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RESUMO ROMA

Todos sabem que Roma é o nome dado para a capital atual da Itália, porém, na antiguidade
Roma foi o nome dado a um Império. No entanto, o surgimento deste Império se deu a partir
de um processo de ampliação progressivo, ou seja, ocorreram diversos fatores na civilização
romana até que a sociedade passou a se organizar socialmente em um sistema imperial. A
primeira fase deste processo ocorre quando o povo que vivia na região da atual Roma se
liberta do domínio dos Reis Etruscos em 509 antes de Cristo, após este ocorrido surge a
República Romana, com toda uma organização administrativa, jurídica e política, que vai ser
fundamental para a sustentação desta civilização contra guerras estrangeiras e para a
conquista de novos territórios.
Somado a isso, com a expansão territorial de Roma foram surgindo vias e estradas que
ligavam a cidade central até as novas cidades dominadas. Esse costume de construir estradas
servia para marcar estas conquistas fundamentais. A título de exemplo temos a Via Appia,
que liga a cidade de Roma até a cidade de Cápua, que existe até os dias atuais e em bom
estado, apesar de seus 200 km de extensão. A sua durabilidade é resultado de uma
pavimentação feita com pedras e rochas, o que não acontecia em todas as estradas, mas no
caso da Via Appia, como era uma estrada importante por ligar Roma até Cápua, cidade onde
os patrícios romanos possuíam sítios, ela recebeu este tratamento estrutural durável. Até os
dias atuais existem estradas na Europa que, apesar de asfaltadas, seguem o traçado original
feito pelos romanos.
Além das estradas, outras construções importantes são os aquedutos, que servem para
conduzir água. Os aquedutos representam um dos monumentos mais importantes da arte
romana da construção. O primeiro aqueduto construído dada do fim do quarto século antes de
Cristo, e é chamada de Acqua Appia, próximo a Via Appia, que possui 16 km de extensão. A
sua construção é baseada em uma sequência de arcos, como espécie de ponte, que
sustentavam duas ou três canalizações. Em alguns casos, quando existia algum obstáculo
natural, eram utilizados túneis. A complexidade deste tipo de construção é altíssima, e exigia
cálculos muito precisos, pois o único meio de conduzir a água era por meio da queda e o
desnível do trajeto.

Outros exemplos de aquedutos romanos são:


 O aqueduto de Segovia, que fica na atual Espanha, e possui 900 metros de
comprimento, e uma altura máxima de 28,10 metros, composto por 166 arcos e 20.400
blocos de granito. Uma curiosidade sobre ele é que não possui nenhuma espécie de
“argamassa” e os únicos fatores que mantém a estrutura de pé são o peso e o
equilíbrio.

 O aqueduto de Pont du Gard, localizado na atual França, talvez seja o mais famoso
pela sua beleza. Neste caso, o aqueduto era constituído de 50 km, de pontes e túneis, e
possui pedras de até 6 toneladas, que eram mantidas por amarrações de ferro sem o
uso de uma “argamassa”.

Analisando a maquete da cidade de Roma, já no período imperial, nota-se a expressividade


da engenharia romana e a grandeza do Aqueduto de Cláudio. O fim deste aqueduto se da no
centro da cidade de Roma, e alimentava naquela época, século I depois de Cristo, os
aposentos dos Imperadores, juntamente com os fóruns e edifícios relevantes. Observa-se,
também, vários aquedutos menores que alimentavam uma espécie de bairros, mostrando uma
grande rede de distribuição de água e a preocupação das autoridades políticas com esse tipo
de “serviço público”.

