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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


FACULDADE DE ODONTOLOGIA

D ISCIPLINA DE PRÓTESE DENTAL

OCLUSÃO

VISTA ATRAVÉS DA REABILITAÇÃO NEUROCLUSAL

ASSUNTO: PRINCÍPIOS DE OCLUSÃO

Maceió, Al - 2009
Antônio Ferreira de Araújo – CD
Jorge Alberto Gonçalves - CD

Especialista: Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares


DTM e dor oro facial
Professor de: Prótese e Oclusão

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PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
INTRODUÇÃO:
A palavra princípio significa origem, começo, teoria, etc. Já a oclusão significa o
ato de fechar. Existe 2 maneiras fisiologicamente corretas de estarmos de boca fechada:
1ª. Com os dentes em contato, com os músculos elevadores levemente contraídos, 2ª.
Com os lábios selados e os dentes superiores e inferiores afastados de 2 a 10 mm. Dessa
maneira, qualquer intervenção protética na superfície oclusal ou lingual dos dentes
Antero superiores, se não ficarem anatomicamente realizadas poderá interferir no
equilíbrio bio-mecânico do sistema estomatognático. A oclusão é a especialidade
responsável pelo ato do fechamento da boca seja de repouso ou na mastigação. Esse
conteúdo de oclusão não é aplicado para as próteses sobre implantes, que deverá ser
visto pelo aluno na pós-graduação.

O maxilar inferior (mandíbula) relaciona-se com o maxilar superior através das


articulações dentárias, e com a base do crânio através das ATM e ligamentos, também
com a cintura escapular e ao osso hióideo através da musculatura supra e infra-hioídea.

Tudo isto integrado por um sistema neuro muscular e vascular.

É natural que durante os movimentos mandibulares cêntricos e excêntricos,


exista uma harmonia entre todos os componentes citados anteriormente e que as
superfícies oclusais dos 20 ou 32 dentes através das cúspides e suas vertentes, sulcos,
fossas, cúspides de trabalho e de balanceio, arestas marginais, etc. E mais todos
componentes das ATM, estejam com suas formas adequadas para que possam existir
várias funções, e que essas estando corretas, possam lapidar a forma para que ambas
(forma e função) caminhem em harmonia.
Movimento mandibular cêntrico seria aquele que finaliza com os dois côndilos
bem centrados em suas cavidades articulares (fossa glenóide) e contatos posteriores
bilaterais estáveis. Já o excêntrico seriam aqueles em que a mandíbula se deslocaria
para um lado ou para o outro ou ainda para frente, estando um dos côndilos ou os dois
fora do seu eixo imaginário de rotação dentro da fossa articular.

Devido a uma relação direta entre as articulações dentárias e as ATM, é


importante tratar o mais cedo as más-oclusões em crianças, pois quanto mais tarde
começar, grandes alterações nas ATM estariam passando despercebidas por muitos
profissionais e seriam mais difíceis de serem tratadas tardiamente.

DESENVOLVIMENTO

A criança ao nascer tem as ATM planas e a maxila à frente do maxilar inferior


(fig.1.a), com o ato da amamentação materna onde a criança faz um grande exercício,

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ela usa os músculos pterigóideos laterais de ambos os lados para transladar o maxilar
inferior até que os rebordos alveolares ainda sem dentes consigam fazer a ordenha
ajudada pela língua, orbiculares dos lábios, e ao mesmo tempo ele estará desenvolvendo
a respiração nasal. Lembrando que a alimentação só na mamadeira dificilmente a
criança teria esses benefícios. Por volta dos seis aos oito meses estarão erupicionando os
incisivos inferiores e em seguida os superiores decíduos. Nesta fase, ela já poderá
receber alguma alimentação dura, que lhes a faça executar os pequenos movimentos de
lateralidade direita e esquerda, que serão tão importantes para o crescimento e
desenvolvimento facial. Depois de completada a dentição decídua por volta dos 2anos à
execução da mastigação bilateral alternada com contatos simultâneos tanto no lado
de trabalho como no lado de balanceio, que também seria indicada para as pessoas
adultas com dentes naturais ou artificiais. Esse tipo de oclusão foi estudado por Gysi e
outros. Existe também as 40 Leis de Hanaus que determinam uma ótima oclusão e que
foram estudadas por um Engenheiro e que hoje elas foram resumidas em 5 fatores que
determinam o equilíbrio oclusal que são:

