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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO

(Título provisório)

DIREITOS FUNDAMENTAIS EM WATCHMEN

INÁCIO DUARTE GADELHA

PACATUBA - CE
2021
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO .......................................................................... 3

2- OBJETIVOS ..............................................................................5

3- REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................... 6

4- METODOLOGIA ..................................................................... 10

5- CRONOGRAMA ..................................................................... 11

6- REFERÊNCIAS ........................................................................ 11

2
1-INTRODUÇÃO

Os quadrinhos possibilitaram o surgimento de um novo modo de linguagem, que


não são apenas um conteúdo graficamente atraente aos olhos, mas um tipo de mídia que
dentro de seu seqüenciamento lógico de imagens e balões de fala consegue influenciar a
produção cultural de uma geração, redefinir limites narrativos e comunicar-se com a
realidade.
Lamentavelmente não parece ser algo devidamente explorado, apesar de merecer
nossa atenção. Algumas propostas das histórias em quadrinhos não são necessariamente
fantasias, ingenuidade e humor: podem conceber um mundo imaginário que comunica ou
denuncia aspectos muito sensíveis da nossa realidade, especialmente no que tange os
direitos fundamentais.
Diante disso, o meu ponto de partida para a discussão que quero trazer na
monografia está presente na HQ “Watchmen”. Na estória, os “vigilantes mascarados” já são
uma realidade no cotidiano da população estadunidense (quiçá mundial) há cerca de pelo
menos 50 anos. A estória, que se passa em 1985, já inicia com uma lei (fictícia) em vigor,
“Lei Keene”, que proíbe a atuação de vigilantes mascarados desde 1977. Ocorre que a lei
foi promulgada diante de um clamor social pelo fim dos vigilantes, visto que a atuação dos
heróis ao final da década de 70 havia se tornado questionável, visto que as motivações
interesses e objetivos dos herois não mais refletiam ao que a sociedade considerava como
adequado ou inspirador. Vale ressaltar que a lei permitia a atuação de alguns mascarados,
desde que registrados e supervisionados pelo governo e agindo de acordo com os interesses
(por vezes obscuros) de órgãos estatais.
A relevância da HQ para a produção acadêmica, no Direito, decorre das
implicações jurídicas de “Watchmen”, especialmente nos direitos fundamentais: liberdade,
igualdade, dignidade, por exemplo. Nisso devem ser observadas as origens históricas desses
direitos, passando por diversos documentos históricos, como Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, Declaração Universal dos Direitos Humanos, dentre outros.
Documentos que reconheçam tais direitos fundamentais conceituados e construídos ao longo
do tempo.
Voltando à análise da obra, a Lei Keene, que proíbe a ”clandestinidade heróica” e
3
obriga aos que quiserem o registro super-humano, pode ser entendida como inconstitucional.
De antemão, tal tendência pode estar relacionada ao imaginário construído pela expectativa
que normalmente é creditada aos herois, de que nunca agiriam contrários à Justiça, que
seriam o ideal de Justiça: algo que não é exatamente aplicável em Watchmen, uma vez que a
atuação de alguns mascarados, como o “Rorschach” ultrapassam os limites morais que se
esperam de um indivíduo que deveria representar o ideal do que é justo.
Ainda sobre o personagem “Rorschach”, pode-se dizer que o mesmo é um claro
exemplo do que pode ser questionável acerca da aplicação da Lei Keene. O personagem, que
na estória não se submeteu ao registro governamental, sofre as penalidades impostas pela
referida lei, apesar de que o mesmo já tinha um histórico de antecedentes criminais, bem
como uma atuação paramilitar.
A intervenção estatal na vida privada das pessoas deve sempre demonstrar-se
razoável e proporcional aos direitos fundamentais consagrados constitucionalmente. Ressalta-
se que a constitucionalidade de uma lei não deve ser decidida somente com opiniões e anseios
pessoais. No quadrinho, a Lei Keene é presumidamente constitucional; ocorre que as
penalidades previstas para quem deixe de registrar-se junto ao governo merecem observação.
A penalidade imposta pela lei Keene ao herói que não faça seu registro junto ao
governo americano consiste, principalmente numa prisão irrevogável. Perante a Constituição
brasileira, observa-se que não são respeitados os princípios do devido processo legal. Além
disso, a imposição da pena não apresenta adequação e proporcionalidade à gravidade do
delito. E ao que o contexto sugere a lei fictícia não observa antecedentes criminais, condição
de réu primário, dentre outros institutos que constituem a constitucionalidade da condução de
um processo.
A estória ainda expande o impacto dos vigilantes mascarados para o cenário
mundial, visto que vários acontecimentos da nossa realidade foram alterados por conta da
atuação (em casos específicos pela mera presença) dos vigilantes mascarados, ao que
podemos considerar um desdobramento da intervenção estatal na vida privada dos
vigilantes. Tal interferência possibilitou que o Estado tivesse controle da liberdade do
indivíduo que se registrou ao governo para que tal indivíduo fosse utilizado como instrumento
estatal para atender a interesses políticos. Nesse sentido, é necessário destacar o personagem
do “Dr. Manhattan”.No quadrinho, o “Dr. Manhattan” é o único que possui super poderes,
que o tornam onipotente, onisciente, tendo domínio ilimitado sobre a matéria. Ocorre que o
mesmo é utilizado pelos Estados Unidos como sua “bomba nuclear”, tornando o país
“intocável” visto que as demais nações temem o “Dr. Manhattan”.
4
O personagem representa uma clara exceção ao que propõe a Lei Keene – muito
embora o mesmo tenha sido registrado pelo governo – uma vez que o mesmo é tolerado
pelos americanos por representar uma autoridade dos EUA perante os demais países. O
quadrinho dá a entender que o Dr. Manhattan convenientemente está isento das penalidades
das leis estadunidenses.
Por fim, o quadrinho também apresenta o personagem “Ozymandias”, que
também não é abarcado pela Lei Keene. O personagem atuou como vigilante uniformizado e
abandonou o manto de heroi pouco tempo antes de a lei fictícia ser promulgada. Ocorre que
“Ozymandias” ou Adrian Veidt, criou um império empresarial utilizando de sua imagem
como mascarado. A controvérsia do personagem é que mesmo após a Lei Keene, o mesmo
continua sendo extremamente bem quisto pela sociedade, apesar de utilizar de sua
indumentária de vigilante como marketing, além de exercer forte influência na sociedade.
Em resumo, o personagem detém uma propriedade intelectual de algo considerado
abominável aos olhos da lei, mesmo que “Ozymandias” não seja efetivamente um vigilante
uniformizado.

