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em funçã o de
empregar um grande contingente de mã o-de-obra, tanto direta como indireta. No entanto,
segundo Costa (2004) a
realidade da mã o-de-obra empregada é uma característica importante do setor, onde nã o se
encontra especializaçã o e,
sim, um trabalho artesanal, comparando com outros setores. Suas peculiaridades, que a
diferenciam dos demais setores
industriais, refletem em uma estrutura complexa e dinâ mica, na qual as condiçõ es de trabalho
ainda sã o precá rias.
Fatores estes que dificultam a adoçã o de soluçõ es padrõ es para a sinalizaçã o dentro dos
canteiros de obras.
Na indú stria da construçã o civil a realidade da exclusã o é tã o marcante ou mais do que em
outros setores. Para
pessoas em geral e em especial as que enfrentam problemas de ordem comunicativa, a barreira
de comunicaçã o é um
grande obstá culo para sua inclusã o. Através da comunicaçã o sensorial, reproduçã o dos
significados da vida comum
pelas formas, cores, sons, signos e texturas expressos em inú meros elementos, é possível realizar
um sistema de
sinalizaçã o acessível a qualquer pessoa.
Os operá rios que compõ em esta indú stria sã o, em sua maioria, serventes, pessoas
vindas do meio rural e que nã o têm formaçã o técnica anterior à s atividades que exercem,
tornando-se assim, um alvo maior para os acidentes de trabalho.
Muitos sã o os fatores que predispõ em o operá rio da Construçã o Civil aos riscos de
acidentes, tais como: instalaçõ es provisó rias, o nã o uso ou uso inadequado de equipamento
de proteçã o individual (EPI), jornadas de trabalho prolongadas, serviço noturno, ausência
de equipamento de proteçã o coletiva (EPC), falta de habilidade do operá rio para execuçã o
de determinados serviços.
Outros fatores também devem ser considerados, sã o os de ordem social, como os
baixos salá rios, que induz o operá rio a alimentar-se mal, levando-o à desnutriçã o e
predispondo-o à s doenças em geral.
Na indú stria da Construçã o Civil, os canteiros de obras sã o um alvo quase que
constante de problemas. Devido à grandeza e a diversidade destes, gerados pelos trabalhos
de construçã o, nã o é possível recomendar uma soluçã o-tipo para a organizaçã o e
desenvolvimento das diversas atividades relativas à proteçã o da integridade física dos
trabalhadores. Porém, a eficiência de um programa de Segurança do Trabalho, em uma
obra, dependerá da participaçã o e colaboraçã o de todas as pessoas envolvidas, desde os
serventes até os engenheiros, bem como da coordenaçã o de todos os esforços para colocar
em prá tica os seguintes princípios:
a) programaçã o de todos os trabalhos, com o intuito de reduzir ao mínimo os danos
humanos, materiais e econô micos;
b) estabelecimento de um sistema eficaz para localizar e corrigir, o mais rá pido
possível, as condiçõ es e prá ticas inseguras;
c) disponibilidade e vigilâ ncia para que se utilizem os equipamentos de proteçã o
individual e coletiva e que toda má quina, equipamento ou ferramenta tenha sua proteçã o
adequada;
d) implantaçã o de um sistema efetivo de inspeçã o e manutençã o de má quinas,
equipamentos e ferramentas de trabalho;
e) investigaçã o dos acidentes, determinando as causas e tomando as medidas
necessá rias para evitar sua ocorrência e repetiçã o;
f) estabelecimento de um programa para manter o interesse e colaboraçã o de todos
os níveis da empresa.
Sem dú vida alguma, cada obra tem seus problemas específicos de segurança e,
portanto, cada programa deve ser adaptado à s condiçõ es e ao meio ambiente onde serã o
realizados os trabalhos.
De acordo com LIMA (1995), a segurança no trabalho, a produtividade e as
condiçõ es de alojamento dos operá rios, os três eixos que devem nortear a organizaçã o de
uma obra, ficam prejudicados quando sã o esquecidos pela empresa, pois os mesmos
representam as condiçõ es físicas da execuçã o de um projeto.
O princípio que deve nortear qualquer construção; seja grande ou pequena, residencial, comercial ou
industrial, urbana ou rural; é o de fazer a obra praticamente perfeita, no menor tempo possível e ao menor
custo, aproveitando o máximo rendimento de ferramentas, equipamentos, materiais e da mão de obra
empregados na construção. Logicamente é muito difícil, se não impossível executar uma obra perfeita, mas
deve-se procurar pôr todos os meios aproximar-se desta situação.
Para que isto seja possível torna-se necessário um perfeito planejamento de todas as etapas construtivas da
obra.
As etapas de uma construção, conforme os tipos de serviços executados, podem ser classificadas
como:
• _trabalhos preliminares;
• _execução;
• _acabamentos.
