmo a danos sofridos. Esta perda dos elevadores
teve um impacto forte em muitos hospitais em que o transporte vertical dos doentes teve que ser
feito pelas escadas.
A maioria dos danos registados deveu-se ao descarrilamento do contrapeso para fora das suas
guias. Alguns destes chegaram a cair na cabine com resultados desastrosos, mas não se
registaram vítimas mortais (ver Figura 3.8).
(a) (b)
Figura 3.8 (a) Descarrilamento do contrapeso; (b) Colisão do contrapeso com a cabine (Miranda &
Mosqueda, 2010)
29
(a) (b)
Figura 3.9 (a) Danificação da máquina de tração (b) Derrube do painel de controlo (Miranda &
Mosqueda, 2010)
Num hospital da cidade de Talcahuano, verificaram-se danos na casa das máquinas: o derrube
de painel de controlo e da máquina de tração (ver Figura 3.9).
Atualmente, em Portugal, os elevadores são dimensionados com base nas normas europeias
existentes: EN81-1 para os elevadores elétricos de tração (EN81-1, 1998) e EN81-2 para os
hidráulicos (EN81-2, 1998) que carecem de metodologias de dimensionamento sísmico.
Existem regulamentos desenvolvidos por países como os EUA e o Japão onde são definidos
requisitos mínimos de segurança específicos para os diversos componentes integrantes de um
sistema de elevadores. Adicionalmente, tem-se a Norma Europeia EN81-77, aprovada em 2013,
que também apresenta critérios de dimensionamento e instalação face à ação sísmica.
3.3.1 Eurocódigo 8
Na secção 4.3.5 do EC8 (NP EN 1998-1, 2010) estão dispostas verificações que devem ser
tomadas aquando o projeto de um edifício, para elementos não estruturais que possam, em
situação de colapso, pôr em risco as pessoas ou a estrutura em si.
Caso estes elementos sejam de elevada importância ou constituam perigo, deve-se realizar uma
análise sísmica baseada num modelo da estrutura em que a ação sísmica é definida através de
espectros de resposta.
30
Para as outras situações, a ação sísmica pode ser determinada através de uma força horizontal
(𝐹𝑎 ) que atua no centro de gravidade do elemento não estrutural, segundo a direção mais
desfavorável (ver Equação (3.1)).
𝑆𝑎 ×𝑊𝑎 ×𝛾𝑎
𝐹𝑎 = (3.1)
𝑞𝑎
Em que:
𝑧
3 (1 + )
𝐻
𝑆𝑎 = 𝛼×𝑆× [ 2 − 0,5] ≥ 𝛼×𝑆 (3.2)
𝑇
1 + (1 − 𝑎)
𝑇1
Em que:
α: quociente entre o valor de cálculo da aceleração à superfície para solos do tipo A (ag) e a
aceleração gravítica (g);
𝑆: coeficiente de solo;
Com esta metodologia, é possível contabilizar os mais diversos aspetos introduzindo-se, assim,
um alto nível de exigência:
𝑇𝑎
✓ Efeito de ressonância (quando a relação = 1);
𝑇1
31
✓ Tipo de solo (introduzido por 𝑆);
✓ Localização do elemento na estrutura (relação 𝑧⁄𝐻);
✓ Zonamento sísmico (introduzido por α).
A ação sísmica considerada pela expressão acima corresponde à ação sísmica de projeto com
uma probabilidade de ocorrência de 10% em 50 anos (equivalente a um período de retorno de
475 anos para um coeficiente de importância II) estando associada, assim a uma exigência de
não colapso – Estado Limite Último. Para um coeficiente de importância IV ( 𝛾𝐼 =1,4), o período
de retorno é de 1303 anos3 e a probabilidade de ocorrência é de 3,6% em 50 anos.
Este processo de análise da resposta da estrutura apresenta resultados mais fiáveis sendo, por
isso, mais indicado para estruturas com exigências de segurança mais rigorosas, tal como os
hospitais.
Esta abordagem para situação de projeto sísmica permite considerar as acelerações espectrais
correspondentes aos modos de vibração mais importantes tal como à respetiva configuração.
Limitação de Danos
Assim, o EC8 apresenta mais uma exigência de desempenho, desta vez, uma exigência de
limitação de danos associada ao Estado Limite de Utilização no caso da atuação de um sismo
com maior probabilidade de ocorrência que o sismo de projeto (probabilidade de ocorrência de
−1⁄ −1⁄
3 𝑇𝐿𝑅 𝑘 475 3
Anexo Nacional EC8: 𝛾𝐼 = ( ) ⟺ 1,4 = ( ) ⟺ 𝑇 = 1303 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑇 𝑇
32
3,6% em 10 anos e um período de retorno de 261 anos considerando um coeficiente de
importância IV). Com o objetivo de evitar danos na estrutura e em elementos não estruturais
constituídos por materiais frágeis fixos à estrutura, limitam-se os deslocamentos entre pisos de
acordo com a Equação (3.3):
𝑑𝑟 𝜈 ≤ 0,005ℎ (3.3)
Em que:
𝜈: coeficiente de redução que tem em conta o menor período de retorno da ação sísmica
considerada;
3.3.2 Norma Americana – ASME A17.1: Safety Code for Elevators and Escalators
Tabela 3.1 Valores de pico da aceleração do solo para as zonas sísmicas dos EUA (Manceaux, 2008)
Zona sísmica PGA (g) PGA (m/s2)
1 acc ≤ 0,09 acc ≤ 0,883
2 0,09 < acc ≤ 0,19 0,883 < acc ≤ 1,864
3 0,19 < acc ≤ 0,29 1,864 < acc ≤ 2,845
4 0,29 < acc 2,845 < acc
33
De seguida apresentam-se as medidas a aplicar para cada componente, fazendo-se a separação
entre elevadores elétricos de tração e hidráulicos.
De modo a prevenir possíveis embates entre elementos, o código fornece algumas disposições
construtivas, indicando folgas mínimas entre a cabine e contrapeso (50mm) e entre a arcada de
contrapeso e as paredes da caixa ou das vigas de apoio (50mm).
Adicionalmente, durante um sismo, o contrapeso e a cabine induzem deformações nas guias que
podem resultar em deslocamentos excessivos e podem mesmo resultar no desencaixe de um
destes elementos. Como tal, a norma impõe a utilização de limitadores de movimento, que
consistem em placas planas de aço aparafusadas sob o dispositivo de deslizamento (rodadeiras
ou roçadeiras) fixos tanto em cima como em baixo das arcadas respetivas, com um espaçamento
vertical mínimo correspondente à altura da própria arcada (ver Figura 3.10).
Figura 3.10 Esquema de um limitador de movimento [Adaptado de (Singh, Rildova, & Suarez, 2002)]
Estes dispositivos são concebidos de maneira a resistir a uma força horizontal sísmica induzida
pela soma do peso da cabine/contrapeso com 40% da sua capacidade, gerada por uma
aceleração de 4,91 m/s2 (0,50g) para zona sísmica 3 ou superior; ou 2,45 m/s2 (0,25g) para zona
2.
Da mesma forma, o contrapeso e a sua arcada são dimensionados de forma a limitar a força
máxima transmitida à guia pelo limitador de movimento a 2/3 da ação sísmica total gerada pelo
peso do contrapeso, produzida por uma aceleração de 0,50g para a zona 3 ou superior, ou 0,25g
para zona 2.
34
• Sistema de Guias (cabine e contrapeso)
As guias são constituídas por seções em T de aço estrutural com uma resistência à tração
mínima de 380 MPa.
Para cada um dos 7 tipos de guias apresentados em cima, o código fornece um gráfico que
indica o espaçamento mínimo entre brackets que deve ser adotado e a carga máxima por par de
guias, tendo em conta a zona sísmica e o número de apoios intermédios (de nenhum a dois). Na
Figura 6.1 do Anexo A2, apresenta-se o referido gráfico para as guias com massa por metro
linear igual a 22,5 kg/m. No caso de guias reforçadas ou de seção superiores, é permitida a
utilização de espaçamentos superiores. Observando o gráfico, pode-se concluir que o aumento
do número de apoios permite maiores vãos entre brackets e também uma maior massa
suportada pelas guias.
É de notar que, nas situações em que a distância entre os limitadores de movimento (superior e
inferior) seja inferior a 65% do espaçamento entre brackets, a massa do contrapeso ou
cabine, 𝑊, usada para o dimensionamento da guia, terá de ser ajustada através de um fator de
carga, 𝑄 (ver Equação (3.4)).