1. Guia condílea (K)


2. Guia incisiva (G.I) (1)
3. Altura cuspídea (Fig.5 )
4. Curva de compensação (OP) Fig.3
5.Curva de spee (ou de decolagem) (OK)

Fig.3 Curva de compensação

Fig. 2 Guia Condílea (K), Guia incisiva (1), Altura cuspídea (C), Curva de
compensação(OP) e curva de spee (OK).

FÓRMULA DE HANAU E THIELEMANN


O relacionamento anatômico entre os vários fatores de guia e planos discutidos
previamente foi expresso classicamente nos princípios e Fórmulas de Hanau e
Thielemann, os quais dizem:

CG.IG
Oclusão balanceada= ______________

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CH.CS.PO

CG= Guia condilar


I.G= Guia incisa CH= Altura cúspide CS= Curva de spee PO= Plano de oclusão

Fig.4 e 5. Over bit= sv, over get= SH. A guia incisiva (GI) é a trajetória que o bordo
incisal inferior executa a partir de uma MIH até o bordo incisal do incisivo superior.
Deve ter uma altura próxima da altura das cúspides dos dentes posteriores.

Fig.6 e 7. Curva de Spee normal e curva de spee com um colapso.

OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DE OCLUSÃO SÃO:

1. Estabilidade mandibular, 2. Carga no sentido axial, 3.Padrões dos


movimentos mandibulares, 4. Lado de trabalho, 5. Lado de balanceio, 6.
Guia incisal, 7.ATM em relação normal entre si

1- ESTABILIDADE MANDIBULAR (E.M)

A mandíbula em Oclusão cêntrica e Relação Cêntrica (OC e RC) devem contactar


bilateralmente os dentes posteriores superiores e inferiores, enquanto os bordos incisais
dos dentes inferiores devem ficar bem próximos dos incisivos superiores por palatina,
no nível de um terço incisal (fig.8), para uma distribuição de força equilibrada.

Em OC e RC os côndilos estariam na sua posição


de eixo terminal de rotação, respeitando o espaço
articular superior e inferior e sem comprimir outras
estruturas.

Fig.8

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POSIÇÃO DE RELAÇÃO CÊNTRICA (RC)

Pode ser definida como uma posição mandibulocraniana determinada pela


articulação temporomandibular quando ambos os côndilos estão situados na posição
mais superior e posterior da cavidade glenóide, independente do contato dos dentes
(Janson et al, 1982). Esta definição é bastante discutida, assim como, para se obtê-la,
que será transferida para um registro em cera no.7 que servirá para montagem no
articulador semi-ajustável. Atualmente aceita-se mais a RC como a posição onde os
côndilos estão situados na posição mais superoanterior da cavidade articular do osso
temporal (fossa glenóide).
Para obtenção do registro em RC, nos pacientes que apresentem dificuldade, faz-
se a necessidade do uso de alguns dispositivos como: 1. Jig de Lúcia (aparelho
interincisal de Acrílico), 2.Espátula de afastamento lingual, 3.Rolo de algodão, 4.Placa
de Proteção anterior, 5. Tiras de celulose ou calibradores de Long e 6. Placras
miorrelaxantes, com objetivo de desprogramar a musculatura que relaciona com a
posição mandibular.

Fig.9 e 10 Representação da Técnica frontal de manipulação mandibular para obter a


RC, e a manipulação mandibular bilateral (Peter Dawson).

POSIÇÃO DE OCLUSÃO CÊNTRICA OU MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO


HABITUAL (M.I.H) .

