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FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
(Título provisório)
PACATUBA - CE
2021
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO .......................................................................... 3
2- OBJETIVOS ..............................................................................5
4- METODOLOGIA ..................................................................... 10
5- CRONOGRAMA ..................................................................... 11
6- REFERÊNCIAS ........................................................................ 11
2
1-INTRODUÇÃO
2- OBJETIVOS
5
Objetivo 4 – Examinar os fundamentos que constituem a liberdade humana
diante das regras que asseguram a constituição de um Estado, para compreender como
funciona o Direito à liberdade na atuação dos vigilantes urbanos dos quadrinhos, analisando
aspectos constitucionais das sanções impostas aos vigilantes uniformizados;
Objetivo 5 – Tendo em vista a contextualização das obras, bem como nos
conceitos abordados anteriormente, com a sanção da Lei Keene, que exigia que todos os
“mascarados” se registrassem no governo: tal resposta estatal visaria à preservação do
status quo da sociedade ou atender interesses de uma categoria em detrimento do direito à
liberdade de atuação dos vigilantes? O que esperar do heroi e a lei?
3- REFERENCIAL TEÓRICO
O hiato entre o mundo e a realidade pode ser descrito como interações humanas
que tendem a carregar moralidades particulares. Toda a instrução moral destinada à formação
dos indivíduos, o conjunto de forças que a todo o momento desenvolvem perguntas e
respostas em busca de um conceito comum de convivência e moralidade: a sociedade; um
hiato que pode ser assumido como uma soma de forças e liberdades de cada indivíduo como
instrumentos preliminares de sua conservação.1
Ora, mas uma sociedade implica em indivíduos orientados de forma racional, em
obediência a leis e costumes abarcados por um ordenamento jurídico. Desta forma, ainda não
se pode afirmar que há uma harmonia social, visto que os indivíduos são regidos tão somente
por cláusulas, o que já fora observado por Jean-Jacques Rousseau em seu livro, “O Contrato
Social”:
1
O contrato social / Jean-Jacques Rousseau; [tradução Antonio de Pádua Danesi]. – 3ª ed. – São
Paulo: Martins Fontes, 1996. – (Clássicos), P. 20.
Assim, para complementar a lacuna observada, deve-se considerar o conceito de
comunidade, que pressupõe uma organização social baseada em solidariedade e vínculos
psíquicos entre os componentes de um grupo2.
A comunidade é um ente dotado de essências, afetos, simpatias, confianças e
cumplicidade entre seus membros3. Pode se inferir aqui que, embora sociedade e a
comunidade sejam fenômenos atrelados, o primeiro desempenha um papel norteador das
ações humanas, enquanto o segundo representa as expectativas e percepções individuais e
coletivas, limitadas a um determinado grupo de indivíduos. Neste ensejo, uma sociedade
dotada de poder político, território e população, nada mais é do que um Estado. A partir disso,
pode-se pensar em um ordenamento jurídico que irá regular todos os indivíduos e
consequentemente todas as comunidades, muito embora estas possuam pensamentos
divergentes das emanações estatais.
Para a análise que se busca fazer, é necessário considerar que, conforme disse
Trotsky em Brest-Litowsk, “Todo Estado se fundamenta na força”. Ao admitir essa
dominação, assume-se que por meio da lei, o Estado moderno legitimou o uso da força e
emprego da violência monopolizada pelo próprio Estado a fim de garantir a ordem pública.
Destarte, conforme seja esta uma análise preliminar, há de ser vista a formação da
sociedade sob a ótica marxista e weberiana, no sentido de que dentre os institutos de
racionalização da sociedade há a opressão ao corpo social, que consiste na legitimidade do
Estado em promover violência e controle. Pode-se afirmar que esse é o limiar do
estabelecimento de um ideal de justiça que visa atender as expectativas da sociedade em ter
uma punição proporcional aos transgressores das regras e costumes estabelecidos em
convenção social.
Diante de uma sociedade equipada com suas próprias noções de justiça
incorporadas ao ordenamento jurídico, o que garante que uma comunidade não irá buscar por
si mesma a efetivação de seus interesses? Teria a sociedade, sob a figura do Estado, falhado
em simplesmente não conseguir alcançar todos os seus indivíduos por meio de suas leis?