Em que:
𝑄: fator de carga.
O fator 𝑄 é determinado de acordo com o gráfico que se exibe na Figura 6.2 no Anexo A2, onde
este está relacionado com o quociente entre a distância entre os limitadores de movimento (𝐿),
inferior e superior, do componente e o espaçamento entre brackets (vão da guia) (𝑙).
Para além dos gráficos citados, existem também equações de dimensionamento das guias com
o intuito de determinar a massa máxima suportada por cada par de guias em função, também,
da zona sísmica, da presença de apoios intermédios e do vão das guias. Estas fórmulas são
estabelecidas para ambas as direções de aplicação da força sísmica: 𝐹𝑥𝑥 – força paralela à alma
da seção (normal ao eixo x); 𝐹𝑦𝑦 – força paralela ao banzo (normal ao eixo y).
35
✓ Sem apoios intermédios:
𝑧𝑥
𝑊𝑥 ≤ 504,5× ×𝛼 (3.5)
𝑙
𝑧𝑦
𝑊𝑦 ≤ 1009× ×𝛼 (3.6)
𝑙
Em que:
𝛼: adota o valor unitário para zonas sísmicas 2 e é igual a 2 para zonas 3 ou superiores.
Verifica-se que a constante a aplicar para as zonas 3 é o dobro, considerando assim um cenário
mais desfavorável e, também que, para as forças normais ao eixo y, os coeficientes são também
o dobro dos correspondentes ao outro eixo. Esta última constatação deve-se ao facto de a força
𝐹𝑦𝑦 ser suportada por ambas as guias (ver Figura 3.11).
Figura 3.11 Forças sísmicas suportadas pelas guias [Adaptado de (Singh, Rildova, & Suarez, 2002)]
As forças sísmicas, 𝐹𝑥𝑥 e 𝐹𝑦𝑦 (N) ,podem ser calculadas de acordo com as seguintes expressões:
36
✓ Quando 𝐿 ≥ 𝑙 (distância entre brackets é igual ou superior à distância entre limitadores
de movimento):
𝑊
𝐹𝑥𝑥 = 9,807× ×𝛽 (3.11)
3
𝑊 (3.12)
𝐹𝑦𝑦 = 9,807× ×𝛽
6
✓ Quando 𝐿 < 𝑙
𝑊 𝐿
𝐹𝑥𝑥 = 9,807× × (1 − ) ×𝛽 (3.13)
2 3𝑙
𝑊 𝐿 (3.14)
𝐹𝑥𝑥 = 9,807× × (1 − ) ×𝛽
4 3𝑙
De modo a garantir um mínimo de rigidez das guias para resistirem às deformações provocadas
pelas forças sísmicas, impõem-se os seguintes limites dos momentos de inércia:
𝑊×𝑙3
𝐼𝑥 ≤ 9,807× ×𝛽 (3.15)
249𝛥𝐸
𝑊×𝑙 3 (3.16)
𝐼𝑦 ≤ 9,807× ×𝛽
498𝛥𝐸
Em que:
Quanto à ligação entre os vários troços das guias, devem ser seguidos um conjunto de regras
de construção e dimensionamento, das quais se destacam as seguintes:
✓ Os empalmes devem ser fixos com, pelo menos, quatro parafusos (cujos diâmetros
mínimos estão tabelados consoante o tipo de guia);
✓ O diâmetro do furo do parafuso não pode exceder 2 mm o diâmetro dos parafusos nas
guias nem 3 mm nos empalmes metálicos;
✓ Os empalmes metálicos têm espessuras mínimas tabeladas de acordo com o tipo de
guia;
37
✓ A largura do empalme não pode ser inferior à espessura do banzo da guia.
• Cabos e polias
Devem ser instalados dispositivos de retenção de cabos contínuos cobrindo as polias em, pelo
menos, dois terços do arco de contato entre o cabo e a respetiva polia mas não expondo mais
de um sexto do arco de contato em cada extremidade do retentor.
Os dispositivos de retenção pontuais podem ser usados no ponto médio do arco de contato
quando este tem um ângulo inferior a 30º ou, se este exceder este valor, os dispositivos são
instalados em cada extremidade e ao longo do comprimento do arco, espaçados por intervalos
inferiores a 30º.
• Dispositivos de emergência
Em todos os elevadores de tração cuja velocidade é igual ou superior a 0,75m/s, a norma prevê
que os mesmos devem estar providos de dispositivos de emergência, consoante a zona sísmica.
Para elevadores instalados na zona 3, deve existir, pelo menos, um interruptor sísmico que é
ativado por acelerações verticais iguais ou inferiores a 0,15g.
𝑧𝑥
𝑊′𝑥 ≤ 168× (3.17)
𝑙
38
𝑧𝑦
𝑊′𝑦 ≤ 336× (3.18)
𝑙
Tendo-se:
𝑊 𝑊𝑝
𝑊′𝑖 = + (zona 2) (3.19)
3 4
𝑊 𝑊𝑝
𝑊′𝑖 = + (zona ≥3) (3.20)
6 8
Em que:
𝑊′𝑥 e 𝑊′𝑦 : massas máximas suportadas por cada par de guias para forças normais aos eixos x
e y, respetivamente (𝑖 = 𝑥 , 𝑦) (kg);
Os momentos de inércia e as forças sísmicas são calculadas da mesma forma que para os
elevadores de tração sendo que o valor da massa do componente, 𝑊,é agora calculado tendo
em conta a massa do pistão hidráulico como se apresenta nas Equações (3.19) e (3.20).
• Suporte do reservatório
Para prevenir o derrube ou deslizamento do reservatório, devem ser tomadas as mesmas
provisões apresentadas para o suporte do equipamento elétrico para os sistemas de tração.
Também é indicado o valor máximo de 2,5 mm para a flecha a meio vão das tubagens e que a
tensão máxima de flexão combinada com esforço transverso é de 71,8 kPa.
• Dispositivos de emergência
Os elevadores hidráulicos que não estejam equipados de pára-quedas têm de ser providos de,
pelo menos, uma válvula de segurança contra roturas na tubagem.
Em 2.3.1, fez-se menção à norma europeia e os seus objetivos. Tal como foi referido, a EN 81-
77 apresenta requisitos de segurança de acordo com a classificação dos elevadores em
categorias baseadas nos limites de aceleração de dimensionamento sísmico, ad, (ver Tabela
3.2).
39
Tabela 3.2 Categorias de elevadores sujeitos a ações sísmicas
Categoria ad (m/s2)
0 ad < 1,0
1 1,0 ≤ ad < 2,5
2 2,5 ≤ ad < 4,0
3 ad ≥ 4,0
𝛾
𝑎𝑑 = 𝑆𝑎 × ( 𝑎 ) ×𝑔 (3.21)
𝑞𝑎
Em que:
𝑔: aceleração gravítica.
𝑎𝑑𝑥 ×𝑃
𝐹𝑥 = 𝑋𝑆𝐸 (3.22)
𝑛
𝑎𝑑𝑦 ×𝑃
𝐹𝑦 = 𝑋 (3.23)
𝑛⁄2 𝑆𝐸
O parâmetro 𝑋𝑆𝐸 traduz a distribuição das forças transmitidas através dos dispositivos de
deslizamento ou pelos limitadores de movimentos (superiores e inferiores), podendo ser
calculado da seguinte forma:
41
𝑍𝑆𝐸
Superiores 𝑋𝑆𝐸 = (3.24)
ℎ
ℎ − 𝑍𝑆𝐸
Inferiores 𝑋𝑆𝐸 = (3.25)
ℎ
Em que:
𝑛: número de guias.
É de notar que a força sísmica segundo a direção Y, 𝐹𝑦 , é o dobro de 𝐹𝑥 , pois esta ação é
suportada por n/2 guias.
3×𝐹𝑦,𝑆 ×𝑙 3×𝐹𝑥,𝑆 ×𝑙
𝑀𝑥,𝑆 = 𝑀𝑦,𝑆 = (3.26)
16 16
𝑀𝑥,𝑆 𝑀𝑦,𝑆
𝜎𝑥,𝑆 = 𝜎𝑦,𝑆 = (3.27)
𝑊𝑥 𝑊𝑦
O código indica que a tensão máxima admissível das guias pode ser calculada dividindo a
resistência à tração das guias, 𝑅𝑚 , por um fator de segurança, 𝑆,que depende da extensão do
material, ε.