1.1. Trabalhos preliminares
P_l_a_n_e_j_a_m_e_n_t_o_ _d_a_s_
_C_o_n_s_t_r_u_çõe_s_ _
A estratégia de produção é composta dos seguinte
elementos: avaliação das necessidades dos clientes, avaliação do desempenho da produção,
definição dos objetivos de produção, avaliação dos recursos produtivos, elaboração do
plano de ação, avaliação do plano de ação com as demais áreas funcionais (produção,
marketing, vendas e financeiro)(SANTOS1 et al, 1995). São exemplos de estratégia de
produção:
1. redução da rotatividade da mão-de-obra;
2. manutenção preventiva de equipamentos no canteiro;
3. parceria para implantação de pallet;
4. inovação em formas, revestimentos e instalações;
5. informatização de canteiros; e
6. planejamento e controle da obra
maior motivação;
aumento da produtividade.
Para fazer uma análise ergonômica do trabalho, deve-se verificar as reais condições
do trabalhador ao realizar a tarefa, como:
postura;
_
meio ambiente;
_
habilidade;
_
equipamento e ferramentas.
_
òDesperdício
Pode-se conceituá-lo como sendo todo recurso que se gasta para executar um
produto ou serviço sem agregar valor ao mesmo, ou seja, tudo que se gasta além do
necessário(FREITAS, 1995).
Na construção civil o desperdício é visto como o grande vilão dentro dos programas
de qualidade, e geralmente ele ocorre em relação a: tempo, entulho, mão-de-obra, custo,
materiais, projeto e programação.
muito do desperdício já se tornou comum no
dia-a-dia da obra, o que dificulta o diagnóstico e o combate de forma eficaz.
algumas das perdas de materiais são previsíveis e evitáveis, sendo decorrentes
principalmente da falta de preocupação com as mesmas.
As próprias empresas não conhecem a importância das perdas, por desconhecerem
um método de levantamento de custo decorrente das mesmas.
A preocupação neste aspecto tem como finalidade garantir a segurança individual e
coletiva por toda a extensão da obra.
As causas dos acidentes na construção civil são as mais diversas possíveis: ausência
de um planejamento adequado; não previsão dos riscos na fase de projeto; utilização
inadequada de materiais e equipamentos; erros na execução; inexistência da definição de
responsabilidades e falta de informação(SANTOS apud ARRUDA, 1993).
Segundo Carvalho(1984), os custos gerados pelos acidentes de trabalho, geralmente
não são computados pela empresa, devido a dificuldade de levantá-los, já que envolvem um
grande número de variáveis, tais como:
despesas com reparo ou substituição de máquinas, equipamentos ou material avariado;
_
despesas jurídicas;
_
- na ajuda ao acidentado;
- na investigação da causa do acidente;
- em providências para que o trabalho do acidentado continue
a ser executado;
- na seleção e preparo de novo empregado;
- na assistência médica para os primeiros socorros; e
- no transporte do acidentado.
Para garantir qualidade de vida, condições de higiene e integração do operário na sociedade, com reflexos
na produtividade da empresa, a NR-18 determina que os canteiros de obra contenham áreas de vivência
que reflitam sua dignidade.
A indústria da construção é um dos ramos de atividades mais antigos e importantes
economicamente em todo o mundo. No Brasil, a construção civil emprega 6% dos
assalariados, com idade média de 34 anos, sendo 98,56% pertencente ao sexo masculino
(SESI, 1991). Atualmente, passa por um grande processo de transformação em todas as
fases do processo de produção: concepção, planejamento, projetos, suprimentos
(materiais, equipamentos e pessoal), execução, uso e manutenção. Durante a fase de
execução verifica-se um alto índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais,
causadas principalmente pela falta de planejamento adequado, desconhecimento e
implementação das condições legais de gestão da segurança e saúde do trabalho.
O canteiro é definido, segundo a Norma Regulamentadora 18 (NR-18) (BRASIL, 2001),
como sendo a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de
apoio e execução de uma obra. Sendo assim, observa-se que o canteiro de obras é uma
estrutura bastante dinâmica e flexível, o qual durante o desenvolvimento do edifício
assume características distintas em função dos operários, empresas, materiais e
equipamentos presentes nele. Por sua vez, as áreas de vivência são os locais destinados
ao descanso, higiene e permanência dos operários e gerentes da obra.
Porém, uma vez que a construção civil visa, fundamentalmente, o lucro para suas
empresas e, muitas vezes, a forma escolhida para obtê-los se dá através da redução
irrestrita dos custos, as áreas de vivência muitas vezes são deixadas de lado, assim como
a segurança no trabalho.
ANÁLISE DAS ÁREAS DE VIVÊNCIA EM CANTEIROS DE OBRA
MENEZES, Guilherme Stoppa (1); SERRA, Sheyla Mara Baptista (2)