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Como aprendemos
Muita gente sonha com uma fórmula mágica que lhes garanta aprender
instantaneamente. Todavia, não existe aprendizagem instantânea. Por
isso, mais do que nunca é pertinente que o professor se pergunte: como
aprendemos?
E para responder a essa pergunta, podemos contar com as ciências da
aprendizagem.
As ciências da aprendizagem fizeram grandes avanços nas últimas Dica: Procure
décadas. Elas questionaram os currículos, os ambientes de conhecer os trabalhos
aprendizagem e, principalmente, o conteúdo e a forma como ensinamos realizados pelos
- a prática docente. Elas buscam respostas que ajudem os professores a pesquisadores na
promover a aprendizagem dos alunos. área da Neurociência
do aprendizado, como
Em geral, esperamos que as ciências da aprendizagem forneçam aos Suzana Herculano-
professores soluções viáveis para os dilemas da sala de aula. Mas, de Houzel, Roberto Lent e
fato, o que extraímos das ciências da aprendizagem são os princípios outros. Explore aqui:
para arquitetar nossas propostas educativas, assim como ocorre nas
demais áreas. A física, por exemplo, não apresenta o projeto de uma https://youtu.be/SzEK0PNE
ponte ou de um carro, ela nos oferece princípios para desenvolvê-los. u0o
http://www.cienciahoje.org.b
r/coluna/p/id/16/n/bilhoes_d
e_neuronios
1Pereira, Júlio Emílio Diniz. “As licenciaturas e as novas políticas educacionais para a formação
docente.” Educação & Sociedade nº 68. Campinas: CEDES, dezembro/99, 109-125 (in:
http://www.cedes.unicamp.br/publicacoes/edicao/392).
1
Algo similar ao caso dessa escola de natação até pode, infelizmente, ser
encontrado no sistema educacional atual, por conta de equívocos
conceituais e até epistemológicos. Mas, uma análise da evolução da
educação básica em diferentes escolas nos permite ver iniciativas de
mudança bastante promissoras, sinalizando a adoção cada vez mais
frequente de metodologias ativas.
Ao comentar os modelos educacionais inovadores, Moran 2 afirma:
Quanto mais aprendamos próximos da vida, melhor. As
metodologias ativas são pontos de partida para avançar
para processos mais avançados de reflexão, de
integração cognitiva, de generalização, de reelaboração
de novas práticas.
Nas metodologias ativas de aprendizagem, o
aprendizado se dá a partir de problemas e situações
reais; os mesmos que os alunos vivenciarão depois na
vida profissional, de forma antecipada, durante o curso.
2
Equilíbrio
Equilíbrio
Atividade
Desequilíbrio
Elaboração
▪ Pensa, raciocina, ou seja: coloca em ação
Desafio e/ou uma série de funções cognitivas e
desequilíbrio operações mentais (tais como percepção,
comparação, análise, classificação,
organização, síntese, levantamento de
hipóteses, etc.), a partir de conhecimentos
prévios, que permitem atribuir um
significado pessoal ao novo conteúdo e o
transformam em novo conhecimento. Novas maneiras de
▪ Aplica e compartilha, isto é: transpõe para pensar, sentir e agir ou
novas situações, interage com os outros, fazer novas
testa, avalia e reorganiza o novo competências maior
conhecimento, o que aumenta o potencial autonomia.
para novas experiências de aprendizagem.
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provocar uma alteração na estrutura cognitiva da pessoa, criando uma
forma nova, mais complexa e mais competente de ver e sentir o ambiente,
de pensar e agir sobre ele. Assim, novos problemas e conteúdos
possibilitam novas mudanças internas nos indivíduos, e é nesse sentido
que a aprendizagem vai se tornando um processo elaborado, interativo e
dinâmico de mudança de comportamento, do qual resulta a constituição
de novas competências.
Nesse modelo, pode-se dizer que: Essa ajuda ocorre num espaço
dinâmico, onde, por meio da
▪ o ensino ajuda o processo de aprendizagem, mas não interação e contribuição de outros,
substitui a elaboração mental construtiva do sujeito;5 uma pessoa consegue trabalhar e
▪ aprender resulta em constituir competência, conseguir resolver um problema ou realizar
uma atividade de um modo e em
fazer o que antes não se conseguia, o que gera ampliação um nível que não conseguiria fazer
da autonomia do sujeito. sozinha.
5Essa ênfase na elaboração mental construtiva do sujeito, mediada e potencializada pela interação
com os outros, dimensionam o construtivismo sociointeracionista.
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Processo de aprendizagem Elaboração
▪ Pensa, raciocina, ou seja: coloca em ação
Desafio e/ou uma série de funções cognitivas e
desequilíbrio operações mentais (tais como percepção,
comparação, análise, classificação,
organização, síntese, levantamento de
hipóteses, etc.), a partir de conhecimentos
prévios, que permitem atribuir um
significado pessoal ao novo conteúdo e o
transformam em novo conhecimento.
▪ Aplica e compartilha, isto é: transpõe para Novo
novas situações, interage com os outros, Conhecimento/novas
testa, avalia e reorganiza o novo competências
conhecimento, o que aumenta o potencial Novas maneiras de pensar,
para novas experiências de aprendizagem. sentir e agir ou fazer.
Prática docente
Organização da Feedback e
situação de Estímulo e orientação da elaboração e aprimoramento do
aprendizagem aplicação desempenho
Figura 3. Relação entre processo de aprendizagem e prática docente6
6Fonte: NORI, M. Teresa M. Bases da metodologia Senac Rio. Rio de Janeiro: Senac/Gerência de
Educação, 2009-2011.