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CREDIBILIDADE FORJADA.
Fábio Gonçalves
Brasília - DF
2008
FÁBIO GONÇALVES
CREDIBILIDADE FORJADA.
Banca Examinadora:
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FÁBIO GONÇALVES
Resumo
Introdução:
Serra (2008) ainda vai mais longe ao afirmar que é um “tal sistema de
credibilização” que obedece a quatro leis fundamentais ao qual formataremos em
uma tabela para facilitar o entendimento:
Embora Sampaio (2002) afirme que as mídias são tanto reflexos como
agentes, descordaremos em certa medida dessa colocação. As mídias, com efeito,
têm se mostrado muito mais como agentes do que paciente. Um exemplo disso é
mencionado por Umberto Eco (1984), quando o mesmo compara TV antiga
(paleotelevisão) com a nova TV (neotelevisão) dizendo que em uma os eventos
aconteciam independente de sua transmissão, mas hoje os eventos são preparados
para serem transmitidos. O indício disso, em um caso típico, são os jogos de futebol,
onde as placas de patrocinadores são posicionadas no sentido de terem maior
visibilidade no vídeo, nas fotos de revistas de esporte etc. Sem contar que, no Brasil,
comenta-se em casos onde as partidas tem seu horário alterado em virtude da
programação da emissora que faz transmissão em rede.
Comunicação
Cinema / TV Modal Direitos Autorais / Serviços
de Massa
O fato é que hoje nos distanciamos cada vez mais das interações face-a-
face e na relação que tínhamos com a credibilidade. É justo pensar que antes da Era
da Imprensa e depois da Era da Comunicação de Massas, a transmissão de
credibilidade acontecia nesse formato (face-a-face) e portanto quase que num
trabalho de persuasão de um-pra-um, salvo as interações ocorridas de um
(enunciador) para vários (interlocutores). E mesmo nelas é importante perceber que
era necessário estar no mesmo ambiente físico para que a troca de informação
acontecesse. Nesse sentido a potência do sistema de credibilização menciondo
anteriormente sofria com a delimitação geográfica-temporal, algo que foi totalmente
superado a partir da Era da Imprensa e depois, mais ainda, pela Comunicação de
Massas.
Enquanto a informação, na maior parte da história humana, se transferia
entre as pessoas de maneira vagarosa – geográfica e temporalmente falando -
depois do advento da mídia uma centena de pessoas podem ser impactadas com a
mesma informação em tempos e locais diferentes. E embora, a partir daí, surjam as
discussões a respeito das interpretações possíveis por parte dos receptores, torna-
se também razoável o entendimento de que mais rapidamente é possível tornar uma
lenda em algo real. É possível aumentar exponencialmente a velocidade em que
algo – seja lá o que for, comece a parecer crível para um grande número de
pessoas, mesmo descartando aquelas cuja a interpretação é diferente do objetivado
pelo enunciador da mensagem.
Nas interações mediadas, Thompson (1995) faz menção ao que ele chama
de meios técnicos para uma interação pessoal (diferente da face-a-face) onde o
maiores exemplos estão na conversa ao telefone, por meio da troca de cartas e
arriscamos dizer aqui, hoje em dia, o e-mail. Mas nosso interesse reside
especificamente nas interações quase mediadas:
O exemplo mais claro disso que estamos falando é a marca Intel, que até
bem pouco tempo não tinha nenhuma significação para grande parte da população
mundial. Hoje, no entanto, é uma grande dúvida para a maior parte dos
consumidores comprar um computador que não tenha um chip da fabricante. Esse
processo de geração de credibilidade que, diga-se de passagem, alguns
desavisados dizem que deveria ser estendido apenas para empresas que montam
computadores – que são os reais compradores dos chips – iniciou em 1989. Ou
seja, menos de dez anos atrás. Mas será que seus produtos são realmente
superiores aos de seus concorrentes? Existem técnicos que dizem não, mas qual
consumidor topa arriscar? Como podemos perceber trata-se portanto de um poder
que vai alem da persuasão para compra, mas da atividade para sustentação de uma
credibilidade que coloca em cheque os outros concorrentes naquilo que Thompson (
1995) define justamente de poder simbólico.
