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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

EM SAÚDE DO LESTE BAIANO


CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

ARIELSON BONFIM DE OLIVEIRA


BRUNA DE JESUS DA HORA
DÁMILI DE SOUSA SILVA
JOÃO VITOR DOS SANTOS ANDRASE
KAILANE AMPARO DA ANUNCIAÇÃO

SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

VALENÇA-BA
2021
ARIELSON BONFIM DE OLIVEIRA
BRUNA DE JESUS DA HORA
DÁMILI DE SOUSA SILVA
JOÃO VITOR DOS SANTOS ANDRASE
KAILANE AMPARO DA ANUNCIAÇÃO

SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para conclusão do curso técnico em
Segurança do Trabalho oferecido pelo Centro Estadual de
Educação Profissional em Saúde do Leste Baiano.

Prof. Orientador: Ygor Felippe Abreu Melo

VALENÇA-BA
2021
ARIELSON BONFIM DE OLIVEIRA
BRUNA DE JESUS DA HORA
DÁMILI DE SOUSA SILVA
JOÃO VITOR DOS SANTOS ANDRASE
KAILANE AMPARO DA ANUNCIAÇÃO

SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Aprovados em:____/____/_______

Banca Examinadora:

_________________________________________
Professor: Edinei

________________________________________
Professor: Tec. Emerson

_________________________________________
Professor: Eng. Ygor Felippe Abreu Melo
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus que nos possibilitou e deu forças para que pudéssemos alcançar nossa
formação acadêmica com tanto esforço e tempo consumido.
Agradecemos também aos nossos familiares que sempre nos motivaram e contribuíram para
que a educação fosse prioridade para o nosso futuro.
Agradecemos também ao corpo docente do CEEP que incentivou e sempre se esforçou para
que aprendêssemos, utilizando todos os seus recursos na esperança desse momento, nossa
conclusão de curso.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Atos Inseguros ......................................................................................... 12

FIGURA 2 - Carpinteiro morre ao cair de um prédio em obras na Zona Oeste


de Manaus ......................................................................................... 14

FIGURA 3 - Proporção entre atos Inseguros e condições inseguras .................. 18


LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Constituição da Cipa (SESMT) ........................................................ 12

QUADRO 2 - Número de acidentes fatais na construção de edifícios – Brasil (2013).. 14

QUADRO 3 - Tabela de multas ............................................................................... 17


RESUMO

O trabalho desenvolvido evidencia a incógnita acerca do crescente índice de acidentes de


trabalho na área da construção civil e atinar a conflituosa relação entre o surgimento e
cumprimento de medidas protetivas de segurança e a falta de consideráveis resultados na
prática. O método utilizado na pesquisa baseia-se na captura de conhecimentos teóricos
específicos sobre o tema, explanando observações importantes de profissionais na área e
analisando índices como recurso de conteúdo coletado, experimentado e divulgado para
conhecimento científico. Como resultado, a principal causa está atrelada a características
comuns na raça humana, a capacidade de cometer erros por fatores emocionais, ou seja, um
índice desproporcional de atos inseguros cometidos que não podem ser identificados antes da
sua ação. Portanto, a contribuição de medidas de segurança, embora sejam indispensáveis, não
garantem a falta da ocorrência de acidentes de trabalho, visto que as mesmas, geralmente,
cuidam do que diz respeito às condições inseguras do ambiente, entendendo então, no que
corresponde a atos inseguros, as medidas mais eficientes devem estar atreladas a
acompanhamento psicológico dos colaboradores, buscando, na tomada de suas decididos,
estabilidade emocional.

Palavras-chave: Construção Civil, Segurança, Acidentes de Trabalho.


ABSTRACT

The work carried out highlights the unknown about the growing accident rate in the area of civil
construction and addresses the conflicting relationship between the emergence and compliance
with protective safety measures and the lack of considerable results in practice. The method
used in the research is based on capturing specific theoretical knowledge on the topic,
explaining important observations of professionals in the area and analyzing indexes as a
resource of collected, tried and disseminated content for scientific knowledge. As a result, the
main cause is linked to common characteristics in the human race, the ability to make mistakes
due to emotional factors, that is, a disproportionate index of unsafe acts committed that cannot
be identified before their action. Therefore, the contribution of safety measures, although
indispensable, does not guarantee the absence of accidents at work, since they generally take
care of the unsafe conditions of the environment, understanding, then, in what corresponds to
acts unsafe, the most efficient measures must be linked to the psychological monitoring of
employees, seeking, in making their decisions, emotional stability.

