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Abrigos e suas rotinas

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O Que é o Abrigo?
(Fonte – Coletânea Abrigar – Instituto Camargo Corrêa)

• 1. Para a Lei
• Segundo o ECA, o abrigo é uma medida de proteção integral e especial,
provisória e excepcional, para crianças em situação de risco social e
pessoal. A entrada da criança no abrigo implica abertura de um processo
judicial, o afastamento (provisório ou não) da convivência familiar e a
passagem da guarda provisória dela para o dirigente do abrigo.
• O ECA também preconiza princípios para os abrigos.
– Preservar os vínculos familiares; integrar o abrigado em família
substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família de
origem; promover o atendimento personalizado e em pequenos grupos;
desenvolver atividades em regime de co-educação; não desmembrar
grupos de irmãos; evitar, sempre que possível, a transferência para
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; promover a
participação dos abrigado na vida da comunidade local; preparar
gradativamente o abrigado para o desligamento; promover a participação
de pessoas da comunidade no processo educativo.
• Registre-se ainda que as obrigações impostas às unidade de internação
(ECA, art. 94) também são aplicáveis, no que couber, aos abrigos , ECA, art.
94, §1º)

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O Que é o Abrigo?
(Fonte – Coletânea Abrigar – Instituto Camargo Corrêa)

• 2. Para as famílias dos abrigados


• Para as famílias, o abrigo cumpre uma grande função de
ajuda, substituindo-os nos cuidados e na educação dos
filhos, enquanto lutam para a sobrevivência. As famílias
procuram apoio no abrigo, sem perceber a ausência de
políticas públicas. Tampouco percebem que estão
delegando ao Estado o poder de guarda dos seus filhos.
• Acreditam que o abrigo é a grande sorte, a chance de dar
aos filhos aquilo que elas se sentem incapazes: educação,
saúde, alimentação adequada, segurança. Crêem que a
criança sairá do abrigo preparada para ajudá-las. Tendo
muitos filhos, aquele que foi para o abrigo (ou colégio
interno) é visto como o que teve a melhor oportunidade,
pois estará “mais estudado, mais educado, mais bem
cuidado”.
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O Que é o Abrigo?
(Fonte – Coletânea Abrigar – Instituto Camargo Corrêa)

• 3. Para a comunidade
• A comunidade sente-se aliviada por alguém (no
caso, o abrigo) assumir a pobreza. Sente-se que
tem alguém para fazer aquilo que ela não pode,
não sabe ou não quer fazer.
• Por outro lado, não deseja o abrigo como
vizinho. O sentimento de quem convive com o
abrigo é contraditório: ele causa pena e raiva.
Além do mais, há o temor da desvalorização da
propriedade em que mora.

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O Que é o Abrigo?
(Fonte – Coletânea Abrigar – Instituto Camargo Corrêa)

• 4. Para os profissionais dos abrigos


• O abrigo é espaço de:
– proteção, acolhimento, resgate de vínculos;
– Preservação da essência do ser na sua diferença;
– Respeito às histórias, às crenças, aos gostos;
– Referência, reconstrução da história;
– Protagonismo, atuação, autonomia;
– Busca do próprio potencial, de realização, de conhecimento de
si e das próprias qualidades;
– Recuperação do desejo de conquista e da capacidade de
sonhar;
– Desenvolvimento de apoio mútuo, confiança;
– Reconstrução do projeto de vida da criança e da família;

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O Que é o Abrigo?
(Fonte – Coletânea Abrigar – Instituto Camargo Corrêa)

Movimentos de Mudança

A tomada de consciência pelos profissionais


da cultura existente e da cultura desejada
mostra-se essencial no processo de
reconstrução do papel e da identidade do
abrigo. Torna-se essencial o conhecimento
de si e a busca da própria força para
conquistar autonomia e reconstruir a própria
história.