Para UETI (1987), é uma relação interdentária, em que se obtém maior número
de contatos oclusais. O importante é que na posição de OC, haja coincidência de MIH
ou habitual com a RC do paciente. Na prática é difícil essa coincidência, geralmente
existe uma pequena diferença em milímetro de RC para OC.

Fig.11. Localização das paradas cêntricas. As cúspides de suporte incluem as cúspides


palatinas dos molares e pré-molares superiores e as cúspides vestibulares dos molares e

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pré-molares inferiores. O relacionamento das paradas cêntricas com as superfícies
oclusais não é rígido, pode variar de pessoa para outra. A relação de cúspide, fossa e
crista ente os dentes sup. e inf. é indicado por números. Tais relacionamentos são
considerados pertinentes a uma oclusão “normal”, entretanto, uma estabilidade oclusal é
de importância maior do que os padrões rígidos de relacionamentos para oclusão
normal. Consideram-se raro, acontecerem todos esses contatos ao mesmo tempo.

Fig.12 Fig.13

Situações clínicas: fig.14 A, B, C e D interferindo nos contatos centricos de


estabilidade:

Restaurações rasas (coroa em metal), sem esculturas das fossas, da mesma forma
também os selantes aplicados sem ajuste oclusal, as restaurações com as fossas muito
profundas também poderia fazer com que houvesse a extrusão do antagonista, também
um dente cariado (fig.14 D) poderia acorrer o mesmo.

Fig. 14 A, B, C e D. Na figura A uma restauração metálica com contato pré-


maturo, na B o ajuste com broca e na C após o uso do carbono e o equilíbrio da maior
quantidade de contatos oclusais.

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Os contatos Oclusais podem ser:
Monopodismo Fig.1-A

Dipodismo Fig.1-B
Tripodismo (mais estável) Fig.1-C

Os carbonos importados são melhores


por serem mais finos.
Vermelho: contatos em cêntrica
Preto: contatos em protrusiva
Verde: contatos no lado de balanceio
Azul: contatos no lado de trabalho

Aplicação clínica

Ao terminar uma restauração oclusal, na aplicação de selantes, ou uma análise


oclusal. Os contatos em cêntrica obtido com o carbono vermelho deverão aparecer
quase sempre em todos os dentes posteriores. Estes contatos devem ser homogêneos, ou
seja, as marcações iguais. Se marcar só o dente restaurado? Estaria acontecendo um
contato pré-maturo. Se marcarem todos os outros dentes e menos o restaurado, a
restauração ficou faltando material, poderá acontecer extrusão do antagonista.
Lembrando que o primeiro músculo a sentir um contato pré-maturo em cêntrica séria o
temporal.
Não devemos terminar uma restauração oclusal ou uma prótese inlay com o
limite do dente e o preparo sobre um ponto de contato com o dente antagonista, ou esse
ficará sobre o material restaurador ou áreas de esmalte.

2) CARGA NO SENTIDO AXIAL

As cargas no sentido axial são mais biológicas, pois serão melhores distribuídas aos
ligamentos periodontais, principalmente as fibras oblíquas que absorverão.

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Portanto, se um elemento dental não estiver com o seu longo eixo obedecendo à
curva de spee (plano sagital) e a curva de Wilson (compensação) no plano transversal,
estas forças estariam sendo lesivas ao periodonto, as ATM, etc.

Fig.15 Fig.16
As forças oclusais acontecendo em algum dente fora do seu longo eixo axial,
fig.15 e 16, seria capaz de lesionar o eptélio juncional (sulco marginal) e diante de uma
boca com presença de placa bacteriana poderá acontecer à penetração de bactérias, e
como conseqüência a formação de uma inflamação gengival inicialmente, e a persistir
esse quadro clínico poderá avançar para uma bolsa periodontal e até a perda deste dente.

