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ORGANIZAÇÃO ESTATAL - ARA0338

Semana Aula: 1
Federalismo com suas espécies, características e sua relação com o Estado Federal.
(CRÉDITO DIGITAL)

Tema
1. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA)

Objetivos
Selecionar casos de movimentos separatistas, fundamentado na indissolubilidade do pacto
federativo estabelecido, para evitar atos e medidas inconstitucionais.

Compreender a incorporação, subdivisão e desmembramento dos Estados-membros,


identificando as regras constitucionais, a fim de opinar a respeito de situação concreta.

Tópicos
1.1 FEDERALISMO, COM SUAS ESPÉCIES, CARACTERÍSTICAS E SUA RELAÇÃO
COM O ESTADO FEDERAL

Procedimentos de Ensino-Aprendizagem
Nesta aula, estaremos conectados ao conteúdo digital. O aluno, previamente, explora e
estuda o conteúdo digital disponível em seu ambiente virtual. Durante a aula, este conteúdo
será discutido em sala em atividade mediada pelo professor, detalhada abaixo.

Situação-problema: de acordo com a BBC Brasil, a participação de pequeno grupo em


movimento separatista no Brasil é um fator distintivo de outras manifestações pelo mundo.
Segundo a reportagem do dia 28/10/17 "A organização O Sul é Meu País realizou uma
consulta informal nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná sobre a
possibilidade de se separar do resto do Brasil, o chamado Plebisul. O grupo ficou
nacionalmente conhecido no começo do ano com a circulação de um mascote do grupo
chamado Sulito, que virou alvo de piada nas redes sociais. Na consulta, os participantes
deveriam responder à pergunta: Você quer que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul formem um país independente? Para realizar o processo, foram espalhadas urnas em
locais públicos em cerca de 900 cidades dos três Estados com um custo de R$ 25 mil,
segundo o próprio grupo. A expectativa era a participação de ao menos 1 milhão de
pessoas. Em 2016, 616 mil eleitores participaram do mesmo plebiscito. No dia 7 de
outubro, porém, 340 mil pessoas responderam à pergunta e 95,74% disseram ser favoráveis
à separação. Isso corresponde a menos de 2% do número de eleitores nos três Estados, que
é de 21 milhões, segundo o Tribunal Superior Eleitoral." Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-41741975. Acesso 6 jan. 2021.
Em decorrência dessa situação, pergunte à turma: você acha que existe a possibilidade
jurídica-constitucional de um Estado-membro se separar do restante do país?

Metodologia: recomenda-se que o professor distribua os alunos em grupos, para que


debatam em seu respectivo grupo sobre a possibilidade jurídica-constitucional de um
Estado-membro se separar do restante do país. Posteriormente, cada grupo escolherá um
aluno que deverá apresentar à turma os argumentos encontrados para responder à questão
formulada. Todas as reflexões devem ser dispostas no quadro a fim de que todos percebam
que suas ideias estão sendo levadas a sério. Incentiva-se que o professor descarte as
reflexões duplicadas até que chegue a um número razoável de respostas com potencial para
a solução do problema apresentado.

Atividade verificadora da aprendizagem: a turma deve ser estimulada a pesquisar em sites


da internet sobre a existência de eventos separatistas em andamento pelo mundo,
identificando se os exemplos encontrados se assemelham com o movimento do sul do
Brasil que pretende a formação de um país independente. Além disto, indicar que os alunos
realizem os exercícios de verificação de aprendizagem localizados no fim do módulo.

Estudo de caso: suponha que um Estado da federação, em decorrência de sua extensa área
territorial e apelos incessantes da população local, pretenda desmembrar-se para formar
dois novos Estados. Diante do regramento constitucional vigente, juridicamente seria viável
tal empreitada? Justifique.

Recursos Didáticos
Sala de aula equipada com quadro branco, projetor multimídia, caixa de som, acervo
bibliográfico no ambiente virtual.

