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e = px = p1 x1 + · · · + pn xn
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1.1.5 A função Dispêndio
A função dispêndio é definida como:
e(p, u) = minn px sujeito a u ≥ u(x)
x∈R+
Se as demandas Hicksianas estão bem definidas, podemos escrever a funcção dispêndio como:
e(p, u) = pxh (p, u)
As n-primeiras CPO são idênticas às n-primeiras CPO do problema de maximização da utilidade.
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1.1.8 TMS igual à Relação de Preços
Se dividirmos a primeira CPO pela segunda, obtemos:
∂u(x∗1 ,x∗2 ) ∂u(x∗1 ,x∗2 )
∂x1 p1 ∂x1 p1
∂u(x∗1 ,x∗2 )
= ou − ∂u(x∗1 ,x∗2 )
=−
p2 p2
∂x2 ∂x2
Portanto, a condição de que a TMS entre os dois bens seja igual à relação de preços desses bens
continua válida para o problema dual do consumidor.
µh = µh (p, u)
1.2.2 Observação
1. As demandas Hicksianas são funções dos preços e do nı́vel de utilidade. As demandas Mar-
shallianas são funções dos preços e do nı́vel de renda.
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1.3 Casos Especiais
1.3.1 Quando o Método de Lagrange Não se Aplica
O método do Lagrangeano supõe uma série de condições que nem sempre são satisfeitas.
Vamos analisar novamente os dois casos vistos no problema primal:
1. Bens substitutos perfeitos (utilidade linear),
2. Bens complementares perfeitos (utilidade de Leontieff).
A análise é feita caso a caso, com ajuda gráfica para achar as demandas.
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1.3.3 Bens Complementares Perfeitos
Vimos que dois bens são complementares perfeitos se são consumidos conjuntamente, em pro-
porções fixas.
A função de utilidade que representa essa relação é dada por:
x2
6 Utilidade u(x1 , x2 ) = min{x1 , x2 }
A cesta de bens ótima continua sendo consumir quantidades iguais do bem (quando a = b = 1).
Portanto xh1 = xh2 = x∗ e substituindo na restrição do problema, encontramos:
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O determinante do Hessiano orlado é:
Como µ > 0, as demandas Hicksianas vão ser de fato um mı́nimo do problema dual do consumidor
se:
−2u1 u2 u12 + u22 u11 + u21 u22 < 0 ou 2u1 u2 u12 − u22 u11 − u21 u22 > 0.
A CSO para o problema de minimização da função dispêndio é igual à CSO do problema de
maximização da utilidade.
Os dois problemas do consumidor exigem que as curvas de indiferença sejam convexas em relação
à origem para que as CPO sejam suficientes para um ótimo.
Portanto, para ambos os problemas de minimização do dispêndio e maximização da utilidade,
função de utilidade estritamente quasi-côncava garante que o determinante do Hessiano orlado
tenha o sinal requerido.
2 Propriedades
2.1 Função Dispêndio
Teorema 1.7 Se u(x) é contı́nua e estritamente crescente em Rn+ , então e(p, u) é:
1. Zero quando u = 0 (ou quando u = min U),
2. Contı́nua em Rn++ × U,
3. Homogênea de grau 1 em p,
4. Estritamente crescente e ilimitada em u e crescente em p.
5. Côncava em p,
6. Lema de Shepard: Se u é estritamente quasicôncava, então e(p, u) é diferenciável em p:
∂e(p0 , u0 )
i
= xhi (p0 , u0 ), i = 1, . . . , n.
∂p
2.1.1 Continuidade
A primeira propriedade apenas diz que para atingir o mı́nimo de utilidade possı́vel, o consumidor
não necessita gastar nada.
A segunda propriedade é consequência do teorema do máximo.
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2.1.3 Preços e Utilidade
A função dispêndio é crescente nos preços e estritamente crescente em pelo menos um dos preços,
estritamente crescente na utilidade.
Um aumento do preço do bem i (por exemplo) obriga o consumidor a gastar mais (ou o mesmo,
se xhi = 0) para manter o nı́vel de utilidade u0 .
No caso de um aumento do nı́vel de utilidade almejado, se os preços estão fixos, então o consumidor
tem necessariamente que gastar mais para alcançar esse nı́vel de utilidade maior.
Gasto
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Dispêndio Passivo
eP = p1 x∗1 + p2 x∗2
Função Dispêndio
e(p, u)
s
e(p, u)
-
p1 p1
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2.3 Lema de Shepard
2.3.1 Lema de Shepard
As derivadas da função dispêndio com respeito aos preços são as funções de demanda Hicksianas:
∂e(p0 , u0 )
= xhi (p0 , u0 ), i = 1, . . . , n.
∂pi
Portanto, podemos encontrar as funções de demanda Hicksianas a partir da função dispêndio.
∂ 2e ∂xhi
= ≤0
∂p2i ∂pi
⇒ A demanda Hicksiana satisfaz a lei da demanda sem exceções mesmo do ponto de vista
teórico: um aumento nos preços leva a uma queda na quantidade consumida, se mantivermos o
nı́vel de utilidade do consumidor constante.
Ponto principal: uma restrição orçamentária linear nos preços é transformada em uma função
dispêndio côncava nos preços, devido à minimização dos gastos pelo consumidor. Se o consumidor
procura minimizar os seus gastos quando tenta atingir um nı́vel de utilidade u, o custo incorrido
aumenta proporcionalmente menos do que a mudança nos preços.
Não é necessário qualquer hipótese sobre a utilidade para se atingir esse resultado: se o consumidor
minimiza os gastos para obter um dado nı́vel de utilidade, esses gastos crescem proporcionalmente
menos do que uma mudança nos preços, qualquer que seja a função de utilidade do consumidor.
2.5 Simetria
A mudança na quantidade demandada do bem i quando o preço do bem j muda é igual à mudança
na quantidade demandada do bem j quando o preço do bem i muda, mantendo o nı́vel de utilidade
constante:
∂xhk ∂ 2e ∂ 2e ∂xhi
= = =
∂pi ∂pk ∂pi ∂pi ∂pk ∂pk
Teorema 1 (Simetria dos Termos Cruzados da Demanda Hicksiana) Suponha que e(·) é
duas vezes continuamente diferenciável. Então
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2.5.1 Matriz de Substituição
A matriz de substituição associada à demanda Hicksiana x(p, u) é definida como:
∂xh (p,u) ∂xh
1 (p,u)
1
. . .
∂p1 ∂pn
σ(p, u) = . . . ... ...
∂xh
n (p,u)
h
∂p1
. . . ∂xn∂p(p,u)
n