Afinal, não é impossível que um cidadão aprecie a ideia de aventura e não se sinta mal por
entender que está fazendo algo benéfico a sua comunidade, a sua sociedade. Nas palavras de
José de Souza Martins, em “Linchamentos: A justiça popular no Brasil”:
2
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. Ed. São Paulo: Malheiros, 2011. P. 62.
3
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. Ed. São Paulo: Malheiros, 2011. P. 62.
A justiça popular auto-defensiva procura mais do que a mera vingança,
é mais do que manifestação de barbárie. Ela procura cumprir uma
função social e ao mesmo tempo fornecer aos participantes uma
compreensão das rupturas sociais que não estão inscritas no previsível e
tolerável da cultura popular. Ela se constitui num meio de compreender
a ocorrência anômica e num meio de reparar a situação de anomia. Não
obstante a violência que lhe é própria tem uma função social
conservadora e socialmente altruísta. O ato restaurador não se esgota
no próprio plano simbólico, no exemplo que a violência pode
representar para o conjunto dos membros da sociedade. O ato
restaurador, no limite, se baseia na suposição da eficácia restauradora
do sangue derramado no ato da punição. Há nele uma dimensão
mágica. (MARTINS, 2015, p. 65)
4
Linchamentos: justiça popular no Brasil / José de Souza Martins – São Paulo: Contexto, 2015.
P. 105.
8
redigiram a história sob uma manchete que dizia “Justiça
encapuzada”. E, assim, o primeiro aventureiro mascarado fora dos
quadrinhos foi batizado. Lendo e relendo aquele artigo, eu soube que
deveria ser o segundo. Eu havia encontrado minha vocação. (MOORE,
2020, p. 38)
5
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da Teoria Geral do Estado. 30 ed. São Paulo: Saraiva,
2011. P. 277
9
Destarte, faz-se necessário trazer reflexões de Michael Foucault acerca da punição:
4- METODOLOGIA
10
5- CRONOGRAMA
Revisão bibliográfica x x
Determinação dos
x
objetivos
Escolha de fontes e
formas de coleta de x x x
dados
Coleta de dados x x
Análise e interpretação
x x
dos dados
Redação do TCC ou
x x x
Relatório final
Impressão e Revisão
x
da Redação
Preparação para
x
defesa
Apresentação da
defesa ou entrega do x
relatório
6- REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, José Melo. Lições de direito constitucional. Vol. II. Lisboa: AAFDL,
2016.
ARISTÓTELES. A Política. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes,
1991. ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras,
1989.
11
BAKUNIN, Mikhail. O que é autoridade? In: WOODCOCK, George (Org.). Os
Grandes
escritos anarquistas. São Paulo: L&PM, 1998.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
BORGES, Paulo César Corrêa. Reparação do Crime pelo Estado. São Paulo: Lemos e
Cruz. 2003.
CAHALI, Yussef Sahid. Responsabilidade Civil do Estado. Rio de Janeiro: Revista dos
Tribunais. 2007.
CAVALIERI, Sergio Filho. Programa de Responsabilidade Civil. 8° ed. São Paulo: Atlas.
2008.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da Teoria Geral do Estado. 31 ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
DWORKIN, Ronald. Uma Questão de Princípio. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 21ª Edição. Rio de Janeiro: Graal, 2005.
JUNQUEIRA, Eliane Botelho. Literatura e Direito: Uma outra leitura do mundo das
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MENEGHETTI, Edson José. Limitações ao Poder Punitivo do Estado. Disponível em: <
http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/imp20art10.pdf>.
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OLIVO, Luis Carlos Cancellier de. Sistematização do estudo e da pesquisa em Direito e
Literatura. In: (Org.). Novas Contribuições à Pesquisa em Direito e Literatura.
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PECEQUILO, Cristina Soreanu. A Política Externa dos Estados Unidos. Porto Alegre:
Editora da UFRGS, 2003.
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ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
SANDEL, Michael J. Justiça: o que é fazer a coisa certa. 6ª ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2012.
13
SANTOS, Roberto Elísio dos. O Caos dos Quadrinhos Modernos. Comunicação e
Educação, São Paulo, 21: 53 a 58, jan./abr. 1995.
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