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Titulo provisório.
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Opinião na fórmula “eu acho” (doxa), duramente criticado por Platão em A República, livro VI.
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"A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo" Merleau-Ponty (1908 – 961).
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Considerando o fato de que para os alunos o conceito de prova é “prova cientifica” significando
experimentação empírica, mensurabilidade e exatidão, tal como ocorre na matemática, na física, na biologia,
dentre outros, menos na filosofia.
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Este não é um problema novo e nem específico das aulas da disciplina, é um problema
da própria Filosofia frente aos dias atuais 5. Mesmo com múltiplas abordagens, com
metodologias diferentes durante o ensino, sempre permanecia o problema: “isso é coisa da
Filosofia” e assim encerrava qualquer movimento de interpelação da filosofia na construção
do conhecimento pelo educando. Soma-se a isso outra dificuldade, a avaliação (provas e
exames). Se Filosofia não é exata como elaborar questões objetivas? Bem como as
discursivas, que para os educandos bastam colocar simplesmente o que acha sobre o assunto.
Nosso intento não é buscar ou transformar a Filosofia em uma ciência exata, isso é
impossível quando se tem clareza que a Filosofia se interessa pela realidade no seu todo –
pois a dinâmica de realização (a Realidade) é de muitos modos 6. Bem como, há uma voz
corrente nas ciências inclusive no cotidiano uma espécie de filosofia (no sentido de
pensamento em voga), que é traduzido na expressão “a verdade é relativa”. Vale ressaltar
também a própria história da Filosofia contemporânea; nunca demonstrou unanimidade, pelo
contrário é a mais pluralista das épocas. Cientes destes aspectos, não nos colocamos a discutir
tais questões o que extrapola o presente projeto e não nos alcança solucioná-lo. Nosso
problema é o mesmo, entretanto menor e não de difícil solução porque afirmamos que é um
equívoco pensar que a Filosofia trabalha no nível da opinião, tão pouco sem embasamento
algum.
Dizemos anteriormente que nosso problema não é de difícil solução porque
procuramos desfazer o preconceito que se criou em torno da filosofia para perceber sua real
maneira de pensar. Tendo os educandos nascidos numa cultura onde a interpretação da
verdade é exclusiva da Ciência7 fica rechaçado em segundo nível outras formas de
interpretação do Real (como a arte e a religião). Exemplo, muitos erroneamente afirmam que
a própria Filosofia diz que a “verdade é relativa” – isto em suma, significa que tudo depende
do seu ponto de vista – muito embora nenhum filósofo histórico (de expressão universal) diz
exatamente tal frase. Tal disparate é reprovado quando se põe a pensar: se a frase “a verdade
é relativa” fosse válida seria uma proposição contraditória, pois a Verdade dependeria da
percepção do sujeito que pode ser igualmente falsa para uns e verdadeira para outros e vice-
versa, mas nisso reside a falácia já que a própria frase “a verdade é relativa” deve ser
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É o que queria afirmar Nietzsche no texto A Gaia Ciência quando diz que a filosofia mora em altas montanhas,
tendo como única companhia o Monte vizinho, onde reside o poeta.
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Aristóteles dizia: “O ser se diz de muitos modos, mas nenhum modo diz o ser.” (Met. Z, 2; 1003a 33).
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Segundo Emanuel Carneiro Leão, filósofo brasileiro atuante, “A nossa era é científica em sua essencialização.
Vivemos na idade da ciência, porque é a ciência que determina o ser e a verdade do real. Porque a ciência é o
meio em que se faz a experiência e se entende o sentido de tudo aquilo que é. O elemento, em que se decide o
destino da história humana”.
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relativizada. Para uns, tal frase será verdadeira; para outros será falsa; as duas posições
igualmente aceitas. Porém quem afirmou “a verdade é relativa” não pensou nisso, pelo
contrário deseja que sua proposição seja aceita por todos – de forma absoluta e não relativa,
pois ele julga estar com a razão.
Com os mais diferentes contatos de livro de Filosofia no Brasil o que mais se
aproxima do foco do nosso problema são os livros que discutem a utilidade da Filosofia nas
escolas e os que abordam a caracterização do pensamento filosófico (sua característica e
abordagens). Mas nenhum que discutisse o problema na dimensão do aluno, para aqueles
educandos que acham a Filosofia em relação ao cenário das Ciências parcial e excêntrica.
Nosso esforço se pautará nos seguintes aspectos:
Primeiro esclarecer o conceito de Prova Científica, demonstrando a ambigüidade que
esse conceito pode tomar, pois se por um lado a prova científica (experimentação) serve para
confirmar uma teoria, por outro lado o simples fato de ser científico não quer dizer
automaticamente verdadeiro. Pois tudo pode não passar de meros procedimentos para
corroborar a própria teoria, não para testá-la, mas simplesmente encontrar elementos que a
justifique a todo custo. Outra coisa é o que se entende por científico: uma pessoa diz bebe! Ou
come isso, porque isso é provado cientificamente, nesse caso é uma falácia porque apela a
autoridade da Ciência sem ao menos ponderar racionalmente. No projeto será explanada a
crítica da expressão prova científica, sem desmerecê-la, pois, todavia alguns filósofos a
desenvolveram8; ao final demonstraremos como ela se realiza em Filosofia.
Segundo é apresentar o problema da Exatidão, pelo fato de que nenhuma ciência
esgota a si mesma. Exemplo: não foi calculando demasiadamente que Einstein revolucionou a
física, mas é sabido sua inovadora mudança conceitual nas ideias de tempo e espaço. Outro
fator é que nossa realidade é complexa demais para ser apenas lógica 9 - se assim o fosse tudo
seria previsível como na época da ideia de determinismo na Ciência. Contrariamente a
Filosofia trabalha com questionamentos e não com respostas prontas e acabadas.
Por último propor e apresentar uma Metodologia de Ensino: o educando que discorda
totalmente do assunto abordado poderá manifestar argumentos contrários com toda liberdade
e respeito, desde que apresente juntamente o domínio do assunto lecionado, pois só podemos
criticar o que conhecemos e porque isso não o isenta de aprender a matéria, já que a mesma
faz parte da grade curricular. Não se trata aqui de um legalismo, de um formalismo no
aprendizado centrado na obrigação. Ao aluno não cabe aprender tudo de filosofia, nem seu
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Tal como Francis Bacon (1561 — 1626).
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Lógica tal como a concebiam a tradição.
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ideias. Porque em todo caso o aluno estará filosofando: se alguém não gosta de Filosofia, ao
apresentar as razões porque não gosta, estará filosofando10.
Concluindo, a relação aluno e professor se destacam com o primeiro aprendendo o
conteúdo e apresentando quando quiser seu ponto de vista. O professor retribuindo com o
reconhecimento de alguém que aprende a matéria e é capaz ir mais além, pois é digno de nota
máxima um aprendiz que domina o conteúdo discordante e se lança abrir novas idéias em sua
mente. Para tanto é imprescindível o que se espera de todo bom professor, Dialogar, e para
professores de filosofia, dialética neste diálogo.
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“Deve-se filosofar, ou não se deve: mas para decidir filosofar é ainda e sempre necessário filosofar; assim,
pois, em qualquer caso, filosofar é necessário.” (Aristóteles, Protréptico, frag. 51)