Keywords: Civil Construction, Safety, Accidents at Work


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 09

2. O CRESCENTE DESENCANTAMENTO DAS ESTATÍSTICAS ..................... 10

3. QUAL O PRINCIPAL FATOR QUE COLABORA PARA A


OCORRÊNCIA DE TANTOS ACIDENTES? ............................................. 11

4. OS PRINCIPAIS RISCOS DENTRO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SEUS


CONSEQUENTES ESTIGMAS .................................................................... 14

5. CUSTOS DA EMPRESA EM RELAÇÃO AOS ACIDENTES DE


TRABALHO ....................................................................................................... 16

6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................................ 18

7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS ................................ 18

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 19

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 20
9

1. INTRODUÇÃO

Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo


(Sinduscon-SP), o ramo vem exibindo um crescimento extenso e contínuo, fator que leva a
observar cada vez mais todos os aspectos que então o englobam, principalmente no que se refere
a segurança de seus contribuintes, a forma com que a frequência de acidentes se tornam
destaque para que haja meios de analisar fatores que levem a sua redução, assim como doenças
ocupacionais. Em 2018, a Previdência Social registrou cerca de 576 mil acidentes de trabalho
e, só na construção civil, foram 30.025, equivalente a 5,46% dos casos, uma taxa extremamente
elevada que apenas evidencia a importância da discussão da pauta acerca das medidas contínuas
de segurança na construção civil.
O problema é evidente, embora existam recursos que se dirijam na prevenção da
ocorrência dos acidentes na empresa e na legislação que rege a Segurança do Trabalho, como
o SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho), a CIPA (Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes), o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)
e, especificamente, a Norma Regulamentadora nr°18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho
na Indústria da Construção), o índice ainda é elevado, o que nos leva a questionar os meios que
permitem a ocorrência, no setor, a causar tantos acidentes.
Como a problemática relacionada à segurança na construção civil acerca da crescente e
constante ocorrência de acidentes pode impactar e motivar o setor de segurança do trabalho e
funcionários das empresas no desenvolvimento de medidas que reduzam seus índices?
Como fator principal, a garantia de que não haverá acidentes durante o trabalho não é
certeza, assim como em qualquer situação, a ocorrência de incidentes não deixa de ser uma
possibilidade e os motivos são inúmeros, por isso, como objetivo geral não há como reduzir o
índice de acidentes a zero, dado que essa possibilidade não existe, e sim entender e analisar os
principais fatores que contribuem para que os acidentes acabem acontecendo, e então direcionar
as medidas que podem ser adotadas.
Durante a produção, é necessário entender quais os principais tipos de acidentes
ocorrentes, em quais setores são mais comuns, a frequência com que ocorrem, e de que forma
as empresas lidam com tal. É importante também observar quais os custos da empresa em
relação aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, dado que o capital investido em mão-
de-obra pode influenciar, visto que o custo de indenizações ou similares podem comprometer
com a falta de investimento em medidas protetivas.
10

O método utilizado no desenvolvimento do trabalho de conclusão é o exploratório,


buscando familiaridade ao leitor do conteúdo, geralmente não tão recorrente, ou de caráter
específico, além disso, será desenvolvido através de Revisão Bibliográfica, buscando conteúdos
já existentes acerca do que será desenvolvido, seja de artigos científicos, trabalhos acadêmicos,
fóruns oficiais, editais etc. "[...] a revisão bibliográfica é indispensável para a delimitação do
problema em um projeto de pesquisa e para obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos
conhecimentos sobre um tema, sobre suas lacunas e sobre a contribuição da investigação para
o desenvolvimento do conhecimento." (LAKATOS e MARCONI, 2010).
Em primeiro plano é necessário observar quais acidentes ocorrem com maior
frequência, quais os tipos, a probabilidade de deixar sequelas que incapacitem o profissional e
o índice de mortes, para tal é necessário observar também como as empresas lidam com tal,
quais medidas são adotadas com frequência, além de observar o que diz a legislação trabalhista
e as NR's (Normas Regulamentadoras) sobre as situações de acidente mais comuns nas
atividades ocupacionais, não só o que diz respeito ao trabalhador, mas também aos custos da
empresa. E então encontrar as medidas que possuam maior eficiência na resolução de problemas
relacionados aos acidentes de trabalho, seus benefícios e de que forma são aplicadas.

