Você está na página 1de 8

A Indú stria da Construçã o é um dos importantes setores da economia Brasileira principalmente

em funçã o de
empregar um grande contingente de mã o-de-obra, tanto direta como indireta. No entanto,
segundo Costa (2004) a
realidade da mã o-de-obra empregada é uma característica importante do setor, onde nã o se
encontra especializaçã o e,
sim, um trabalho artesanal, comparando com outros setores. Suas peculiaridades, que a
diferenciam dos demais setores
industriais, refletem em uma estrutura complexa e dinâ mica, na qual as condiçõ es de trabalho
ainda sã o precá rias.
Fatores estes que dificultam a adoçã o de soluçõ es padrõ es para a sinalizaçã o dentro dos
canteiros de obras.
Na indú stria da construçã o civil a realidade da exclusã o é tã o marcante ou mais do que em
outros setores. Para
pessoas em geral e em especial as que enfrentam problemas de ordem comunicativa, a barreira
de comunicaçã o é um
grande obstá culo para sua inclusã o. Através da comunicaçã o sensorial, reproduçã o dos
significados da vida comum
pelas formas, cores, sons, signos e texturas expressos em inú meros elementos, é possível realizar
um sistema de
sinalizaçã o acessível a qualquer pessoa.

SINALIZAÇÃ O DE SEGURANÇA ACESSÍVEL


DENTRO DOS CANTEIROS DE OBRAS.
Simone Teresinha Falchetti Lopes da Costa, M.Sc.
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - simonelopescosta@bol.com.br
Marcia do Valle Pereira Loch, M.Sc.
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - marloch@matrix.com.br
Vera Lú cia Duarte do Valle Pereira, Dra.
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - vpereira@deps.ufsc.br

Os operá rios que compõ em esta indú stria sã o, em sua maioria, serventes, pessoas
vindas do meio rural e que nã o têm formaçã o técnica anterior à s atividades que exercem,
tornando-se assim, um alvo maior para os acidentes de trabalho.
Muitos sã o os fatores que predispõ em o operá rio da Construçã o Civil aos riscos de
acidentes, tais como: instalaçõ es provisó rias, o nã o uso ou uso inadequado de equipamento
de proteçã o individual (EPI), jornadas de trabalho prolongadas, serviço noturno, ausência
de equipamento de proteçã o coletiva (EPC), falta de habilidade do operá rio para execuçã o
de determinados serviços.
Outros fatores também devem ser considerados, sã o os de ordem social, como os
baixos salá rios, que induz o operá rio a alimentar-se mal, levando-o à desnutriçã o e
predispondo-o à s doenças em geral.
Na indú stria da Construçã o Civil, os canteiros de obras sã o um alvo quase que
constante de problemas. Devido à grandeza e a diversidade destes, gerados pelos trabalhos
de construçã o, nã o é possível recomendar uma soluçã o-tipo para a organizaçã o e
desenvolvimento das diversas atividades relativas à proteçã o da integridade física dos
trabalhadores. Porém, a eficiência de um programa de Segurança do Trabalho, em uma
obra, dependerá da participaçã o e colaboraçã o de todas as pessoas envolvidas, desde os
serventes até os engenheiros, bem como da coordenaçã o de todos os esforços para colocar
em prá tica os seguintes princípios:
a) programaçã o de todos os trabalhos, com o intuito de reduzir ao mínimo os danos
humanos, materiais e econô micos;
b) estabelecimento de um sistema eficaz para localizar e corrigir, o mais rá pido
possível, as condiçõ es e prá ticas inseguras;
c) disponibilidade e vigilâ ncia para que se utilizem os equipamentos de proteçã o
individual e coletiva e que toda má quina, equipamento ou ferramenta tenha sua proteçã o
adequada;
d) implantaçã o de um sistema efetivo de inspeçã o e manutençã o de má quinas,
equipamentos e ferramentas de trabalho;
e) investigaçã o dos acidentes, determinando as causas e tomando as medidas
necessá rias para evitar sua ocorrência e repetiçã o;
f) estabelecimento de um programa para manter o interesse e colaboraçã o de todos
os níveis da empresa.
Sem dú vida alguma, cada obra tem seus problemas específicos de segurança e,
portanto, cada programa deve ser adaptado à s condiçõ es e ao meio ambiente onde serã o
realizados os trabalhos.
De acordo com LIMA (1995), a segurança no trabalho, a produtividade e as
condiçõ es de alojamento dos operá rios, os três eixos que devem nortear a organizaçã o de
uma obra, ficam prejudicados quando sã o esquecidos pela empresa, pois os mesmos
representam as condiçõ es físicas da execuçã o de um projeto.

