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P. C. C.

Ribeiro 269

A psicologia frente aos desafios do

envelhecimento populacional

Psychology facing the challenges of population aging

Pricila Cristina Correa Ribeiro1


Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil

Resumo
A transição das taxas de morbimortalidade observadas na população brasileira nas últimas décadas
impõe aos pesquisadores, profissionais e gestores no âmbito da saúde coletiva a busca por estratégias
que garantam a promoção da saúde e a atenção às especificidades da população mais velha. Neste
contexto, preceitos teóricos e práticas baseadas na psicologia do envelhecimento podem contribuir
para o enfrentamento dos desafios na atenção em saúde do idoso. Neste estudo foram apresentadas
algumas destas contribuições da psicologia bem como algumas das diretrizes mundiais que buscam
nortear ações estratégicas voltadas para a promoção do envelhecimento ativo e para a prevenção e
tratamento das condições crônicas e degenerativas associadas ao aumento da idade.
Palavras-chave: Idoso, Velhice, Psicologia do envelhecimento.

Abstract
The transition of morbimortality rates observed in the Brazilian population in the last decades
imposes on researchers, professionals and managers within the public health the search for strategies
for ensuring the health promotion and attention to the specificities of the older population. In this
context, theoretical precepts and practices based on the psychology of aging can contribute to tackle
the challenges in health care of the elderly. In this study we presented some of these contributions
from psychology as well as some of the world policies that seek to guide strategic actions aimed at
promoting active aging and preventing and treating chronic and degenerative conditions associated
with increasing age.
Keywords: Elderly, Old age, Aging psychology.

1 Contato: priccr@gmail.com.br

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Nas últimas décadas, um significativo No que se refere à saúde da população


aumento no número de indivíduos nas faixas mais velha, os direitos ao cuidado integral
etárias mais velhas ocorreu mundialmente. foram reforçados pela Política Nacional do
Esse processo de envelhecimento Idoso (Lei n. 8842, 1994) e o Estatuto do
populacional no Brasil (IBGE, 2011) é ainda Idoso (MS, 2009). Contudo, a implantação
mais acelerado que o ocorrido em países de serviços eficientes, pautados nesta
desenvolvidos nos quais esse fenômeno deu- legislação, enfrenta obstáculos dada a
se, gradualmente, ao longo de mais de um complexidade em prevenir e tratar agravos
século. Esta transição demográfica resulta da saúde na população em idade avançada.
em alterações significativas no quadro de Assim, as intervenções eficazes para a
morbimortalidade do país. Em meados do manutenção da independência e da
século XX, as doenças infectocontagiosas autonomia dos indivíduos idosos
eram responsáveis por cerca de metade das representam um grande desafio para os
mortes registradas no Brasil e, atualmente, profissionais e pesquisadores da área da
representam menos de 10% desta taxa, o saúde.
oposto do que ocorre em relação às doenças Na atualidade, estratégias para a conquista
mais comuns entre idosos (IBGE, 2009). A do envelhecimento ativo são traçadas para
alta incidência de doenças crônicas e garantir que a longevidade represente um
múltiplas na população mais velha exige ganho no curso de vida humano e não mera
atendimentos multidisciplinares e contínuos sobrecarga para a sociedade e para aqueles
e implica em aumentos nas despesas com os que envelhecem. O presente estudo
serviços de saúde, tratamentos médicos e apresenta, sob um enfoque epidemiológico,
internações hospitalares. Este cenário contribuições da psicologia frente às
representa um desafio para as políticas demandas de novas estratégias de
vigentes no país, como a do Sistema Único intervenção voltadas para a população mais
de Saúde, que prevê o acesso a serviços velha. São destacadas algumas das diretrizes
públicos de prevenção, recuperação de internacionais que norteiam ações de
agravos e promoção da saúde para toda a promoção do envelhecimento ativo e da
população (Paim et al., 2011). Desta forma, prevenção e tratamento das condições
no âmbito da gestão pública, são crônicas e degenerativas em idosos. Além
incentivadas as estratégias de intervenção disto, são apresentados alguns dos
voltadas para as doenças crônicas não pressupostos da perspectiva lifespan (Baltes,
transmissíveis (Ministério da Saúde, 2011) Lindenberger & Staudinger, 2006; Baltes &
que visam não só o tratamento destas Smith, 2003), teoria do desenvolvimento ao
condições, mas, principalmente, sua longo da vida que embasa grande parte das
prevenção. pesquisas em psicologia do envelhecimento.

