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(SUB)DESENVOLVIMENTO

A diferença entre um país desenvolvido e um subdesenvolvido geralmente é


definida por meio de parâmetros como PIB, IDH, renda per capita, nível de
industrialização, alfabetização, desigualdades sociais, urbanização, tipos de
indústrias e taxas de exportações e importações. A lista pode ser bem grande, mas
dificilmente vai contar com o processo histórico pelo qual aquela nação passou.
O fato da unificação ter se dado de forma mais organizada, ter sido uma
colônia ou um colonizador, apresentar regimes ditatoriais e vários outros aspectos
podem caracterizar um país de primeiro ou terceiro mundo, muitas vezes nem
sendo necessário analisar os dados referentes à sua economia atual.
Partindo dessa visão, resolvi realizar a descrição histórica de cada país
escolhido a fim de ilustrar essa realidade.

NÍGER

Assim como boa parte dos demais países da África, o estudos acerca de sua
cultura, principalmente no período pré-colonial são escassos. O que pode-se
destacar sobre o Níger é a existência de inúmeros povos, entre eles os Hauçá,
Fulanis e Tuaregues. Dessas inúmeras culturas, as duas que tiveram mais destaque
foram os Impérios Songai e Kanem-Bornu.
Os Songai controlou boa parte da África Ocidental durante os séc XV e XVI,
tinham sua sede na atual região do Mali e mantinham sua economia baseada na
venda de sal e ouro nas grandes cidades à beira do Rio Níger e do Deserto do
Saara, além de criarem rebanhos para subsistência. Possuíam uma das mais
famosas universidades na cidade de Tombuctu e a maior parte da população era
muçulmana. O Império sucumbiu em 1591, quando passou a ser controlado pelos
marroquinos.

Imagem 1 - Império Songai com destaque ao Rio Níger.


Imagem 2 - Deserto do Saara.

Já os kanem-Bornu tiveram um período extenso de império, perdurando


desde o século IX até XIX, sendo que a maior parte do período quem estava na
dinastia eram os Sef, que teve seu lugar ocupado apenas em 1846 por Al-Kanami. A
economia se baseava na venda de sal, presas de elefante, perna de avestruz e
outros animais vivos. Em 1808 houve um conflito com o povo Fulani da Nigéria e,
mesmo que os kanem-bornu tenham conquistado a vitória não conseguiram
restabelecer o poder que tinham antes, sendo derrotados em 1893 por um guerreiro
do Sudão. Entretanto, o poder não permaneceu sob comando desses por muito
tempo. Em 1900 os franceses iniciam o processo de colonização, sendo efetivado
apenas no ano de 1922.

Imagem 3 - Império Kanem-Bornu.

O período colonial se deu quase que de forma igual para as colônias


africanas da França, sendo governadas pela sede do governo no Senegal e
possuindo uma limitada cidadania francesa. Até hoje, a língua oficial é o francês,
apesar da população falar diversas línguas distintas como hausa, songhai, fulfulde e
tamashek.
As políticas francesas contribuíram para o processo de independência do
Níger, quando permitiram alguns autogoverno em 1957 com limitações. Em 18 de
dezembro de 1958 o Níger se declarou uma república dentro da Comunidade
Francesa, que era um grupo de territórios e departamentos ultramarinos que visava
a associação das antigas colônias com a França. Apenas em 1960 a França o
reconheceu como independente.
Desde o processo de independência até 1993 - realização da primeira eleição
democrática - os regimes eram majoritariamente ditatoriais. Mamadou Tandja foi
eleito em 1999 e permaneceu no governo até 2010 após ter dissolvido os poderes
legislativo e judiciário e só foi deposto por conta da insatisfação militar.
A economia local se baseia, principalmente, na exportação de urânio, feijão e
cebola. O país possui uma dívida com o Fundo Monetário Internacional que só
agrava a situação de pobreza da população. Em 1965 o país atingiu seu maior PIB
per capita, sendo de US$ 1.630. O que mais chama atenção é o fato de que, desde
então, a renda tem caído de maneira abrupta, sendo que o natural de quase todos
os demais países é apenas crescer os números. Em 2015 a renda per capita
registrada foi de US$890.
Tudo se escreve como um processo cíclico. As condições climáticas do país
fazem com que a população se concentre onde há terra fértil, às mediações do Rio
Níger, o que gera uma densidade demográfica de 17,7 hab/km². Essas pessoas,
que não possuem possibilidade de ensino básico, acabam trabalhando muito
durante toda a vida para poder se alimentar, já que em muitas regiões até o plantio
para subsídio é complexo. Eles acreditam que tendo vários filhos terão uma terceira
idade mais serena, consequência, também, da educação precária e falta de
desenvolvimento. Com isso a taxa de crescimento populacional está perto de atingir
os 4% ao ano, sendo que cada mulher mantém o costume de ter uma média de 7 a
8 filhos. Mais gente que permanece com acesso precário à educação e intensifica o
processo de agropecuária e desmate da região, levando à aceleração do processo
de desertificação na área, mantendo-se como o país com o menor IDH do mundo,
de 0,377.