3) PADRÃO DOS MOVIMENTOS MANDIBULARES

De acordo com a Lei de Hanau, durante os movimentos mandibulares em


protrusiva, deverá haver uma harmonia entre a Eminência articular da ATM, inclinações
cuspídeas e guia incisiva(fig.19). Numa oclusão com o transpasse vertical e horizontal
dos incisivos, teremos a G.I (transpasse vertical. Fig.20) quanto maior for o transpasse
vertical, teremos uma eminência articular alta, conseqüentemente, as alturas cuspídeas
deverão ser proporcionais. E quando a guia incisiva for mais rasa, a eminência tende a
ficar menos alta, ou seja, a parede anterior da cavidade glenóide menos inclinada em
relação ao plano horizontal. Fig. 18 e 19.

Fig.18 fig.19 Fig.20

Transpasse vertical dos incisivos= overbite


Transpasse horizontal dos ,, = overget

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PROTEÇÃO MÚLTUA
Nos movimentos mandibulares cêntricos, os dentes posteriores protegem os anteriores
(Fig(21). Nos movimentos mandibulares ex-cêntricos os dentes anteriores protegem os
posteriores.

Fig. 21 (neste exemplo, existe o over-bit). Fig. 22 Os incisivos estão bordo a bordo.

4) LADO DE TRABALHO (L.T)

Durante a mastigação correta, a mandíbula faria os seguintes movimentos:


inicialmente faria a abertura, seguida de rotação ao nível dos côndilos e posteriormente
faria uma translação no decorrer de uma maior abertura. Na hora de moer, o côndilo do
lado oposto que a pessoa escolheu para mastigar o alimento, esta translação seria maior,
deslocando para frente, para baixo e para dentro. E o lado que a pessoa mastiga
denomina-o de trabalho, onde o côndilo faria um pequeno movimento dentro da fossa
articular do (cavidade glenóide) fig.23.A.

Fig 23 A, B e C. Na fig.c existe uma interferência no L.B fazendo que não


haja contato no L.T.

A DESOCLUSÃO PODE EXISTIR:

1 - Quando a mandíbula começa a retornar a sua posição de OC (Fechar a boca e


começará a triturar e moer o alimento) se o primeiro grupo de dentes a tocar forem os
caninos, a isso chamamos de desoclusão em “GUIA CANINO” Fig. 25.

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fig.24 fig.25 fig.26

2- Quando a mandíbula começa como anteriormente, e os dentes inferiores


encontram não só o canino superior, mas também os pré-molares e às vezes os
molares simultaneamente, a esta desoclusão denominamos de “GRUPO”, fig.26
(em alguns pacientes, até os incisivos desse lado também podem participar).

Fig.27. Desoclusão em grupo latero protrusiva.

3 - A desoclusão em GRUPO PARCIAL, acontece quando tocam os caninos e


pré-molares ou caninos e molares.

Os caninos por terem uma raiz mais volumosa, longe dos côndilos, maior
número de receptores periodontais e outros atributos que lhes permite a desoclusão em
guia canino. Mas, mesmo assim encontramos com passar dos anos, alguns pacientes
com recessão gengival nos caninos, que poderá está ocorrendo não só pelo trauma da
escovação, mas também oclusal ou ainda por uma mastigação unilateral do lado oposto.

INTERFERÊNCIA PURA NO L.T

Quando o paciente ao fechar a boca, inicialmente tocar só em um pré-molar superior


e outro inferior, ou mesmo em dois molares (fig.24 e 28), também estaria acontecendo
força nociva naquele periodonto. Se a interferência for pequena, poderá haver o
desgaste fisiológico podendo causar uma pericimentite ou pequena área de isquemia na
cápsula da ATM.

Fig.28 Fig 29 Fig.30

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5 LADO DE BALANCEIO (L.B)
É aquele que durante uma mastigação lateral, o côndilo executa um movimento
para frente, para baixo e para medial (Âng. Bennett).

Existe ainda hoje duas situações como normais durante os movimentos mastigatórios
corretos:

5.1- Contato só no L.T e nenhum no L.B Fig.23B

5.2- Contato no L.T e suave contato no L.B de dois ou mais dentes superiores e
inferiores (oclusão balanceada). Fig.23 A e 31.

Fig.31 Mandíbula deslocando para


esquerdao L.B é o lado direito e não
deve ter contato forte, apenas um
leve contato com o L.T é normal.