Leitura Específica
Leia o artigo de: SOUZA, Celina. Federalismo, desenho constitucional e instituições
federativas no Brasil pós-1988. Revista Sociologia Política, Curitiba, n. 24, p. 105-121, jun.
2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
44782005000100008&lng=en&nrm=iso.pdf. Acesso em: 02 jan. 2020.

Leia o artigo de: ARRETCHE, Marta. Federalismo e relações intergovernamentais no


Brasil. DADOS - Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 45, n. 3, p. 431-458, 2002.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-
52582002000300004&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 02 jan. 2020.

Leia o artigo de: SOUZA, Celina. Federalismo e descentralização na Constituição de 1988:


processo decisório, conflitos e alianças. DADOS ?Revista de Ciências Sociais, Rio de
Janeiro, v. 44, n. 3, p. 513- 559, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S0011-52582001000300003&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 02 jan. 2021.
Aprenda +
Assista aos vídeos:

Pacto Federativo. 1 vídeo (27 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=yzdMmYA1ahA. Acesso em: 2 jan. 2021.

Pacto federativo brasileiro depois de 30 anos da Constituição. 1 vídeo (24 min). Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=siyqGM-jNn8. Acesso em: 2 jan. 2021.

Leia mais um pouco:

Para conhecer como se dá a distribuição de políticas no Brasil: ARRETCHE, Marta;


RODDEN, Jonathan. Política distributiva na Federação:estratégias eleitorais, barganhas
legislativas e coalizões de governo.DADOS ? Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v.
47, n. 3, p. 549-576, 2004. Disponível
em:http://www.scielo.br/pdf/dados/v47n3/a04v47n3.pdf. Acesso em: 02 jan. 2020

Para conhecer os aspectos teóricos do pacto federativo brasileiro: PEQUENO, Rosangela


dos Santos Alves; MACEDO, Fernando Cézar de. O pacto federativo brasileiro: uma
reflexão teórica de sua trajetória e as implicações no desenvolvimento regional.
Desenvolvimento Regional: Processos, Políticas e Transformações Territoriais Santa Cruz
do Sul, RS, Brasil, 11 a 13 de setembro de 2019. Disponível em:
https://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sidr/article/view/19200/1192612424.
Acesso em: 2 jan. 2021.

Ouça o podcast:

SUPREMO CAST #37: FEDERALISMO BRASILEIRO: HISTÓRICO E CRISES. [Locução de]: Bruno
Zampier. jun. 2020. Podcast. Disponível em:
https://open.spotify.com/episode/1BpnuUuFxXDJgOsyr69tOW?
si=5weVKb0lQZCUJJQizUVoDw Acesso em: 2 jan. 2021.

Leia as seguintes decisões:

BRASIL, Supremo Tribunal Federal.Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 6341.Relator:


Min. Marco Aurélio, 23 de março de 2020. Disponível em:
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5880765. Acesso em: 2 jan.
2021.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.024/DF ?


Distrito Federal. Ação direta de inconstitucionalidade: seu cabimento - sedimentado na
jurisprudência do Tribunal - para questionar a compatibilidade de emenda constitucional
com os limites formais ou materiais impostos pela Constituição ao poder constituinte
derivado. Relator: Min. Sepúlveda Pertence, 22 de junho de 2007. Disponível em:
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1767655. Acesso em: 2 jan.
2021.

Leia outras matérias de interesse para a aula:

Por um novo pacto federativo. Ricardo Lewandowisk. O Estado de São Paulo / SP ?


Espaço Aberto - pág.: A02. Dom, 23 de Abril de 2017, disponível em:
http://www.stf.jus.br/arquivo/biblioteca/PastasMinistros/RicardoLewandowski/
ArtigosJornais/1094463.pdf. Acesso em 01/01/2021.

Pacto federativo: 2020 e a questão federativa. Raphael Sodré Cittadino. Revista Consultor
Jurídico, 25 de dezembro de 2020, disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-dez-25/pacto-
federativo-2020-questao-federativa. Acesso em 01/01/2021.