2- OBJETIVOS

Objetivo Geral (questão norteadora): Analisar os elementos presentes na


graphic novel de Watchmen com o fim de desenvolver a relação entre os vigilantes urbanos,
autotutela, poder punitivo estatal e constitucionalismo, dentro do contexto da respectiva obra.
 Objetivo 1 – Apontar os elementos principais abordados, ou seja, trazer à baila
as bases temáticas e narrativas para elucidar o contexto a ser abordado em Watchmen;
 Objetivo 2 – Explicar, com base nos elementos que constituem o Estado, quais
os aspectos punitivos do mesmo. Elucidar quais os caminhos que levaram o Estado a
conceber as noções de que todos os indivíduos estão submetidos ao poder estatal de punir, no
caso fazer um levantamento de documentos históricos que fundamentam os direitos humanos
fundamentais em contraste com as emanações estatais;
 Objetivo 3 – Ao identificar os elementos que consolidaram os direitos
fundamentais, com enfoque nas relações sociais, costumes e doutrina dos aspectos punitivos,
elucidar como funciona a autotutela do Estado, com o fim de avaliar atividade dos vigilantes
da HQ em face da promulgação da lei de registro super humano;

5
 Objetivo 4 – Examinar os fundamentos que constituem a liberdade humana
diante das regras que asseguram a constituição de um Estado, para compreender como
funciona o Direito à liberdade na atuação dos vigilantes urbanos dos quadrinhos, analisando
aspectos constitucionais das sanções impostas aos vigilantes uniformizados;
 Objetivo 5 – Tendo em vista a contextualização das obras, bem como nos
conceitos abordados anteriormente, com a sanção da Lei Keene, que exigia que todos os
“mascarados” se registrassem no governo: tal resposta estatal visaria à preservação do
status quo da sociedade ou atender interesses de uma categoria em detrimento do direito à
liberdade de atuação dos vigilantes? O que esperar do heroi e a lei?

