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CURSO DE DIREITO
Manaus
2016
LAURA CID VIEIRA BELÉM
Manaus
2016
A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA COMO MEDIDA DE PROTEÇÃO AOS
DIREITOS HUMANOS
Laura Cid Vieira Belém1
Guilherme Gustavo Vasques Mota2
Ilsa Maria Honório de Valois Coelho3
RESUMO
O presente artigo aborda sobre o a audiência de custódia como medida de proteção aos
direitos humanos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com suporte bibliográfico histórico no
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e fundamentada nas medidas cautelares processuais
penais, embora questionado, inclusive em âmbito constitucional, é aceito sem ressalvas, na
maioria das hipóteses em especial das prisões, é primordial, garantir efetividade aos tratados
internacionais de direitos humanos que o Brasil é signatário. O objetivo deste artigo é destacar
que para o melhor compreensão do problema da banalização no uso das prisões cautelares no
País, que levam à superlotação carcerária e a sérias violações dos direitos fundamentais
daqueles que são investigados. Logo, observar também os princípios constitucionais e a
presunção de inocência. Em resumo, constatar os principais pontos do Pacto de São José da
Costa Rica assim como a dignidade da pessoa humana. Além disso, também foi realizado
levantamento literário acerca da Audiência de Custódia, tanto da doutrina brasileira, como da
de autores latino-americanos, cujos ordenamentos jurídicos já preveem audiências similares
há algum tempo. Dentro de um método científico que consiste no conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicas adotadas para se atingir o conhecimento.
ABSTRACT
This article discusses about the custody hearing as a protective measure for human rights. The
National Council of Justice (CNJ) fundamental is the importance the implementation of
Custody Hearing for judicial consideration of criminal procedure precautionary measures,
although questioned, including constitutional, is accepted without reservations, in most cases
Especially the prisons, it is essential to Ensure effectiveness to international human rights
treaties Which Brazil is a signatory. It is important to note que for the best compreendimento
solving the problem of trivializing the use of pre-trial prisons in the country, leading to prison
overcrowding and serious violations of fundamental rights of Those being investigated. In
summary, official data Were used to Manda how has given Beheerder the interim
imprisonment in the Brazilian judicial system to Their respective statutory provision.
Moreover, it was carried Also in October literature survey about the Custody Hearing, BOTH
the Brazilian doctrine, such as the Latin American authors, systems cool Whose already
Provide for similar hearings for some team.
1
Aluna Graduando do Curso de Direito
2
Professor do Curso de Direito da Faculdade Martha Falcão.
3
Professora do Curso de Direito da Faculdade Martha Falcão
4
INTRODUÇÃO
Outro ponto inportante a ser relatado é o efeito que os crimes são mais evidentes e a
ideia mais disseminada de segurança pública está diretamente vinculada com a neutralização
de pessoas tidas como “perigosas”, ou seja, as classes marginalizadas pelo sistema
econômico, que acabam também sendo marginalizadas pelo sistema penal.
O indivíduo está sempre inserido em uma cotidianidade e desenvolve nela suas
habilidades, sentimentos, ideias, sentidos, sua liberdade pode ser condicionada a garantias que
assegurem o seu comparecimento em juízo.
É importante destacar que, foi adotada uma metodologia de revisão de literatura sobre
matérias atinentes à temática proposta, focando-se em obras jurídicas que defendessem uma
faceta acusatória e garantista dos direitos humanos. Dentro de um método científico que
consiste no conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas adotadas para se atingir o
conhecimento.
Esclarecendo ainda que, também fez-se preciosa a análise de dados obtidos por meio
de pesquisas realizadas nas redes sociais de proteção aos direitos humanos, ou por
publicações oficiais do governo, que demostrassem empiricamente o tamanho do problema
que estamos lidando.
6
Insistido no fato de que as garantias do direito reconhecidas pelo direito penal liberal,
em geral não passam pela porta da prisão, uma zona franca de arbítrio contra os detentos.
Um conceito bem definido de custódia, nada mais é do que uma forma de garantir a
integridade física e os princípios inerentes à prisão, pois com esta modalidade tem-se que a
pessoa presa em flagrante deverá ser conduzida imediatamente à presença de um juiz
competente para verificar a legalidade da prisão e se há a necessidade da pessoa ficar presa.
Segundo Merisio (2010, p. 11) “Tal sistema não se trata de uma inovação jurídica,
pois já existe em outros países e é previsto em Tratados Internacionais de Direitos Humanos
como é o caso do Pacto de São José da Costa Rica e o Pacto Internacional de Direitos Civis e
Políticos, sendo o Brasil signatário de ambos.” Dessa forma a sistematica do Pacto da suporte
a outros países.
8
Nesse mesmo entendimento Merisio (2010, p. 11) enfatiza que no Pacto de São José
da Costa Rica a audiência de custódia vem prevista no item 5 do art. 7:
Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um
juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser
julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o
processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu
comparecimento em juízo.
