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Nossa Igreja, Oh! Nossa Igreja!

“O que aconteceu com a minha igreja - a


igreja que eu aprendi a amar desde a
meninice? Você é a igreja que moldou meus
valores, minhas atitudes, minhas crenças,
meu estilo de vida, minha visão e, acima de
tudo, meu ministério hoje. Com braços
amorosos, você me criou e me viu crescer,
me ensinou tantos princípios! Aos doze anos,
eu já a amava tanto que, por meio do
ministério de Jesus, eu a abracei no batismo.
Ah! Como amava o claro testemunho dos
seus servos pastores! Ficava empolgada com
o desdobramento das verdades proféticas
apresentadas por seus evangelistas! Como
me encantava com os apelos à uma vida
santa! Embora eu nem sempre tenha vivido
de acordo com a vontade de Deus, nunca,
nem por um momento, duvidei de sua origem
divina. Como apreciava as mensagens de
esperança que seus pastores pregavam; a
certeza do breve retorno de Jesus; a certeza
do ministério sumo-sacerdotal de meu
Salvador crucificado; a certeza de Alguém
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que está disposto a me defender no juízo; a
certeza da ressurreição dos santos; a certeza
da bênção que foi prometida aos fiéis
observadores do sábado; e, a certeza dos
padrões imutáveis e incontestáveis da lei de
Deus.
Você é a igreja que conquistou o meu
ardente desejo de servi-la. E amei servi-la
durante toda a minha infância e juventude.
Você é a igreja que me deu meus pais, os
quais também amavam servi-la acima de
tudo, depois de Deus. Você é a igreja que me
deu uma educação cristã, que expandiu a
minha mente e que fez brotar, em mim, amor
pela Bíblia e pelo Espírito de Profecia. Você
é a igreja que me impeliu a pregar e ensinar
o evangelho eterno, a igreja que tenho
defendido firmemente contra ataques de
incrédulos, a igreja que ainda amo com
intensidade que não enfraquece com o
tempo.
Mas, infelizmente, oh! minha igreja, o que
aconteceu com você? Estou perplexa. Ainda
a amo. Sempre vou amar. Mas o que são
essas vozes estranhas que eu ouço? Eu ouço
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falsas doutrinas e falsos ensinamentos de
seus púlpitos. Que música estranha é essa
que ouço e que você permite? Eu ouço batida
de tambores e sons ensurdecedores. Que são
esses adornos brilhantes que vejo em muitos
dos seus membros? A roupa descolada e tão
parecida com a do mundo? De onde vem o
som de esportes e festas, risadas, conduta
frívola e linguajar mundanos?
Quem são esses pastores que afirmam ser
seus representantes, mas falam com língua
enganosa? Quem são esses homens e
mulheres que oferecem fogo estranho sobre
o altar? Quem são esses servos desleais que
foram após as igrejas caídas da Babilônia
para se juntarem a seus erros e pecados?
Quem são esses pastores que pregam
mensagens mansas, semana após semana,
às suas congregações necessitadas e
sedentas? Quem são esses ministros que
vestem suas mensagens impotentes com um
manto enganoso de carisma?
Amo você, minha igreja. E eu a quero de
volta - não como você era quando eu era
menina, mas como Deus destinou que você
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deve ser. Eu te amo demais para ficar em
silêncio. Eu devo clamar em alta voz. Devo
exaltar o Cristo da verdade e justiça, por
meio de quem unicamente posso ter vitória
sobre todas as satânicas tentações. Você
tem ouvidos? Está ouvindo nosso último
chamado? Reconhece essa voz nos
chamando às antigas veredas, num retorno
ao bom caminho? Há uma voz que aponta o
erro e o pecado em minha amada igreja. Que
os incautos sejam alertados. Devem
despertar os que dormem. Falsos mestres
precisam ser expostos. Os queridos membros
devem ser conduzidos para a estrada da
retidão.
Eu oro para que você entenda, minha igreja,