𝑅𝑚
𝜎𝑎𝑑𝑚 = (3.28)
𝑆
Em que:
42
𝑊𝑥 e 𝑊𝑦 : módulos de flexão da guia segundo x e y, respetivamente;
ε ≥ 12% 1,8
8% ≤ ε < 12% 3,0
𝑘1 ×𝑔×𝑃
𝐹𝑘 = (3.29)
𝑛
Cabine
(𝐹𝑘 + 𝑘3 𝑀)×𝜔
𝜎𝑘 = (3.30)
𝐴
𝑘1 ×𝑔×(𝑄×𝑞 + 𝑃)
𝐹𝑐 = (3.31)
𝑛
Contrapeso
(𝐹𝑐 + 𝑘3 𝑀)×𝜔 (3.32)
𝜎𝑘 =
𝐴
Flexão 𝐹𝑘 + 𝑘3 ×𝑀
Cabine 𝜎𝑆 = 𝜎𝑚 + ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 (3.34)
𝐴
composta
𝐹𝑐 + 𝑘3 ×𝑀
desviada Contrapeso 𝜎𝑆 = 𝜎𝑚 + ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 (3.35)
𝐴
Em que:
43
𝐹𝑘 e 𝐹𝑐 : forças de encurvadura na guia da cabine e do contrapeso, respetivamente;
𝜎𝑘 : tensão de encurvadura;
𝐹𝑥,𝑆 ×𝑙3
𝛿𝑥 = 0,7× ≤ 𝛿𝑎𝑑𝑚,𝑥 (3.39)
48×𝐸×𝐼𝑦
𝐹𝑦,𝑆 ×𝑙 3 (3.40)
𝛿𝑦 = 0,7× ≤ 𝛿𝑎𝑑𝑚,𝑦
48×𝐸×𝐼𝑥
44
• Cabos e polias
Os dispositivos para impedir que os cabos saiam para fora das polias deverão estar instalados a
menos de 15º dos pontos de entrada e saída do arco de contato e ao longo deste, pelo menos
um dispositivo a cada ângulo de 90º.
• Dispositivos de segurança
Os elevadores hidráulicos devem ser providos de uma válvula de rotura destinada a evitar
problemas ambientais devido a vazamentos.
Nos casos em que estes dispositivos são utilizados exclusivamente para enviar informação
acerca do elevador, devem ser instalados no poço. Um sensor sísmico deve medir as
acelerações nos 3 eixos com frequências de resposta entre os 0,5 e os 10 Hz. O seu limite de
ativação é definido pelo fabricante mas, tal como a norma indica, esse valor, para qualquer
direção, tem de ser igual ou inferior a 1,0 m/s2.
O sistema de deteção sísmica deverá estar sempre operacional mesmo no caso de falha de
eletricidade pelo que é provido de um sistema de alimentação de energia elétrica de emergência.
Adicionalmente, possui um dispositivo de restabelecimento da operacionalidade (botão de reset)
que é colocado fora da caixa do elevador, apenas acessível a pessoal autorizado.
É de referir que, ao contrário da norma Americana, esta norma não menciona a instalação de um
sensor de descarrilamento do contrapeso, pressupondo-se que as medidas supramencionadas
são suficientes para prevenir o descarrilamento do mesmo.
Embora não haja registo confirmado de vítimas mortais em elevadores durante um evento
sísmico, muitas vezes, a sua operacionalidade fica comprometida podendo afetar gravemente a
capacidade de resposta das equipas de emergência num edifício hospitalar, nomeadamente, no
transporte de doentes. Tendo isto em conta, verifica-se a necessidade de melhorar o
45
desempenho destes sistemas através de verificações de segurança que se foquem no
dimensionamento sísmico destes elementos.
Existem já normas como a EN81-77 que, em conjunto com o EC8, apresentam requisitos de
segurança de acordo com a aceleração de projeto e considerando vários aspetos como o tipo de
solo, importância da estrutura, efeito de ressonância, etc.
Para se ter em conta as variações de rigidez e de massa dos elementos, pode-se recorrer a uma
análise modal com espectros de resposta. Esta análise, ao permitir considerar as acelerações
espectrais correspondentes aos modos de vibração mais importantes e a respetiva configuração,
apresenta resultados mais fiáveis, sendo o mais indicado para estruturas com maiores
exigências de segurança.
É de referir que as verificações de segurança da norma europeia são só exigidas para elevadores
de categoria 1 ou superior, cuja aceleração é igual ou superior a 1m/s 2 enquanto que no código
americano, a aceleração mínima a considerar é de 2,45 m/s2.
Por fim, com o intuito de dar um contributo para um possível manual de dimensionamento sísmico
de sistemas de elevadores, realizou-se o zonamento do território português (Continente e Ilhas)
tendo em conta a metodologia preconizada pela Norma EN81-77. Este zonamento foi realizado
para os 5 tipos de solo e os 4 coeficientes de importância, tendo-se obtido um resultado final de
10 mapas continentais, 5 dos Açores e 3 da Madeira. Assim, é possível saber qual a categoria
sísmica em que o elevador se insere após uma rápida consulta nas tabelas e mapas dispostos
nos Anexos A7 e A8, respetivamente. Na Figura 3.13 pode-se observar um exemplo.
Figura 3.13 Categorias sísmicas de elevadores para importância/tipo de solo II-B, I-D e I-E
46
4. HOSPITAL DO BARLAVENTO ALGARVIO
Para tal, elabora-se um modelo numérico de elementos finitos de uma parte do edifício, em
SAP2000, limitando a complexidade do mesmo. Isto justifica-se, pois, o objetivo desta análise
não é o de avaliar se os elevadores instalados no Hospital se encontram bem dimensionados,
mas sim de empregar e estudar a metodologia preconizada pela EN 81-77.
Serão realizadas análises dinâmicas modais por espectro de resposta (EC8), restringindo-se
apenas ao comportamento das guias da cabine e do contrapeso, por serem estes os
componentes sujeitos a deformações globais e locais.
A estrutura é constituída por sistemas de pórticos de betão armado, não sofrendo grandes
variações de rigidez, com um pé-direito a variar entre 4,5 e 3,0m (distância entre eixos de vigas)
a partir do piso 2. Tem-se, assim, um sistema reticulado composto por vigas e pilares em que os
elementos verticais distam, entre si, 7,2 ou 6,8m.
Datado de 1994, o projeto de estabilidade e estruturas foi realizado tendo em conta as diretrizes
do RSA (RSA, 1983), do REBAP (REBAP, 1984), e também seguindo algumas regras definidas
no EC2.
Será feita apenas a análise de um corpo, o corpo D, pois é neste bloco que se encontram os
acessos verticais (escadas e elevadores). Este é dos corpos mais altos e também o que deverá
apresentar menor risco sísmico devido à concentração de paredes estruturais.
48
4.2.1 Corpo D
Este bloco, tal como mencionado anteriormente, é dos corpos mais altos, tendo 9 pisos no total
e perfazendo 39,50m de altura do piso -2 à cobertura. Apresenta uma planta retangular de
27,2x20,8 m2.
Neste corpo estão instalados os principais acessos verticais: escadas e 6 elevadores, sendo
compostos por paredes estruturais resistentes de betão armado, com espessuras de 0,25m, que
se desenvolvem ao longo de toda a altura do edifício. Estas paredes formam o núcleo resistente
que, perante a ocorrência de um sismo, garante a estabilidade estrutural e a capacidade de
dissipação de energia da estrutura.
Este sistema porticado (lajes vigadas e pilares) em conjunto com a existência de paredes
estruturais é reconhecido pela sua eficiência face à ação sísmica.
Quanto às fundações, cada pilar é suportado por uma sapata quadrada de 3,6m de lado e na
zona dos acessos verticais tem-se uma laje de ensoleiramento de 12,9x7m2.
4.2.2 Ações
As ações consideradas – permanentes, sobrecargas (ver Tabela 4.3) e sísmica para o
dimensionamento da estrutura foram as indicadas no Projeto de Estabilidade e Estruturas (JSJ,
1996):
✓ Cargas permanentes:
Elementos Cargas
Peso próprio do betão armado 25 kN/m3
Peso próprio dos revestimentos dos pisos (e = 0,12m) 1,8 kN/m2
Peso próprio das alvenarias interiores (e = 0,15m) 1,7 kN/m2
Peso próprio das alvenarias exteriores (e = 0,25m) 3,0 kN/m2
Peso próprio revestimento de impermeabilização da cobertura 1,5 kN/m2
49
Já o carregamento de bordo respetivo às paredes exteriores foi estimado admitindo uma altura
média de 3,5m e um coeficiente de aberturas de ¼, tendo-se chegado a um valor de 6,80 kN/m
(JSJ, 1996).