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Diretrizes para atenção à saúde do idoso envelhecimento saudável associado a


O aumento do número de idosos na ausência de doenças foram substituídas por
população e as consequências desse conceitos que se aproximavam das
fenômeno impulsionaram, no século XX, a concepções mais amplas de saúde. Rowe e
expansão do conhecimento das ciências que Kahn (1987), por exemplo, divulgaram o
estudam o envelhecimento humano. conceito que chamaram de “envelhecimento
Embora o interesse pelo envelhecimento bem-sucedido”. Este seria caracterizado pela
não tenha surgido com a modernidade, presença de três componentes: o baixo risco
observa-se na atualidade um esforço de doenças e incapacidade; a alta
crescente, da sociedade e do meio funcionalidade física e cognitiva; e o
acadêmico, por descobertas voltadas para a engajamento ativo com a vida.
manutenção da funcionalidade da população Estudiosos deste modelo (Rowe & Kahn,
mais velha e pela superação de atitudes 1998; Rowe et al., 2010) demonstraram que
negativas acerca da velhice. os elementos do envelhecimento bem-
Quando a luta por uma perspectiva mais sucedido podem ser obtidos com fatores
positiva da velhice começou a ganhar forças, modificáveis no curso de vida. Os
verificou-se uma divisão dos estudiosos em argumentos centrais destes autores incluem
gerontologia que mantinha de um lado os a possibilidade de baixo risco de doenças e
defensores da velhice como uma fase de de incapacidade na idade avançada ser
perdas e de outro os novos argumentos possível a partir de avanços técnicos da
sobre este período com possibilidade da medicina moderna que, com alta tecnologia,
manutenção do engajamento ativo com a aumentariam as chances de recuperação e
vida. Na instância política, a dicotomia de cura de muitas patologias. Além disso,
atitudes sobre a velhice e a pessoa idosa mudanças comportamentais, incluindo um
sustentaram planos de intervenção que estilo de vida saudável, estariam associadas a
objetivavam assistir a uma camada menores riscos de doenças e representariam
populacional ora vista como dependente e fontes de otimização do funcionamento
causadora de problemas sociais e ora físico e mental na velhice. A funcionalidade
entendida como grupo que precisava de cognitiva seria preservada por meio de
oportunidades para garantir seu potencial treinos e programas de reabilitação para
econômico e de inserção social. A partir do amenizar déficits e perdas cognitivas. O
século XX, são fortemente combatidas as engajamento com a vida foi relacionado,
atitudes de vulnerabilidade e incapacidade da principalmente, à manutenção das relações e
população idosa e surgem as defesas de que participação em atividades sociais e
este grupo populacional pode manter-se ocupacionais na velhice. Desta forma, este
ativo e representa fonte de benefícios para a modelo fornece indicadores para as
sociedade como um todo (Camarano & intervenções em saúde da população idosa e,
Pasinato, 2004). Propostas que defendiam o desde suas primeiras publicações, serviram

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de base para muitos estudos e intervenções de vida saudável sem considerar as