São eles: o poder econômico que, segundo ele, se concentra nas atividades
de produção (extração de matérias primas e transformação em bens de consumo,
por exemplo). O Político onde os homens se concentram nas relações entre idéias e
as ações seja na esfera pública ou privada, no sentido de compelir os adversários a
aceitarem suas colocações. Coercitivo que propõe o uso da força ou ameaça de uso
dela para subjulgar o oponente. E o quarto poder é o que mais tem ligação com este
estudo; trata-se do poder Cultural ou simbólico, cuja menção do autor dará uma
introdução profunda a esse tópico:
O “quarto poder” parece ser tão mais forte que os demais. Só isso pode
justificar o fato de tantos políticos serem proprietários de concessões públicas de TV
e Rádio. Só isso também pode justificar a incursão de diversas empresas, de outras
áreas, na compra ou participação e na fusão com conglomerados de comunicação,
conforme observa Costa (2005) nessas duas passagens:
Ainda que a maior parte dos autores remeta seus pensamentos e análises
para os efeitos dos veículos de massa, temos que começar a aceitar que a
publicidade não usa apenas esses tipos de mecanismos. A técnica publicitária reside
também na busca de estratégias que sejam capazes de fazer uma marca passar a
percepção de que ela é “maior” do que realmente é. Os bons estrategistas, nessa
área abrem mão de uma infinidade de veículos e suportes para que a mensagem
atinja o maior número de pessoas com o menor volume de verbas. E pode ser daí
que a nova ordem de lucro capital saia. Para completar nossa argumentação no
sentido de que o maior poder que existe em exercício, hoje, é o simbólico vejamos a
análise de Harvey (1992):
Encontros Vivo, Apresentação Banco Real – Diretoria de Estratégia da Marca e Comunicação Corporativa (EMC2) – Paula
Nader e José Melchert – Superintendência de Gestão da Marca e Pesquisa – Abril 2007
Encontros Vivo, Apresentação Banco Real – Diretoria de Estratégia da Marca e Comunicação Corporativa (EMC2) – Paula
Nader e José Melchert – Superintendência de Gestão da Marca e Pesquisa – Abril 2007
A lição da Sexta-feira de Marlboro foi que nunca houve de fato uma crise
das marcas – apenas marcas que tiveram crise de confiança. As marcas
ficariam bem, concluiu Wall Street, assim que acreditassem fervorosamente
nos princípios do branding e nunca jamais piscassem.
“Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, mas
que beleza” (Jorge Ben). A síntese dessa letra de musica parece retratar muito bem
o que a nação Brasileira e, provavelmente o mundo enxerga desse pais. Somos
afáveis, calorosos, contempladores da natureza, amistosos. Uma miscigenação de
índios, negros e brancos (de diversas nações, mas com predomínio ibérico) nos
transformamos na nação dos “amigos”. Essa característica, muito bem observada
por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil nos mostra uma nação, em
grande medida, provinciana e nada profissional quando o assunto é negócio:
Nosso país, nos últimos cem anos, viveu três grandes momentos cruciais
para o desenvolvimento sócio-comercial. O primeiro acontece na descoberta de
imigrantes de todas as partes do mundo como uma terra pacífica e, de certa forma
protegida, dos episódios da Primeira Guerra Mundial. Trata-se ainda de um pais
essencialmente rural e pouco ou nada desenvolvido industrialmente. Nesse
momento o pais se caracteriza pela associação do poder coercitivo e econômico, e a
credibilidade era construída ao longo de anos, com trabalho e atitudes coerentes ou
simplesmente no exercício da força.
Quando tudo leva a crer no nosso êxito, eis que nos vemos impotentes
diante da reestruturação do capitalismo internacional, da Terceira
“revolução industrial”, comandada pelo universo eletrônico e da
“globalização financeira”. Por quê ?
Por uma razão muito simples, para a qual Maria da Conceição Tavares já
nos alertava em 1973. Copiamos tudo menos o que é essencial: formas de
organização capitalista capazes de assegurar um mínimo de capacidade
autônoma de financiamento e inovação. Nossa industrialização esteve
apoiada sobretudo: 1) na liderança da empresa multinacional; 2) na grande
empresa nacional produtiva, que tinha um poder financeiro e de inovação
tecnológica relativamente frágil…; 3) na grande empresa estatal situada
nos setores de base (CARDOSO; NOVAIS, 1999)
Conclusões finais
A minha família: Carolina Valadares, Maria Gedalva Gonçalves, Milton Gonçalves (in
memoriam), , Odete Ramos Gonçalves (in memoriam), João Gonçalves Filho (in
memoriam), Miriam Gonçalves, Milton Gonçalves Jr., Marcial Gonçalves, Tios
Gonçalves, cunhados, cunhadas, primos, sobrinhos, Abílio Sucupira, Lourdes V.
Sucupira, Tios Valadares e Tios Sucupiras e ao Oto.
Aos meus amigos: Henrique Vita, Paula Gabriela Calbo, Genson Schimidt, Daniel
Sbrana, Paulo Sales, Ana Sales, Álvaro Andrade, José Paulo Martins Jr., Rodolfo
Tadeu, Rodrigo Gomes dos Anjos, Fernando Tavano Donato, Flavia Tuxi, Roberta
Cavalcante, Natália Arruda, Diego Pizzini, Rafael Ohana, Hunald Vale, Raimundo
Sampaio e Leandro Muniz
Aos meus exs-chefes: Jordi Martinez, Gisela Prandini, Luciana Matinez e Adriana
Meira Campos.
CHAUI, Marilena. Simulacro e poder: uma análise da mídia. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2006.
KOTLER, Philip. Reputação ou Morte. Revista Época Negócios, 103, Ago. 2007