✓ Sobrecargas:
Elementos Cargas
No geral 3,0 kN/m2
Arquivo, Garagem, circulação 5,0 kN/m2
Cobertura 0,3 kN/m2
✓ Ação sísmica:
A ação sísmica é definida com base nos espectros de resposta para os sismos 1 e 2 na zona de
Portimão de acordo com os parâmetros retirados do Anexo Nacional do EC8. O solo é do tipo II
(RSA) com correspondência ao solo C (EC8). Na secção 4.5.3 do presente trabalho apresentam-
se os cálculos para a determinação do coeficiente de comportamento e espectros de resposta.
No presente estudo não foram consideradas as ações da temperatura, vento e fogo por não
apresentaram qualquer relevância no dimensionamento de sistemas de elevadores quanto à
ação sísmica.
✓ Combinação de Ações
De forma a quantificar as ações para uma correta análise do edifício, respeita-se a filosofia
imposta pela norma europeia em vigor, a NP EN 1990 – Bases para o Projeto de Estruturas.
De acordo com este regulamento, define-se uma combinação de ações relativamente aos
Estados Limite Últimos. Estes Estados correspondem a situações de colapso da estrutura e a
sua verificação é feita segundo o princípio de que os esforços atuantes são inferiores aos
esforços resistentes. Para situações de projeto sísmicas, a combinação de ações é dada pela
seguinte expressão (NP EN 1990, 2009) (ver Equação (4.1):
𝑚 𝑛
Em que:
𝑆𝐸𝑘 : representa o valor característico da ação sísmica. Para esta ação não se considera nenhum
coeficiente parcial de segurança visto que o espectro de resposta respetivo já vem majorado de
acordo com o Eurocódigo 8;
50
De acordo com o Quadro A1.1 do EC0, os valores recomendados para o coeficiente Ψ2 são 0,6
para a zona de reunião de pessoas (Categoria C) e 0 para a cobertura (Categoria H).
Na Tabela 4.4 pode-se observar a informação relativa a este sistema onde os elevadores se
encontram divididos em dois grupos: elevadores 1, 2 e 3 – os maiores, para transporte de
passageiros e macas; elevadores 4, 5 e 6 – mais pequenos para transporte de passageiros.
Estes elevadores têm um curso de 33,6m, do piso -2 ao piso 6. Na Figura 4.3 apresenta-se um
esquema do sistema utilizado.
Para cada elevador encontram-se dois conjuntos de guias metálicas, as guias da cabine e as
guias do contrapeso destinadas a guiar a cabine e o contrapeso, respetivamente (ver Tabela
4.5). As secções transversais destes elementos apresentam um formato em T (ver Figura 4.5).
(a) (b)
Figura 4.5 Secções transversais em T das guias (a) T50 (b) T70, T82 e T125 (ISO 7465, 2001)
4 Extracurso é a altura medida desde o topo da cabine de elevador, ao nível do piso mais elevado,
e a laje desse mesmo piso
52
As suas dimensões, definidas de acordo com os parâmetros identificados na Figura 4.5, podem
ser observadas na Tabela 4.6.
Tabela 4.6 Características geométricas das secções das guias T50, T70, T82 e T125
Dimensões (mm) Massa Área Ixx Iyy
2 4
b h k g/p e (kg/m) (cm ) (cm ) (cm4)
T50A 50 50 5 5 14,3 3,73 4,75 11,24 5,25
T70A 70 65 9 6 20,4 7,47 9,51 41,3 18,65
T82B 82,5 68,25 9 6 19,8 8,55 10,9 49,4 30,5
T125B 125 82 16 9 26,1 17,9 22,83 151 159
Quanto ao sistema de contrapeso, os modelos podem ser observados na Tabela 4.7. Para os
primeiros elevadores, tem-se um contrapeso constituído por 49 pesos de ferro fundido com 36kg
53
cada. O contrapeso 18 B50 é composto por 18 pesos de betão com 50kg cada. Assim, a massa
de cada contrapeso pode ser calculada pela soma do peso próprio da arcada de contrapeso com
o peso dos blocos (ver Equações (4.2) e (4.3)).
Num projeto inicial, o peso do contrapeso é determinado através do peso da cabine em que o
mesmo deve ter uma massa próxima de 50% da carga nominal do elevador mais a tara da cabine
(peso combinado da cabine vazia mais arcada da cabine). Sendo assim, pode-se calcular o peso
das cabines de cada conjunto de elevadores de acordo com as seguintes expressões.
1600
𝑀𝐶𝑎𝑏𝑖𝑛𝑒1 = 𝑀𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜 − 50%×𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1914 − = 1.114 𝑘𝑔 (4.4)
2
630
𝑀𝐶𝑎𝑏𝑖𝑛𝑒2 = 𝑀𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜 − 50%×𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1050 − = 735 𝑘𝑔 (4.5)
2
54
Admitem-se ligações rígidas (monolíticas) entre os elementos havendo, por isso, transmissão de
todos os esforços e compatibilidade dos deslocamentos entre os nós.
A interação das paredes estruturais com a restante estrutura é realizada através da ligação com
troços rígidos. Estes têm um módulo de elasticidade elevado de modo a restringir o
comportamento dos troços, simulando a indeformabilidade dos mesmos. À semelhança dos
outros elementos, considera-se praticamente nula a torção de modo modelar o empenamento
livre dos elementos.
Z
Y X
As lajes não foram materializadas no modelo, mas a sua massa e indeformabilidade ao nível do
plano dos pisos foram tidas em conta para a análise sísmica de acordo com a combinação de
ações apresentada na Equação (4.1). Como tal, adotou-se um comportamento de diafragma dos
pisos e, assim, a laje comporta-se como um corpo rígido no próprio plano, estando impedidos os
deslocamentos relativos dos nós nas direções x e y, não apresentando extensões nem distorções
no seu plano.
As sapatas foram modeladas como um apoio fixo com translações segundo x e y, e rotação
segundo z impedidos. A rigidez de rotação da sapata, 𝐾𝜃 , segundo os dois eixos locais de flexão,
foi modelada através de molas, em função da deformabilidade do solo e as características
geométricas da sapata (ver Equação (4.6)).
𝑎
𝜋×𝑎2 ×𝑏× (1 + ) ×𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜
𝐾𝜃 = 4𝑏 (4.6)
18×(1 − 𝜈2)
55
Em que:
Os resultados que se obtiveram para as sapatas quadradas podem ser observados na Tabela
4.9.
A laje de ensoleiramento sob as paredes estruturais foi modelada usando um elemento de área
(shell thin) com molas de área simulando, assim, o apoio desta laje sobre um meio elástico. A
rigidez das molas por unidade de área foi calculada consultando ábacos e tabelas de Bowles
(ver Tabela 4.10) e arbitrando valores razoáveis para alguns parâmetros (Florindo, 2013). O
ábaco e tabela de Bowles utilizados podem ser consultados no Anexo A4.
Em que:
𝑚𝑖 : Fator multiplicativo igual ao número de cantos de cada retângulo que abrange o ponto para
o qual se calcula 𝑘𝑆,𝑖 . No ponto do centro é 4; no ponto do canto é 1;
𝐼𝐹,𝑖 : Fator de profundidade retirado do ábaco (ver Figura 6.3 do Anexo A4).
56
4.4.1 Sistema de Guias
As guias da cabine e do contrapeso foram modeladas com elementos de barra verticais em que
as secções transversais correspondem às indicadas na Tabela 4.6 (ver Figura 4.8). O aço
constituinte caracteriza-se por um módulo de elasticidade de 210GPa e um coeficiente de
Poisson de 0,3.
A ligação das guias às paredes estruturais faz-se por meio dos brackets que foram representados
por barras rígidas de secção quadrada (0,1x0,1m). Para tal ser possível, as paredes estruturais
foram divididas em vários blocos de maneira a coincidir o eixo da guia com o eixo do bloco de
parede onde se faz a ligação. A modelação desta ligação fez-se atribuindo libertações a cada nó
do elemento de barra, o bracket. Assim, considera-se uma ligação monolítica deste elemento à
parede de betão não havendo, por isso, qualquer libertação; e libertam-se os momentos fletores
e torsores na ligação entre a guia e o bracket fazendo com que este nó funcione como uma rótula
esférica (ver Figura 4.9).