2. O CRESCENTE DESENCANTAMENTO DAS ESTATÍSTICAS

De acordo com Peinado (2019) "Os números impressionam! Lembram mais estatística
de uma Guerra civil' do que da 'Construção civil'.
De acordo com o último Anuário Estatístico de 2017 da Previdência Social (BRASIL,
2018) e com estudos da Fundacentro, foram observados nos últimos anos, aproximadamente,
600 mil acidentes de trabalho, por ano, no Brasil. Destes, algo como 14 mil ficaram inválidos
permanentes e 2 mil faleceram. A construção civil atinge cerca de 5 a 7% de todos esses
acidentes, podendo-se inferir que, a cada dia, tem-se, nos canteiros de obras, algo como 100
acidentes de trabalho, 1 trabalhador morto e 3 inválidos. É catastrófico! É uma multidão de
inválidos e mortos, por ano, e isso levando-se em conta apenas os trabalhadores com registros
formais, que são os que entram nas estatísticas oficiais do Anuário e que representam apenas
1/3 da população ativa do país."
Os ritmos crescentes e acelerados de acidentes de trabalho apresentam um grande risco
na construção civil, inúmeras vidas mudam a cada ano, seja nos traumas de um acidente de
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trabalho, desenvolvimento de deficiências, adquirindo doenças crônicas e/ou nas dores de


familiares com a partida de alguém próximo.
Não há como saber se os índices diminuirão um dia, inúmeras medidas são tomadas por
partida de requisições legais dado que as mesmas lutam pela mudança da realidade observada
no atual cenário, e além disso, os dados coletados anualmente se referem apenas no que diz
respeito a empresas regularizadas, que garantem ao trabalhador todos os meios que evitem a
ocorrência de acidentes, porém faltam registros para perquirir a situação como um todo e,
provavelmente, exibir um índice de acidentes acima da média, visto que nem todas as empresas
apresentam formalidade nas questões que se referem a medidas tomadas na proteção de
trabalhadores, o que nos leva a pensar que, proporcionalmente, as estatísticas extrapolam " 5 a
7% de todos os acidentes" quando ao que se referem a construção civil.

3. QUAL O PRINCIPAL FATOR QUE COLABORA PARA A OCORRÊNCIA DE


TANTOS ACIDENTES?

Não é possível evidenciar um único elemento que ao ser resolvido possa garantir a
extinção de acidentes de trabalho, os meios causadores dos mesmos são inúmeros e devem ser
analisados separadamente, observar como atinge os trabalhadores, de que forma, as suas
consequências e acima de tudo entender quais medidas devem ser tomadas para que sua redução
ou anulação na influência de acidentes sejam concretas.
Segundo Peinado (2019):

O desconhecimento dos riscos presentes no ambiente de trabalho é, talvez, o fator de


maior relevância na precariedade da Segurança e Saúde do Trabalho (SST) no Brasil.
Na construção civil, esse quadro é evidente, em especial para os colaboradores não
ligados diretamente ao serviço de SST (gerentes, arquitetos, engenheiros,
administrativos, setor de recursos humanos, pedreiros, serventes, carpinteiros, etc.),
que desconhecem o básico sobre esses riscos. (PEINADO, 2019)

No conteúdo em destaque é possível observar que um dos motivos se refere a falta da


atuação de profissionais da área de Segurança do Trabalho nas atividades ocupacionais, a
análise de riscos não pode ser fruto do senso comum, embora em algumas situações seja
possível, a elaboração de recursos que evidenciam os riscos no local de trabalho cabe apenas
ao Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Técnico em Segurança do Trabalho, qualquer
observação prévia e generalizada de qualquer outro profissional que tente substituir os mesmos
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fere a regularização da SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho),


que exige pelo menos 1 (um) Técnico em Segurança do Trabalho em empresas com no mínimo
50 (cinquenta) funcionários, entretanto, no setor da construção civil, especificamente, o
PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho) obriga a contratação de 1
(um) profissional na área de Segurança do Trabalho a partir de 20 (vinte) funcionários no que
diz respeito a Norma Regulamentadora - n°18 (TST, 2016).