PCMAT EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFICAÇÕES


VERTICAIS DA GRANDE JOÃO PESSOA: CUSTOS E
APROPRIAÇÃO
Nelma Mirian Chagas de Araújo
Departamento de Engenharia de Produção da UFPB - Escola Técnica Federal da Paraíba
Av. 1º. de Maio, 720 - Jaguaribe - 58.015-430 - João Pessoa - PB
Maria Bernadete F. Vieira de Melo
Departamento de Engenharia de Produção - CT/UFPB
Bloco G - Sala 01 - Caixa Postal 5045 - Cidade Universitária

O princípio que deve nortear qualquer construção; seja grande ou pequena, residencial, comercial ou
industrial, urbana ou rural; é o de fazer a obra praticamente perfeita, no menor tempo possível e ao menor
custo, aproveitando o máximo rendimento de ferramentas, equipamentos, materiais e da mão de obra
empregados na construção. Logicamente é muito difícil, se não impossível executar uma obra perfeita, mas
deve-se procurar pôr todos os meios aproximar-se desta situação.
Para que isto seja possível torna-se necessário um perfeito planejamento de todas as etapas construtivas da
obra.
As etapas de uma construção, conforme os tipos de serviços executados, podem ser classificadas
como:
• _trabalhos preliminares;
• _execução;
• _acabamentos.
1.1. Trabalhos preliminares
P_l_a_n_e_j_a_m_e_n_t_o_ _d_a_s_
_C_o_n_s_t_r_u_çõe_s_ _
A estratégia de produção é composta dos seguinte
elementos: avaliação das necessidades dos clientes, avaliação do desempenho da produção,
definição dos objetivos de produção, avaliação dos recursos produtivos, elaboração do
plano de ação, avaliação do plano de ação com as demais áreas funcionais (produção,
marketing, vendas e financeiro)(SANTOS1 et al, 1995). São exemplos de estratégia de
produção:
1. redução da rotatividade da mão-de-obra;
2. manutenção preventiva de equipamentos no canteiro;
3. parceria para implantação de pallet;
4. inovação em formas, revestimentos e instalações;
5. informatização de canteiros; e
6. planejamento e controle da obra

Conforme ROSSO (1990) “o planejamento é o instrumento de integração entre a


concepção e a produção”, determinando desde a sua viabilidade técnica, econômica e
administrativa, bem como visualizando todas as atividades da construção, ou seja,
identificando cada fase com as suas respectivas atividades, procurando antecipar, analisar,
definir e conceber abstratamente para que ao ser colocado em prática, possa ser dominado.
O planejamento é iniciado com um projeto bem definido e detalhado através de um
memorial descritivo, com as especificações de acabamento e normas de execução.
Entretanto, para o planejamento ser eficiente é preciso que ele seja capaz de detectar desvio
e permitir correções rápidas (BARAKAT et al, 1994).
òRecursos Humanos
A forma como a questão recursos humanos é encarada na construção civil,
caracterizada por alguns indicadores, tais como, alta rotatividade, elevado índice de
acidentes do trabalho, grau de insatisfação predominante entre os operários, fazem-nos
concluir que, de maneira geral, há um desenvolvimento da função de recursos humanos bem
aquém das necessidades, sendo um número bem reduzido de empresas de edificações que conseguiram
um bom desempenho nesta área(PICCHI, 1993).

Como benefício pelas melhorias de um canteiro planejado e organizado pode-se


citar:
menor remanuseio de materiais;
􀀀

redução da movimentação de materiais e mão-de-obra;


􀀀

diminuição das perdas de materiais;


􀀀

melhor controle das quantidades de materiais;


􀀀

maior motivação;
􀀀

bom cartão de visitas para a empresa;


􀀀

diminuição de riscos de acidentes;


􀀀

ambiente físico mais saudável; e


􀀀

aumento da produtividade.
􀀀

A NR 18 em sua nova reformulação prevê que os estabelecimentos com 20 (vinte)