Imagem 4 - gráfico que representa o número de pessoas a cada ano no Níger.

Somado clima que dificulta o plantio, à economia fragilizada, ao ensino


defasado e de difícil acesso e ao aumento periódico da população, ainda há os
conflitos religiosos. Os ataques por parte dos extremistas tiveram suas primeiras
aparições essencialmente em 2011. Em 2015 o Boko Haram, grupo terrorista da
Nigéria atacou a região sul do Níger e, após isso, houveram novos registros no ano
de 2019.

BOLÍVIA

Acredita-se que do ano 300 a.C até 300 d.C a região era um centro de
peregrinações, até ter-se os primeiros indícios do Império Tiahuanaco por volta de
400 d.C. Os Tiahuanaco se expandiram por um vasto território, espalhando sua
cultura entre as regiões dos atuais Peru e Chile, sendo considerado um importante
símbolo religioso. As elites se mantinham por meio da redistribuição dos excedentes
produzidos pela agricultura e, em um período de declínio na precipitação da bacia
do Titicaca que era sua principal fonte de água, essa elite começou a sucumbir e,
aos poucos, esse povo foi deixando de existir, tendo seus últimos registros em
1000.

Imagem 5 - Império Tiahuanaco em azul.


Imagem 6 - Lago Titicaca.

Após o declínio do Império Tiahuanaco, a região permaneceu habitada pelos


indígenas Aimarás, divididos em 12 nações distintas. Em 1445, quando o nono
imperador inca Pachacuti iniciou o processo de dominação desses povos, houve
grande resistência. Mesmo após a vitória do Império Inca, os Aimarás
permaneceram no território, sendo até hoje o aimará uma das línguas oficiais da
Bolívia, juntamente com o quíchua deixada pelos incas e o espanhol dos posteriores
colonizadores.

Imagem 7 - região dominada pelos aimará.


Imagem 8 - Império Inca.