A prisão preventiva de pessoas que aguardam julgamento não deverá constituir a regra
geral, mas a soltura poderá estar condicionada a garantias que assegurem o comparecimento
da pessoa em questão à audiência, a todos os atos do processo e, se necessário for, para a
execução da sentença”
Esclarecendo ainda que o delegado de polícia está inserido no conceito amplo de
autoridade previsto nos tratados de direitos humanos, razão pela qual se conclui que o sistema
processual brasileiro não só está de acordo com os tratados internacionais como vai além e
estabelece um duplo controle de legalidade da prisão em flagrante, realizado, a priori, pelo
delegado de polícia, e a posteriori, pelo juiz de direito.
Segundo (SILVA, 2016) existem outras preocupações e inconvenientes em ter que
conduzir todos os presos ao Poder Judiciário, inclusive ao sistema acusatório” e que,
considerando o princípio do acusatório.
Diante do exposto é necessário um distanciamento entre julgador e os fatos sob
investigação, ou seja, o princípio do acusatório traz que para evitar equívocos hipóteses
iniciais é necessário que o julgador esteja afastado dos fatos sob investigação.
A proposito do sub tema uma pessoa denunciada de ter cometido um crime somente
será considerada culpada após o trânsito da sentença que o condenou, quando não couber mais
recurso contra a sentença.
Baseado na colocação de Ferreira (2004, p. 233) diz que: No art. 5º, inciso LVII, da
CF/88, que dispõe acerca de que ninguém será considerado culpado até o trânsito da sentença
penal condenatória.
Com a adoção da audiência de custódia começamos a ajustar o processo penal
brasileiro aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Nesse contexto o Brasil destaca
ainda que a audiência de custódia já está internalizada na legislação de vários países vizinhos
como a Argentina, Colômbia e o Chile.
Destaca-se que o atendimento imediato à pessoa detida é uma recomendação
internacional, tendo em vista que esta medida diz repeito a um instrumento de prevenção e
combate à tortura.
Desta forma, a audiência de custódia colabora no combate e na prevenção da tortura e
de tratamento cruel, desumano ou degradante na medida em que dispõe que a pessoa detida,
agredida ou não, tenha a oportunidade de encontrar com um juiz fisicamente em 24 horas,
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Este pacto tem por escopo instituir os direitos fundamentais da pessoa humana, como
o direito à vida, à igualdade, à segurança, à liberdade, etc., trata também das garantias
judiciais, ou seja, visa assegurar que os países que o ratificaram respeitem o devido processo
legal e seus princípios.
No Brasil o Pacto de São José da Costa Rica foi ratificado em 06 de novembro de
1992, pelo decreto nº 678, quatro anos após a promulgação da Constituição da República
Federativa do Brasil (CRF/88), onde constam os direitos e garantias fundamentais a todas as
pessoas, sem quaisquer discriminações.
Logo dessa forma, obtemos que a dignidade é o que limuta o homem de momentos em
que não tenha a mínima condição de sobrevivência, pois ela se embasa nos demais direitos e
garantias fundamentais, tais como a liberdade, igualdade, direitos sociais, econômicos e
culturais.
Diante disso com o passar nos períodos da história, nem todos os homens viviam com
dignidade. Com o crescimento da sociedade a dignidade passou a ganhar um conceito mais
teológico, também religioso, visto que o homem é a imagem e semelhança de Deus, ou seja,
para ser digno tinha que ser cristão.
Outro ponto destacado é a autonomia que dignifica o homem, por consequencia ele
jamais pode ser tido como meio para algo. Todo homem é um fim em si. A dignidade da
pessoa humana vem da capacidade do homem em criar suas leis e segui-las, pois o homem é
um ser pensante, racional. Sendo o homem um fim em si mesmo deve o homem não
prejudicar o seu semelhante e proporcionar meios para a busca da felicidade.(SARLET, 2016)
Diante disso (RICCI, 2016) Destaca que é no inicio da dignidade humana que a
ordem jurídica se depara como próprio sentido, sendo seu ponto de partida e seu ponto de
chegada, para a hermenêutica constitucional contemporânea. Consagra-se, assim, a dignidade
humana como verdadeiro superprincípio, a orientar tanto o Direito Internacional como o
Direito interno.
Outro ponto a destacar é a dignidade da pessoa humana, além de ser a base legal do
Estado Democrático de Direito, deve ser o ponto de partida para a elaboração da legislação
interna e internacional, pois deve-se atentar para as necessidades da sociedade, respeitando a
liberdade e igualdade do indivíduo e demais direitos que garantam o mínimo para a
sobrevivência.
sendo descomedido de se falar, atualmente, que para chegar a um devido processo, esse deve
ser não apenas legal e constitucional, mastambém convencional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAHIA, Saulo José Casali. Tratados internacionais no direito brasileiro. Rio de Janeiro:
Forense, 2010.
MERÍSIO, Patrick Maia. Noções Gerais de Direito e Formação Humanística. São Paulo:
Campus, 2010
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 11. ed. São
Paulo: Saraiva, 2010.
REZEK, Francisco. Direito internacional público. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, Adelmar Aires Pimenta. A audiência de custódia é cara e inútil. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2015-jul-28/adelmar-silva-audiencia-custodia-cara-inutil>.
Acesso em: 03 out. 2015.