trabalhadores ou mais devem apresentar layout inicial do canteiro de obra, contemplando,
inclusive previsão de dimensionamento das áreas de vivência.
Equipamentos
Todo operador de equipamentos ou máquinas deve receber orientação específica
sobre o trabalho que irá realizar e esta deve incluir os métodos de como executar cada
operação com segurança e quais são suas responsabilidades. Para o planejamento do projeto
deve ser levado em consideração:
1. dimensão e peso;
2. área necessária para operação e manutenção;
3. operadores necessários;
4. suprimento de energia elétrica, água;
5. ocupação prevista para a máquina;
6. manutenção;
7. proteção adequada contra riscos de segurança;
8. proteção contra incidência de raios solares e intempéries; e
9. ambiente com iluminação natural e/ou artificial, conforme a NBR 5.413/91.
Movimentação
As disposições das áreas de locais de trabalho devem obedecer as exigências de
maneira que pessoal, materiais e equipamentos possam se movimentar em fluxo contínuo,
organizado e de acordo com a seqü.ncia lógica do serviço.
1. minimização das distâncias de percurso seguido pelos materiais, máquinas e pessoal, com
as especificações das distâncias;
2. definição de percursos em linha reta, evitando cruzamentos e retornos;
3. tipos de transportes usados;
4. espaço existente para a movimentação;
5. freqü.ncia, esforço físico necessário, tempo utilizado para manuseio;
6. entregar materiais diretamente no local de trabalho; e
7. quando houver equipamentos de guindaste e para transportar, considerar:
-capacidade de carga;
-altura de elevação do equipamento;
-os acessos da obra devem estar desimpedidos;
-precauções especiais quando da movimentação próximo a redes elétricas.
Armazenamento de Materiais
Devem ser considerados todos os materiais utilizados no canteiro: matéria-prima,
material em processo e produto final. Deve-se considerar os seguintes aspectos:
1. localização;
2. dimensões;
3. métodos de armazenagem;
5. cuidados especiais;
6. não prejudicar:
- trânsito das pessoas;
- circulação de materiais;
- acesso aos equipamentos;
- não obstruir portas;
7.altura das pilhas de materiais que garantam a sua estabilidade e facilitem seu manuseio;
8.não sobrecarregar as paredes, lajes, além do previsto em seu dimensionamento; e
9.não empilhar diretamente sobre o piso instável, úmido ou desnivelado.
Mão-de-Obra
Leva-se em consideração todo o pessoal direto e indireto que freqüenta o canteiro,
com as seguintes considerações:
1. área necessária para desenvolvimento do trabalho;
2. condições de trabalho; e
3. pessoal necessário.
Segurança
O canteiro de obras deve contemplar as medidas de segurança, como:
1. túnel de proteção para entrada das pessoas;
2. capacetes em locais de fácil acesso, de preferência próximo à entrada da obra;
3. identificar os locais de apoio que compõem o canteiro de obra;
4. indicar as saídas por meio de placas e setas;
5. advertir quanto ao risco de queda;
6. identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra; e
7. extintor de incêndio.

Para fazer uma análise ergonômica do trabalho, deve-se verificar as reais condições
do trabalhador ao realizar a tarefa, como:
postura;
_

meio ambiente;
_

habilidade;
_

layout do posto de trabalho;


_

área do posto de trabalho;


_

duração, os horários e as pausas do trabalho; e


_

equipamento e ferramentas.
_

òDesperdício
Pode-se conceituá-lo como sendo todo recurso que se gasta para executar um
produto ou serviço sem agregar valor ao mesmo, ou seja, tudo que se gasta além do
necessário(FREITAS, 1995).
Na construção civil o desperdício é visto como o grande vilão dentro dos programas
de qualidade, e geralmente ele ocorre em relação a: tempo, entulho, mão-de-obra, custo,
materiais, projeto e programação.
muito do desperdício já se tornou comum no
dia-a-dia da obra, o que dificulta o diagnóstico e o combate de forma eficaz.
algumas das perdas de materiais são previsíveis e evitáveis, sendo decorrentes
principalmente da falta de preocupação com as mesmas.
As próprias empresas não conhecem a importância das perdas, por desconhecerem
um método de levantamento de custo decorrente das mesmas.
A preocupação neste aspecto tem como finalidade garantir a segurança individual e
coletiva por toda a extensão da obra.
As causas dos acidentes na construção civil são as mais diversas possíveis: ausência
de um planejamento adequado; não previsão dos riscos na fase de projeto; utilização
inadequada de materiais e equipamentos; erros na execução; inexistência da definição de
responsabilidades e falta de informação(SANTOS apud ARRUDA, 1993).
Segundo Carvalho(1984), os custos gerados pelos acidentes de trabalho, geralmente
não são computados pela empresa, devido a dificuldade de levantá-los, já que envolvem um
grande número de variáveis, tais como:
despesas com reparo ou substituição de máquinas, equipamentos ou material avariado;
_

despesas com serviços assistências não segurados;


_

salário dos primeiros 15 dias de afastamento;


_

complementação salarial (após 15 dias de afastamento);


