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Aluno (a) :

Professoras Katiuci, Maíra e Rúbia e Professor Jocelito Data: 12ª semana


Componente Curricular: Ciências Humanas Turma: EJA EM3
E-mail da professora: katiuci.pavei@ufrgs.br
Messenger do perfil do facebook : Maíra Suertegaray

Modo de Produção Capitalista e seus modelos Taylorista, Fordista e Toyotista

1.Orientações para a realização da tarefa: A atividade é para ser enviada na forma digitada ou por
foto com boa visualização para um dos contatos identificados no cabeçalho. Caso tenham alguma
dúvida sobre o texto ou as atividades, podem enviar mensagem para esclarecimento para o e.mail
katiuci.pavei@ufrgs.br (lembrando que tem um ponto separando o nome do sobrenome).

2.Tarefa: Leia os textos a seguir e responda as respectivas questões.

O Modo de Produção Capitalista


• O Capitalismo é um sistema econômico, que surgiu a partir da Revolução Industrial do século XVIII,
na Europa Ocidental e segundo teóricos pode ser entendido como “uma sociedade produtora de
mercadorias” (K.M.).
• A Revolução Industrial ocorrida ao longo do século XVIII está vinculada à história da Inglaterra no
seu nascedouro em 1970, na cidade de Manchester, com a indústria têxtil (algodoeira).
• Entretanto, à medida que o capitalismo foi se consolidando, a ideia de Revolução Industrial
começou a ser associada a um conceito universal e ganhou vários sinônimos, dentre os quais o e
industrialização, que significava a alteração nos processos de produção, a concretização da
economia de mercado e a ascensão da burguesia.
• As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção –
terra, matérias-primas, máquinas e instrumentos de trabalho – pela burguesia.
• O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção
(trabalho assalariado).
• O capitalismo é movido por lucros, portanto, temos duas classes sociais essenciais: a burguesia e o
proletariado, ou, trabalhadores assalariados.

Destacamos os três principais modelos de desenvolvimento produtivo ou métodos de


racionalização do trabalho: o Taylorismo, o Fordismo e o Toyotismo:

Modelo de Produção Taylorista (produção cronometrada)

• Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro mecânico, desenvolveu um conjunto de


métodos para a produção industrial que ficou conhecido como taylorismo.
• De acordo com Taylor, o funcionário deveria apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo
possível durante o processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma como
se chegava ao resultado final.
• O engenheiro constatou que os trabalhadores deveriam ser organizados de forma hierarquizada e
sistematizada; ou seja, cada trabalhador desenvolveria uma atividade específica no sistema
produtivo da indústria (especialização do trabalho). Havia uma separação rígida entre planejamento
e execução no processo produtivo.
• O trabalhador é monitorado segundo o tempo de produção. A cronometragem de cada etapa da
produção determinava o tempo médio, que passava a ser a referência a partir de então para aquele
conjunto de tarefas. Cada indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo
premiados aqueles que se sobressaem. Isso provoca a exploração do proletário que tem que se
“desdobrar” para cumprir o tempo cronometrado.
• O taylorismo é uma denominação clássica para a postura gerencial adotada pela empresa de
automóveis Volkswagen, na Alemanha.

O Modelo de Produção Fordista (produção em série)

• Dando prosseguimento à teoria de Taylor, Henry Ford (1863-1947), dono de uma indústria
automobilística, em 1913 desenvolveu seu procedimento industrial baseado na linha de montagem.
• A principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de montagem, na qual cada operário
ficava em um determinado local realizando uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto
fabricado) se deslocava pelo interior da fábrica em uma espécie de esteira rolante. Com isso, as
máquinas ditavam o ritmo do trabalho.
• O método fordista de organização do trabalho produziu surpreendente crescimento da
produtividade, garantindo, assim, produção em larga escala para consumo de massa, isto é,
padronização das peças e a fabricação de um único produto em grande quantidade nos estoques.
• Os países desenvolvidos aderiram totalmente, ou parcialmente, a esse método produtivo industrial,
que foi extremamente importante para a consolidação da supremacia norte-americana no século
XX.
• O funcionário da fábrica se especializava em apenas uma etapa do processo produtivo e repetia a
mesma atividade durante toda a jornada de trabalho, fato que provocava uma alienação física e
psicológica nos operários, que não tinham noção do processo produtivo do automóvel.
• O fordismo é uma denominação clássica para a postura gerencial adotada pela empresa de
automóveis Ford, nos Estados Unidos.
• Os modelos Taylorismo-Fordismo são juntos considerados a segunda Revolução Industrial.
• Ocorreu uma forte expansão dos empregos, principalmente nas grandes indústrias.
• A reação dos trabalhadores foi o reforço dos sindicatos e a luta social organizada que resultou em
conquistas de direitos sociais como salários, previdência social, jornada de trabalho determinada,
contrato coletivo, seguro-desemprego.