Na literatura encontram-se vários autores que preconizam para a dentição


natural seja em criança como nos adultos e nos paciente portadores de dentadura
artificiais, a oclusão balanceada (pessoas que fazem a mastigação bilateral alternada
com contatos tanto no lado de trabalho como no lado de balanceio, nesse último bem
suave. Nas dentaduras totais, deve ser feita com este equilíbrio e nas removíveis quando
possível também.

Na figura 29 temos um movimento de lateroprotrusão com desoclusão em


caninos e incisivos (normal) e na figura 30 temos um movimento de lateroretrusão,
neste caso, se a pessoa fizer a mastigação só deste lado, futuramente causará uma DCM.
(disfunção crânio mandibular).

6. GUIA INCISAL (GI)

Deve está em harmonia com os movimentos bordejantes em protrusão,


conforme as Leis de Hanau já anunciada.

No movimento mandibular saindo de OC ou RC podendo ser uma protrusão


ou uma abertura bucal, de maneira que os incisivos inferiores chegarem a topo a topo,
deverá haver contatos no mínimo dos quatros incisivos centrais. Quando isto acontece
os côndilos estariam acompanhados dos seus respectivos discos na eminência articular.

Situações clínicas:

Há pessoas que não possuem a guia incisiva, a desoclusão acontecerá através


das cúspides dos dentes posteriores. E quando não há também esta última, poderá haver
uma desoclusão forçada nas ATM podendo causar degenerações nos discos e

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posteriormente na fibrocartilagem, Click das ATM, é o caso das mordidas abertas ou
perda dos incisivos.

32 a e b 33 a e b 34 a e b

7. ATM EM RELAÇÃO NORMAL ENTRE SI

Para que haja uma relação normal entre elas, considerando que não haja
alterações congênitas, é necessários também que esta pessoa tenha durante a fase de sua
formação (na dentição decídua) uma dieta de alimentos fibrosos de duros e que faça a
mastigação bilateral alternada, que a criança não tenha alguns hábitos, perda de dentes
(1o. molar) estresse e outros fatores desencadeantes, porque é na dentição decídua que as
ATM adquirem a sua forma, se a criança não receber esses estímulos haverá uma
formação inadequada deste complexo que levará as más-oclusões e outros problemas
que só se manifestarão na idade adulta ( Mas que não foram identificados na época ). As
duas cavidades das ATM são consideradas determinantes fixos da oclusão (no
articulador substituídas pela distancia inter-condilar P (pequena, M(média) e G
(grande).

É importante que as crianças não tenham muito estresse durante o seu


crescimento para não causar compressão nas ATM que poderá levar a uma perfuração
do disco ou mesmo deixá-lo delgado. Uma classe II, a angústia, depressão, a perda de
pessoas queridas e outros são sintomas que também levam a depressão e caso haja
também pressão na região retrodiscal durante o sono haverá mecanismo de defesa do
nosso organismo tais como: de abrirmos a boca durante o sono, ou então o ato de ranger
os dentes.

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Fig.35 Deslocamento lateral da mandíbula. No L.T forma-se o movimento de
Bennett (T1 e T2). No L.B forma-se o ângulo de Bennett(G), mediante o movimento do
côndilo do ponto C para o ponto B. A letra P representa o plano mediano.

Fig. 36.Diagrama representativo dos movimentos


mandibulares no plano horizontal através do
traçado de arco gótico (a,b,c e d). Observe a
relação desses movimentos com o deslocamento
do côndilo do lado esquerdo(E) é o de T que
realiza o movimento de Bennett, enquanto que o
côndilo do lado direito(D) é o de B(balanceio) e
forma o ângulo de Bennett.

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Fig.37 Representação diagramática dos movimentos de abertura e fechamento
mandibular, são movimentos limites e registrados no plano sagital. De CO para B, os
côndilos só fizeram rotação. Seguindo até E eles fizeram também translação dentro da
cavidade articular.