que o que eu faço vem de uma profunda
devoção - não de alienação. Eu almejo que
possa compreender que é o amor leal que
motiva meu ministério. Rogo que aceite meu
serviço como sendo para Deus e Seu reino.
Eu imploro, entenda, o fardo que me
constrange é o senso das almas perdidas na
casa de Israel. Minha igreja, oh! minha
amada igreja!”
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Creio que estas palavras não estejam vindo apenas do
meu próprio coração angustiado, mas, são verdades
engasgadas na garganta de todo fiel adventista do sétimo
dia em todo o mundo. Hoje, nossa angústia, nosso fardo,
nosso clamor ecoa por amor aos membros da igreja de
Deus. Ver tantos dos nossos queridos se movendo, passo a
passo, não para a salvação eterna, mas para a destruição
eterna - sem saber de sua condição miserável - é quase
mais do que nossa alma pode suportar. É evidente que
somos verdadeiramente “miseráveis, e pobres, e cegos, e
nus.” No entanto, agimos como se fôssemos “ricos e de
nada tendo falta”. Apocalipse 3:17. Em vão, esperamos
que nossos líderes respondam com exame de coração
clamando por arrependimento, reavivamento,
restauração e reforma. Onde estão vocês, nossos irmãos,
em posições sagradas de liderança? Perderam a visão?
Perderam o amor pelos pecadores que estão morrendo?
Preferem o elogio dos homens acima da aprovação de
Jesus? Não, nem tudo está bem em Sião.
Muitos podem presumir que quando mencionamos a
palavra "igreja", estamos nos referindo "à instituição".
Porém, quando nos dirigimos à "igreja", estamos nos
dirigindo a todo professo adventista do sétimo dia, assim
como a irmã White fez em seus volumes de Testemunhos
para a IGREJA. Que esse ponto fique claro. Acreditamos
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que Deus ordenou Sua estrutura organizacional somente
para facilitar o ministério da Igreja — Seu povo.
Infelizmente, nos afastamos muito da estrutura
organizacional que Deus providenciou para Sua igreja. Os
líderes da igreja são apenas uma pequena parte desses
professos adventistas do sétimo dia.
Há mais de cem anos, a serva do Senhor apelou aos
membros da igreja. Esse apelo é certamente mais urgente,
hoje, do que foi então:
“Encho-me de tristeza quando penso em
nossa condição como um povo. O Senhor
não nos cerrou o Céu, mas nosso próprio
procedimento de constante apostasia nos
separou de Deus. O orgulho, a cobiça e o
amor do mundo têm habitado no coração,
sem temor de ser banidos ou condenados.
Pecados graves e presunçosos têm habitado
entre nós. E no entanto, a opinião geral é
que a igreja está florescendo, e que paz e
prosperidade espiritual se encontram em
todas as suas fronteiras. A igreja deixou de
seguir a Cristo, seu Guia, e está
constantemente retrocedendo rumo do
Egito. Todavia, poucos ficam alarmados ou
atônitos com sua falta de poder espiritual.
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Dúvidas e mesmo descrença dos
testemunhos do Espírito de Deus estão
levedando nossas igrejas por toda parte.
Satanás assim o deseja. Pastores que pregam
o eu em lugar de Cristo, desejam que seja
assim. Os testemunhos não são lidos e
apreciados. Deus tem falado a vocês. Luz
tem sido derramada de sua Palavra e dos
testemunhos, e ambos têm sido desprezados
e desobedecidos. O resultado aparece na
falta de pureza, consagração e fervente fé
entre nós. Que cada um proponha estas
questões em seu coração: “Como pude cair
neste estado de fraqueza espiritual e
dissensão? Tenho atraído sobre mim o
desagrado divino por causa de minhas ações
que não correspondem à fé que professo?
Não estarei, porventura, buscando amizade
e aplausos do mundo, antes que a presença
de Cristo e um profundo conhecimento de
Sua vontade?” EGW, T5, 217.1-217.2