Os vãos das guias e os intervalos definidos para os brackets são os mesmos representados na
Figura 4.6.
57
4.5 ANÁLISE DINÂMICA
Ao realizar uma análise modal, obtiveram-se as frequências e períodos para os 12 primeiros
modos de vibração (ver Tabela 4.11). A frequência fundamental, associada ao primeiro modo, é
de 0,701 Hz e o período correspondente é de 1,427s. Os fatores de participação modal permitem
analisar a influência de cada deslocamento para cada modo e, assim, perceber qual o movimento
predominante. Assim, constata-se que o modo fundamental se caracteriza pela predominância
de uma translação em X (69,1%); o segundo modo, por sua vez, apresenta movimentos de
translação em Y (42,3%) associados a torção; e o terceiro modo é caracterizado por uma rotação
em Z (43,5%). É de notar que os primeiros 5 modos traduzem cerca de 90% da resposta do
edifício.
A distribuição vertical das massas pelas guias é feita de acordo com a posição do centro de
massa do componente a considerar. Para o contrapeso, considera-se que os blocos constituintes
58
preenchem 2/3 da arcada e, por isso, o centro de massa deste elemento encontra-se a 1/3 da
altura. Na cabine, o CM está a meia altura. Tendo em conta que a ação sísmica na direção Y é
suportada por ambas as guias, a massa a considerar é o dobro da massa na direção ortogonal.
Admite-se que estas ações são aplicadas nos eixos das guias, não existindo qualquer
excentricidade.
Figura 4.10 Esquema do contrapeso e cabine e massas nas guias para as duas situações
Elevadores 1, 2 e 3 Elevadores 4, 5 e 6
kg ton kg ton
Massa contrapeso 1914 1,914 1050 1,050
Massa cabine 1560 1,560 1029 1,290
59
De acordo com a posição do centro de massa de cada componente considerado, estas massas
são multiplicadas pelo respetivo coeficiente de distribuição (ver Tabela 4.13) e, para a direção Y,
considera-se o dobro (ver Tabela 4.14).
Tabela 4.13 Coeficientes de distribuição vertical das massas por componente e dispositivo
Dispositivo Dispositivo
inferior superior
Tabela 4.14 Massa de cada componente por dispositivo em cada direção (em toneladas)
Elevadores 1, 2 e 3 Elevadores 4, 5 e 6
Guiadeira Guiadeira Total Guiadeira Guiadeira Total
Direção
inferior superior (ton) inferior superior (ton)
Para a realização da análise dinâmica, considera-se a situação mais desfavorável e, por isso, as
massas em cima mencionadas são aplicadas em 31 pontos distintos das guias, referenciados
pela guiadeira inferior, correspondendo ao nível dos brackets e a meia altura entre eles.
Para além destas duas análises que recorrem ao modelo do edifício, é necessário recorrer a um
modelo, em separado, da guia, de forma a obter os períodos fundamentais deste sistema para
cada posição referida. Deste modo, a guia é modelada com elementos de barra, como viga
contínua horizontal, com propriedades geométricas e físicas idênticas às consideradas no outro
modelo (ver Figura 4.11). Os brackets são simulados por meio de apoios deslizantes e aplica-se
um apoio fixo numa das extremidades da guia, de modo a impedir as translações na base.
60
Figura 4.11 Esquema da guia como viga contínua horizontal
Tabela 4.15 Parâmetros para a definição do espectro de resposta para cada ação sísmica
AS1 AS2
Zona Sísmica Portimão 1.1 2.3
Aceleração de referência agr (m/s2) 2,5 1,7
Classe IV
Coeficiente de importância
γI 1,95 1,5
Aceleração à superfície ag (m/s2) 4,88 2,55
Coeficiente de amortecimento ξ 5%
Limite inferior do espectro β ag (m/s2) 0,975 0,51
Este coeficiente pode ser determinado de acordo com a Equação (4.8) exposta no EC8.
Em que:
𝑘𝑤 : coeficiente que reflete o modo de rotura predominante num sistema estrutural de paredes;
Assim, e de acordo com as equações estabelecidas na secção 3.2.2.5 do EC8, é possível traçar
os espectros de resposta de projeto, correspondentes ao Estado Limite Último para as duas
ações sísmicas, nas direções X e Y. Estes são apresentados nas Figura 6.3 e Figura 6.4 no
Anexo A5.
Os efeitos devido à ação sísmica foram determinados usando a combinação modal CQC
(Combinação Quadrática Completa) que tem em conta a proximidade das frequências da
estrutura, considerando a interação dos primeiros 12 modos, que contabilizam cerca de 93% da
resposta da estrutura.
Utilizando o modelo isolado da guia como viga contínua horizontal, retiraram-se os períodos
fundamentais (𝑇𝑎 ) para cada posição em análise e para cada guia. Com base nestes valores, foi
possível aplicar as fórmulas (3.2) e (3.21), do EC8 e da EN81-77, respetivamente, para calcular
o coeficiente sísmico e as acelerações de dimensionamento sísmico.
Através das acelerações, calcularam-se, para cada guia, as forças sísmicas (equações (3.22) e
(3.23)), momentos fletores (equação (3.26)) e tensões de flexão (equação (3.27)). Para tal,
adotaram-se os coeficientes de comportamento (𝑞𝑎 ) e de importância (𝛾𝑎 ) do elemento, com
valores iguais a 2 e 1,5, respetivamente. A altura acima das fundações (H) considerada é de
39,5m e a altura do elemento não estrutural acima do ponto de aplicação da ação sísmica (z)
varia entre 0 e 38,3m.
62
A norma EN81-77 propõe no seu Anexo B, a análise da situação correspondente à extremidade
superior da guia (z máximo) e considerando o sistema como rígido (Ta=0). Faz-se também esta
análise.
• Acelerações
Tratando-se de um edifício em que o sistema de elevador é constituído por casa de máquinas
no seu topo, onde as acelerações são, de um modo geral, máximas, este parâmetro toma
especial importância. Desta forma, determinam-se as acelerações induzidas pela ação sísmica
com base na análise dinâmica por espectro de resposta e são comparadas com os valores
calculados pela abordagem da norma EN81-77.
É necessário ter em conta que na norma europeia não é considerado nenhum coeficiente de
comportamento da estrutura, apenas incorporando o coeficiente de comportamento do elemento
não estrutural (qa) reduzindo, assim, as acelerações devido ao comportamento não linear do
sistema. Já o espectro de dimensionamento utilizado na análise dinâmica vem afetado do
coeficiente de comportamento. Posto isto, embora os valores utilizados não sejam iguais, ambas
as metodologias permitem a consideração da resposta em regime não linear.
• Deslocamentos
É fundamental garantir limites para este parâmetro uma vez que a deformação das guias
condiciona o movimento vertical dos sistemas de contrapeso e cabine. Estando fixa à estrutura,
a guia sofre, não só as deformações provocadas pelo próprio edifício, como também as induzidas
pelo contrapeso ou cabine.
Tendo sido efetuada uma análise elástica linear baseada no espectro de resposta, de acordo
com o EC8 (art.º 4.34), os deslocamentos devidos à ação sísmica de cálculo devem ser
multiplicados pelo coeficiente de comportamento da estrutura (q). É de notar que tal não acontece
na abordagem definida pela norma EN81-77, uma vez que os deslocamentos continuam
afetados do coeficiente de comportamento do elemento (q a). Tal limita a viabilidade da
comparação direta entre análises.
Em que:
𝑑1 : deslocamento resultante da primeira análise linear com o modelo do edifício, mas a guia sem
massas aplicadas;
𝑑2 : deslocamento resultante da segunda análise linear como o modelo do edifício, em que a guia
tem as massas da cabine/contrapeso aplicadas no ponto em estudo.
63
• Momentos Fletores
Os momentos que se obtêm pela análise dinâmica resultam das duas análises efetuadas:
interação guia-edifício e guia-componente (ver Figura 4.12).
