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Atrito

Introdução – modelos de atrito (Amonton-Coulomb)

A observação microscópica de uma superfície


revela que ela não é perfeitamente lisa, sendo, na
verdade, constituída por inúmeros picos e vales
que definem a sua rugosidade.

a 2 + b 2 + c 2 + d2
RRMS =
Rugosímetro 520mm a 0.007 mm n

a+b+c +d
Ra = No caso de um seno perfeito RRMS=1.11Ra
n

1
Ra = 0.007 µm 0.2 µm 0.3 µm 0.4 µm 0.5µm 0.8 µm
Atrito
Introdução – modelos de atrito (Amonton-Coulomb)

Os picos e vales levam a que o contacto entre duas


superfícies seja, na maioria das vezes, limitado aos
picos mais elevados, ou asperezas, de cada uma das
superfícies.

P= p
i
r
Ari F= 
i
r
Ari
P F
P

F pr pr

F 
 A ferramenta lubrificante
r ri
r a r r
m= = i
= = mr
P p A r ri
pr peça

i A ri A ri
Aa

O modelo de atrito de Amonton-Coulomb determina que o


coeficiente de atrito seja independente das áreas real e aparente de
F  contacto, sendo única e exclusivamente proporcional às forças
m= =
P p aplicadas e, consequentemente, às tensões desenvolvidas entre as
duas superfícies. 2
Atrito
Introdução – modelos de atrito (Amonton-Coulomb)

Quando a pressão normal é muito elevada, a área real de contacto tende para a área aparente,
especialmente no caso de materiais dúcteis isentos de contaminantes ou de fluidos retidos na
superfície. Atingida a área máxima de contacto, a tensão de corte devida ao atrito estabiliza e
adquire um valor constante. Este facto permite concluir que na gama das pressões de contacto
elevadas o coeficiente de atrito, m, é pouco ou nada dependente da pressão normal aplicada.


Tresca P
F
 rmax k 1
m adesão =  = = 0 .5 k
pr e 2 2

Aa arctg m =
von Mises p2 p
 rmax k 1
m adesão =  = = 0.577  =mp
pr e 3 +k

2
1 

p1 p2

-k
3
Atrito
Introdução – modelos de atrito (Prandtl)

A generalidade dos processos de fabrico que envolvem deformação plástica de materiais


metálicos caracteriza-se por possuir pressões de contacto elevadas nas interfaces de contacto
entre o material e a ferramenta.
O modelo de Prandtl surge como alternativa ao de Amonton-Coulomb e estabelece que a tensão
de corte devida ao atrito deve ser independente da pressão de contacto entre as duas
superfícies. Desta forma, o modelo de Prandtl poderá ser aplicado sempre que as pressões de
contacto sejam muito elevadas, onde, como se viu, o coeficiente de atrito m começa a deixar de
ter significado.

 == m
mmax
max ==mmkk
m == 00 aa 11) )
(m

4
Atrito
Introdução – caracterização experimental do atrito (ensaio de anel)
A caracterização experimental do atrito pode ser efectuada através do ensaio de anel.
De facto, durante a compressão axial de um anel a variação do seu diâmetro interno é sensível
ao atrito que existe na interface de contacto entre o material e os pratos compressores.
Em condições ideais de lubrificação, isto é, quando não existe atrito, o anel expande-se
uniformemente e o material movimenta-se radialmente, com uma velocidade que é proporcional
à distância ao centro.
À medida que o atrito aumenta, para uma mesma redução de altura, a velocidade de expansão
do diâmetro interno vai reduzindo-se até que, para valores mais elevados de atrito, se torna
energeticamente mais favorável que parte do material do anel se movimente para o exterior e
que outra parte se movimente para o interior, originando uma diminuição do diâmetro interior
do anel. (d - d ) / d (d - di )
i0 i i0 i0

Coeficiente de atrito, m 0.4 Facto


60 60
0.3
50 0.577 50
0.2
40 40

30 30

20 0.1 20

10 10
0.06
0 0
0.05
-10 0.04 -10

-20 0.03 -20


~ 0.0
(h0 - h) / h 0 5
0 10 20 30 40 50 60 0 10

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