Fig.38 a e b. Na Figura a (esquerda) temos os componentes da ATM, com o côndilo na


posição de normal de OC. E na figura b temos o côndilo translando até o seu limite na
eminência articular. (No articulador A.S.A a regulagem média varia de 30º. a
45º.graus).

Fig. 39. As três posições do côndilo, característica de certas relações funcionais e


disfuncionais entre a mandíbula. RC ou OC ou MIH (N): Relação normal côndilo-fossa,
assim como na posição de retrusão mandibular (eixo imaginário terminal de bisagra).
A(J): Esta relação se encontra em posição de postura atípica com a boca semiaberta,
com a mandíbula anteriorizada. D: Deslocamento posterior do côndilo, provavelmente
causando dor, nesta condição o disco estaria com deslocamento sem redução.

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As oclusões podem ser:

a)Oclusão excêntrica ou habitual - quando não há sintomas clínicos, ficar em


observação.

b) Oclusão excêntrica traumática - temos que atuar desde que tenhamos conhecimento.
RECUPERAÇÃO DO EQUILÍBRIO OCLUSAL
-Proteger as estruturas de suporte
- Proteger as ATM
- Orientar uma função mastigatória correta, tipo de alimento, compressa.
Quando começa a acontecer os desequilíbrios da oclusão e das ATM, associados
múltiplos fatores, muitos ainda desconhecidos surgem os sinais e sintomas de uma
patologia oclusal e das ATM.
SINAIS E SINTOMAS - PODEM SER:
Objetivos e subjetivos

MEIOS DE DIAGNÓSTICO:
Exame clínico
Análise oclusal
Eletromiografias
RX
Ressonância magnética
Palpação
Anamnese
Exame psicológico
ETC...
Na confecção de uma dentadura total o que guia a forma dos dentes e a
altura de cúspides são as ATM e face.
Os estálidos assitomáticos requer uma orientação nas funções corretas
do sistema estomatognático.
Doenças que confundem com uma DCM.(disfunção crânio mandibular)
Sinusite - resfriado comum
processo alérgico
infecção dentária
Doenças na glândula parótida
Outras da área do otorrinolaringologista.

DIAGNÓSTICO DA DISFUNÇÃO PATOLÓGICA OU TRAUMÁTICA


Dores na ATM neuromuscular com limitação da abertura bucal
Desvio mandibular, ausência de dentes
Curva de Spee acentuada e interrompida com extrusões dentárias.
Perda óssea extensa
Contatos prematuros e interferências
Mastigação unilateral
Posturas inadequadas
etc.

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Pacientes na fase aguda não faz ajuste oclusal, usa uma placa
miorelaxante e ré-posicionadora mandibular + analgésico, geralmente.

Tratamento:
I.Ajuste oclusal

II. Acréscimo (pista direta)


a)Retificação da oclusão
III.Tratamento ortodontico/ortopédico
IV.Placa de mordida, férula etc.
V.Restauração protética.

I-Reabilitação oclusal
b) Tratamento ortopédico para reposicionar os côndilos nas ATM.

c) Relaxamento muscular e terapia física, fisioterapia.

II-Injeção de cortisona ou solução esclerosante

III. Cirurgia, extirpação do menisco, resecção do condilo


(Estágio avançado de anquilose)

CONCLUSÃO

O melhor tratamento é a prevenção através de uma correta fisiologia do


Sistema estomatognático, aplicação de selantes para evitar perdas dentais, a dieta
alimentar deve ser orientada, a mastigação bilateral alternada balanceada, ajuste oclusal
na dentição decídua quando necessário, para que esta criança possa chegar à idade
adulta com um sistema bem formado (ATM, oclusão, etc), restaurações e próteses bem
e ajustadas e não esquecer! Para termos uma posição de repouso é importante
controlarmos o nosso estado de humor, pois só assim estaremos livrando nossas ATM
das compressões e de outros males.

Exercícios: Com as figuras abaixo, tente fazer o seu diagnóstico e um possível plano de
tratamento.

Fig. 1 Fig. 2

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Referencias bibliográfica

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