Circos e Teatros:

Os circos, tipologia arquitetônica romana data do século IV antes de Cristo, serviam como
um espaço para a prática de jogos, apresentações esportivas e corridas. Neste ínterim, os
circos foram concebidos em uma época em que Roma estava passando por um processo de
expansão, e eram feitos em um formato oval, constituídos por uma arquibancada, um espaço
particular para os oficiais romanos, uma pista de corrida de cavalos, uma espécie de linha no
meio da pista com estátuas, troféus, obeliscos, etc.
Outro componente fundamental na vida popular e cultural dos romanos são os teatros, que
estão presentes em praticamente todas as cidades do Império. No centro de Roma existia uma
concentração importante de teatros, dispostos na organização da cidade muito próximos uns
dos outros, em um total de quatro teatros. Esses edifícios em Roma são datados dos séculos I
antes de Cristo e século I depois de Cristo, e são constituídos por semicírculos, com uma
arquibancada bastante íngreme que converge para uma espécie de palco com uma parede de
fundo, que escondia as salas onde os artistas se preparavam.
Observando um desenho do século XVIII e XIX do Teatro de Orange, localizado na atual
França, nota-se a beleza plástica de sua construção e um fundo de cena (Fons Scaenae)
arquitetônico, repleto de relevos, estátuas, colunas com belos capitéis, etc. Além disso, existia
um sistema estrutural bastante complexo de escadarias e galerias de acesso, que ficava entre a
faixada externa e a arquibancada. Essa estrutura seguia um planejamento muito eficaz de
acesso dos indivíduos aos seus acentos. A título de comparação, em termos construtivos, os
teatros gregos se diferem dos teatros romanos no quesito estrutura, pois na Grécia as
arquibancadas eram apoiadas sobre um morro ou uma colina, já em Roma os teatros eram
inteiramente construídos, ou seja, não utilizavam de nenhum apoio natural, eram estruturas
autônomas e independentes de uma topografia pré-existente, fazendo-se necessário um bom
planejamento estrutural de acesso às arquibancadas.

Os Anfiteatros:

Os anfiteatros, datados do século I depois de Cristo, conhecidos como Coliseu, não


aparecem em todas as cidades romanas, como os teatros, devido a sua complexa estrutura,
mas estava presente nas principais cidades do Império. O maior e mais famoso Anfiteatro é o
de Flávio, localizado na cidade de Roma, que possui uma extensão de 206 metros de
comprimento, 170 metros de largura, e uma altura de 45 metros composto por quatro andares,
o primeiro nível com pilastras e colunas externas embutidas de ordem Dórica, segundo nível
de ordem Jônica, terceiro nível de ordem Coríntia e o quarto nível maciço, que era coroado
por uma sequência de hastes que serviam de apoio para uma espécie de lona de cobertura.
Ademais, sua capacidade máxima abrigava em torno de 50 mil pessoas.
Outrossim, é lícito postular que nos anfiteatros aconteciam espetáculos diferentes dos que
ocorriam nos circos e teatros. Os anfiteatros, conhecidos também como Coliseus, recebiam
lutas entre animais selvagens, geralmente capturados no norte da África, como leões, tigres,
panteras, etc, e lutas entre gladiadores, geralmente prisioneiros de guerra, e até mesmo de um
gladiador contra um animal selvagem. Com isso, vale ressaltar a brutalidade destes conflitos
que, na época, eram adorados pelo público, num aspecto de comemorar o sague, o sacrifício e
a crueldade.
Neste contexto, esta cultura do divertimento violento correspondia a algo que foi muito
analisado pela história, a política do Pão e Circo (Panem et Circenses), que corresponde a
uma ação voluntária do Império em uma época de domínio absoluto, seguindo o ideal de que
se você garante comida e divertimento regular para a população, você esta comprando o
silêncio e a passividade da sociedade.

Fóruns Imperiais:

Os Fóruns Imperiais, também conhecidos como Basílicas, que começaram a ser construídos
no fim do século I antes de Cristo, surgiram com o Imperador Júlio Cesar, com o intuito de
criar na cidade de Roma um espaço de discussão política, para a criação de uma série de leis
que resolvessem os problemas urbanos da cidade que, por ser a capital, sofria com problemas
de superlotação, higiene, etc. (O termo “Basílica”, na época do Império Romano, era
utilizado para denominar tribunais de justiça\fórum de justiça, e essa tipologia arquitetônica,
futuramente, vai inspirar os arquitetos de igrejas, e por isso temos esta nomenclatura nos dias
atuais para se referir a templos católicos).
No entanto, quando Júlio Cesar pensou em solucionar os problemas da cidade de Roma, o
primeiro plano era de desmatar as áreas verdes da cidade e construir mais residências, para
“desafogar” o grande centro urbano. Porém, está ideia não se concretizou, devido às questões
relacionadas ao ambiente. A solução, então, encontrada por Júlio Cesar foi de transferir os
quarteis do exército, que ficavam no centro da cidade, chamados de Campus de Marte, para o
outro lado do Rio Tibre, e com isso, ganhando um grande espaço no centro de Roma para a
construção de novos blocos residenciais.
Ademais, com o advento desta mudança, foi-se necessário construir uma nova via de
circulação que ligasse o grande centro urbano à nova área residencial. Para isso, algumas
residências e construções que ficavam entre esses dois blocos foram destruídas, com o fim de
liberar espaço para dar início a uma nova “avenida”.
Portanto, foi a partir deste projeto de lei e a necessidade de discutir política que os primeiros
fóruns foram surgindo. Analisando as plantas dos Fóruns Imperiais, nota-se a presença de
grandes pátios abertos, cercados por galerias e escadarias de acesso, pórticos que antecedem
as entradas principais, colunatas e ao fundo de alguns Fóruns existiam templos que
homenageavam certos Deuses e até mesmo Imperadores. Na cidade de Roma possuía um
bloco constituído por quatro Fóruns, O Fórum de Júlio Cesar, O Fórum de Trajano, O Fórum
de Augusto e o Fórum Vespasiano. Todas essas construções eram, em termos arquitetônicos,
bem trabalhadas, ricas em detalhes, colunatas quadradas e redondas, estátuas, etc, pois, apesar
de ser um espaço público, recebia os governantes romanos.

O Pantheon:

O Pantheon, datado do século II depois de Cristo, era uma construção inovadora para a
época e sua tipologia arquitetônica era algo singular, feita para cultuar os Deuses. Tal edifício
era constituído por uma entrada com uma estrutura de templo clássico e uma passagem
intermediaria rápida que da acesso a um grande espaço circular, encimado por uma cúpula
que possuía uma janela circular ou claraboia no teto.
O interior do Pantheon é um espaço muito elegante, composto por um revestimento no chão
de mármore, estátuas dos Deus, colunatas de ordem Coríntia e uma Cúpula superior audaciosa
para a época, se tratando de termos estruturais.
A cúpula, com 43 metros de diâmetro, era um desafio estrutural e arquitetônico incrível, que
necessitou o uso de diversos recursos, como o cimento, argamassa e técnicas avançadas de
construção. Além disso, a claraboia que ficava ao centro desta cúpula, possuía 9 metros de
diâmetro e possibilitava a entrada de luz, causando um belo efeito.

As Termas Romanas:

As Termas Romanas, datas do século I antes de Cristo, nada mais são do que banhos
públicos. Esse espaço público em específico tinham diversas finalidades, entre as quais
higiene corporal e a terapia pela água, em alguns com casos com propriedades medicinais, em
que a parte da manhã era destinada para as mulheres e a parte da tarde destinada para os
homens. As termas eram edifícios luxuosos e com intuito de gerar momentos de lazer para a
população, e sua construção a mando do imperador era uma forma de mostrar poder e seu
“amor” pelo povo.
Tais espaços eram uma espécie de “clube” romano, mas com outras características quando
comparado com os clubes contemporâneos. Os edifícios das Termas, em específico o de
Trajano (século II depois de Cristo) eram constituídos de jardins externos, piscinas,
complexos de banhos (frio, morno e quente), salas de ginástica, arquibancadas semicirculares
para a apreciação de espetáculos teatrais e esportivos, salas de leitura e estudos, entre outros.
Além disso, as Termas eram abastecidas de água com o ouso de aquedutos, que despejava
as águas em cisternas, e em seguida distribuídas para as diversas piscinas de diferentes
temperaturas.

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