O Império dominou boa parte da costa oeste da América do Sul, se


desenvolveram muito como nação, subordinando inúmeros povos aos seus
domínios. Entretanto, as mesmas causas climáticas que enfraqueceram o Império
Tiahuanaco no ano 1000 tiveram forte influência para o enfraquecimento dos incas.
Acrescendo às crises de abastecimento regional, a morte do imperador Huayna
Cápak deu início à um período de tensões para determinar seu sucessor. Se
aproveitando desse período de instabilidade, o espanhol Francisco Pizarro
assassinou o então imperador Atahualpa em 1533, dando início ao processo de
dominação espanhol.
O período de colonização foi marcado principalmente pela extração de prata
iniciada nas minas de Potosí e, posteriormente, nas imediações da cidade de Oruro.
Essa prática era realizada pelos indígenas que seguiam o esquema de trabalho
denominado mita. A técnica desenvolvida pelos incas e apropriada pelos espanhóis
consistia em um revezamento de indígenas sorteados nas minas, onde estes
permaneciam, em média, quatro meses em constante trabalho árduo e com uma
remuneração mísera, já que era proibido o trabalho escravo. Estes não saiam das
minas até acabar seu período de trabalho, quando poderiam voltar para casa.
Entretanto, apenas uma porcentagem baixa, estimada entre 20 e 30% não perecia
no trabalho, sem contar os que morriam logo após irem para casa. Mesmos os que
permaneciam vivos iniciavam um ciclo sem fim, já que a única fonte de alimento era
obtida pelos donos da mina, que cobravam um valor absurdo comparado ao que os
indígenas recebiam como salário. Logo, havia-se uma dívida com o dono da mina e
o trabalho nunca cessava.
A coroa espanhola manteve sólida sua influência no território até as últimas
décadas do século XVIII, mas, com o esgotamento das fonte mais ricas e acessíveis
de prata, baixa tecnologia de extração e desvios dos investimentos para o comércio
internacional começaram a perder seu poder nas colônias. O estopim para os
combates em prol da independência teve início com a crise institucional
estabelecida na Espanha por conta da renúncia do trono por Carlos VI - ação
advinda de pressões napoleônicas - onde quem viria a assumir seria Carlos VII.
Todavia, esse tornou José Bonaparte o rei da Espanha. Os universitários de
Chuquisaca declararam lealdade ao rei deposto, apoiados pela igreja e exigem
demissão do governador Ramón Garcia de León y Pizarro, que apresentava
posicionamento oposto. Com Pizarro fora do poder em 1809, dá-se início à Revolta
de Chuquisaca, sendo a Bolívia, ou o Alto Peru como era chamado, o primeiro país
a lutar pela sua independência. Em contrapartida, o país só se tornou livre da
Espanha em 1825, o último da América Espanhola a conseguir o título de
independência.
Depois de ter conquistado sua independência, a Bolívia acabou perdendo
boa parte dos seus territórios para os seus vizinhos. Na Guerra do Pacífico (1879-
1883) contra o Chile, perderam seu acesso ao Pacífico cedendo o território do
deserto de Atacama como acordo de paz. As tensões entre os países e o interesse
no território se deu desde a descoberta de nitratos na região, o que levou o Chile a
buscar concessões comerciais no território. Mas, só quando a Bolívia decidiu
aumentar os impostos para os chilenos é que houve a invasão e a guerra começou.
Após isso, assinaram o Tratado de Petrópolis em 1903, quando cederam o Acre
para o Brasil por 2 milhões de libras, mais uma parte do Mato Grosso e a
construção de duas ferrovias que ligassem o Brasil ao Chile, acordo que só ocorreu
por conta da grande pressão do movimento autonomista por parte dos seringueiros
da região, apoiados pelo governo brasileiro. Se não bastasse, entre os anos 1932 e
1935 ocorreu Guerra do Chaco, entre os bolivianos e paraguaios, onde a Bolívia
acabou perdendo parte do Chaco. O território apresentava uma fronteira que não
era bem definida desde a época colonial, sendo que ambas as nações costumavam
criar fortins defensivos e tentavam povoar a região desde muito antes da guerra. O
que pode se classificar como um marco inicial para os conflitos declarados foi a
derrota da Guerra do Atlântico que fez com que a Bolívia buscasse outras saídas
para o oceano, despertando maior interesse, então, no Rio Paraguai, que só seria
de posse dos bolivianos caso esses fossem os donos do Chaco.
Imagem 9 - comparação da fronteiras da Bolívia atualmente e antes das Guerras.

Imagem 10 - representação da Batalha de Arica (1880) entre Peru e Chile durante a


Guerra do Pacífico.

Imagem 11 - homens atirando durante a Guerra do Acre.


Imagem 12 - soldados bolivianos no controle de armamentos antiaéreos nessa foto
tirada em 1934.