_

pagamento de horas extras em decorrência do acidente;


_

despesas jurídicas;
_

prejuízo decorrente da queda de produção pela interrupção do funcionamento da


_

máquina ou da operação de que estava incumbido o acidentado;


desperdício de material ou produção fora de especificação, em virtude da emoção
_
causada pelo acidente;
redução da produtividade pela baixa do rendimento do acidentado, durante certo tempo,
_

após o regresso ao trabalho;


horas de trabalho dispendidas pelos empregados que suspendem seu trabalho normal
_

para ajudar o acidentado; e


horas de trabalho dispendidas pelos supervisores e por outras pessoas:
_

- na ajuda ao acidentado;
- na investigação da causa do acidente;
- em providências para que o trabalho do acidentado continue
a ser executado;
- na seleção e preparo de novo empregado;
- na assistência médica para os primeiros socorros; e
- no transporte do acidentado.

ALGUMAS ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO


ADOTADAS PELAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Renato Martins das Neves
Eng. Civil, MSc. NUHAM- Núcleo de Habitação da Amazônia /CTEC/ UFPA-End.Tv. 3 de maio
1295. CEP: 66.060-600-Belém/PA.Fone(091) 211-1679-E-mail: neves@ufpa.br

O Projeto da Produção, segundo MARTUCCI (1990), tem a função de conectar o Projeto do


Produto à produção, de modo que, anteriormente à obra, seja possível detectar falhas no projetos
(do produto), principalmente no que diz respeito à racionalização do produto quanto a produção –
verificando e desenvolvendo a construtibilidade dos Projetos do Produto.
Assim, o desenvolvimento do Projeto da Produção embute em si o conceito de simultaneidade.
“Para desenvolver o projeto para produção, essa atividade deve começar na etapa de anteprojeto,
em que as definições de como construir farão interface com as características de produto trazidas
por vários especialistas de projeto, arquitetos e engenheiros. Essas definições serão incorporadas
às características do produto, sendo detalhadas ao final, na mesma fase em que será elaborado o
Projeto Executivo. Nessa metodologia, o detalhamento do projeto envolverá, além dos detalhes do
"produto", constantes dos projetos executivos, os detalhes de produção, apresentados em
documentos de fácil consulta no canteiro de obras, que constituirão os Projetos para Produção.”
(MELHADO, 1997)
As etapas do Projeto da Produção segundo MARTUCCI (1990), são apresentadas no quadro 01.
Planejamento da Produção
elaboração da política de produção;
estudo tecnológico do sistema construtivo;
definição do fluxo tecnológico;
definição e caracterização dos processos de trabalho;
definição da trajetória de obra;
elaboração de orçamentos.
Projeto de canteiros de obras
estudos dos condicionantes físicos;
estudo da implantação do canteiro.
Projeto de usinas
caracterização das usinas
Gerenciamento da produção
operacionalizar os sistemas de administração da produção;
operacionalizar os sistemas de informação e comunicação;
operacionalizar os sistemas de avaliação e desempenho;
operacionalizar os sistemas de controle.
Quadro 01: Etapas do Projeto da Produção segundo MARTUCCI (1990). (FABRÍCIO, 1996: 135).
4.1. O PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O planejamento é um instrumento de apoio à decisão, que permite soluções sempre mais eficientes.
Como orientador da produção, o planejamento define programas e os controla. O planejamento na
construção civil tem um caráter dinâmico, trabalhando com informações e diretrizes, definindo
políticas e estratégias. Associa-se o planejamento adequado à boa qualidade, produtividade e
racionalização do processo.
São
estabelecidos os princípios básicos da organização do trabalho; da política do controle de qualidade,
custos, suprimentos; dos medidores de produtividade; de recursos humanos; de salários, etc., que
serão introduzidos no processo produtivo e construtivo adotados.
Através do Estudo Tecnológico do Sistema Construtivo são analisados e conferidos todos os
detalhes produtivos, construtivos e técnicos, fornecidos pelo projeto do produto. Verifica-se a
compatibilização de projetos, estuda-se os detalhamentos, verifica-se os memoriais e especificações
de técnicas, materiais e componentes. A análise agora é feita sob a ótica da produção, corrigindo-se
eventuais incompatibilidades, antes da fase de execução ou produção no canteiro.
O Fluxo Tecnológico mostra com qual seqü.ncia técnica, uma obra pode ser executada, analisandose
as características tecnológicas do processo construtivo, no projeto do produto.
A Trajetória da Obra ou a estratégia de desenvolvimento da obra define a seqü.ncia e a velocidade
de execução que se deseja ou que seja politicamente mais interessante ou que seja mais rentável,
baseado na disponibilidade de recursos e na ocorrência de fatores externos.
A Programação de Obras tem como objetivo: " elaborar, de forma integrada e equilibrada,
previsões de comportamento da obra no que diz respeito a custos, prazos e recursos, definindo os
procedimentos pelos quais estas previsões podem ser obedecidas." (ASSUMPÇÃO, 1988).
O PROJETO DA PRODUÇÃO E A
PROGRAMAÇÃO INTEGRADOS A UM
SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DA
PRODUÇÃO VOLTADO PARA A
CONSTRUÇÃO CIVIL
Myrian Tizuko Sassaki Santos
João Vitor Moccellin
Área de Engenharia de Produção da EESC - USP
Grupo de Pesquisa em Engenharia de Produção Civil - GPEPC
Av. Dr. Carlos Botelho, 1465 - CEP 13560-250, São Carlos-SP, Brasil.

