PROVA HISTÓRIA

Formação das comunidades primitivas - Cap 2

 1.1- A origem do ser humano
O surgimento do mundo e dos seres humanos faz parte do imaginário de
pessoas das mais diversas culturas e de variados contextos históricos, tendo sido
esse tema explicado de inúmeras maneiras ao longo dos os anos.

1.1- Mitos de fundação

Os mitos de fundação tem como base a religião, na qual Deus teria criado o
mundo, os animais e os seres humanos. Assim, de acordo com essa teoria, os
homens não teriam evoluído, mas sim sido criados por meio de obras sobrenaturais.
 1.2- Evolucionismo
A teoria evolucionista tem como base a ciência e argumenta que o ser humano surgiu a
partir da evolução de outras espécies, por meio do processo de seleção natural.

De acordo com a teoria de Darwin, o processo evolutivo ocorre por meio da seleção
natural. Para Darwin, as espécies com maiores habilidades para sobreviver e se adaptar à
pressão estabelecida pelo meio gerarão uma prole com características vantajosas. Ela
explica que os seres vivos atuais seriam produtos de evolução de outras espécies.

A adaptação é uma característica ou comportamento natural que permite que o ser vivo
seja capaz de sobreviver e de se reproduzir no ambiente em que se encontra. Portanto, os
organismos mais aptos seriam selecionados para sobreviver naquele ambiente, enquanto
que as espécies que não se adequarem ao meio seriam extintas.
 2-Pré-História
Os historiadores europeus do século XIX consideravam que fonte histórica só poderia
ser algo escrito, pois apenas esse tipo de registro produzido pelo homem seria um vestígio
do passado humano. O termo “Pré-História”, que quer dizer “antes da história”, foi criado a
partir dessa noção de fonte histórica.
Atualmente os historiadores criticam o termo “Pré-História” e defendem que qualquer
produção do ser humano pode ser considerada como fonte histórica.
O termo “Pré-História” é criticado devido à modificação do conceito de fonte histórica.
Para os historiadores do século XIX, a fonte histórica era apenas algo escrito. Assim, como
o homem primitivo não conhecia a escrita, aquele período seria ausente de vestígios do
passado humano e, portanto, não faria parte da história, sendo considerado como um
período anterior a ela. Como, atualmente, qualquer produção do homem é considerada fonte
histórica, sendo escrita ou não, esse período do homem primitivo passou a ser analisado
como história, o que justifica a crítica em relação ao termo. As imagens e os relatos orais
são tão importantes quanto a escrita para conhecermos a história de um povo ou de uma
sociedade.
 2.1- A importância dos arqueólogos
Para começar uma pesquisa, os estudiosos procuram por sítios arqueológicos, que são os locais onde
homens e mulheres que viveram antes da nossa civilização deixaram vestígios de suas atividades.

Os vestígios encontrados pelos arqueólogos devem ser datados com o propósito de descobrir o período
em que o objeto foi produzido ou utilizado.

Existem vários métodos de datação das fontes arqueológicas. Os mais utilizadas são o método
estratigráfico, a análise de carbono-14 e a termoluminescência.

O método estratigráfico consiste em uma descrição em uma das camadas do terreno, que permite
determinar a cronologia dos vestígios acumulados no solo.

A análise de carbono-14 também tem uma base simples. Como todo organismo vivo contém átomos
radioativos - carbono-14, por exemplo -, quando esse organismo morre, a porcentagem desses átomos
começa a diminuir. A cada 5.730 anos, a porcentagem de carbono-14 desse organismo diminui pela metade.

A termoluminescência leva em conta que a argila cozida e as pedras queimadas perdem a radioatividade
quando aquecidas em altas temperaturas.
 3-Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada
O termo paleolítico significa, em grego, pedra antiga, o que indica o período em
que o homem produziu ferramentas baseadas no uso de lascas afiadas de pedras.
Os povos primitivos eram coletores e caçadores; habitavam cavernas, copas de
árvores, tendas de folhas e galhos de árvore; produziam instrumentos de pedra,
ossos e madeira; dominavam o fogo.