No que diz respeito aos momentos associados à deformação local da guia, esses obtêm-se pela
diferença entre os momentos resultantes das análises do modelo da guia sem e com elevador
(M2-M1). Tal como se viu para os deslocamentos, esta última componente vem afetada pelo
coeficiente de comportamento quando, na realidade, se tratam de esforços gerados pelo
deslocamento entre pisos e, deste modo, se deve multiplicar por q. Assim, os momentos finais
são obtidos através da seguinte equação:
𝑀 = 𝑀1 ×𝑞 + (𝑀2 − 𝑀1 )
(4.11)
𝑀 = 𝑀1 ×(𝑞 − 1) + 𝑀2
Em que:
𝑀1 : momento fletor resultante da primeira análise linear com o modelo do edifício, mas a guia
sem massas aplicadas;
𝑀2 : momento fletor resultante da segunda análise linear como o modelo do edifício, em que a
guia tem as massas da cabine/contrapeso aplicadas no ponto em estudo;
• Tensões de Flexão
As guias, sendo constituídas por seções de aço, têm uma capacidade resistente limitada pela
cedência do material. As tensões geradas nas guias devido à ação sísmica são determinadas
através da seguinte expressão:
𝑀𝑖
𝜎𝑖 = (𝑖 = 𝑥, 𝑦) (4.12)
𝑊𝑖
64
Apenas se calculam tensões de flexão, desprezando-se a contribuição do esforço axial, uma vez
que apresenta uma componente muito reduzida.
Numa análise dinâmica, uma massa aplicada numa direção e sujeita à correspondente
componente direcional do espectro, produz também momentos na direção oposta, devido às
características de torção da própria estrutura. A combinação direcional das tensões é dada pela
Equação (4.13). É de notar que na norma EN81-77 aplica-se a soma direta das componentes
(ver (3.33)).
Em que:
4.6.1 Acelerações
Nas figuras seguintes apresentam-se os gráficos obtidos para a envolvente de acelerações
geradas em cada guia tanto pela análise dinâmica como pelos cálculos efetuados através da
metodologia da norma EN81-77 (ver Figura 4.13 a Figura 4.16). Apenas se expõem os valores
obtidos para a ação sísmica tipo 1 uma vez que se apresenta como sendo a mais condicionante.
65
T125B
35 35 35
30 30 30
25 25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 5 10 0 10 0 5 10
Aceleração (m/s2) Aceleração (m/s2) Aceleração (m/s2)
T82A
35 35 35
30 30 30
25 25 25
Altura da Guia (m)
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 5 10 0 5 10 0 5 10
Aceleração (m/s2) Aceleração (m/s2) Aceleração (m/s2)
35 35 35
30 30 30
25 25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 5 10 0 5 10 0 5 10
Acelerações (m/s2) Acelerações (m/s2) Acelerações (m/s2)
T50A
35 35 35
30 30 30
25 25 25
Altura da Guia (m)
Altura da Guia (m)
Altura da Guia (m)
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 5 10 0 5 10 0 5 10
Acelerações (m/s2) Acelerações (m/s2) Acelerações (m/s2)
67
Observando os gráficos relativos à envolvente de acelerações dos sistemas de “Guia sem
Contrapeso” e “Guia sem cabine”, pode-se afirmar que apresentam um comportamento muito
análogo à exceção da guia T70A segundo a direção X. É de referir que esta guia é a única cujo
eixo X da secção está disposto segundo o eixo X do edifício (ver Figura 4.25). A semelhança
deste comportamento deve-se ao facto de que as acelerações, neste caso, são devidas apenas
às vibrações induzidas pela estrutura às guias, não havendo influência das massas nem da
distribuição dos componentes.
Comparando a mesma situação com as diversas guias, percebe-se que existe um aumento nas
acelerações da guia T125 para a guia T50. Tal deve-se à diminuição de rigidez das secções e
aumento da massa.
Quanto às acelerações dos sistemas com massas, salienta-se o comportamento das guias com
contrapeso em que a guiadeira inferior, com maior massa aplicada, apresenta maiores
acelerações. As acelerações dos sistemas com massas são iguais ao dos sistemas sem massas
ao nível dos brackets.
Os gráficos respeitantes à norma EN81-77 apresentam uma evolução linear das acelerações ao
longo da guia e, embora com valores muito superiores, acompanham a tendência verificada nos
sistemas das guias sem massas aplicadas. Tal linearidade é menos acentuada nas guias de
contrapeso não só devido ao aumento de massa como também, devido à distribuição vertical
das mesmas nas diversas posições que afeta os períodos fundamentais do sistema.
No que concerne ao limite de disparo do sensor sísmico, a EN81-77 propõe a sua instalação ao
nível dos pisos inferiores e com um limite de ativação de 1,0 m/s 2. Ora, ao verificar os resultados
obtidos ao nível do primeiro bracket, constata-se que a maior aceleração é de cerca de 0,3 m/s2,
a qual é inferior ao limite proposto. No entanto, as acelerações obtidas apenas incluem a
aceleração relativa, desprezando-se a aceleração do solo. Tal justifica o facto de se terem
acelerações nulas na base do sistema quando se deveria ter valores iguais à aceleração do solo,
o que implicaria um aumento das acelerações nos pisos seguintes. Como tal, dependendo do
limite proposto pelo fabricante, o sensor sísmico poderia ser ativado.
4.6.2 Deslocamentos
Por serem bastante superiores e, daí, tornarem a leitura dos gráficos mais difícil, não se
representam os deslocamentos determinados através da EN81-77, fazendo apenas menção dos
mesmos. De seguida apresentam-se os deslocamentos totais calculados para cada guia
resultantes da análise dinâmica (EC8) (ver Figura 4.17 a Figura 4.20).
68
T125A
35 35 35
30 30 30
25 25 25
Altura da Guia (m)
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 0,06 0,12 0 2,5 5 0 2,25 4,5
dx (mm) dy (mm) dy (mm)
T82A
35 35 35
30 30 30
25 25 25
Altura da Guia (m)
Altura da Guia (m)
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 0,08 0,16 0 4 8 0 3,5 7
dx (mm) dy (mm) dy (mm)
69
T70A
35 35 35
30 30 30
25 25 25
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 5 10 15 20 25 0 3,5 7 0 3 6
dx (mm) dy (mm) dy (mm)
T50A
35 35
35
30 30
30
25 25
Altura da Guia (m)
25
Altura da Guia (m)
20 20
20
15 15
15
10 10
10
5 5
5
0 0
0
0 1 2 0 12,5 25
0 7,5 15
dx (mm) dy (mm) dy (mm)
Como seria expectável, os deslocamentos máximos observam-se para as zonas de meio vão e
os deslocamentos obtidos pela análise dinâmica não excedem, em nenhum caso, os valores
calculados pela norma.
70
Os valores calculados pela norma são muito elevados, principalmente nas guias T50 e T70, do
sistema de contrapeso, não só devido às grandes massas como também a valores de inércia
muito inferiores. Relembra-se que, por exemplo, a inércia em Y da seção T125 é cerca de 30
vezes superior à da secção T50.
Mais uma vez, é de notar que a secção T70A, orientada segundo outro eixo em relação às outras
secções, apresenta deslocamentos em x muito superiores às outras guias.
A norma EN81-77 indica o valor de 40mm como deslocamento máximo admissível, assim, as
guias correspondentes aos sistemas de contrapeso são as que ultrapassam esse valor.
T125B
35 35 35
30 30 30
25 25 25
Altura da Guia (m)
Altura da Guia (m)
Altura da Guia (m)
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 0 2 4 6 0 2 4 6
My (kNm) My (kNm)
Mx ( kNm)
(a) (b) (c)
Figura 4.21 Momentos fletores ao longo da guia T125B da cabine gerados pelo sismo tipo 1: (a) segundo
X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2
71
T82A T82 -
35 35
35
30 30 30
Altura da Guia (m)
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 2 4 6 0 2 4 0 2 4
Mx (kNm) My (kNm) My (kNm)
(a) (b) (c)
Figura 4.22 Momentos fletores ao longo da guia T82A da cabine gerados pelo sismo tipo 1: (a) segundo
X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2
T70A
35 35 35
30 30 30
25
Altura da Guia (m)
25 25
Altura da Guia (m)
Altura da Guia (m)
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 5 10 0 10 0 5 10
Mx (kNm) My (kNm) My (kNm)
72
T50A
35 35 35
30 30 30
25 25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 2 4 6 0 2 4 6 0 2 4 6
Mx (kNm) My (kNm) My (kNm)
Figura 4.25 Orientação e disposição das guias transversais nas paredes de betão
73
T125B
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
0 200 400 0 200 400
σ (MPa) σy (Mpa)
(a) (b)
Figura 4.26 Tensões de flexão ao longo da guia T125B da cabine geradas pelo sismo tipo 1: (a)
combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2
T82A
35 35
30 30
25
Altura da Guia (m)
25
Altura da Guia (m)
20
20
15
15
10
10
5
5
0
0 0 200 400
0 500 1000 σy (MPa)
σ (MPa)
(a) (b)
Figura 4.27 Tensões de flexão ao longo da guia T82A da cabine geradas pelo sismo tipo 1: (a)
combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2
74
T70A
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
0 1000 2000 0 1000 2000
σ (MPa) σy (MPa)
(a) (b)
Figura 4.28 Tensões de flexão ao longo da guia T70A do contrapeso geradas pelo sismo tipo 1: (a)
combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2
T50A
35 35
30 30
25 25
Altura da Guia (m)
Altura da Guia (m)
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
0 1000 2000 3000 0 1000 2000 3000
σ (MPa) σy (MPa)
(a) (b)
Figura 4.29 Tensões de flexão ao longo da guia T50A do contrapeso geradas pelo sismo tipo 1: (a)
combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2
75
Na Tabela 6.6 do Anexo A6 apresentam-se as tensões de flexão máximas obtidas para o sismo
1.