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Fiscalização dos abrigos
(Responsabilidade pela fiscalização das entidade)

• As entidades governamentais e não-


governamentais, referidas no art. 90, serão
fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e
pelos Conselhos Tutelares (ECA, art. 95).
• Na verdade, são muitos os supervisores do abrigo:
desde a comunidade do entorno até os órgãos
públicos fiscalizadores, como secretarias municipal
e estadual, Judiciário, Ministério Público, Conselho
Tutelar, Conselho de Direitos.
• Não há nenhuma integração entre os órgãos, e
todos se sentem superiores ao abrigo no saber e no
direito de dizer como educar crianças.
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Fiscalização dos abrigos
(Sujeição das entidades)

• O ato de impedir ou embaraçar a ação da


autoridade judiciária, membro do
Conselho Tutelar ou representante do
Ministério Público no exercício de
fiscalização de entidades pode configurar
o delito previsto no art. 236 do ECA,
sujeitando o infrator à pena de detenção
de seis meses a dois anos.

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Fiscalização dos abrigos
(Medidas aplicáveis pelo descumprimento de obrigações)

• Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem


obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de
seus dirigentes ou prepostos:
• I - às entidades governamentais:
• a) advertência;
• b) afastamento provisório de seus dirigentes;
• c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
• d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
• II - às entidades não-governamentais:
• a) advertência;
• b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
• c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
• d) cassação do registro.
• Parágrafo único. Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de
atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o
fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária
competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou
dissolução da entidade.

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• DADOS GERAIS

• Nome da entidade:
• Natureza: ( )Governamental ( ) Não Governamental
• Data da Fundação:
• Endereço:
• Telefone:
• Fax:
• Site/email
• Registro CMDCA:
Validade:
• Registro CMAS:
• Validade:
• Nome do dirigente:
• Qualificação:
• Tempo na Instituição:
• Fonte e valores de custeio (declinar a fonte e os valores recebidos)

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• POPULAÇÃO ATENDIDA

• Capacidade Total:
• Número de unidades:
• Capacidade por unidade
• Sexo
• Faixa Etária

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• RECURSOS HUMANOS

• Número de funcionários que trabalham na instituição


• Função por eles exercida e o seu respectivo nível de
escolaridade, regime e horário de trabalho
• Possui voluntários?
• Quais as áreas de atuação?
• Possui estagiários?
• Quais são as áreas de atuação
• Os estagiários recebem supervisão técnica?
• Quem supervisiona
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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• ABORDAGEM TÉCNICA INSTITUCIONAL



• Ao receber criança e/ou adolescente encaminhado pelo ConselhoTutelar ou Vara da
Infância e Juventude, a instituição recebe prontuário/relatório contendo informações
acerca do abrigado?
• A qualidade e agilidade das informações repassadas ajudam na elaboração do Plano
Individual de Atendimento (PIA) da criança. e/ou adolescente abrigado?
• O Plano Individual de Atendimento – PIA - contem:
– dados pessoais – nome/idade/sexo/raça
– foto
– histórico de vida
– explicitação acerca da necessidade de atendimento especializado
– avaliação da situação familiar
– relatos das ações realizadas visando à manutenção dos vínculos familiares
– relatos acerca de outros encaminhamentos
– avaliação periódica
• A instituição realiza atendimento personalizado e em pequenos grupos
• Qual é o período médio de acolhimento?
• Há crianças e/ou adolescentes de outros municípios no abrigo? Quantas?

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• PRINCíPIOS ADOTADOS

• Preservação dos vínculos familiares


– Permite a visitação da família com datas e horários pré-estabelecidos
– Permite a livre visitação da família
– Incentiva contatos telefônicos
– Incentiva troca de correspondência
– Incentiva a participação dos familiares na vida escolar e comunitária dos filhos
– Promove condições efetivas para o não desmembramento de grupos de irmãos
– Promove visitas das crianças e adolescentes às suas famílias
– Promove passeios das crianças e adolescentes com suas famílias
– Promove serviço de localização da família de origem
– Outros (Especificar)
• Há uma rotina de atividades para as crianças e adolescentes atendidos?
• Há envolvimento e participação das crianças e dos adolescentes nas atividades cotidianos
do abrigo?
• Há informação à criança, ao adolescente e à família sobre sua situação processual?
• A instituição abriga alguma criança. e/ou adolescente com deficiência?
• Quantas e quais deficiências?
• Em caso positivo, quais as atenções especiais dispensadas aos abrigados (tratamento
especializado, uso de medicamentos, etc)

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

Intregração com a rede sócioassistencial


Serviços/ Funcionários/ Utiliza serviços Não oferece Observações
atividades voluntários no da comunidade
próprio abrigo
Apóio/
tratamento para
dependentes
químicos
Assistência
Jurídica