3.1- As espécies humanas

Durante o século XX, os cientistas elaboraram teorias sobre os nossos ancestrais,
cujas características físicas eram semelhantes às do Homo Sapiens e seus locais de
origem.
 A linhagem que se adaptou foi o gênero Australopithecus, que começou a utilizar
instrumentos de pedra para remover pedaços de carne das carcaças deixadas por outros
animais e deram origem ao Homo Habilis que foi a primeira espécie do gênero “Homo”.
possuíam grande capacidade craniana, alimentação baseada em carne, raízes e frutos, e o
primeiro a produzir ferramentas de pedras lascadas
Descendente do Homo habilis, o Homo erectus se tornou um caçador. Totalmente
bípede, esse hominídeo tinha a maior agilidade para perseguir uma presa. Foi a primeira
espécie com capacidade de ‘capturar’ o fogo na natureza
O Homo neanderthalensis tinha o seu físico todo atarracado, formado por um corpo
baixo e musculoso, o que permitia maior resistência ao frio. Esse espécie produzia
instrumentos de sílex e madeira, como lanças com pontas de pedra utilizadas para caça de
grandes animais.
A vida do ser humano primitivo ficou mais fácil com o fogo, pois ele o ajudava a
afugentar animais que seriam seus predadores, a proteger-se do frio e a conservar os
alimentos por mais tempo devido ao processo de cozimento da carne.
 O Homo Sapiens que surgiu no continente africano, foi o responsável por ocupar
todo o planeta com grande capacidade de adaptação e fi responsável pelas pinturas
rupestres que eram feitas nas paredes das cavernas, com a aplicação de tintas feitas
de pigmentos naturais como carvão com os dedos ou com pincéis de fibra vegetal ou
pelo de animal.

As pinturas rupestres podem revelar quais eram os tipos de animais que os

homens primitivos caçavam e a crença espiritual dessas comunidades, já que eles
acreditavam que poderiam influenciar a realidade ao desenhar um animal na parede
das grutas. Essas pessoas achavam que, com esses desenhos, seria possível atrair a
caça.
3.2- A forma de vida no Paleolítico
Como os hominídeos do Período Paleolítico aproveitavam os recursos da natureza, eles
acabavam vivendo de uma forma nômade, ou seja, mudavam de um lugar para o outro, sem
estabelecer uma moradia fixa.
No paleolítico, as primeiras espécies humanas a surgir tiveram que aprender técnicas de
produção de armas, de roupas e de formas de habitação.
O modo de viver nesse período era muito diferente do que presenciamos hoje, pois o
homem dependia completamente da natureza, para sobreviver, ele vivia em grupo pois sozinho
não conseguiria resistir aos perigos oferecidos por um ambiente selvagem. Sua alimentação
dependia da caça, da pesca e da coleta tirando da natureza somente o que fosse consumir.
Para isso eles precisavam de alguns instrumentos específicos, como o machado de mão,
as lanças e as agulhas, que eram feitas de ossos de animais, pedra lascada e madeira. A agulha
foi um instrumento muito importante pois a invenção da agulha gerou uma grande melhoria na
forma de produzir as roupas, pois, anteriormente, elas eram apenas pedaços de pele de animais
jogados por cima do corpo das pessoas e com ela, foi possível confeccionar vestimentas, pois
cada pedaço de pele de animal poderia se juntar ao outro por meio da costura. Dessa forma, o
corpo passa a ficar todo coberto, o que permite seu melhor aquecimento.
4- Neolítico ou Idade da Pedra Polida
O período neolítico é marcado por grandes mudanças na forma de viver do
homem da “Pré-História”. O homem primitivo deixou de ser nômade e iniciou o
processo de sedentarização, a partir da domesticação de animais e da prática da
agricultura.
SEDENTARIZAÇÃO: processo pelo qual um grupo de nômade adota um
habitat fixo.
Com as mudanças climáticas, houve o desenvolvimento do pastoreio, as
pessoas emigraram para os campos férteis, passaram a compreender o ciclo de
vida das plantas e começaram a semear, cercar os rebanhos para proteger as
plantações, domesticando os animais. Os mais dóceis eram preservados e os
domesticáveis eram abatidos para servir de alimento
As pessoas procuraram locais para se fixar e formar aldeias próximo aos rios,
desbravou florestas para cultivar campos, domesticar animais e construir casas
para a moradia do grupo.
 Foram desenvolvidas novas técnicas de produção de instrumentos, utilizando
pedras polidas e cerâmica.
Os indivíduos do Período Neolítico, ao construírem moradias, fixaram-se próximos
aos rios, devido à necessidade de água para sobreviver, para irrigar a plantação e para os
animais domesticados. Como essa sociedade não sabia desviar a água do rio e
direcioná-la para o local que desejava, foi preciso se fixar ao lado dos rios.
Todo esse processo de mudanças na estrutura da sociedade a partir do
desenvolvimento da agricultura, ficou conhecido como Revolução Agrícola, o homem
primitivo passou de consumidor para produtor de alimentos
A Revolução Agrícola marca o processo de transição da vida de caça e coleta
nômade para o sedentarismo agrícola, possibilitando, inclusive, o aumento populacional
em grande escala. A agricultura e consequentemente o sedentarismo impactaram
profundamente a vida humana.
As pessoas procuraram locais para se fixar e formar aldeias próximas aos rios,
desbravou florestas para cultivar campos, domesticar animais e construir casas para a
moradia do grupo.
5- Idade dos metais
A idade final do Neolítico representou maior desenvolvimento tecnológico,
pois a fundição de metais possibilitou a fabricação de utensílios mais sofisticado
e resistentes, moldados de acordo com as necessidades do homem e isso só foi
possível por que eles já tinham grande domínio das técnicas de produção e
controle do fogo.