Atividade Autônoma Aura:

Olá, seja bem-vindo/a! Sabemos que você quer aprender mais, por isso, selecionamos duas
questões que revisitam o tema/tópico ministrado nesta aula. Você deve resolvê-las,
completando, assim, sua jornada de aprendizagem do dia.

01) O princípio federativo, também conhecido como pacto federativo, foi


materializado no caput do artigo 1º, da Constituição de 88. Sobre esse tema, assinale a
alternativa correta:

a) A existência de uma Constituição flexível é fundamental para garantir a


indissolubilidade do vínculo federativo e estabilidade constitucional.

b) A representação dos Estados-membros pelos Deputados Federais no Brasil caracteriza o


modelo federativo vigente.

c) O sistema de repartição constitucional de competência assegura a soberania dos entes


federados e o equilíbrio institucional.

d) A manutenção do Estado federal pressupõe que, durante situações de crise, haja um


mecanismo interventivo capaz de assegurar o equilíbrio federativo.

e) A partir do momento que os Estados-membros ingressam na Federação adquirem a


soberania.

02) O Prefeito do Município Ômega, por ser um fervoroso adepto de um segmento


religioso, decidiu construir um templo espiritual público para professar sua fé. De
acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que a criação deste templo é:
a) Constitucional, pois os Municípios podem estabelecer cultos religiosos ou igrejas,
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público.

b) Constitucional, pois é permitido a todos os entes federados estabelecer cultos religiosos


ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público.

c) Constitucional, pois é vedado à União, mas permitido aos Municípios, aos Estados e ao
Distrito Federal estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

d) Inconstitucional, pois é permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público.

e) Inconstitucional, pois é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
1. – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

A) forma de governo: republicana;


B) sistema de governo: presidencialista.

O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista de governo


(Art. 2ºADCT. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma
(república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou
presidencialismo) que devem vigorar no País)

C) forma de Estado: Federação;


D) entes componentes da Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
E) característica do Estado brasileiro: trata-se de Estado de Direito, democratizado, qual
seja, Estado Democrático de Direito;

2. FEDERALISMO
2.1 - ESTADO UNITÁRIO
A) Estado unitário puro - Leda Pereira Mota e Celso Spitzcovsky: “esta forma, que se
caracteriza por uma absoluta centralização do exercício do Poder, tendo em conta o
território do Estado, não encontra exemplo histórico, evidentemente, por não ter
condições de garantir que o Poder seja exercido de maneira eficiente”.
B) Estado unitário descentralizado administrativamente - Apesar de ainda concentrar a
tomada de decisões políticas nas mãos do Governo Nacional, avança descentralizando a
execução das decisões políticas já tomadas. Criam-se pessoas para, em nome do Governo
Nacional, como se fossem uma extensão deste (longa manus), executar, administrar, as
decisões políticas tomadas.
C) Estado unitário descentralizado administrativa e politicamente - A forma de Estado
mais comum hoje em dia, principalmente nos países europeus, ocorre não só a
descentralização administrativa mas também a política, pois, no momento da
execução de decisões já tomadas pelo Governo Central, as “pessoas” passam a ter,
também, certa autonomia política para decidir no caso concreto a melhor atitude a ser
empregada na execução daquele comando central.
2.2 - CONFEDERAÇÃO

Tem características distintas em relação à federação.

 A primeira delas é a soberania. Enquanto a federação origina da união de estados


autônomos com o objetivo de compor uma unidade soberana, a confederação
define-se por ser a união de estados soberanos.
 Nesse modelo, os estados que se reúnem não abrem mão de sua soberania, podendo
a qualquer momento sair da confederação, ou seja, admite-se o direito de secessão.
 Outra diferença é que a confederação nasce a partir de um tratado internacional,
pois os estados são soberanos.

2.3 – ESTADO FEDERADO

2.3.1 - Princípio federativo

Tal princípio federativo caracteriza o Estado Federal, identificado como uma aliança de
estados, que renunciam à sua independência, mas não à sua autonomia, em prol dos
interesses comuns previstos na celebração de um pacto de união denominado
Constituição Federal.