Atenção à
saúde

Assistência
Psicológica

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

Intregração com a rede sócioassistencial


Serviços/ Funcionários/ Utiliza serviços Não oferece Observações
atividades voluntários no da comunidade
próprio abrigo
Assistência
religiosa

Assistência
Social

Atividades
Culturais e
Lazer

Atividades
Esportivas

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

Intregração com a rede sócioassistencial


Serviços/ Funcionários/ Utiliza serviços Não oferece Observações
atividades voluntários no da comunidade
próprio abrigo
Educação

Profissionalização
p/ adolescentes

Orientação
sexual

Acompanhamento
Escolar
--------------------- --------------------- --------------------- --------------------- ---------------------
Outros-
especificar 17
Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• CONFORTO AMBIENTAL
• número de dormitórios por unidade
• número de atendidos por dormitório
• existência de locais individuais para a guarda de objetos
pessoais
• adaptação física para acesso aos portadores de
deficiência

• Inserção da edificação no contexto da comunidade


– existência de outras residências nas proximidades
– disponibilidade de serviços na vizinhança
– não identificação externa da instituição
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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• ABORDAGEM FAMILIAR
• Trabalho desenvolvido com as famílias/reinserção familiar
– Apoio financeiro
– Auxílio transporte para a realização de visitas
– Apoio material (cesta básica, medicamentos,etc.)
– Assistência Jurídica
– Encaminhamento para serviços em saúde mental (álcool e drogas)
– Encaminhamento para programas de qualificação profissional
– Encaminhamento para programas de auxílio e proteção à família
– Reuniões, grupos de discussão/apoio
– Encaminhamento para atendimento psicológico
– Visita domiciliar
– Outros (Especificar):
• Não realiza ações para as famílias

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• PREPARO PARA O DESLIGAMENTO

• No último ano qual o número de crianças e adolescentes que


retornaram às suas famílias de origem?
• Há incentivo à convivência dos atendidos com outras famílias?
• Tem conhecimento do Plano Nacional de Convivência Familiar e
Comunitária?
• Utiliza/mantém programa de famílias acolhedoras?
– Quem oferece o programa? Município? Ong? Outras?
Cadastramento no CMDCA?
• Incentiva a integração em família substituta (guarda, tutela,
adoção)?
• No último ano quantas crianças e/ou adolescentes foram colocados
em família substituta?

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• PREPARO PARA O DESLIGAMENTO (continuação)


• Há um programa para o adolescente que está próximo ao desligamento pela maioridade
• Em caso positivo
– Encaminhamento para cursos de qualificação profissional
– Inserção no mercado de trabalho
– Encaminhamento para repúblicas/pensionatos que fazem a transição
– Encaminhamento para programas oficiais ou comunitários de auxílio
– Promoção de vínculos com parentes/amigos para que possam apoiar o adolescente
– No último ano quantos adolescentes foram desligados por terem completado a maioridade?
– Há programa de apoio e acompanhamento dos egressos da instituição?
– Apoio financeiro (em dinheiro)
– Apoio material (cesta básica, medicamentos, etc)
– Assistência jurídica
– Auxílio na busca de trabalho/renda
– Encaminhamento para cursos de qualificação profissional
– Reuniões, grupos de discussão/apoio
– Visita domiciliar
– Acompanhamento psicológico
– Outros (Especificar)
• Por quanto tempo e como o acompanhamento aos egressos é realizado?

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Fiscalização dos abrigos
(Roteiro de Fiscalização – Sugestão do CAO Infância - SP)

• FONTES DE FINANCIAMENTO
• A instituição recebe recursos públicos?
• Municipal (____)
• Estadual (____)
• Federal (____)

• A instituição recebe recursos privados?


• Em caso positivo quais as fontes

• A instituição conta com recursos próprios?


• Em caso positivo, como os mesmos são obtidos?
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• SUPERVISÃO TÉCNICA

• Há supervisão técnica institucional na instituição?


• Quem e em qual periodicidade a instituição é supervisionada?

• CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

• Os funcionários/prestadores de serviço passaram por algum curso


de capacitação?
• Em caso afirmativo qual o tipo de capacitação aplicada?
• Quais foram os funcionários/prestadores de serviço que
participaram dessa capacitação?

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