gerontológicas. Recentemente, Rowe e Kahn condições macrossociais que também devem
(2015) revisaram a forma como o ser alvo de modificações.
envelhecimento bem-sucedido foi estudado As diretrizes dos órgãos que pensam a
desde a sua formulação inicial e apontaram saúde mundial reforçam estratégias de
alguns elementos que são, hoje, sugeridos promoção da saúde e de prevenção que
como complementares deste modelo, entre favoreçam uma velhice saudável. Alguns dos
eles estão: fatores sociais e histórico- marcos, que ofereceram as bases para as
culturais (Riley, 1998; Stowe & Cooney, intervenções atuais voltadas para atenção à
2015); percepções do próprio idoso sobre saúde do idoso, são a Carta de Otawa, fruto
seu envelhecimento; e os efeitos de da primeira Conferência Internacional sobre
experiências iniciais do curso de vida como Promoção da Saúde, realizada em 1986; e o
determinantes dos desfechos na velhice, Plano Internacional de Ação sobre o
sugerindo uma incorporação da perspectiva Envelhecimento (WHO, 2002), resultante da
lifespan para explicar o envelhecimento bem- Segunda Assembleia Mundial do
sucedido (Baltes, Lindenberger & Envelhecimento, realizada em Madri, em
Staudinger, 2006). 2002 (ONU, 2003).
Evidências científicas corroboram com o A Carta de Otawa trouxe orientações que
argumento de que fatores modificáveis, ainda hoje norteiam as ações de promoção
como dieta e atividade física, interferem no da saúde no mundo todo (WHO, 2009).
processo de envelhecimento e podem Entre suas diretrizes para intervenção em
intensificar ou amenizar os efeitos adversos promoção da saúde estão: a) a
decorrentes do passar dos anos (Peskind et implementação de politicas saudáveis, o que
al., 2014; Barton, 2014; Barton, 2013). Com significa ir além da prestação de cuidados de
este respaldo, as intervenções clínicas saúde e inclui mudanças na legislação, nas
enfatizam a prática de exercícios físicos, a medidas fiscais, nos impostos e em
moderação de ingestão de bebidas estruturas organizacionais, ou seja,
alcoólicas, a cessação do hábito de fumar, a implantação de um conjunto de ações que
adequação da dieta, o envolvimento ativo levem a maior equidade no acesso a saúde;
com a vida, entre outras medidas, como b) criação de ambientes favoráveis à saúde;
meios de diminuir o risco de declínio físico e c) reforço das ações de saude com a
cognitivo na velhice. Contudo, a prerrogativa participação comunitária, o que implica
da prevenção não deve simplesmente ser promover o empoderamento comunitario
pensada como ações que objetivam por meio de suporte social e capacitação; d)
mudanças comportamentais radicais e desenvolvimento de competências pessoais;
responsabilização do doente por sua e e) reformulação dos serviços de saude para
condição, o que resumiria a intervenção à que não se limitem ao tratamento de
prescrições de exaustivos e inviáveis modos doenças, mas focalizem na promoção da

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saúde. cuidados em saúde, ao trabalho, à inserção e


Na Segunda Assembleia Mundial do à seguridade social para toda a população.
Envelhecimento (ONU, 2003) foram Além disso, torna-se fundamental, para
aprovadas medidas para orientar as políticas alcance das metas traçadas, o planejamento
públicas voltadas para o tema do de programas de saúde voltados para a
envelhecimento no início do século XXI. As assistência de todo o curso de vida,
orientações principais são: a) reforçar a pensando estratégias que englobem da
participação ativa dos idosos na sociedade, infância até a velhice.
reconhecendo seu papel no Um Plano Internacional de Ação sobre o
desenvolvimento social, cultural, economico Envelhecimento (WHO, 2002) foi
e politico, e oferecendo-lhes oportunidades constituído para auxiliar na elaboração de
de emprego, de melhorias das condições de estratégias de prevenção e tratamento em
moradias rurais ou em processo de migração saúde do idoso. Entre suas diretrizes,
e de acesso ao conhecimento e a destacam-se: a) o uso e a investigação de
capacitação, além da solidariedade ferramentas diagnósticas a fim de garantir a
intergeracional; combate à pobreza e apoio identificação precoce do declínio da saúde
em situação de emergência; b) promoção da na velhice; b) adequação de estratégias
saúde e do bem-estar na velhice, o que inclui medicamentosas e psicoterápicas para
garantir acesso aos serviços de saúde, a atender às especificidades da população mais
capacitação de profissionais para atender a velha; e c) a capacitação de profissionais,
esta população, sendo destacado neste item familiares e demais envolvidos na assistência

as necessidades relacionadas com a sau de desta população.

mental de idosos; c) criação de ambientes Apesar da expectativa de que estes planos

favoráveis ao envelhecimento, destacando os de ação influenciem nas políticas e nos

temas da moradia, abandono, violência e programas de intervenção voltados para a

maus-tratos; e d) o apoio às pessoas que população idosa em todo o mundo, a falta

prestam assistência aos idosos; e) o de normas contextualizadas à realidade de

reconhecimento das contribuições do idoso. diferentes países limita esta interferência,