QUADRO 1 - Constituição da Cipa (SESMT)

FONTE: (FIOCRUZ, 2010)

E para as empresas que não atingem a marca mínima de colaboradores? Para isso deve
haver a contratação de profissionais de Segurança do Trabalho para elaboração de mapas de
risco, que, como principal função, busca ilustrar as zonas perigosas para atividades laborais, os
tipos de risco e seu grau, a qual se refere ao PPRA (Programa de Prevenção a Riscos
Ambientais.

FIGURA 1 - Atos Inseguros

FONTE: Disponível em: https://ctb.org.br/noticias/opiniao/28-de-abril-dia-internacional


-das-vitimas-deacidente-de-trabalho/

Cabe também às empresas contratarem profissionais na área que atuam e que já possuam
experiência no trabalho, buscando evitar trabalhadores predispostos a cometer atos inseguros,
embora seja essencial o oferecimento de treinamento aos novos contribuintes, incluindo uma
breve aprofundada nas questões de segurança e conhecimento dos possíveis riscos, sempre que
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necessário, antes de qualquer que seja a atividade laboral, como aborda a Fundação Oswaldo
Cruz no manual "Segurança na Construção Civil", p. 28:

"Todos os empregados devem receber treinamento admissional e periódico, visando


garantir a execução de suas atividades com segurança. O treinamento deve ter carga
horária mínima de 06 (seis) horas, ser ministrado dentro do horário de trabalho, antes
do trabalhador iniciar suas atividades, constando de: Informações sobre Condições e
Meio Ambiente de Trabalho; Riscos inerentes à função; Uso adequado dos
equipamentos de proteção individual – EPI; Informações sobre os equipamentos de
proteção coletiva – EPC, existentes no canteiro de obra.
O treinamento periódico deve ser ministrado: Sempre que se tornar necessário; ao
início de cada fase da obra. Nos treinamentos, os trabalhadores devem receber cópias
dos procedimentos e operações a serem realizados com segurança."

É necessário também esclarecer que todas as medidas cabíveis adotadas são essenciais,
entretanto, a colocação das mesmas não substituem a integração de medidas generalizadas que
englobem não só o trabalhador em si, mas no meio físico onde atuam, “O ambiente físico exerce
grande influência sobre acidentes, por ser fonte permanente de estresse dos trabalhadores. Um
ruído indesejável ou um ofuscamento visual podem modificar o comportamento do trabalhador
favorecendo a ocorrência de acidentes” (CATAI, 2014). Dentre elas podemos destacar as
Inspeções de Segurança do Trabalho. Como é citado também na p. 21 no manual "Segurança
na Construção Civil" da Fundação Oswaldo Cruz:

“As inspeções de segurança no trabalho têm um caráter eminentemente preventivo,


tendo por objetivo detectar condições inseguras e/ou atos inseguros, os quais indicam
as providências necessárias para o controle e eliminação das condições inseguras e a
necessidade de reciclagem de treinamento. São classificadas como: 'Inspeção Diária
de Segurança: É realizada diariamente pelo Técnico de Segurança no Trabalho. A
direção da obra tomará as medidas necessárias para a eliminação de riscos apontados.';
'Inspeção Prévia de Novas Frentes de Serviço : É realizada pelo SESMT e o
responsável pela nova frente de serviço, analisando-se as prováveis interferências,
métodos e procedimentos a serem adotados para eliminação ou neutralização dos
riscos.'; 'Inspeção Mensal de Segurança: É realizada mediante calendário prévio, no
interior das áreas de serviço, com a participação do Engenheiro, SESMT e
representante da CIPA.'; 'Inspeção Técnica de Segurança : É realizado pelo SESMT,
quando serão inspecionados equipamentos, materiais e ferramentas recebidas pelo
empreendimento, destacando-se: inspeção de veículos e equipamentos, inspeção de
extintores de incêndio, inspeção de EPI e EPC'; 'Check-List de Segurança : É realizada
pelo SESMT, trimestralmente, uma avaliação geral das condições de segurança e
qualidade de vida da obra."