3- REFERENCIAL TEÓRICO

O hiato entre o mundo e a realidade pode ser descrito como interações humanas
que tendem a carregar moralidades particulares. Toda a instrução moral destinada à formação
dos indivíduos, o conjunto de forças que a todo o momento desenvolvem perguntas e
respostas em busca de um conceito comum de convivência e moralidade: a sociedade; um
hiato que pode ser assumido como uma soma de forças e liberdades de cada indivíduo como
instrumentos preliminares de sua conservação.1
Ora, mas uma sociedade implica em indivíduos orientados de forma racional, em
obediência a leis e costumes abarcados por um ordenamento jurídico. Desta forma, ainda não
se pode afirmar que há uma harmonia social, visto que os indivíduos são regidos tão somente
por cláusulas, o que já fora observado por Jean-Jacques Rousseau em seu livro, “O Contrato
Social”:

Bem compreendidas, essas cláusulas se reduzem todas a uma só, a


saber, a alienação total de cada associado, com todos os seus direitos, a
toda a comunidade. Pois, em primeiro lugar, cada qual dando-se por
inteiro, a condição é igual para todos, e , sendo a condição igual para
todos, ninguém tem interesse em torná-la onerosa para os demais.
(ROUSSEAU, 1996, p. 21)

Tendo em vista o aspecto citado, nota-se que ainda há lacunas a serem


preenchidas no referido hiato entre mundo e realidade. Afinal, mesmo que a sociedade exista
de forma racionalmente orientada, cada indivíduo busca identificação entre os demais
membros de seu nicho social.
6

1
O contrato social / Jean-Jacques Rousseau; [tradução Antonio de Pádua Danesi]. – 3ª ed. – São
Paulo: Martins Fontes, 1996. – (Clássicos), P. 20.
Assim, para complementar a lacuna observada, deve-se considerar o conceito de
comunidade, que pressupõe uma organização social baseada em solidariedade e vínculos
psíquicos entre os componentes de um grupo2.
A comunidade é um ente dotado de essências, afetos, simpatias, confianças e
cumplicidade entre seus membros3. Pode se inferir aqui que, embora sociedade e a
comunidade sejam fenômenos atrelados, o primeiro desempenha um papel norteador das
ações humanas, enquanto o segundo representa as expectativas e percepções individuais e
coletivas, limitadas a um determinado grupo de indivíduos. Neste ensejo, uma sociedade
dotada de poder político, território e população, nada mais é do que um Estado. A partir disso,
pode-se pensar em um ordenamento jurídico que irá regular todos os indivíduos e
consequentemente todas as comunidades, muito embora estas possuam pensamentos
divergentes das emanações estatais.
Para a análise que se busca fazer, é necessário considerar que, conforme disse
Trotsky em Brest-Litowsk, “Todo Estado se fundamenta na força”. Ao admitir essa
dominação, assume-se que por meio da lei, o Estado moderno legitimou o uso da força e
emprego da violência monopolizada pelo próprio Estado a fim de garantir a ordem pública.
Destarte, conforme seja esta uma análise preliminar, há de ser vista a formação da
sociedade sob a ótica marxista e weberiana, no sentido de que dentre os institutos de
racionalização da sociedade há a opressão ao corpo social, que consiste na legitimidade do
Estado em promover violência e controle. Pode-se afirmar que esse é o limiar do
estabelecimento de um ideal de justiça que visa atender as expectativas da sociedade em ter
uma punição proporcional aos transgressores das regras e costumes estabelecidos em
convenção social.
Diante de uma sociedade equipada com suas próprias noções de justiça
incorporadas ao ordenamento jurídico, o que garante que uma comunidade não irá buscar por
si mesma a efetivação de seus interesses? Teria a sociedade, sob a figura do Estado, falhado
em simplesmente não conseguir alcançar todos os seus indivíduos por meio de suas leis?
Afinal, não é impossível que um cidadão aprecie a ideia de aventura e não se sinta mal por
entender que está fazendo algo benéfico a sua comunidade, a sua sociedade. Nas palavras de
José de Souza Martins, em “Linchamentos: A justiça popular no Brasil”:

2
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. Ed. São Paulo: Malheiros, 2011. P. 62.
3
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. Ed. São Paulo: Malheiros, 2011. P. 62.
A justiça popular auto-defensiva procura mais do que a mera vingança,
é mais do que manifestação de barbárie. Ela procura cumprir uma
função social e ao mesmo tempo fornecer aos participantes uma
compreensão das rupturas sociais que não estão inscritas no previsível e
tolerável da cultura popular. Ela se constitui num meio de compreender
a ocorrência anômica e num meio de reparar a situação de anomia. Não
obstante a violência que lhe é própria tem uma função social
conservadora e socialmente altruísta. O ato restaurador não se esgota
no próprio plano simbólico, no exemplo que a violência pode
representar para o conjunto dos membros da sociedade. O ato
restaurador, no limite, se baseia na suposição da eficácia restauradora
do sangue derramado no ato da punição. Há nele uma dimensão
mágica. (MARTINS, 2015, p. 65)

O autor anteriormente citado trata em sua obra acerca da promoção da justiça


popular, com base em dados reunidos acerca de linchamentos no Brasil. Muito embora seja
uma temática distinta da reflexão a ser proposta em estudo, a reflexão acerca da justiça
popular revela que as motivações que levaram os vigilantes mascarados em Watchmen a
deliberadamente promover justiça com as próprias mãos não são distintas.
Ocorre que um justiceiro mascarado consiste numa transgressão da lei, visto que
sua atuação não é legitimada pelo Estado, ou pelo menos não encontra regulamento. Ou seja,
o vigilante mascarado, embora tenha uma difusa concepção de que seus atos são lícitos,
acabam agindo ilegalmente. No universo de Watchmen, os indivíduos estão em face de uma
cultura de justiça popular, onde um determinado grupo de ações restaura a ordem, apesar da
violação da mesma4.
A problemática dos vigilantes mascarados ainda é ampliada pelo fato de que, o
início da carreira de alguns justiceiros tenha iniciado a partir da assimilação de atitudes
igualmente transgressoras de predecessores. Desta forma, para compreensão, cita-se um trecho
de uma autobiografia fictícia de Hollis Mason, “Sob o Capuz”, em Watchmen:

A criatura extraordinária havia atravessado a janela do supermercado


enquanto o assalto estava em andamento e atacado o responsável com
tanta selvageria que os demais, portando armas, imediatamente
mostraram-se muito dispostos a largá-las e se render. Relacionando
esse incidente de intervenção mascarada com o anterior, os jornais

4
Linchamentos: justiça popular no Brasil / José de Souza Martins – São Paulo: Contexto, 2015.
P. 105.
8
redigiram a história sob uma manchete que dizia “Justiça
encapuzada”. E, assim, o primeiro aventureiro mascarado fora dos
quadrinhos foi batizado. Lendo e relendo aquele artigo, eu soube que
deveria ser o segundo. Eu havia encontrado minha vocação. (MOORE,
2020, p. 38)