Estas orientações contribuíram para a principalmente nas nações em

compreensão do envelhecimento desenvolvimento, que demandam ainda

populacional como um processo de acúmulo estratégias iniciais bem diferentes das de

dos recursos humanos, sociais e países desenvolvidos, nos quais as diretrizes

econômicos, retirando-lhe o papel de impulsionam programas de bem-estar social

causador de um esgotamento dos recursos já bem estabelecidos (Camarano & Pasinato,

da sociedade (Camarano & Pasinato, 2004). 2004).

Nesta direção, as políticas públicas devem Em consonância com a ampliação da

oferecer oportunidades de acesso aos compreensão da saúde e seus determinantes


na velhice, a Organização Mundial de Saúde

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propôs o conceito de envelhecimento ativo, fortalecimento do poder politico da


definido como “o processo de otimização população, se aplica à esfera da saúde do
das oportunidades de saúde, participação e idoso e inclui intervenções que visam a
segurança, com o objetivo de melhorar a otimização das potencialidades da população
qualidade de vida à medida que as pessoas mais velha e focalizam na autoeficácia e no
ficam mais velhas” (WHO, 2005). Neste empoderamento.
conceito, o termo ativo inclui a participação A American Psychological Association (APA)
continuada em diversas esferas da vida, elaborou, em 2004, um conjunto de
social, econômica, cultural, espiritual, civil e recomendações para os psicólogos
outras. Diversos fatores são apontados adequarem sua assistência à população mais
como determinantes deste processo de velha. Dentre as orientações gerais estão: a)
envelhecimento ativo; dentre eles estão: a a importância de os profissionais
cultura, o gênero, a promoção da saúde e reconhecerem como as suas atitudes e
prevenção de doenças, a saúde mental, os crenças acerca do envelhecimento e dos
fatores psicológicos, os hábitos de vida idosos podem ser relevantes na avaliação e
saudáveis, a genética, os fatores ambientais, tratamento deste público; b) a necessidade
o apoio social, a educação, e fatores de obtenção de conhecimento geral sobre o
econômicos e de trabalho. Entretanto, não desenvolvimento do adulto e sobre o
sendo possível atribuir uma causa direta a envelhecimento e o idoso; c) a necessidade
qualquer um desses fatores, é previsto que de se familiarizar com aspectos clínicos
todos estes determinantes (e a interação como as mudanças cognitivas, os problemas
entre eles) são bons indícios de como os de vida diaria, a natureza e a prevalencia da
indivíduos e as populações envelhecem. psicopatologia associada ao aumento da
As estratégias de intervenção voltadas idade; d) conhecer as teorias, investigações e
para a promoção do envelhecimento ativo praticas dos diversos metodos de avaliação
podem ser eficazes se as politicas publicas se de idosos, de forma a compreender os
articularem com a proposta da “promoção instrumentos de avaliação adaptados para
de saúde moderna”, que reconhece a uso na cultura onde será utilizado; e)
condição de saúde como resultante não só engajar-se na intervenção, consultoria e
de comportamento aprendido, mas também fornecimento de outros serviços para a
do contexto socioeconômico ao qual o população mais velha; e f) dedicar-se a
indivíduo é exposto ao longo da vida (Assis, capacitação continuada, treinos e
2005). Nesta direção, o objetivo é garantir supervisões para aumentar o seu
mudanças permanentes de condições de conhecimento e competências na atuação
vida e não se prender às tentativas de com adultos idosos.
mudanças de hábitos individuais. Assim, a Em agosto de 2013, diretrizes revisadas
promoção da sa de, entendida como uma foram adotadas pela APA (2014). Nesta
politica publica cuja estratégia é o nova publicação, além das orientações

