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RESUMO DA QUALIFICAÇÃO
Rio de janeiro, 25 de abril de 2013 – Sala Multimídia (PPGH) – Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro (UNIRIO).
em especial aos senhores membros da banca: Profa. Dra. Vânia Leite Fróes, da
Universidade Federal Fluminense (UFF), Prof. Dr. Paulo André Leira Parente, da
Cabral Coser, minha orientadora, por gentilmente aceitarem o convite para apreciar esse
minha orientadora, Profa. Dra. Miriam Cabral Coser, aqui presente, pelo empenho e
de uma indagação fruto de uma dúvida ou estranheza, podemos afirmar que, com esta,
entendermos que a tensão existente entre os dois, em que um teria estatuto de verdade e
medieval.
conteúdo, pois tal método permitiria examinar diversos esquemas sêmicos, utilizando
pretendíamos também utilizar recursos próprios da retórica, e com base nesse tipo de
dentro do pensamento da época, no que concerne aos espaços ocupados pela Literatura e
escrita na cidade de Florença nos séc. XIII e XIV, nosso recorte cronológico, com dados
silenciosa, não somente a dimensão que essas práticas alcançam na concepção do texto,
pensado para ser lido em uma performance, mas, igualmente, nos aspectos de leitura
necessariamente partilhada, que modifica a relação do leitor com o texto, pois este passa
a ser percebido pelo intercurso do corpo, de forma sensível, que lhe confere uma
espírito santo. A dizer, o texto percebido enquanto grafia (lettera), imagem acústica, e
nossos propósitos, mas servem para ilustrar como o texto passa de uma materialidade, a
letra grafada, para um conceito, tanto através de imagens acústicas como de imagens
podemos vislumbrar o impacto que essa forma de relação com o universo da escritura
A seguir, partimos para expor os usos dos termos Literatura e História pela Idade
Média, com o objetivo de estabelecer diferenças entre eles, e, sobremaneira, o locus que
ocupam dentro das sete artes liberais, argumentando que dentro do pensamento
escolástico as leis que regiam a linguagem tinham status especial, pois seriam a
realidade.
Como disse Pedro Abelardo no séc. XII: “a linguagem não é o véu do real, mas
da Dissertiva, a poesis.
também a fábula, notamos que outra relação chamava a atenção e podia ser estabelecida
verdade.
representação, a dizer, pela imaginação, pela fantasia, pois a essência das coisas sobre
as quais versariam, sendo uma realidade imaterial diferente das manifestações sensíveis,
diferença de interpretação percebida nas narrativas trazidas pelas fontes dessa pesquisa,
pela região, tornando-se conhecidos nos grandes centros da Península Italiana textos
do pensamento de São Tomás de Aquino sobre a Escolástica do período, não pode ser
menosprezada.
Por essa razão, pensamos em categorias de análise que pudessem explicar como
delas, utilizando desde sua etimologia à forma como acreditamos que funcionariam
literária ou histórica, aspira a um Sentido tanto quanto à sociedade que o cria. E tal
mediada pela contemplação, pois não possui per se representação plástica cognoscível,
tanto o ‘passado acontecido’ quanto o ‘hipotético’, visto que, em boa medida esses dois
também de forma sensível, já que o texto medieval somente existe em sua faceta
tridimensional: a letra (na qual está implícito o sentido), a voz (autoridade), e o gesto.
Nesse sentido, a escrita histórica medieval possui um carácter imagético que lhe
entendimento de Deus.
pesquisa, a Cronica Nuova de Giovanni Villani, escrita no primeiro quarto do séc. XIV
Vimos que Villani logo no preâmbulo de sua obra evidencia duas características
presentes nos conceitos de história da época, a dimensão ética implícita, de uma história
que virão depois dele, sobre os usos da história: “para que possam se exercitar
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exemplar da história: “para dar notícia aos que a nós se sucederem de não serem
negligentes em registrar os feitos notáveis que deverão ocorrer depois de nós, e para
dar exemplo aos que vierem depois, das mudanças e das coisas que aconteceram”.
Liber Primo, que versam sobre a mítica fundação da cidade de Fiesole, que mais tarde
pressuposto medieval do aliud Dicitur, aliud demonstatur (além do que é dito, além do
demonstrado).
alegoria é a forma encontrada para converter esse ‘alfabeto’ que ‘fala da ordem do
mundo’, e dos ‘bens sobrenaturais’ desse mesmo mundo, tornando inteligível aquilo que
escapa à lógica medieval de causa e efeito, significado e finalidade, ou que, por algum
motivo, teria sua natureza nociva ou corruptível quando explicitada”. (ECO: 2012)
nesse sentido que tais categorias se atrelam ao poder, pois conferem autoridade ao texto.
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do texto no período.
material ainda a ser analisado e traduzido, acreditamos ter conseguido, ainda que
Conscientes das falhas existentes nesse trabalho, e das dúvidas que surgem a
embora nosso estudo convirja para a história medieval, o nosso trabalho atende às
autoridades antigas, temos a dimensão de que nossa percepção da história, seus limites,
seus usos, seus instrumentais, obedecem ao tempo na qual essa se origina, portanto,
somos cônscios dos percalços que temos que superar para tratar de temas tão complexos
e cronologicamente distantes.
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Espero que tenhamos ao menos alcançado esse objetivo, e que afinal, estejamos