Com base nos resultados obtidos, constata-se, de novo, o comportamento condicionante das
guias T70A e T50A. Isto resulta, como já foi referido, não só pelos maiores esforços associados
às elevadas massas aplicadas como também pelas suas características geométricas. Estas
seções apresentam menos área transversal e menor inércia, o que traduz uma menor rigidez do
sistema, em comparação às secções de cabine.
Na seção T125B, os valores obtidos pela análise dinâmica através do SAP2000, ultrapassam
pontualmente os valores calculados pela norma. Mas ao diminuir a área da secção, os valores
ultrapassam com maior frequência, atingindo valores bastante elevados. Para as secções de
contrapeso, os valores obtidos são evidentemente superiores à da tensão de cedência do
material (370 MPa).
Verifica-se que as tensões máximas não ocorrem no topo, ao contrário do que seria de esperar
num edifício, em que as acelerações são, tendencialmente, superiores nos pisos mais elevados.
Tal pode ser justificável com o facto de o posicionamento dos componentes afetar fortemente a
resposta do sistema.
Constata-se também que as secções T50A e T70A apresentam resultados muito aquém do que
seria admissível, principalmente, no que diz respeito às tensões em que a tensão do material é
largamente excedida.
A metodologia preconizada pela norma EN81-77, ao não contabilizar de uma forma explícita, o
efeito associado aos deslocamentos entre brackets que, por sua vez, estão associados aos
deslocamentos entre pisos, pode comprometer a viabilidade da garantia de segurança do
sistema.
No entanto, é necessário ter em conta que esta análise é realizada num único caso de estudo e
que o modelo de elementos numéricos elaborado pode não retratar totalmente um
comportamento verosímil do sistema, o que compromete a análise comparativa entre
metodologias.
76
5. CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS
5.1 CONCLUSÕES
A operacionalidade dos elevadores de um edifício hospitalar é fulcral após um evento sísmico,
altura em que é bastante expectável uma maior afluência de pessoas necessitadas de cuidados
médicos. Por essa razão, o transporte vertical dos doentes tem de ser assegurado na sequência
desse fenómeno.
Através da pesquisa dos sismos registados em anos passados, verifica-se que não há registo de
vítimas mortais nos elevadores durante este evento, pelo que se constata que estes sistemas
apresentam um comportamento favorável à proteção humana. Porém, os danos materiais
observados nos vários componentes comprometem a funcionalidade do sistema podendo
mesmo causar graves consequências económicas e sociais.
Para um melhor entendimento de tais danos, a presente dissertação iniciou-se com uma
distinção dos sistemas de elevadores de acordo com o seu mecanismo de funcionamento,
destacando-se os elevadores elétricos de tração e os hidráulicos por serem os mais
comummente utilizados em edifícios.
De acordo com a informação recolhida, é possível fazer uma comparação entre estes dois tipos
de sistemas: os elevadores de tração apresentam maiores velocidades e acarretam menos
gastos energéticos sendo, por isso, instalados em estruturas médias a altas; os elevadores
hidráulicos são usados em edifícios com um máximo de 8 pisos e apresentam menores custos
de instalação e de manutenção por serem constituídos por um menor número de componentes.
Como tal, este trabalho abordou também as diversas metodologias de verificação de segurança
existentes que definem um conjunto de disposições de instalação e critérios mínimos para
elementos não estruturais. Dá-se especial importância à norma EN81-77 por ser específica para
elevadores sujeitos a condições sísmicas.
Com o intuito de confrontar a metodologia preconizada por esta última norma estudou-se o
Hospital do Barlavento Algarvio cujo sistema de elevadores elétricos de tração foi alvo de uma
análise modal com espetro de resposta de dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 8.
77
A análise dinâmica referida foi realizada com base num modelo de elementos finitos de um dos
corpos do edifício, o corpo mais alto com acessos verticais, elaborado no SAP2000 (versão 19)
de acordo com as peças desenhadas e planos de instalação dos elevadores fornecidas pelas
empresas JSJ e OTIS, respetivamente.
A partir deste modelo foram realizadas duas análises distintas para o sismo tipo 1, por ser o mais
condicionante: uma primeira análise considerando cada guia como um sistema isolado, ou seja,
sem as massas dos componentes aplicadas; uma segunda análise considerando a massa do
componente para 4 casos de carga diferentes.
Para se poder confrontar os resultados obtidos a partir da análise anterior com os métodos da
norma EN81-77, realizou-se também um modelo de cada guia como viga contínua horizontal de
onde foram retirados os períodos fundamentais do sistema para cada uma das posições
consideradas.
Porém, volta-se a reforçar a ideia de que os resultados obtidos provêm de um único caso de
estudo.
Os referidos movimentos entre pisos podem provocar deformações excessivas nas guias e,
assim, comprometer a operacionalidade dos elevadores. Como tal, se existir um
78
dimensionamento conjunto do sistema estrutural com o sistema de elevadores, é possível limitar
as deformações da caixa de elevadores e, assim, garantir o seu funcionamento.
Por fim, com o intuito de dar um contributo para um possível manual de dimensionamento sísmico
de sistemas de elevadores, realizou-se o zonamento do território português (Continente e Ilhas)
tendo em conta a metodologia adotada pela Norma EN81-77. Assim, para cada concelho ou ilha
do país, é possível saber, mais rapidamente, qual a categoria sísmica em que o elevador se
insere tendo em conta a classe de importância e o tipo de solo. Esta informação, em forma de
tabelas e mapas, encontra-se disposta nos Anexos A7 e A8, respetivamente.
79
BIBLIOGRAFIA
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84
ANEXOS
Tabela 6.1 Valores dos coeficientes de importância para elementos não estruturais (NP EN 1998-1, 2010)
Elementos 𝜸𝒂
Equipamentos necessários aos sistemas vitais de segurança
≤ 1,5
Reservatórios contendo substâncias perigosas
Outros casos 1,0
Tabela 6.2 Valores dos coeficientes comportamento para elementos não estruturais (NP EN 1998-1, 2010)
Elementos 𝒒𝒂
Parapeitos ou ornamentos em consola
Sinalização
1,0
Chaminés, mastros e depósitos sobre pilares funcionando como consola não
contraventada em mais de metade da sua altura
Paredes exteriores e interiores
Divisórias e fachadas
Chaminés, mastros e depósitos sobre pilares funcionando como consola não
contraventada em menos de metade da sua altura ou contraventada ou espiada à 2,0
estrutura ao nível do seu centro de massa
Elementos de fixação de armários e estantes apoiados em pavimentos
Elementos de fixação de tetos falsos e de acessórios de iluminação
85
ANEXO A2 – ASME A17.1 – SISTEMA DE GUIAS
Figura 6.1 Espaçamento mínimo entre brackets para guias de 22,5 kg/m (Adaptado de (ASME, 2007))
86
ANEXO A3 - MÉTODO ω
𝑙𝑘
𝜆= 𝑙𝑘 = 𝑙 (6.1)
𝑖
Em que:
87
ANEXO A4 – ÁBACO E TABELA DE BOWLES
Figura 6.3 Identificação dos valores utilizados no ábaco e tabela de Bowles (Florindo, 2013) (Bowles,
1997)
88
ANEXO A5 – ESPECTROS DE RESPOSTA
6,0
Aceleração Sd (m/s2)
5,0
4,0
AS1X
3,0
AS1Y
2,0 βag AS1
1,0
0,0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Período T (s)
3,5
Aceleração Sd (m/s2)
3,0
2,5
2,0 AS2X
1,5 AS2Y
0,5
0,0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Período T (s)
89
ANEXO A6 – ACELERAÇÕES, DESLOCAMENTOS, MOMENTOS E
TENSÕES DE FLEXÃO MÁXIMOS OBTIDOS PARA CADA GUIA E POR
METODOLOGIA
Tabela 6.3 Acelerações máximas nas guias obtidas para cada metodologia
ax (m/s2) ay (m/s2) ay (m/s2)
EN81-77 EN81-77 EN81-77
SAP SAP SAP
Guia 2000 zmax 2000 zmax 2000 zmax G. G.