A idade dos metais foi dividida em 3 partes:

Idade do Cobre: por volta de 6 mil anos atrás, o homem primitivo adquiriu
conhecimentos para o desenvolvimento de técnicas para derreter e moldar o
cobre usando moldes de pedra ou barro, no qual colocava o cobre derretido.
 Idade do bronze: por volta de 4 mil anos atrás, o homem começou a produzir
o bronze (uma liga entre o cobre e estanho, mais resistente que o cobre).
Produziam martelos, facas, machados, espadas.
Idade do Ferro: por volta de 3,5 mil anos atrás, o homem possuía o domínio
da metalurgia, passando a fabricar o ferro. Com este, as armas ficaram mais
resistentes e mais eficientes. A agricultura foi beneficiada com a criação de
arados de metal, da enxada e outras ferramentas que facilitaram o trabalho
agrário.
Essa nova tecnologia produzida pelos homens da idade dos metais
possibilitou melhoria na eficiência dos instrumentos, fornecendo maior
resistência às armas, utilizadas em guerras e disputa por territórios. Ferramentas
mais eficientes possibilitavam maior produtividade na agricultura e, assim a
produção de alimentos aumentou. Toda essa descoberta foi muito útil ao
comércio pois permitiu produção de moedas para venda de produtos.
6- A origem do homem americano
De acordo com a teoria de Bering, o homem teria chegado à América através
do Estreito de Bering, localizado entre o extremo leste do continente asiático e o
extremo oeste do continente americano, os dois pontos se encontram separados
por 85 km. Segundo essa teoria, a chegada do homem ao continente americano
ocorreu há, aproximadamente, 50 mil anos, quando nômades asiáticos
atravessaram o Estreito de Bering; no final do período paleolítico ele
encontrava-se congelado, formando assim uma ponte natural entre os dois
pontos. A partir daí o homem migrou até a parte meridional do continente
americano.
7- A “Pré-História”
O Brasil é uma importante referência nas atividades arqueológicas e
paleontológicas na América, tanto pela abundância de evidências da
“Pré-História”, existentes em seus domínios, quanto pelos debates a respeito do
povoamento do continente. Os vestígios encontrados revelam que os grupos
humanos primitivos eram nômades, coletavam alimentos da natureza e caçavam.

7.1- Sítios arqueológicos no Brasil

Os sítios arqueológicos são onde homens e mulheres do passado deixaram
vestígios importantes para a compreensão da história da humanidade.
Incêndio do Museu Nacional
A tragédia do incêndio do Museu Nacional, em 2018 representa para a memória de Luzia e de milhões de
itens históricos destruídos o fim de parte da história do Brasil e do mundo, ou seja, algo realmente triste
e irreparável, pois o museu era a mais antiga instituição científica do Brasil.

O que pode ser feito para que um triste acontecimento como esse não se repita nunca mais, é se
aumentar a fiscalização do local, assim como se aperfeiçoar a segurança contra incêndio do mesmo ao
se estabelecer um conjunto de medidas para:

● Prevenção
● Detecção e
● Combate de incêndios, e consequentemente sua
● Contenção ou Extinção

Preservar as fontes históricas é preservar a memória da humanidade.

7.2 Novas discussões sobre a Pré História Brasileira

Outro grande foco de estudo é o Parque Nacional da Serra da Capivara, sua

riqueza é evidente em seus diversos sítios arqueológicos com muitas artes
rupestres. A arqueóloga Guidon defende que possui os vestígios humanos mais
antigos da América e que a ocupação da América se deu a mais de 80 mil anos.

Algumas comunidades científicas contestam os vestígios encontrados, que as

pedras lascadas não seriam artefatos (feitos por humanos) mas sim
geofatos(feitos pela própria natureza)
7.3 Sambaquis
Significa “monte de conchas”. São os locais nos quais eram depositados as
conchas abertas de peixes e moluscos como mariscos e ostras, que eram consumidos
pelos grupos humanos da Pré História. São enormes montanhas em praia, baías e
grandes rios, erguidas por povos que habitaram o litoral do Brasil na Pré HIstória.Essas
elevações continham ossos de mamíferos e até instrumentos primitivos de pesca,
indicando o tipo de pesca, tipo de atividade desenvolvida por esses grupos humanos.
Por muito tempo acreditava-se que os sambaquis eram apenas apenas depósitos de
restos de alimentos mas também foram encontrados esqueletos.
Os vestígios apresentam muitas informações sobre a sociedade que os formaram.
Por exemplo, nos sambaquis, foram encontrados ossos de mamíferos e instrumentos
primitivos de pesca, indicando o tipo de atividade desenvolvida por esses grupos
humanos, bem como o tipo de alimentação que tinham. Além disso, foram encontrados
esqueletos nos sambaquis, o que leva a crer que eles também eram espécies de
cemitérios.