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anteriores, os seguintes complementos de grupos mais velhos com grupos mais


incentivam os psicólogos a: a) jovens (Batistoni, Fortes & Yassuda, 2007).
conscientizarem-se sobre a dinâmica social e Até meados do século XX, essa visão
psicológica do processo de envelhecimento; reducionista do envelhecimento contribuiu
b) compreenderem a diversidade no para homogeneização da população mais
processo de envelhecimento e, velha e para as atitudes negativas acerca das
especialmente, entender de que forma últimas fases da vida, inibindo avanços
fatores como gênero, raça, etnia, status teóricos e práticos da psicologia na área
socioeconômico, orientação sexual, estado gerontológica. No fim do século XX, os
de incapacidade, residência (urbana/rural) argumentos da unidirecionalidade e
podem influenciar a saúde e os problemas universalidade sobre as mudanças ocorridas
psicológicos na vida adulta; c) no curso de vida perderam espaço para os
familiarizarem-se sobre os aspectos pressupostos da perspectiva lifespan, que
biológicos e de saúde do envelhecimento; d) compreende o desenvolvimento como um
buscarem evidências de pesquisas atuais que processo resultante não só fatores
mostrem a eficácia de métodos de normativos graduados por idade, mas
intervenção para esta faixa etária; e) também pela história (efeitos de coorte) e
entenderem a importância da interface com pelos eventos não normativos vivenciados
outras disciplinas por meio de referências ao longo da vida (Staudigner, Marsiske &
e/ou trabalhos em equipes colaborativas; f) Baltes 1995; Baltes, Lindenberger &
entenderem as questões éticas e legais Staudinger, 2006; Neri, 2006).
inerentes à prestação de serviços aos idosos; As pesquisas realizadas por Baltes,
e g) informarem-se sobre as políticas Lindenberger e Staudinger (2006), utilizando
públicas, leis estaduais e federais que a metodologia longitudinal em coorte-
regulamentam a prestação de serviços do sequenciais, foram pioneiras na identificação
psicológico para idosos. de variáveis que ao longo da vida podem
influenciar na variabilidade interindividual na
Contribuições da psicologia para as velhice. Estas pesquisas evidenciaram a
estratégias de prevenção e tratamento de argumentação de que o envelhecimento é
agravos crônicos e degenerativos na determinado não só por fatores biológicos,
velhice psicológicos e sociais, mas também pelo
Os pressupostos da velhice como um contexto histórico-cultural com o qual o
período da vida, puramente, de prejuízos e indivíduo tem que interagir e adaptar-se da
declínios inevitáveis foram respaldados pelos infância até a velhice. Nas fases inicias da
resultados obtidos por estudiosos da vida, recursos internos e externos são
psicologia da idade cuja metodologia alocados, principalmente, na obtenção de
consistia, basicamente, em comparar o ganhos, enquanto nas últimas fases da vida a
desempenho físico, cognitivo e emocionais

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alocação de recursos visa a minimização das Alguns desses determinantes contextuais,