Guiad. Guiad.
(EC8) (Ta=0) (EC8) (Ta=0) (EC8) (Ta=0) Inf. Sup.
Tabela 6.5 Momentos fletores máximos obtidos para cada guia e por metodologia
90
Tabela 6.6 Tensões de flexão máximas para cada guia e por metodologia
σ (MPa) σy (MPa)
EN81-77 EN81-77
SAP SAP 2000
Guia 2000 zmax (EC8) zmax G.
(EC8) (Ta=0) Guiad. (Ta=0) Sup.
G. I. G. S.
T125 297 374 468 211 207 171 317
T82 544 600 781 269 270 343 318
T70 1907 1083 1508 1757 995 708 657
T50 2557 1649 2219 2575 286 990 918
91
ANEXO A7 – ZONAMENTO DO TERRITÓRIO
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Abrantes Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Águeda Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Aguiar da Beira Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Alandroal Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Albergaria-a-Velha Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Albufeira Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Alcácer do Sal Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Alcanena Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Alcobaça Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Alcochete Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Alcoutim Faro 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3
Alenquer Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Alfândega da Fé Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Alijó Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Aljezur Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3
Aljustrel Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3
Almada Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Almeida Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Almeirim Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Almodôvar Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3
Alpiarça Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Alter do Chão Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Alvaiázere Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Alvito Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Amadora Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Amarante Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Amares Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Anadia Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Ansião Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Viana do
Arcos de Valdevez 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Arganil Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Armamar Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Arouca Aveiro 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Arraiolos Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Arronches Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Arruda dos Vinhos Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Aveiro Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
92
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Avis Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Azambuja Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Baião Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Barcelos Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Barrancos Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Barreiro Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Batalha Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Beja Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Belmonte Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Benavente Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Bombarral Leiria 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Borba Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Boticas Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Braga Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Bragança Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Cabeceiras de Basto Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Cadaval Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Caldas da Rainha Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Viana do
Caminha 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Campo Maior Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Cantanhede Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Carrazeda de Ansiães Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Carregal do Sal Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Cartaxo Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Cascais Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Castanheira de Pêra Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Viseu Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Castelo de Paiva Aveiro 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo de Vide Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Castro Daire Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castro Marim Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Castro Verde Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3
Celorico da Beira Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Celorico de Basto Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Chamusca Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Chaves Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Cinfães Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Coimbra Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Condeixa-a-Nova Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Constância Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
93
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Coruche Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Covilhã Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Crato Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Cuba Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Elvas Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Entroncamento Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Espinho Aveiro 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Esposende Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Estarreja Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Estremoz Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Évora Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Fafe Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Faro Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Felgueiras Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Ferreira do Alentejo Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3
Ferreira do Zêzere Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Figueira da Foz Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Figueira de Castelo
Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Rodrigo
Figueiró dos Vinhos Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Fornos de Algodres Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Freixo de Espada à Cinta Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Fronteira Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Fundão Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Gavião Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Góis Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Golegã Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Gondomar Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Gouveia Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Grândola Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Guarda Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Guimarães Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Idanha-a-Nova Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Ílhavo Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Lagoa Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3
Lagos Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3
Lamego Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Leiria Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Lisboa Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Loulé Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Loures Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
94
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Lourinhã Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Lousã Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Lousada Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Mação Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Macedo de Cavaleiros Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Mafra Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Maia Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Mangualde Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Manteigas Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Marco de Canaveses Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Marinha Grande Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Marvão Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Matosinhos Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Mealhada Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Meda Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Viana do
Melgaço 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Mértola Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3
Mesão Frio Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Mira Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Miranda do Corvo Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Miranda do Douro Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Mirandela Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Mogadouro Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Moimenta da Beira Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Moita Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Viana do
Monção 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Monchique Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Mondim de Basto Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Monforte Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Montalegre Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Montemor-o-Novo Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Montemor-o-Velho Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Montijo Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Mora Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Mortágua Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Moura Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Mourão Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Murça Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Murtosa Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
95
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Nazaré Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Nelas Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Nisa Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Óbidos Leiria 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Odemira Beja 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Odivelas Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Oeiras Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Oleiros Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Olhão Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Oliveira de Azeméis Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Oliveira de Frades Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Oliveira do Bairro Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Oliveira do Hospital Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Ourém Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Ourique Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3
Ovar Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Paços de Ferreira Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Palmela Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Pampilhosa da Serra Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Paredes Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Viana do
Paredes de Coura 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Pedrógão Grande Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Penacova Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Penafiel Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Penalva do Castelo Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Penamacor Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Penedono Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Penela Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Peniche Leiria 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Peso da Régua Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Pinhel Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Pombal Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Viana do
Ponte da Barca 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Viana do
Ponte de Lima 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Ponte de Sor Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Portalegre Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Portel Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Portimão Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3
Porto Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
96
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Porto de Mós Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Póvoa de Lanhoso Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Póvoa de Varzim Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Proença-a-Nova Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Redondo Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Reguengos de Monsaraz Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Resende Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Ribeira de Pena Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Rio Maior Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Sabrosa Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Sabugal Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Salvaterra de Magos Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Santa Comba Dão Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Santa Maria da Feira Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Santa Marta de Penaguião Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Santarém Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Santiago do Cacém Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Santo Tirso Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
São Brás de Alportel Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
São João da Madeira Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
São João da Pesqueira Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
São Pedro do Sul Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Sardoal Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Sátão Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Seia Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Seixal Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Sernancelhe Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Serpa Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Sertã Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Sesimbra Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Setúbal Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Sever do Vouga Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Silves Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Sines Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Sintra Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Sobral de Monte Agraço Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Soure Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Sousel Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Tábua Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Tabuaço Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
97
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Tarouca Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Tavira Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Terras de Bouro Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Tomar Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Tondela Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Torre de Moncorvo Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Torres Novas Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Torres Vedras Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Trancoso Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Trofa Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vagos Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Vale de Cambra Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Viana do
Valença 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Valongo Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Valpaços Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vendas Novas Évora 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Viana do Alentejo Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Viana do
Viana do Castelo 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Castelo
Vidigueira Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3
Vieira do Minho Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila de Rei Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Vila do Bispo Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3
Vila do Conde Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Flor Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Franca de Xira Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3
Vila Nova da Barquinha Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Viana do
Vila Nova de Cerveira
Castelo
1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Nova de Famalicão Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Nova de Foz Côa Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Nova de Gaia Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Nova de Paiva Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Nova de Poiares Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Vila Pouca de Aguiar Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Real Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Real de Santo António Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3
Vila Velha de Ródão Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Vila Verde Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vila Viçosa Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Vimioso Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
98
IV-C
II-D
IV- II-B
II-A III - III-B IV-B III- IV-
Concelho Distrito I -A A I - B I-D
I-C A II-E III-C D D
II-C I-E
III-E
IV-E
Vinhais Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Viseu Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vizela Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3
Vouzela Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3
Tabela 6.7 Categorias dos elevadores para o território português - Continente
III-A II-C
IV-A III-C
II-A IV-C II-D III-D IV-D
Açores I-A II-B I-D I-C
I-B III-E V-E
III-B I-E
IV-B II-E
Ilha de Santa Maria 2 3 2 3 3
Ilha de São Miguel 2 3 3 3 3
Ilha Terceira 2 3 3 3 3
Ilha da Graciosa 2 3 2 3 3
Ilha de São Jorge 2 3 3 3 3
Ilha do Pico 2 3 3 3 3
Ilha do Faial 2 3 3 3 3
Ilha das Flores 1 2 1 1 3
Ilha do Corvo 1 2 1 1 3
Tabela 6.8 Categorias dos elevadores para o território português - Açores
Ilha da Madeira 0 1 2
Tabela 6.9 Categorias dos elevadores para o território português - Madeira
99
ANEXO A8 – ZONAMENTO DO TERRITÓRIO POR CLASSE DE
IMPORTÂNCIA E TIPO DE SOLO - MAPAS
100
I-B II-B, I-D e I-E
101
IV-C, II-D, III-D, III-E e IV-E IV-D
Açores: I-A
102
Açores: II-A e I-B
Açores: I-C
103
Madeira: I-A, II-A, III-A, I-B, II-B, I-C, I-D e I-E
Madeira: IV-A, III-B, IV-B, II-C, III-C, IV-C, II-D, III-D, II-E, III-E e IV-E
Madeira: IV-D
104