Outro ponto em que não obtiveram sucesso enquanto nação recém-nascida


foi a economia. Com a desvinculação da coroa deixaram de exercer influência no
mercado espanhol, onde eram os principais exportadores com destaque para as
carnes e cereais. Cercados por essa realidade, a taxa de importações teve um salto
muito grande, juntamente com a cobrança de impostos de um povo de camponeses
sem fundos, já que não apresentavam uma atividade comercial que fosse capaz de
suprir os gastos, como era a realidade das nações próximas. Até a primeira metade
do século XX a economia permanecia com suas bases instauradas nas minas,
desencadeando várias crises por conta da baixa diversidade de mercado. Com a
crise de 29, várias dessas minas foram fechadas, o que deu lugar à extração de
petróleo. A Revolução Nacional Boliviana em 1952 culminou na estatização das
principais empresas mineradoras remanescentes, reforma agrária e abolição da
escravatura indígena. Em 1971, o cenário trazia políticas que já não eram mais
revolucionárias desde 1956. Neste ano, a comercialização do estanho teve uma alta
por conta do aumento do preço no mercado internacional e, principalmente, pela
ausência da dependência apenas da mineração, considerando que a agricultura
havia sendo grandemente exportada. Em 1980 as taxas de inflação chegaram até
24.000%, sendo que a situação foi revertida cinco anos depois com a contenção de
salários e gastos públicos. De 2006 até 2019, no mandato de Evo Morales, a
economia teve um salto de 5% ao ano. Essa realidade se deu, principalmente, pela
nacionalização do petróleo e do gás natural, sendo que as empresas multinacionais
tiveram que renegociar os contratos com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales
Bolivianos, além de políticas sociais como o bolsa família.
Imagem 13 - evolução do PIB boliviano.

Outro ponto de grande destaque na história da Bolívia é a questão política.


Houveram períodos com políticas ultraconservadoras, em outros, super
revolucionários, ditaduras militares e por aí vai. Mas o que mais chama atenção é a
quantidade de golpes, sendo estimado entre 120 desde o inicio do país. Além disso,
a população costuma ser muito violenta, fazendo inúmeros protestos agressivos e
colocando em risco a vida dos políticos. Essa instabilidade política é um fator
agravante dos demais problemas estruturais e, no fim, pode-se citar incontáveis
fatores determinantes para o país ser considerado subdesenvolvido, mesmo com os
avanços econômicos na última década e aumento no IDH, atualmente de 0,703.

Noruega

O primeiro povo que está presente na história da atual Noruega é o sami,


também conhecido como lapões, que datam sua chega à região há pelo menos 10
mil anos atrás. Esse povo é considerado o único povo indígena e relatam os
mesmos como “acima da média”.
Sua história na antiguidade é pouco conhecida, o que se sabe é que foi um
povo que resistiu às colonizações norueguesas e suecas e mantém 80 mil
indivíduos até os dias atuais, sendo que 50 mil se encontram na Noruega. A
Lapônia era um território que ocupava as regiões que chamamos hoje de Noruega,
Suécia, Finlândia e Rússia e estima-se que sua língua sami foi desenvolvida em
meados do ano 1000, sendo uma das línguas oficiais norueguesas.
Imagem 14 - Lapônia.

As curiosidades acerca desse povo são adversas. Sua cultura se baseia na


agricultura e criação de renas. Eles possuem bandeira, hino e vestimentas próprias
até hoje, sendo que a Noruega aplica um forte sistema de integração desses,
visando sempre manter a cultura típica. Entretanto, essa visão de igualdade nem
sempre foi uma realidade, boa parte da religião dos sami se perdeu, trazendo à um
cenário onde a maioria da população é seguidora do cristianismo.
Outro povo da Noruega são os Vikings, que apresentam uma grande fama.
Não pode-se dizer exatamente que esses compunham um povo, nem que era
“outro”. Isso porque os Vikings são formados por várias pessoas de diferentes
nações, principalmente da Escandinávia, além dos finlandeses, estonianos e samis.
Logo, os sami também poderiam ser Vikings.

Imagem 15 - mapa que diferencia os Países Nórdicos da Escandinávia.

Mesmo que eles possuíssem uma forma de escrita chamada de língua


nórdica antiga, não existem uma gama vasta registros deixados pelos mesmos, a
maior parte do que se sabe é baseado nos relatos de outros povos que eram
vítimas desses “piratas” ou por meio de histórias passadas pela oratória. Por conta
disso, torna-se um desafio distinguir fatos reais de estórias.
Os assentamentos desses se dava em pequenas comunidades agrícolas
conhecidas como clãs, com a presença de uma ou poucas famílias comandadas por
um chefe local chamado de Jael que cobrava impostos em troca de proteção,
infraestrutura e organização dos negócios comuns. Superior aos Jarls, existiam os
reis. Vale ressaltar que era denominado Viking apenas os viajantes, quem fazia
parte do clã, mas trabalhava na área da pecuária ou da pesca era apenas
camponês.
Acredita-se que o início da Era Viking se deu no Estreito de Kattegat, com
navios típicos e super modernos para a época, onde teve como o primeiro alvo
documentado Lindisfarne, uma cidade inglesa, em 793. No século IX eles já tinham
conquistado boa parte da Inglaterra, sendo detidos pelo Rei Alfredo em 871. Mas os
territórios ingleses não eram os únicos que os Vikings haviam conquistado, eles
construíram colônias por toda a Europa e pela África, possuindo registros de uma
colônia Viking no Canadá, alguns milênios antes de Colombo.