perdas decorrentes de alterações normativas vistos como potenciais fontes para a
e não normativas. Assim, essa dinâmica de promoção do envelhecimento saudável, são:
realocação de recursos garante a a tecnologia e as condições educacionais,
manutenção da capacidade adaptativa urbanas, habitacionais, de trabalho e de
durante todo o curso de vida. assistência à saúde adequadas ao longo da
Outro argumento relevante desta vida (Fonseca, 2010). Além disso, recursos
perspectiva é a possibilidade da velhice sociais, como o apoio das pessoas próximas
saudável, obtida a partir da regulação entre e de profissionais e o engajamento em
as potencialidades e as perdas associadas ao atividades, são reconhecidos na literatura
aumento da idade (Staudigner, Marsiske & como mecanismos eficazes para
Baltes, 1995). Essa regulação é obtida com a enfrentamento de eventos críticos da vida
seleção e otimização das habilidades (Rabelo & Neri, 2005, Taylor, 2011). Assim,
comportamentais obtidas ao longo da vida, estratégias de ampliação da rede de suporte
bem como das metas pessoais mais social para as pessoas mais velhas que
significativas para cada etapa do convivem com incapacidades e perdas
desenvolvimento, e da compensação das devem ser elaboradas, prevendo a
perdas por meio dos níveis de reservas e da participação não só do poder público e das
capacidade de resiliência (Baltes & Smith, famílias, mas da sociedade como um todo.
2003). Esta compreensão teórica de uma No Brasil, diante da transição de
orquestração entre ganhos e perdas, morbimortalidade das últimas décadas (Paim
mecanismo conhecido como SOC (Seleção, et al., 2011), foi elaborado o Plano de Ações
Otimização e Compensação), consiste em Estrategicas para o Enfrentamento das
uma das grandes contribuições da Doenças Cronicas Nao Transmissiveis
perspectiva lifespan, hoje utilizada para (DCNT), que inclui metas de diminuição das
respaldar estratégias de promoção da velhice taxas das principais DCNT entre 2011 e
saudável (Neri, 2006). Apesar de sua 2022 (MS, 2011). A finalidade desta
relevância e da ênfase que esta perspectiva estratégia é o desenvolvimento e
deu aos fatores históricos e culturais, implementação de políticas públicas efetivas,
recebeu críticas pela excessiva integradas, sustentaveis e baseadas em
responsabilização do indivíduo em seu evidencias para a prevenção e o controle das
processo de envelhecimento e na conquista DCNT e seus fatores de risco. Além disso,
de uma velhice saudável. Assim, para pensar prevê o fortalecimento dos serviços de
em estratégia em saúde coletiva é preciso saude voltados para a atenção aos
considerar o peso dos determinantes portadores destas doenças. Para alcance das
contextuais com seus recursos para o metas traçadas, são prioridades os seguintes
desenvolvimento na velhice e também com pontos: metodologias para detecção precoce
seus riscos para desfechos desfavoráveis. de doenças; monitoramento dos agravos;

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programas de prevenção; e o sistema medico preveem ações de controle do risco para as


pessoal. É preciso lembrar que o simples doenças comuns na idade adulta, como as
controle dos agravos crônicos na população doenças cardiovasculares, começaram a
mais velha não impacta as taxas das DCNT incorporar em suas estratégias a avaliação e a
a longo prazo. Esse plano será eficaz se suas intervenção nas situações adversas
estratégias atingirem todo o curso de vida vivenciadas na infância (Larkin, Shields &
dos indivíduos, isto é, modificando o estilo Anda, 2014).
de vida na infância e com projeção de A psicologia pode oferecer significativo
manutenção de hábitos saudáveis até a apoio às política de prevenção e controle das
velhice. Nesta direção, achados relevantes DCNT, pois o campo de atuação desta
foram obtidos pelo Estudo Adverse Childhood profissão engloba uma diversificada gama de
Experiences (ACE), que consiste no técnicas voltadas para a promoção da saúde,
acompanhamento prospectivo de uma para o diagnóstico precoce e o tratamento
coorte de 17.337 adultos, utilizando um de declínios físicos, emocionais e cognitivos.
protocolo com dados de saúde e bem-estar Especificamente, na atenção à saúde mental
social, com o objetivo de identificar do idoso, as estratégias preventivas em
experiências adversas na infância psicologia tem como foco a manutenção da
relacionadas à incidência de doenças, uso de autonomia e da funcionalidade cognitiva,
medicamentos, custos de saúde, mortalidade mesmo na existência de quadros patológicos
prematura, e causas de morte (Felitti, et al., já instalados, como a prevenção do suicídio
1998; Larkin, Shields & Anda, 2014). O em quadros de depressão; do isolamento
Índice ACE inclui as seguintes experiências social em quadros de perdas da
adversas da infância: abuso físico emocional independência, e do stress, sobrecarga e
e sexual, negligência física e emocional, ter desestruturação de núcleos familiares ao
testemunhando violência doméstica, crescer enfrentar o dia a dia de cuidado do idoso
com um membro familiar doente ou acometido por patologias crônico-
fazendo uso abusivo de substância, a perda degenerativas. Dentre essas últimas, a
de um dos pais ou ter um membro da síndrome demencial, descrita no Diagnostic
família encarcerado. Estão entre os and Statistical Manual of Mental Disorders
desfechos, reconhecidos como frequentes na (DSM-V) (APA, 2013) na categoria de
idade adulta e relacionados a presença de transtornos neurocognitivos graves, é um
experiências psicossociais adversas na dos grandes temas de interesse de
infância, a depressão maior, os níveis pesquisadores e clínicos em gerontologia,
elevados de inflamação, e um agrupamento pois estão entre as principais causas da perda
de marcadores de risco metabólico (Danese total de autonomia e independência na
et al., 2009). A partir das evidências velhice. Além disso, sintomas psicológicos e
fornecidas pela publicação do Estudo ACE, comportamentais podem ser observados em
as política públicas norte-americanas, que indivíduos acometidos pelas demências e a