O canteiro de obras constitui o conjunto de instalações que dá suporte à construção de


determinado empreendimento, abrigando a administração da obra, o processo produtivo e os
trabalhadores. O mesmo deve ser projetado e dimensionado antes do início da obra, de forma a
proporcionar um ambiente de trabalho sadio e confortável.
O planejamento de um canteiro de obras tem por objetivo alcançar a melhor disposição, dentro
do espaço disponível, para os materiais, a mão-de-obra e os equipamentos necessários à execução do
empreendimento, levando-se em consideração, sempre, as recomendações da NR-18 (Norma
Regulamentadora 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção).
Segundo ARAÚJO (1998), existem princípios que devem ser observados ao se planejar um
canteiro de obras, tais como: integração, minimização de distâncias, disposição de áreas de estocagem e
de locais de trabalho, uso dos espaços, produtividade e flexibilidade.
As áreas de vivência são partes integrantes de um canteiro de obras, representadas pelas
instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições, cozinha, lavanderia, área de lazer e
ambulatório.
Consoante SAMPAIO (1998), áreas de vivência são áreas destinadas a suprir as necessidades
básicas humanas de alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência e ambulatória, devendo ficar
fisicamente separadas das áreas laborais.

ANÁLISE DAS ÁREAS DE VIVÊNCIA EXISTENTES NOS CANTEIROS


DE OBRAS DE NATAL – RN
Nelma Mirian Chagas De Araújo
Luciana Fernandes Pinheiro De Medeiros
Celso Luiz Pereira Rodrigues
Universidade Federal da Paraíba
E-mail: nelma@netwaybbs.com.br, jrpmoura@uol.com.br, celso@producao.ct.ufpb.br

Para garantir qualidade de vida, condições de higiene e integração do operário na sociedade, com reflexos
na produtividade da empresa, a NR-18 determina que os canteiros de obra contenham áreas de vivência
que reflitam sua dignidade.
A indústria da construção é um dos ramos de atividades mais antigos e importantes
economicamente em todo o mundo. No Brasil, a construção civil emprega 6% dos
assalariados, com idade média de 34 anos, sendo 98,56% pertencente ao sexo masculino
(SESI, 1991). Atualmente, passa por um grande processo de transformação em todas as
fases do processo de produção: concepção, planejamento, projetos, suprimentos
(materiais, equipamentos e pessoal), execução, uso e manutenção. Durante a fase de
execução verifica-se um alto índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais,
causadas principalmente pela falta de planejamento adequado, desconhecimento e
implementação das condições legais de gestão da segurança e saúde do trabalho.
O canteiro é definido, segundo a Norma Regulamentadora 18 (NR-18) (BRASIL, 2001),
como sendo a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de
apoio e execução de uma obra. Sendo assim, observa-se que o canteiro de obras é uma
estrutura bastante dinâmica e flexível, o qual durante o desenvolvimento do edifício
assume características distintas em função dos operários, empresas, materiais e
equipamentos presentes nele. Por sua vez, as áreas de vivência são os locais destinados
ao descanso, higiene e permanência dos operários e gerentes da obra.
Porém, uma vez que a construção civil visa, fundamentalmente, o lucro para suas
empresas e, muitas vezes, a forma escolhida para obtê-los se dá através da redução
irrestrita dos custos, as áreas de vivência muitas vezes são deixadas de lado, assim como
a segurança no trabalho.
ANÁLISE DAS ÁREAS DE VIVÊNCIA EM CANTEIROS DE OBRA
MENEZES, Guilherme Stoppa (1); SERRA, Sheyla Mara Baptista (2)

Você também pode gostar