O Modelo de Produção Toyotista (produção flexível)

• Como resposta à crise do fordismo, as empresas passaram a introduzir equipamentos


tecnologicamente cada vez mais avançados e novos métodos de organização da produção, como
o Toyotismo, que foi criado por Taiichi Ohno (1912-1990).
• As várias mudanças implantadas no sistema produtivo e nas relações de trabalho, particularmente
nos países desenvolvidos, ficaram conhecidas como produção flexível e serviram para dar
continuidade à acumulação capitalista.
• O toyotismo propunha uma diminuição da divisão do trabalho, não fracionando as etapas do
processo produtivo.
• Organização da produção e entrega rápida (no momento e na quantidade exata, conforme a
demanda - Just-in-time), gerando redução de estoques e diminuição do desperdício.
• Busca flexibilizar o sistema produtivo capitalista, ao capacitar as empresas para responder com
agilidade e diversificação de mercadorias às demandas do mercado.
• O Toyotismo é uma denominação clássica para a postura gerencial adotada pela empresa de
automóveis Toyota, no Japão, na década de 1970.
• O trabalhador pensa e executa o processo, com funções polivalentes, exercendo multitarefas e com
altas exigências de formação e qualificação (cursos, especializações).
• Também há a introdução da automação (com mais máquinas, computadores, robôs), tornando, em
grande parte, a mão de obra humana ultrapassada.
• A produção flexível é considerada a terceira Revolução Industrial.

NA NOVAS CONFIGURAÇÕES DO MUNDO DO TRABALHO:


• Há uma redução no número de trabalhadores e aumento do desemprego, principalmente em países
com uma grande população.
• Bem como, a ampliação de novas formas de trabalho: parcial, temporário, terceirizado e precarizada.
• O trabalho precário tem como características a diminuição ou ausência de direitos sociais
trabalhistas, tais como: férias; FGTS; registro em carteira; vínculo empregatício (contrato);
proteção contra demissão arbitrária ou sem justa causa; serviços e benefícios previdenciários.
• O período de trabalho pode ser ocasional, em tempo parcial ou intermitente (como alguns
estágios), com jornadas longas e intensas, muito curtas e intensas ou ainda, indefinidas.
• A remuneração (pagamento) pode ser entendida como sub-remunerações e não definidas, por
exemplo: por produção, por serviço (tarefa), por hora, comissões, ou ainda, nenhuma
remuneração na forma de estágios não-remunerados, trabalhos ‘voluntários’ e ajuda a membro
da unidade domiciliar.
• Já os tipos de trabalhadores: assalariados sem carteira assinada, conta-própria ou autônomo,
trabalhador doméstico, não-remunerados, servidores públicos não-estatutários ou celetistas,
comissionados
• Quanto a reação dos trabalhadores percebe-se uma ampliação da desindicalização
(enfraquecimento dos sindicatos), com a individualização e fragmentação (culpabilização exclusiva
pelo sua condição de emprego ou desemprego) e tendência a fazer parceria assumida ou conflitiva
com os empregadores (com contratos negociados).

Agora vamos às questões:

Questão 1: (ENEM 2001, adaptada)


“… Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas
para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4
operações diferentes; …”
(SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova
Cultural, 1985).
A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes perguntas:

a) O que ambos retratam?


b) A qual tipo de produção eles se referem?
c) Qual é a ideia representada sobre o conhecimento do operário em relação a totalidade do
processo produtivo?

Questão 2: (ENEM 2015 - adaptada) Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma
certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de
dia e noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção
temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a
separação tradicional entre trabalho e descanso — todas as partes do dia podem ser aproveitadas
produtivamente.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto e nas imagens teve


como consequência a

A) melhoria da qualidade da produção industrial.


B) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
C) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
D) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
E) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.

Questão 3. (ENEM 2011) Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação


do trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova
organização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração
descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas
tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua
coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja
entre os andares de um mesmo edifício.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado).

No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de


comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais
mudanças têm provocado
A) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência dos
modelos orientais de gestão.
B) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do
desemprego crônico.
C) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação e
com vistas à mobilidade dos investimentos.
D) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos
especialistas técnicos e gestores.
E) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia de
harmonização das relações de trabalho.

Questão 4. Neste momento de pandemia milhares de trabalhadores e trabalhadoras estão fazendo


trabalho remoto em suas casas (home office).

“O modelo de trabalho no mundo ou Brasil será


impactado pela pandemia de covid-19 e o número de
empresas que pretendem adotar o home office após
a crise do novo coronavírus deve crescer 30%.”
Publicado em 24/04/2020 - 20:21 Por Camila Boehm
– Repórter da Agência Brasil - São Paulo

(ENEM – 2012 - adaptada)

Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior controle sobre
o processo em si.

A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os
ausentes do escritório do que para os presentes.

O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.


SENNETT R. A corrosão do caráter, consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

A concepção de tempo da organização do trabalho analisada no texto pressupõe que:

A) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.


B) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
C) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
D) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
E) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.

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