UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO  é a norma penal por excelência ou norma penal em sentido

CURSO DE DIREITO estrito.

DISCIPLINA: DIREITO PENAL I
DATA: 10/05/2016  Define uma infração penal, proibindo ou impondo condutas, sob
a ameaça de uma pena;
AULA 3
 Preceitos:
DA NORMA PENAL
a) preceito primário: faz a descrição detalhada e perfeita da
conduta que se quer proibir ou impor;
 é a fonte formal imediata do Direito Penal;
b) preceito secundário: traz a cominação da pena em abstrato.
 é espécie do gênero Norma Jurídica;

1.2) normas penais não incriminadoras:

 Conteúdo: PROIBIÇÃO + MANDAMENTO (Ex: Art. 121, caput: Matar alguém
(preceito primário). Pena: reclusão, de 6 a 20 anos (preceito secundário); a) permissivas justificantes: afastam a ilicitude de
determinadas condutas.

 Características da Lei Penal: Ex: Arts. 23, 24 e 25, CP.

a) exclusividade: só a lei pode criar delitos e penas; b) permissivas exculpantes: afastam a culpabilidade do
agente, isentando-o de pena
b) imperatividade: o seu descumprimento acarreta a imposição de pena ou de medida de
segurança, tornando obrigatório o seu respeito; Ex: Art. 26, caput e 28, § 1º, do CP.

c) generalidade: dirigi-se a todas as pessoas, indistintamente, inclusive aos inimputáveis; c) explicativas: esclarecem determinados conceitos. Ex:
Arts. 327 e 150, § 4º, do CP.
d) impessoalidade: a lei penal se destina a qualquer pessoa.
d) complementares: fornecem princípios gerais para a
Exceções: anistia e abolitio criminis aplicação da lei penal.

e) anterioridade: a lei penal incriminadora só alcança fatos praticados em sua vigência e, Ex: Art. 59, CP.
assim, só retroage se para beneficiar o réu.

2) Normas Penais em branco (primariamente remetidas)

 são aquelas que necessitam de complementação para que se possa

compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário.
 Classificação:
 o complemento pode estar numa Lei, Decreto, Regulamento etc.
1) Normas Penais Incriminadoras e Normas Penais Não Incriminadoras:
 classificação:
1.1) normas penais incriminadoras:

1
 a) normas penais em branco homogêneas (homólogas ou imprópria): o
complemento está numa mesma espécie normativa, ou seja, em uma
LEI.
Ex: Art. 237, CP.
b) normas penais em branco heterogêneas (heterólogas ou próprias): o
complemento está numa espécie normativa diversa.
Ex: portaria do Ministério da Saúde complementa o Art. 28, da Lei
Antidrogas.
 normas penais em branco heterogêneas ofendem o Princípio da
legalidade?
1ª) corrente: SIM (Rogério Greco);
2ª) corrente: NÃO - posição dominante (a norma penal em branco só
prevê o núcleo essencial da conduta).
3) Normas Penais incompletas ou imperfeitas (secundariamente remetidas)
 são aquelas que, para se saber a sanção imposta pela violação do
preceito primário, o legislador nos remete a outra lei.
Ex: Art. 1º, da Lei nº 2.889/56 (crime de genocídio)
 a pena está no Art. 121, § 2º, do CP.
 Conflito Aparente de Normas Penais: ocorre quando, aparentemente, para um
mesmo fato podem ser aplicadas duas normas penais.
 Finalidade: evitar o bis in idem
 Princípios para solucionar esse conflito aparente:
a) princípio da especialidade: a norma especial afasta a aplicação da norma geral.
Ex: homicídio x infanticídio (o infanticídio possui elementares que o tornam especial em
relação ao homicídio: estado puerperal - é uma especializante)
b) princípio da subsidiariedade: na ausência ou impossibilidade de aplicação da norma
principal mais grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave (soldado de reserva).
não possui utilidade porque usa-se mais o princípio da especialidade.
c) princípio da consunção ou da absorção: o fato mais grave absorve os demais fatos
menos graves, sendo que estes atuam como meio normal de preparação ou execução
daquele ou, ainda, como seu mero exaurimento.
 hipóteses de aplicação:
c.1) crime complexo ou composto: resulta da fusão de dois ou mais crimes (Ex:
ROUBO = furto + ameaça ou lesão corporal);
c.2) crime progressivo: para alcançar o resultado pretendido pelo seu dolo, o
agente, necessariamente, produz outro resultado, antecedente e menos grave do
que o primeiro.
Ex: para praticar o homicídio, deve produzir lesões corporais.
O delito antecedente é chamado de crime de ação de passagem
c.3) progressão criminosa: o dolo inicial do agente era direcionado a um
determinado fim, mas durante os atos de execução, ele resolve ir além e produzir
um resultado mais grave.
Ex: o agente queria praticar inicialmente apenas um roubo, mas, após ingressar
na residência da vítima, resolve praticar também um estupro.
c.4) antefato impunível: funciona como um meio de execução do tipo principal,
ficando por este absorvido.
Ex: destruição do vidro do carro para depois roubar a bolsa da vítima.
c.5) pós-fato impunível: é considerado um mero exaurimento do crime principal.
Ex: vender, como se fosse seu, o celular furtado a um terceiro de boa fé.
d) Princípio da Alternatividade: é aplicado nos crimes de ação múltipla ou de conteúdo
variado ou plurinucleares.
 o agente só será punido por uma das modalidades inscritas no tipo, ainda que
tenha praticado duas ou mais condutas.