Percebe-se que a “comunidade heróica” em Watchmen não negocia com as regras


da sociedade, ou pelo menos subvertem a legitimidade que atribuem a si; as dificuldades para a
imposição das leis diante de um clamor por justiça são um preocupante indício de uma
desordem que é observada durante o desenvolvimento da estória.
Apesar das ações bem intencionadas dos vigilantes mascarados, a atuação desses
personagens amargou sérias consequências. Inicialmente, a aura fantástica que envolvia a
atuação de vigilantes mascarados representou naquela sociedade uma expectativa numa
espécie de bem-estar social. Ocorre que, como mencionado anteriormente, a atividade heróica
viola a autotutela estatal. Como consequência, os agentes imbuídos com o poder do Estado
manifestaram insatisfação com o desvio de conduta dos civis em comento.
Assim, é necessário definir um novo intervencionismo do Estado na vida social,
uma vez que os limites entre o público, privado e Estado foram superados5.
A atitude intervencionista buscada pela sociedade americana em Watchmen
consistiu na promulgação de uma lei que tinha o objetivo de não só preservar a autotutela do
Estado como relativizar os interesses de uma comunidade em detrimento da outra, diante do
corpo social: a Lei Keene. Em suma, a lei determina o registro de vigilantes perante o governo
e a proibição da atuação dos mesmos, caso não façam registro, impondo penalidades aos que
não se submeterem ao regramento.
No entanto, as penalidades impostas pela lei Keene ao vigilante mascarado que
não faça seu registro junto ao governo americano consiste principalmente numa prisão
irrevogável. Perante a Constituição brasileira, observa-se que não são respeitados os princípios
do devido processo legal. Além disso, a imposição da pena não apresenta adequação e
proporcionalidade à gravidade do delito. E ao que o contexto sugere a lei fictícia não observa
antecedentes criminais, condição de réu primário, dentre outros institutos que constituem a
constitucionalidade da condução de um processo.

5
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da Teoria Geral do Estado. 30 ed. São Paulo: Saraiva,
2011. P. 277

9
Destarte, faz-se necessário trazer reflexões de Michael Foucault acerca da punição:

“Essa necessidade de um castigo sem suplício é formulada primeiro


como um grito do coração ou da natureza indignada: no pior dos
assassinos, uma coisa pelo menos deve ser respeitada quando punimos:
sua “humanidade”. Chegará o dia, no século XIX, em que esse
“homem”, descoberto no criminoso, se tornará o alvo da intervenção
penal, o objeto que ela pretende corrigir e transformar, o domínio de
uma série de ciências e de práticas estranhas — “penitenciárias”,
“criminológicas”. Mas, nessa época das Luzes, não é como tema de um
saber positivo que o homem é posto como objeção contra a barbárie
dos suplícios, mas como limite de direito, como fronteira legítima do
poder de punir.”( FOUCAULT, 1987, p. 95)

O grande questionamento que move a sociedade contra os vigilantes mascarados


tem fundamento no receio da mesma de que não há tutela sobre os atos dessas pessoas, sendo
constante a pergunta: “quem vigia os vigilantes?”.
Assim, a relevância de Watchmen para reflexões jurídicas ainda carece de
aprofundamento, que decorre da análise da formação de uma sociedade e de sua organização;
especialmente no que tange os direitos civis, como liberdade, igualdade e dignidade,
reconhecidos por documentos universais de direitos humanos.
Os quadrinhos possibilitaram o surgimento de um novo modo de linguagem, que
não são apenas um conteúdo graficamente atraente aos olhos, mas um tipo de mídia que
dentro de seu seqüenciamento lógico de imagens e balões de fala consegue influenciar a
produção cultural de uma geração, redefinir limites narrativos e comunicar-se com a realidade.

4- METODOLOGIA

A pesquisa será necessariamente bibliográfica e documental, uma vez que o tema


busca abordar um universo particular com base em princípios e conceitos estabelecidos ao
longo do tempo.
Desta forma, serão consultados, principalmente, livros, revistas, legislações e
periódicos que tratam acerca de direitos humanos, constitucionalismo e teoria do Estado,
visto que não consegui encontrar teses e monografias que abordam com exatidão o tema a ser
tratado.

10
5- CRONOGRAMA

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Revisão bibliográfica x x

Determinação dos
x
objetivos

Escolha de fontes e
formas de coleta de x x x
dados

Coleta de dados x x

Análise e interpretação
x x
dos dados

Redação do TCC ou
x x x
Relatório final
Impressão e Revisão
x
da Redação

Preparação para
x
defesa

Apresentação da
defesa ou entrega do x
relatório

6- REFERÊNCIAS

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