Imagem 16 - Estreito de Kattegat entre a Dinamarca e a Suécia.

Imagem 17 - navio Viking no museu Vikingskipshuset, na Noruega.


O fim definitivo da Era Viking, segundo alguns historiadores, se dá em 25 de
setembro de 1066 com a derrota na Batalha da Ponte de Stamford. Todavia, o
processo de seu de forma gradual e lenta, sendo que o principal inimigo dos Vikings
foram os cristãos, que impunham um padrão de vida oposto ao que eles esbanjaram
como navegadores, exploradores e saqueadores. A cultura começou a ser
ameaçada seriamente quando Haroldo I iniciou o processo de unificação de boa
parte da Noruega atual, se tornando Rei do território e espalhando a fé cristã pelos
territórios. Pouco a pouco os Vikings e outros membros do clã foram cedendo à fé
cristã.

Imagem 18 - colônias vikings.

Após a unificação do território norueguês, o período em que obteve maior


influência foi durante a Idade Média, estabelecendo sua autoridade sobre os
territórios das Ilhas do Atlântico, Islândia e Groenlândia.
Entre os períodos de 1397 e 1523 a Noruega fez parte da União de Calmar -
unificava os países da Escandinávia - onde passou a ser uma província da
Dinamarca. O poder militar da Noruega decaiu, o dinamarquês foi substituindo o
norueguês, o luteranismo foi implementado, o país era arrastado para os conflitos
europeus e pode-se citar outras séries de consequências negativas para a Noruega
durante essa União, que teve fim em 1523 para a Suécia, mas se fez presente até
1814 para os noruegueses.
O vínculo teve fim com o início das Guerras Napoleônicas, onde a Dinamarca
cedeu o território à Suécia com o Tratado de Kiel, o qual a Noruega não seguir, se
declarando independente e criando sua própria constituição em 1807. Essas ações
foram contrariadas após serem convencidos por Jean Baptiste Bernadotte a aceitar
o Tratado, permanecendo com seu parlamento independente, mas sobre a
monarquia sueca.
Com isso, a Noruega só se tornou realmente independente em 1904, após
emanciparem-se da Suécia. No século XIX, a população do país que era
anteriormente de 883.000 em 1801 teve um salto em 1900 para 2,22 milhões,
crescendo em 20% sua população urbana.
Entre os anos de 1905 e 1914 a economia alavancou, tornando-se um dos
mais avançados da Europa em questões sociais com leis como a do auxílio-
desemprego, aposentadoria, divórcio e direito à voto pela mulheres. Se manteve
neutra durante as duas Guerras Mundiais, sofrendo ataque de submarinos alemães
na primeira e invasão dos nazistas na segunda, derrotando o exército norueguês.
Mesmo após a Crise de 29 e da Segunda Guerra que trouxeram sérias
consequências para a nação, conseguiram se restabelecer em apenas 4 anos, com
investimentos na indústria de base.
Permanece desde 1814 como uma monarquia parlamentarista, tendo como
principal enfoque econômico o petróleo, o gás natural e as ações. O país apresenta
o melhor IDH do planeta, sendo de 0,95.