É possível observar que todas as medidas não partem diretamente do trabalhador, as


mesmas são provenientes de setores específicos, essenciais ao que diz respeito a segurança do
colaborador, fugindo de qualquer que seja uma medida de senso comum e sim aplicando meios
estudados, empíricos, e que provam sua eficiência na prática, além de atender seriedade no que
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corresponde ao sistema legislativo, em evidência ao SESMT (Serviço Especializado em


Segurança e Medicina do Trabalho) e a CIPA (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes).

4. OS PRINCIPAIS RISCOS DENTRO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SEUS


CONSEQUENTES ESTIGMAS

Segundo Vitor Araújo Filgueiras (2015), que aborda em "Saúde e Segurança do


Trabalho na Construção Civil Brasileira", p. 25:

"Em relação ao número absoluto de mortes, a situação geradora com maior número
foi o impacto (33%), seguido de queda (28%), aprisionamento (15%), e exposição a
energia elétrica (14,8%). Dessa forma, notamos que 4 das 17 categorias de situações
geradoras de acidentes respondem por 90% das mortes na indústria da construção
(MTE, 2013)."

Os riscos são imensos, assim como os possíveis meios na ocorrência de acidentes, e


como é abordado, há um destaque aos que em princípio demonstram coincidentemente a maior
frequência na área da construção civil, os 4 (quatro) meios apresentados mostram a importância
de observar os problemas de uma forma mais ampla, entender que é uma área bastante propícia
a acidentes mais comuns e focar em medidas que reduzam seus índices.

QUADRO 2- Número de acidentes fatais na construção de edifícios - Brasil, 2013

FONTE: Elaboração própria baseado em fontes do INSS e MTE. (FIGUEIRAS et al., 2015)

É possível notar que grande parte dos riscos aos índices levantados são generalizados e
comuns em outras áreas, entendendo-se que a forma como os quais são abordados possuem
meios de solucioná-los, e mesmo que não sejam simples, há uma possibilidade.
15

A falta de atuação de profissionais na área de Segurança do Trabalho influencia


diretamente nos índices de acidentes, e dependendo da situação, pode causar inúmeros
problemas, podendo até ser irreversíveis, levando lesões, físicas e mentais aos trabalhadores, e
jurídicas às empresas e, caso haja um descaso do profissional atuante na área de segurança do
trabalho, interferindo a influência dos fatos ocorridos no cenário de possíveis futuros empregos.

Um técnico de segurança é um profissional muito importante dentro de uma empresa.


Ele é responsável pela proteção da saúde e do bem-estar de sua equipe de trabalho.
Desse modo, quando um acidente acontece, a primeira ideia que se tem em mente é
demiti-lo. Como ele é aquela pessoa que está no dia a dia de uma indústria, sua
assinatura acaba presente na maioria dos documentos relacionados à segurança. Em
casos mais graves, que envolvem mortes, toda a equipe pode ser responsabilizada e
as consequências passam para o caráter criminal. (EQUIPE CONECT, 2017)

Além dos riscos destacados para o profissional impossibilitando consideravelmente sua


atuação em outras instituições, a empresa também acaba lidando com a possibilidade da falta
de credibilidade do seu nome no mercado, tanto para patrocinadores e empregados, quanto para
seus clientes.
E em casos de ocorrência de acidentes de trabalho? É responsabilidade do Técnico em
Segurança do Trabalho priorizar a redução dos riscos de lesões, deve-se fazer os primeiros
socorros, caso possível, até que a SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Emergência), já
solicitada, chegue ao local. Além de preencher o CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho),
a fim de captar todas as informações possíveis e manter registrado.

FIGURA 2 - Carpinteiro morre ao cair de um prédio em obras na Zona Oeste de Manaus

FONTE: O imparcial (2019)

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) aborda as medidas à empresa e


profissionais da área de acordo com seu grau no Código Penal, levando em consideração que a
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falta de recursos para prevenção de acidentes é interpretada não só como método preventivo,
mas também para a aplicação jurídica.
Segundo Raimundo Simão de Melo, Procurador Regional do Trabalho Aposentado
(2018):

É sempre oportuno lembrar que, na forma da lei, o descumprimento das normas de


segurança, higiene e medicina do trabalho pode levar a acidentes de trabalho e
caracterizar, ainda, os crimes de homicídio, lesões corporais ou de perigo comum,
previstos respectivamente nos artigos 121, 129 e 132 do Código Penal brasileiro, por
conduta dolosa ou culposa do empregador ou dos responsáveis pela segurança dos
trabalhadores.

