EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA DO

TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE __

Processo nº: __

BRAD TAYLO, já devidamente qualificado nos autos da

ação penal acima indicada, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, por meio de seu advogado, com fundamento no inciso IV do Art.
581 do Código de Processo Penal, interpor:

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.

Desse modo, requer que seja recebido e processado o

referido recurso, com razões inclusas.

Termos que pede e espera deferimento.

Cidade, UF, Data.

ASSINATURA
ADVOGADO(A)

#5770795 Fri Nov 5 17:15:16 2021

 OAB nº _

I - RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Origem: 1º Vara do Tribunal do Júri da Comarca de __

Recorrente: Brad Taylo
Recorrido: Ministério Público

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,

COLENDA TURMA,
DOUTOS JULGADORES.

O presente recurso interposto, fez-se necessário, pois, a sentença de

pronúncia proferida pelo Meritíssimo Juiz de Direito da 1ª Vara do Tribunal do
Júri da Comarca __, não merece prosseguimento, pelas razões de fato e de
direito expostas a seguir:

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 II – DOS FATOS

Conforme dispõe as alegações narradas na denúncia oferecida pelo

Ministério Público, Brad Taylo e Robert Durval, discutiram após uma partida de
tênis, momento em que o recorrente teria golpeado a cabeça de Robert
utilizando-se de uma raquete. Robert desequilibrou-se com o golpe que foi
desferido e, ao cair no chão, chocou com a cabeça na guia, fato que culminou
no seu falecimento.

Brad foi processado em liberdade perante a 1ª Vara do Tribunal do Júri,

por homicídio simples, previsto pelo Art. 121 do Código Penal, e pronunciado
pelo magistrado, a partir do entendimento de que houve dolo eventual, pois,
entendeu-se que o recorrente teria assumido o risco de produzir o resultado, ao
desferir o golpe de raquete contra Robert, embora tivesse sido relatado que o
golpe não havia sido tão forte.

III - DO DIREITO

A respeitável sentença de pronúncia, de acordo com os fatos expostos

acima, não merece prosperar, pois, não há crime doloso contra a vida, visto
que, o recorrente não possuía a pretensão de causar a morte de Robert. A
conduta praticada não é abordada pelo Caput do Art. 121 do Código Penal,
conforme é demonstrado abaixo:

“ Art. 121°. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos. ”

Desse modo, não havendo dolo por parte de Brad, não existe a
possibilidade de responsabiliza-lo pela prática do crime de homicídio, porque, o

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que de fato ocorreu foi lesão corporal seguida de morte, tendo em vista que, o
recorrente visou lesar fisicamente Robert, porém, não teve a intenção de tirar-
lhe a vida.

Por isso, fica evidente que o ocorrido trata-se de lesão corporal com
resultado morte, crime no qual inexiste dolo, pois, o resultado não corresponde
com a intenção do autor. Acerca da conduta mencionada, o § 3º do Art. 129°
do Código Penal, estabelece o seguinte:

“ Art. 129º. Ofender a integridade corporal ou a saúde de

outrem:

...

§ 3°. Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o

agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. ”

Portanto, é possível afirmar que, tal sentença de pronúncia, não possui

justificativa legal no que tange a condenação do recorrente pela prática do
crime tipificado no Caput do Art. 121 do CP, tendo em vista que, não houve
dolo eventual.

IV – DAS PROVAS

Visa-se provar as alegações pelos meios de prova admitidos em direito.

V - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, é requerido à Vossa Excelência que determine:

a) que seja conhecido e provido o presente recurso em sentido estrito;

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 b) a despronuncia do recorrente, para que seja imputado o crime previsto
pelo § 3º do Art. 129º do Código Penal no lugar do crime previsto pelo
Caput do Art. 121° do CP, ora imputado;

Nestes termos,
Pede deferimento.

Cidade, UF, data.

ASSINATURA
ADVOGADO(A)
OAB nº _

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