Conclusão
Torna-se evidente que existem fatores determinantes para um país conseguir
ou não fazer parte do mercado internacional e o cenário capitalista em geral.
Um fator que me chamou a atenção, foi o fato de que a Noruega apresentou
uma população bem definida desde o início de sua nação, sendo os sami e os
camponeses em geral, ou o povo nórdico como é conhecido. Diferentemente da
Bolívia e do Níger, os quais pode-se observar conflitos entre povos distintos durante
a história, inclusive antes dos colonizadores. Esse fator é contribuinte para acelerar
o processo de identidade da nação. É possível ver essa diferença inclusive entre os
Bolivianos, que apresentavam duas culturas bem definidas quando os espanhóis
chegaram ao território e, mesmo que o período colonial tenha sido muito mais
duradouro, a iniciativa dos movimentos independentistas se deu por parte dos
próprios bolivianos, que travaram uma dura luta contra a coroa. Agora, no contexto
do Níger, com diversos povos distintos, houveram poucas ações contra a coroa
francesa, a qual foi possibilitando a independência aos poucos. Ainda sim, mesmo
quando desvinculados à metrópole, se uniram a outros países para tentar manter os
vínculos.
A própria localização geográfica, tanto por conta da saída para o mar que o
Níger não possui e a Bolívia passa a não ter mais depois de um período, quanto por
estar rodeado de países com forte economia. O acesso às águas é algo que todos
já temos conhecimento da importância e de como isso pode afetar a economia de
um país, mas se encontrar rodeado de países onde há possibilidade de estabelecer
uma comercialização sólida sem necessidade de grandes deslocamentos é um
ponto de extrema vantagem.
Nos três exemplos podemos ver o processo de “colonização”. O termo é
colocado entre aspas com o intuito de enfatizar o fato da Noruega, mesmo que
sendo dependente da Dinamarca por um espaço de tempo, não poder ser
comparada aos demais países. No país europeu o processo foi de forma branda
comparado ao massacre ocorrido na Bolívia. Já no Níger, mesmo que o processo
não tenha se dado como violento, ainda havia o trabalho forçado à coroa, impostos
que a população não apresentava condições de pagar e a tentativa de
desculturação, sendo o maior prejuízo a independência tardia. Mesmo que a Bolívia
tenha passado por muitos períodos de crise, pode-se dizer que é uma nação antiga
comparada ao Níger, por isso é possível observar a sua melhora com os passar dos
anos, um processo que talvez o Níger demore décadas para atingir ou não atinga.
Importante destacar que a Noruega já ocupou o papel de dominador, tanto na Era
Viking, quando na Idade Média.
A política norueguesa se manteve de maneira estável e bem sucedida por
praticamente toda sua história. O cenário não é o mesmo para o Níger, que, em sua
pequena história política, vivenciou golpes militares e instabilidades. Quando se
trata da Bolívia temos uma realidade completamente conflitante, com dados que
estimam 120 golpes sofridos, com inúmeras crises políticas e altos níveis de
corrupção.
O último fator a se destacar é a relação entre os conflitos e a instabilidade. A
Noruega se encontra estável há vários anos, tendo enfrentado poucos conflitos
durante sua história. O Níger sofreu com conflitos antes do período colonial e se
encontra em risco até os dias atuais, por conta dos terroristas. Na Bolívia a situação
se agrava, além dos conflitos entre os povos antigos, a dura luta de independência,
travou vários conflitos com os seus vizinhos e segue tendo constantes momentos de
tensões relacionados aos cenários políticos, que periodicamente causam
insatisfação por parte da população.
A junção desses ocorridos, juntamente com outros adversos, são essenciais para
estabelecer o futuro que um país irá seguir.

Adicionar a tabela que compara os IDHs, os outros dados e a questão das


importações e exportações + blocos econômicos
Ok hayssa agora vai dormir, tá ótimo

A condição de nação desenvolvida funciona como as demais situações do sistema


capitalista, baseada no monopólio. Talvez haja alterações nas condições dessa
realidade por conta das nações emergentes. Mas o que que se tem notado é a
melhora do IDH desses países, maior influência no mercado internacional, aumento
dos níveis de alfabetização e o fato de se enquadrarem no que define um país como
desenvolvido se contrapondo à dominação dos mesmos, não só de maneira
econômica, mas cultural.
Algo que eu achei relevante colocar no trabalho foi a descrição dos indígenas Sami
como acima da média, com um QI superior aos outros. Vi em um vídeo sobre a
Noruega que uma das estratégias de mercado deles é deter a maior parte das
ações de empresas de diversos ramos, impondo suas ideologias em tais. Isso serve
para demonstrar que, na nossa condição atual, o título de "desenvolvido" vai muito
além dos âmbitos econômicos.
Referências

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https://www.livrosvikings.com.br/post/a-historia-completa-dos-vikings

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