A lei penal assim estabelece:


Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Art. 129. Ofender a
integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena -
detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. [...]
A Lei 8.213/1991, no artigo 19, parágrafo 2º, considera como contravenção penal,
punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do
trabalho"

Há sempre um culpado quando há registros de falta de comunicação e atuação do Engenheiro


em Segurança do Trabalho e/ou Técnico em Segurança do Trabalho, ausência de DDS's
(Diálogo Diário de Segurança), falta de distribuição e estímulo do uso dos EPI's (Equipamento
de Proteção Individual), ausência da CIPA (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes), PPRA
(Programa de Prevenção a Riscos Ambientais), PCMAT (Programa de Condições e Meio
Ambiente de Trabalho), dentre outras medidas preventivas.

5. CUSTOS DA EMPRESA EM RELAÇÃO AOS ACIDENTES DE TRABALHO

Segundo a equipe SECONCI-RIO (2019):

O custo dos acidentes e doenças do trabalho, no Brasil, é de R$ 72 bilhões por ano, o


equivalente a quase 9% da folha salarial do País. Esta cifra vai muito além dos
números, pois se refere a muito sofrimento e perda de vidas humanas. Entender como
funciona o cálculo dos custos e investir na prevenção são ações fundamentais em
qualquer empresa, principalmente na área de construção civil. (SECONCI-RIO,
2019).

Embora haja um prejuízo visível, não só ao que corresponde a custos previdenciários,


aqueles correspondentes a custo mensal estabelecido, 15 (quinze) dias à empresa e 15 (quinze)
dias ao INSS, também há a falta de mão-de-obra que seria desempenhada fora da ocorrência do
acidente, entretanto não é apenas ao empregador que devemos abordar, os danos ao trabalhador
17

não se podem restaurar, uma dívida prolongada e sem custo à sociedade e traumas a serem
evidenciados no intuito de que outros não cheguem a ocorrer.
Em situações de fiscalização, o custo das empresas, apenas ao que se refere a multas,
podem ser simuladas pelos profissionais de Segurança do Trabalho na instituição a partir da
Norma Regulamentadora n° 28, referente a Fiscalizações e Penalidades. Porém, as
irregularidades são diferentes a processos jurídicos e indenizações, visto que seus valores
variam de acordo com os processos.

QUADRO 3 - Tabela de multas

FONTE: Guia Trabalhista (Acessado em: 12 de maio de 2021)

Entretanto, a UFIR (Unidade Fiscal de Medida), a partir do ano 2000 estagnou em


R$1.0641, sendo o valor utilizado a partir de então nos cálculos.
É importante ressaltar que a geração de recorrentes acidentes e multas na empresa
desempenha um quadro negativo, deixando com que a mesma não consiga recursos para investir
nas devidas medidas preventivas, e tornando o acidente no âmbito profissional um ciclo
irreversível.
18

6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Segundo a USP, campus Bauru (2018):

Atos e condições inseguras estão em vários lugares. Muitos você nem percebe ou, por
existir há muito tempo, aquilo que era errado se torna normal e se torna imperceptível.
Atos inseguros são as maneiras como as pessoas se expõem, consciente ou
inconscientemente, a riscos de acidentes. Em 80% dos casos de acidentes, o motivo
principal é o ato inseguro. (BAURU, 2018).

Acidentes de trabalho sempre ocorrerão, visto que, como observado anteriormente, são
inúmeras as medidas tomadas para prevenção de acidentes dentro da empresa, comissões,
programas de prevenção, análises de riscos, dentre outros. Porém a condição apresentada no
que diz respeito à sociedade não é determinada pela incapacidade de errar, a espécie humana é
falha e, querendo ou não, age de acordo com suas emoções.