O Pastor Robert Pierson, presidente da Associação


Geral (1966-1979), foi para o túmulo, em janeiro de 1989,
com o coração partido - um coração partido por nossa
insubordinação como povo de Deus. Em, pelo menos, duas
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ocasiões, ele, angustiado, confidenciou a um colega
pastor: "Eu me pergunto o que mais eu poderia ter feito?"
Ele estava se referindo ao que ele poderia ter feito para
encaminhar o povo de Deus em direção ao lar celestial. O
pastor Pierson, hoje, está descansando; mas, quem
aceitou o desafio? Quem, na liderança, ousou admitir,
como fez o pastor Pierson, que somos um povo culpado de
insubordinação?
Como ministério de sustento próprio1, reconhecemos
como somos impotentes para liderar uma reforma na
igreja de Deus. No entanto, Deus chamou um profeta de
sustento próprio para tal missão nos dias de Elias; e, foi
assim, também, com João Batista, chamado para tal obra
no tempo do primeiro advento. Procuramos, ansiosa-
mente, por líderes cujo único objetivo seja reivindicar o
caráter de Deus através da perfeição cristã, e assim,
direcionar nosso povo para Cristo. Nosso apelo aos líderes
é: Esqueçam a politicagem, esqueçam as lutas internas,

1 Ministério de apoio à pregação do evangelho, porém, independente da


organização da igreja. Exemplos bíblicos importantes: João Batista, Elias etc.,
também a maioria dos profetas que escreveram porções da Bíblia. O próprio
Jesus deu-nos o exemplo de uma verdadeira obra médico missionária de
sustento próprio. Não fossem os profetas de sustento próprio escolhidos por Deus
para escrever, pouco teríamos da Bíblia hoje. A história atesta que essa classe
de obreiros alcançou muito mais na causa de Deus do que homens
empregados oficialmente pela organização da igreja. No entanto, isso não quer
dizer que a obra denominacional não seja ordenada por Deus. Pelo contrário,
há evidências convincentes na inspiração para confirmar tanto a obra
denominacional quanto a de sustento próprio.

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esqueçam as tentativas de unir os membros com base em
documentos oficiais, os quais são princípios falsos de
coerção. Deus nos forneceu apenas um caminho para a
unidade dentro das fileiras de Seu povo. Em sua oração
pela unidade, Jesus forneceu a chave:
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade.” João 17:17

Paulo, em seu capítulo sobre unidade, expôs o seguinte


princípio:
“Até que todos cheguemos à unidade da fé,
e ao conhecimento do Filho de Deus, a
homem perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo, para que não sejamos
mais meninos inconstantes, levados em roda
por todo o vento de doutrina, pelo engano
dos homens que com astúcia enganam
fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade
em amor, cresçamos em tudo naquele que é
a cabeça, Cristo.” Efésios 4:13-15

Pedro enuncia o mesmo princípio desta forma:


“Purificando as vossas almas pelo Espírito na
obediência à verdade, para o amor fraternal,

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não fingido; amai-vos ardentemente uns aos
outros com um coração puro.” 1 Pedro 1:22

Desejamos, sinceramente, a unidade, mas devemos


nos lembrar que não é uma meta. Antes, é o resultado de
algo que deveria ser ainda mais importante para nós, a
perfeição cristã.
“A unidade é o seguro resultado
da perfeição cristã.”
EGW, The Sanctified Life, p. 85

A perfeição de caráter é desprezada por muitos


adventistas do sétimo dia hoje. Não precisamos ter
dúvidas ao procurar identificar as causas da desunião entre
os membros da igreja nos nossos dias, desunião que tem
nos incapacitado. Eis as causas: A verdade e a perfeição de
caráter estão sob severo ataque dentro de nossas fileiras.
A irmã White elucida:
“Não há santificação à parte da
verdade — a Palavra”.
Fundamentos da Educação Cristã, p. 432.3

O Senhor, por meio de Sua serva, nos avisou que


grupo após grupo abandonaria a fé. Muitos, que uma vez
estiveram sob a bandeira ensanguentada do Príncipe

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Emanuel, escolherão ficar sob a bandeira da apostasia de
Satanás. No entanto, há encorajamento. Estamos certos
de que tribo após tribo virá:
“Vi em visão dois exércitos em luta terrível.
Um deles ostentava em suas bandeiras as
insígnias do mundo; guiava o outro a
bandeira ensanguentada do Príncipe
Emanuel. Estandarte após estandarte era
arrastado no chão, à medida que grupo após
grupo do exército do Senhor se juntava ao
inimigo, e tribo após tribo das fileiras do
adversário se unia ao povo de Deus que
guarda os mandamentos.”
Testemunhos para a Igreja, Vol. 8, p. 41

Que possamos ser encontrados entre os que estão


sob a bandeira ensanguentada de Cristo, fiéis à verdade,
santificados pela obediência à verdade e, assim, somente
assim, unidos como um só corpo.
Nota: Adaptação de Russell R. Standish e Colin D. Standish

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