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avaliação dos mesmos é fundamental para o a progressão do quadro clínico


diagnóstico diferencial e tratamento neurodegenerativo (Malloy-Diniz et al.,
adequado desta síndrome. Dentre estes 2013; Caramelli & Tavares, 2007; Yassuda,
sintomas estão: apatia, depressão, ansiedade, Cid & Camargo, 2007).
insônia, medo, paranoia, alucinações, Em revisão sobre intervenções da
alterações de personalidade e de psicologia com idosos, Leandro-França e
comportamento (Tampi et al., 2011). Murta (2014) reuniram as práticas mais
Estima-se que o número de pessoas utilizadas na assistência à saúde mental desta
acometidas pela síndrome demencial no população. Entre estas intervenções estão: as
mundo era de 35,6 milhões em 2010 e que abordagens comportamentais e cognitivo-
este número deve quase duplicar a cada 20 comportamental tanto para tratamento
anos, elevando-se para 65,7 milhões em quanto para prevenção; a terapia life review
2030 e 115,4 milhões em 2050 (Prince et al., (revisão de vida) utilizada como estratégia
2013). Estes autores apontaram que, em preventiva da depressão em idosos; as
2010, 58% de todos os pacientes com intervenções de preparação para
demência viviam em países com aposentadoria (PPA); a terapia comunitária,
rendimentos baixos ou médios (contexto no frequentemente aplicada a grupos de idosos
qual se insere o Brasil) e que essa proporção de baixo poder aquisitivo com o objetivo de
deve chegar a 63% em 2030 e 71% em 2050. auxiliar no empoderamento e na resiliência.
O crescimento dos casos de demência é tido Estes autores ressaltaram também que a
como de caráter epidêmico e especialistas a orda em ecologica, embora ainda menos
defendem que, se não controlado, utilizada, é a mais adequada para
representará enorme desestrutura para o intervenções preventivas e de promoção da
sistema de saúde (Wimo & Prince, 2010). saude, pois enfatiza as complexas e
Assim, surge uma grande demanda por recíprocas interações entre os individuos, os
especialistas em avaliação e reabilitação de grupos e o seu meio ambiente (McLaren &
idosos, seja para assistência aos acometidos Hawe, 2005; Green, Richard & Potvin,
por prejuízos cognitivos ou para orientação 1996). Esta abordagem vai de encontro à
aos familiares/cuidadores. Neste cenário, a proposta do modelo biopsicossocial,
neurospicologia é um dos campos de adotado na atualidade pela saúde coletiva,
atuação do psicólogo que mais rapidamente que defende a necessidade de entender o
ganhou reconhecimento no Brasil no âmbito processo saúde-doença a partir das
da assistência e da pesquisa em saúde do condições de vida e saúde de uma
idoso. Entre os esforços dos estudiosos coletividade (Puttini, Pereira Junior &
desta área estão a elaboração e validação de Oliveira, 2010). As causas patológicas e,
instrumentos para diagnóstico diferencial consequentemente, os focos de intervenção
dos transtornos cognitivos e a busca por em saúde devem incluir o contexto social
intervenções capazes de retardar o início ou relacionado à saúde de uma população.

