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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de ...

Processo n.º...

LEANDRO, já devidamente qualificado nos autos, vem, por meio seu advogado (a), vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com
fulcro no artigo 581, inciso V, do Código de Processo Penal, em face da decisão de pronúncia
proferida por este Juízo, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS

O recorrente foi processado pelo Ministério Público pelo crime de homicídio simples, sob a
acusação de ter causado a morte de Leonardo, durante uma partida de tênis. Conforme
narrativa dos autos, após uma discussão, Leandro atingiu a cabeça de Leonardo com a raquete,
ocasionando sua queda e posterior falecimento.

O recorrente foi pronunciado pelo magistrado, sob o fundamento de que teria agido com dolo
eventual, tendo assumido o risco de causar a morte da vítima. Inconformado com a decisão, o
recorrente interpõe o presente recurso, com base nos argumentos que serão expostos a seguir.

DO DIREITO

A decisão de pronúncia merece ser reformada, pois não há elementos suficientes para
configurar o dolo eventual por parte do recorrente. Não há prova nos autos de que ele teria
agido com a intenção de causar a morte de Leonardo ou que tivesse assumido o risco de
produzir esse resultado.

A agressão foi de baixa intensidade, sem uso de força desproporcional, e a vítima caiu e bateu
a cabeça em uma haste de suporte da rede, o que não era uma consequência previsível da
conduta do recorrente. Não é razoável presumir que o recorrente teria assumido o risco de
produzir um resultado tão grave contra alguém que não tinha condições de se proteger e que
estava em uma situação de vulnerabilidade.

Assim, entende-se que a decisão de pronúncia deve ser reformada, para que o recorrente seja
absolvido da acusação de homicídio. Não há elementos suficientes para sustentar a tese de
dolo eventual e, portanto, não deve ser levado a júri popular.
Nesse sentido, entende-se que a conduta de Leandro se amolda mais adequadamente ao tipo
penal de lesão corporal seguida de morte, previsto no artigo 129, § 3º, do Código Penal. O
recorrente não teve a intenção de causar a morte de Leonardo, mas sim uma lesão corporal,
sendo o resultado morte uma consequência imprevista e não pretendida.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se o recebimento do presente recurso em sentido estrito, com sua
devida instrução e posterior remessa ao Tribunal de Justiça do Estado, para que seja reformada
a decisão de pronúncia, absolvendo-se o recorrente da acusação de homicídio; e caso não se
entenda pela absolvição, seja reconhecida a ocorrência do crime de lesão corporal seguida de
morte, em conformidade com o artigo 129, § 3º, do Código Penal.

Nesses termos, pede deferimento.

[Local e data]

[Assinatura do advogado]

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