FIGURA 3 – Proporção entre atos Inseguros e condições inseguras

FONTE: FECOMBUSTÍVEIS, 2015

7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS

Inúmeros acidentes ocorrem no setor da construção civil e que ainda apresenta uma
escala em aumento, dessa forma torna-se complicado abordar um meio que evitará tal, visto
que, como abordado anteriormente, a grande parte dos acidentes ocorre por conta de atos
inseguros, ou seja, são imprevisíveis e inevitáveis, no que diz respeito a medidas já aplicadas e
ainda assim ter uma grande ocorrência.
Existem possíveis medidas que diminuíram a ocorrência de acidentes de trabalho no
setor da construção civil, como adoção em escala de mão de obra automática, porém os gastos
19

das empresas e de pesquisa levariam tempo e seus custos só seriam sanados a longo prazo, e
ainda assim, não há como saber se a manutenção das máquinas geraria uma escala inferior à da
atual, inviabilizando tal medida.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das observações e pesquisas realizadas não há medidas específicas que possam
ser tomadas para que as ocorrências de acidentes de trabalho na construção civil não ocorram
mais, visto que a causa destacada se trata dos atos inseguros, condições totalmente pessoais e
imprevisíveis.
Como objetivo, os problemas foram abordados e trabalhados, os principais riscos e
consequências apresentados evidenciam e enfatizam a área da construção civil um meio onde
acidentes comuns, em geral, acontecem com frequência, além de analisar se medidas são
tomadas para explicar se a ausência das mesmas é um fator em potencial, entretanto, como visto
anteriormente, as condições inseguras são consideravelmente menores propulsores de riscos.
Além disso, os custos das empresas na ocorrência dos riscos não apresentam um problema para
a solução, economicamente.
Ao apresentar medidas exploratórias busca-se trazer familiaridade de um tema
específico, com isso, ao abordar dados da área de segurança na construção civil e seu constante
crescimento restritivamente, enfatiza-se o sistema utilizado, tornando apenas o método
exploratório suficiente para suprir a necessidade do estigma apresentado.
O conteúdo bibliográfico foi extremamente necessário, visto que o conhecimento acerca
do que foi buscado, assim como o tema, são além de amplos, simples de encontrar e analisar.
A medida mais conveniente seria trabalhar ainda mais diretamente com os
trabalhadores, não esquecendo dos riscos, encontrando meios de manter uma estabilidade
emocional dentre os mesmos, trabalhar questões psicológicas e observar a influência de fatores
emocionais no âmbito profissional, além de acompanhar durante toda a jornada de trabalho.
Uma medida comum é o DDS (Diálogo Diário de Segurança), que trabalha diretamente na
orientação e, em algumas situações, na comoção dos empregados, porém se trata de uma
orientação ampla e generalizada, não estabelecendo segurança da sua proposta em todos os
contribuintes.
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REFERÊNCIAS

CATAI, Rodrigo Eduardo. Segurança do trabalho na construção civil: um estudo de campo.


UTFPR. Curitiba, 2014.

CIPA AVISA-USP. Atos e Condições. Inseguras. Disponível em: http://www.ccb.usp.br


>cipa. Prefeitura do Campus USP de Bauru. Janeiro de 2018 – ano IX – nº 102

Equipe Conect (2017). Acidentes de trabalho: quais são as consequências para o técnico?
Disponível em: https://conect.online/blog/acidentes-de-trabalho-quaissao-as-consequencias-
para-o-tecnico/. Acesso em: 03/05/2021

FILGUEIRAS, Vitor Araújo. Saúde e segurança do trabalho na construção civil brasileira.


Sergipe, 2015.

FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz. Segurança na Construção Civil. Disponível


em:http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/construcao%20civil/Seguranca
%20na%20Construcao%20Civil.pdf

Guia Trabalhista. NR-18 - Condições de segurança e saúde no trabalho na indústria da


construção. Disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr18.htm. Acesso
em: 03/05/2021

LOUZA, Léo (2019). Você sabe como calcular as multas da NR28 – Fiscalização e
Penalidades? Disponível em: http://www.sstonline.com.br/voce-sabe-calcular-asmultas-com-
nr28-fiscalizacao-e-penalidades/. Acesso em: 03/05/2021

MELO, Raimundo Simão de (2018). Responsabilização penal dos culpados por acidentes
de trabalho. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-jun29/reflexoes-trabalhistas-
responsabilizacao-penal-culpados-acidentes-trabalho. Acesso em: 03/05/2021

PEINADO, Hugo Sefrian (org.). Segurança e Saúde do Trabalho na Indústria da


Construção Civil. São Carlos: Editora Scienza, 2019.

SECONCI-RIO (2019). Quanto custa um Acidente de Trabalho para a sua Empresa?


Disponível em: https://seconci-rio.com.br/wp/quanto-custa-um-acidentede-trabalho-para-a-
sua-empresa/. Acesso em: 10/05/2021

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