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Nesta direção, estratégias como elaboração teórica da dinâmica de regulação


desenvolvimento de habilidades pessoais e de perdas ao longo vida. A partir dos
do empoderamento são apontadas como pressupostos teóricos e das descobertas
forma de auxiliar indivíduos idosos e suas científicas de perspectivas como a lifespan, a
comunidades na obtenção do controle sobre psicologia do envelhecimento reconhece,
os fatores que afetam a sua saúde e hoje, que determinantes socioculturais e
qualidade de vida (Teixeira, 2002). genético-biológicos são coinfluentes nos
Contudo, para que o conhecimento desfechos experimentados na velhice.
teórico e prático da psicologia resulte em Muitos estudiosos da psicologia do
intervenções eficientes em saúde do idoso, é envelhecimento se dedicam a explicar a
necessário garantir profissionais qualificados manutenção da capacidade adaptativa na
e respaldados pelos novos paradigmas velhice e oferecem suporte para estratégias
gerontológicos. Estes profissionais podem de promoção de um envelhecimento
auxiliar na implantação das politicas publicas saudável (Carstensen et al., 2011; Schaie,
pensando a prevenção e a promoção da 2012).
saude bem além de simples técnicas de Muitas modificações acerca do que
correção comportamental e da transposição entendemos do processo de envelhecimento
de serviços aos mais velhos baseados nas humano foram obtidas, principalmente, com
estratégias utilizadas para os mais jovens. os resultados de estudos longitudinais a
partir dos quais efeitos de história e de
Considerações finais indicadores presentes nas etapas iniciais da
O envelhecimento populacional resultou vida tornaram-se foco para as estratégias
no interesse de pesquisadores e clínicos preventivas de patologias na velhice.
pelos fatores capazes de aumentar as Contudo, no Brasil, os estudos de coorte em
chances de as populações experimentarem a andamento são pouco (Faerstein, E., et al.,
velhice como uma fase satisfatória no curso 2005; Lopes et al., 2008; Horta & Victora,
de vida. Além disso, apesar de nas últimas 2008; Schimidt et al., 2014) e estes são os
décadas serem significativos os avanços na que mais contribuem para o
qualidade de vida da população mais velha, direcionamentos da saúde coletiva, pois
ainda enfrentamos desafios, como a auxiliam no reconhecimento de prioridade e
elaboração de intervenções eficazes para fatores de risco para adversidades comuns
prevenir e tratar as condições patológicas no contexto brasileiro. As pesquisas, com
crônico-degenerativas. maior tempo de seguimento, conduzidas
Os avanços das pesquisas no campo da com a população mais velha no Brasil foram
psicologia do envelhecimento contribuíram realizadas com coortes fechadas e não se
para a verificação das alterações estruturais e configuraram em estudo multicêntrico
funcionais próprias do processo de (d'Orsi, Xavier & Ramos, 2011; Lima-Costa
envelhecimento e, também, para a et al., 2011) o que limita as conclusões que

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A psicologia frente aos desafios do envelhecimento populacional 280

temos até o momento sobre os efeitos de no Brasil e o interesse pela formação em


história e as comparações entre as regiões do gerontologia ainda é tímida entre os
país. Os estudos gerontológicos no Brasil psicólogos. Desta forma, um dos maiores
são conduzidos, principalmente, nas regiões desafios do crescimento da
Sul e Sudestes e, sabendo-se das diferenças psicogerontologia no Brasil é a execução de
socioculturais em relação ao Norte- ações conduzidas por profissionais
Nordeste, temos limitada capacidade de capacitados para desenvolver intervenções
generalização dos achados obtidos. A que ofereçam respostas às demandas
Pesquisa Nacional por Amostra de resultantes das especificidades do
Domicílio (PNAD) (de Azevedo, Zanchetta, envelhecimento. Cabe à psicologia e demais
César, 2011; de Almeida (2015) fornece os áreas da saúde a ampliação do conhecimento
melhores indicadores para elaboração do sobre o envelhecimento, seja ativo ou com
planejamento de saúde da população acometimentos crônico-degenerativos, e
brasileira, pois é realizada em todo o país. sobre os fatores associados à variabilidade
Faz-se necessário, por parte dos deste processo para que estereotipações não
pesquisadores, ampliar as análises de comprometam a eficácia dos serviços
seguimento utilizando esta base de dados e, prestados à população idosa e para que a
a partir de descobertas científicas, sugerir oferta de cuidados em saúde coletiva seja
atualizações dos protocolos dos futuros uma meta articulada em todo o curso de
inquéritos. Assim, a implantação de estudos vida.
de coortes com acompanhamentos da
infância até a velhice e em toda a extensão Referências
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