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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA

CURSO: HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL COLÔNIA
ALUNO (A): LENNON WILLIAM PEREIRA DOS SANTOS
TUTOR (A): JULIANA ANDRADE FERREIRA
A construção do personagem Tiradentes enquanto herói Nacional

Como já referido, a tentativa de eleger um dos líderes republicanos a herói não deu certo. Vários
fatores contribuíram para isso: uns eram militares demais (muito parecido com o autoritarismo
monárquico), outros não agradavam uma ou outra facção; e afinal, um herói, deve ter no mínimo
um consenso, ser aceito pela maioria. Assim, os republicanos foram buscar na figura de
Tiradentes (mais de um século antes da proclamação) o grande herói republicano e,
posteriormente, nacional. Entre os fatores que contribuíram para essa escolha está a dúvida
historiográfica a seu respeito, sua imagem assimilada a de um “Cristo”, ou seja, mártir e por
defender um regime republicano contrário a monarquia. Começando pela dúvida
historiográfica, afinal quem foi Tiradentes? Foi realmente um herói ou uma farsa? Até hoje
existem discussões acirradas a respeito da personagem histórico de Tiradentes. Portanto, esta
dúvida a respeito do mito foi um fator altamente favorável, pois senão há um consenso (falta
de documentos contribuem para isso) não há como afirmar como também negar o heroísmo,
então, o mito se constrói. Os republicanos apoiando-se nos ideias republicanos dos
inconfidentes mineiros, pegaram seu único condenado para fazê-lo símbolo da República, um
século depois do martírio de Tiradentes. Uma grande característica de herói aproveitada pelos
republicanos para construir em Tiradentes o seu símbolo maior foi que, o mesmo, morreu por
seu ideal, verteu o seu sangue e demonstrou a sua coragem e mostrou a virtude um grande ato
de heroísmo, o de não recuar diante à morte. Mas um dos grandes fatores que proporcionaram
a grande aceitação popular da figura de Tiradentes, que o levou a ser mais que um herói
republicano e sim um herói nacional foi a sua transformação em mártir. E isso foi possível por
não haver nem um retrato seu, o que levou a idealização de um rosto e essa representação física
ficou assimilada a de um Cristo, onde ele aparece de cabelos longos e barba, lembrando muito
a imagem ocidentalizada de Cristo. O herói cívico, agora se mistura ao fervor religioso.

“Ele foi à vítima de um sonho, de um ideal, dos loucos desejos de uma sonhada
liberdade. Foi vitima não só do governo português e de seus representantes, mas até mesmo de
seus amigos. Vitima da traição de Joaquim Silvério, amigo pessoal, o novo Judas...”(Carvalho,
José Murilo, p.68).

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