2.3.2 - Histórico
A forma federativa de Estado tem sua origem nos EUA, e data de 1787.
Anteriormente, em 1776, tivemos a proclamação da independência das 13 colônias
britânicas da América, passando cada qual a se intitular um novo Estado, soberano, com
plena liberdade e independência.
Os Estados resolveram formar, através de um tratado internacional, intitulado Artigos
de Confederação, a Confederação dos Estados Americanos, um pacto de colaboração a
fim de se protegerem das constantes ameaças da antiga metrópole inglesa. No aludido pacto
confederativo, permitia-se a denúncia do tratado a qualquer tempo, consagrando-se, assim,
o direito de retirada, de separação, de secessão do pacto.
A permissão do direito de secessão aumentava o problema das constantes ameaças e a
fragilidade perante os iminentes ataques britânicos. Nesse sentido, buscando uma
solução para aquela situação em que se encontravam, os Estados Confederados (ainda era
uma Confederação de Estados soberanos) resolveram reunir-se na cidade da Filadélfia
(todos, ausentando-se apenas o Estado de Rhode Island), onde, então, estruturaram as
bases para a Federação norte-americana.
Nessa nova forma de Estado proposta não se permitiria mais o direito de secessão. Cada
Estado cedia parcela de sua soberania para um órgão central, responsável pela centralização
e unificação, formando os Estados Unidos da América, passando, nesse momento, a ser
autônomos entre si, dentro do pacto federativo.
2.3.2 – Classificação
A) Centrípeto e Centrífugo

 Centrípeto – Maior concentração de competências no ente central.

 Centrífugo – Maior distribuição de atribuições para os Estados-Membros.

B) Agregação ou Desagregação

 Agregação - Nasce quando Estados soberanos renunciam a uma parcela de sua


soberania para instituir um ente único, passando a ser autônomos. O Estado
Federal passa a ser soberano e os Estados-membros autônomos. É o que ocorreu
com os EUA, que surgiram a partir da reunião das 13 colônias norte-americanas.

 Desagregação - o poder central (Estado Unitário) é repartido para outros entes.


Foi o que aconteceu no Brasil, onde um Estado Unitário repartiu sua competência
com outros entes, e esse movimento foi centrífugo (saiu do centro).

C) Dual ou Cooperativo

 Dual - há uma relação de coordenação entre a União e os estados, atrelada por


meio de uma repartição horizontal de competências. Não há hierarquia entre a
União e os Estados-membros; estão situados no mesmo plano e cada um tem suas
normas próprias (competências determinadas pela CRFB); há um equilíbrio entre
eles. Foi adotado pelos EUA até a crise de 1929.

 Cooperativo - Almeja-se o meio-termo entre o federalismo dualista e o federalismo


por integração. Há uma repartição horizontal de competências, mas algumas
delas ficam sob a tutela da União. É o caso da Federação Alemã, dos EUA e do
Brasil (pós-CRFB/88).

d) Simétrico ou Assimétrico

 Simétrico - permite a identificação das características dominantes,


frequentemente encontradas nos outros estados (Homogeneidade) .

 Assimétrico - há um rompimento com as linhas tradicionais definidoras do


federalismo simétrico, em razão do funcionamento do sistema federal. Há uma
realidade heterogênea entre os entes federados.
Uma prova da assimetria do federalismo brasileiro é a possibilidade de concessões
de incentivos tributários regionais com a finalidade de promover o equilíbrio
entre os entes das diferentes regiões do país. O Brasil adotou o federalismo
assimétrico, a exemplo da Bélgica e do Canadá.

2.3.3 – Características
A) descentralização política: a própria Constituição prevê núcleos de poder político,
concedendo autonomia para os referidos entes;
B) repartição de competência: garante a autonomia entre os entes federativos e, assim,
o equilíbrio da federação;
C) Constituição rígida como base jurídica: fundamental a existência de uma Constituição
rígida no sentido de garantir a distribuição de competências entre os entes autônomos,
surgindo, então, uma verdadeira estabilidade institucional. Lembrando, inclusive, que a
forma federativa de Estado é um dos limites materiais ao poder de emenda, na medida
em que, de acordo com o art. 60, § 4.º, I, não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado;
D) inexistência do direito de secessão: não se permite, uma vez criado o pacto
federativo, o direito de separação, de retirada. Tanto é que, só a título de exemplo, no
Brasil, a CF/88 estabeleceu em seu art. 34, I, que a tentativa de retirada ensejará a
decretação da intervenção federal no Estado “rebelante”. Eis o princípio da
indissolubilidade do vínculo federativo;
E) soberania do Estado federal: a partir do momento que os Estados ingressam na
Federação perdem soberania, passando a ser autônomos. Os entes federativos são,
portanto, autônomos entre si, de acordo com as regras constitucionalmente previstas, nos
limites de sua competência; a soberania, por seu turno, é característica do todo, do “país”,
do Estado federal, no caso do Brasil, tanto é que aparece como fundamento da República
Federativa do Brasil (art. 1.º, I, CF/88). Hoje se fala em flexibilização da ideia clássica de
F) auto-organização dos Estados-membros: através da elaboração das constituições
estaduais (vide art. 25 da CF/88);
G) órgão representativo dos Estados-membros: no Brasil, de acordo com o art. 46, a
representação dá -se através do Senado Federal;
H) guardião da Constituição: no Brasil, o STF;
OBS: Soberania X Autonomia

A distinção entre soberania e autonomia é indispensável quando estudamos a federação,


forma de organização do Estado adotada pelo Brasil.

SOBERANIA
Soberania é o atributo que se dá ao poder do Estado em razão de ser ele juridicamente
ilimitado.

Um Estado não deve obediência jurídica a nenhum outro Estado. Isso o coloca, pois,
em um lugar de coordenação com os demais integrantes da cena internacional e de
superioridade dentro do seu próprio território.

O poder inerente na soberania não admite limitação externa. Conquanto existam


distinções quanto ao poderio político, econômico e militar, juridicamente todos os Estados
são iguais: um não possui poder sobre o outro além daquele exercido por meio do
consenso.

AUTONOMIA
Autonomia é a margem de discrição que uma pessoa possui para decidir sobre os seus
negócios, mas sempre delimitada pelo próprio Direito.

Trata-se de uma margem de liberdade, na forma da lei, e é um fenômeno existente na


esfera interna dos Estados, distinguindo o quociente de liberdade que cada pessoa jurídica
de direito interno possui.

Também pode ser política, quando a subdivisão interna tem o poder de fazer leis, ou
administrativa, quando o novo centro tem liberdade somente para executar, cumprir as
ordens do poder central. Como se observa, só haverá autonomia se existir mais de um
centro de competências e decisões.

No Brasil, União, estados e Distrito Federal


são autônomos. Já a soberania é atributo
exclusivo da República Federativa do Brasil,
que é representada internacionalmente pela
União.
2.4 – FEDERAÇÃO BRASILEIRA
Provisoriamente, a Federação no Brasil surge com o Decreto n. 1, de 15.11.1889, decreto
este instituidor, também, da forma republicana de governo.
A consolidação veio com a primeira Constituição Republicana, de 1891, que em seu art.
1.º estabeleceu: “A nação Brazileira adopta como fórma de governo, sob o regimen
representativo, a República Federativa proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitue-
se, por união perpetua e indissoluvel das suas antigas provincias, em Estados Unidos do
Brazil”.
As Constituições posteriores mantiveram a forma federativa de Estado, porém, “não se
pode deixar de registrar o entendimento de alguns, segundo o qual, nas Constituições de
1937 e de 1967, bem como durante a vigência da Emenda n. 1/69, tivemos no Brasil
somente uma Federação de fachada”.
A Constituição de 1988 elevou o número de entes federativos, com inclusão do
município, passando a adotar um sistema com três níveis políticos e administrativos:
federal, estadual e municipal.

Art. 1º CF/88 - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

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