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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Filosofia e Ciências Humanas


Departamento de História
Teoria da História
Semestre letivo: 2019.2

João Marcus Lima de Santana


Quais as reias diferenças entre a Teoria da História e a Filosofia da História? A
Filosofia da História morreu?

Não vejo muito diferença uma da outra, mas ainda assim, é possível encontrar
pontos minúsculos particulares, tanto da Teoria, como da Filosofia. A primeira surge
para colocar a mão na massa, analisar o passado, destrinchando o acontecimento, como
a paleontologia que com suas ferramentas, vai cavando o passado, limpando
cuidadosamente, clareando o passado que até então, estava morto. O passado é revelado
depois dos cuidados, fica mais visível ao olhar humano, conseguimos obter uma
imagem do esquelético do animal, assim, imaginamos esse passado, criamos,
inventamos a partir do ponto da imagem, então construímos em carne. A História sendo
levada as suas histórias, ficam perdidas, como o jogo do quebra-cabeça, porém sempre
há de faltar peças para concluir de fato a imagem, mas somos dotados de uma lógica
dentro da concepção dessas histórias que faz a História, com essa lógica, pensamos a
imagem do jogo, imaginamos, inventamos e definimos a imagem, por mais que faltem
peças para completar. A segunda vem como hipótese, ao olhar tudo que foi construído,
ela pensa o futuro, como um devir, o que vir a ser, porém, há uma variedade de olhares
distintos, isso se deve ao ser humano, pois somos nós, que diferenciamos as percepções
do mundo, o que será esse mundo, o que é a vida (Pensar a vida é pensar a História).
Existe uma lógica no mundo, que nós humanos, poderíamos responder com clara
certeza, ou, o mundo caminhando com o tempo, que por distraidamente, faz-se
circunstancialmente a vida dos seres vivos. Mas quem sabe, que o mundo, a História
seja concreta, determinada por uma lei ou ordem, de quem vai além da racionalidade
humana, o mundo como um livro escrito, não podemos mudar a História, apesar de
lermos uma página desse livro, o final dele já foi escrito, há um destino concreto, não é
reversível. Até onde eu sei, não somos capazes de reverter o passado. Mas somos
capazes de enxergar o futuro, ou um futuro um pouco próximo (O futuro sempre muda
de concepção de época em época, pois nunca se mantém constante, o futuro sempre será
uma incógnita, jamais será algo concretizado e ou entendido como um produto, não se
enxerga o fim no tempo, enxerga circunstâncias, que apesar de nossa capacidade de
entender, imaginar um futuro, não conseguiremos imaginar o futuro imaginado ou
entendido no futuro, pois não há ponto final em sua mudança, assim como os fluxos dos
ventos desnorteados, sem direção, às vezes sem uma lógica, às vezes carregada com
padrão, assim vejamos esse Tempo, essa Filosofia, essa História e também, a Vida,
como ciência.).

Explique a relação entre Tempo e história e demonstres duas possíveis


interpretações do Tempo Histórico que fogem ao Tempo linear.

Podemos enxergar o Tempo com distintas visões que contribui para uma
diversidade de definições do mesmo. Pois não conseguimos conceber um só túnel de
visão, classificar ou rotular o Tempo. Não somos capazes compreender o Tempo,
quando digo compreender é dizer de fato e conclusivo o que é o que ser o Tempo, pois
apenas existirmos em parte limitada do Tempo, uma espécie de presentismo humano,
onde toda racionalidade humana corresponde às histórias construídas por nós dentro
desse Tempo. Jamais enxergamos o Tempo fora da nossa racionalidade, impossível para
nós humanos entender aquilo que não faz parte de nós, podemos dizer que o Tempo
transcende a razão humana. Imaginamos um túnel, não enxergamos o seu fim, mas
imaginamos o inicio desse túnel. O que está fora desse túnel, podemos classificar de
Tempo, pois não é concebível para nós enxergar o que está fora, apenas o que está
dentro dele, que é toda construção histórica. As histórias ao passar dos anos, foi dando
sentido o que se poder dizer da vida humana. É difícil apontar um inicio dessa História,
mas não e difícil entender essas histórias como hábitos, que ao longo, foi dando sentido
e construindo uma consciência, ou seja, saber o que de fato fazemos, como a linguagem
atualmente, que faz parte da nossa história construída. Antes de nós criarmos letras com
uma lógica humana ou números, não se fazia sentido, não existia lógica, fomos nós que
criamos as lógicas e os sentidos. Vejo toda essa criação por nós, por nada mais que uma
determinação do acaso, o conhecimento passado de geração em geração, o que era
instinto, o que se fazia por impulso, dava anos depois, consciência dos atos feitos, assim
se fazia história construída no Tempo.

Vejamos que o Tempo é desconhecido, porém as histórias foram realizadas, com


lógica ou não, atualmente é entendida. Conseguimos conceituar atos, realizações,
eventos etc. Talvez, nós humanos racionais, que seja por causa dessa razão humana que
nós criamos. Essa ideia de rotular e conceituar que está tão fortemente no pensar que
têm inibido um pensar contínuo ao acaso, como um fluxo sem direção, sem controle. O
que quero dizer que a razão humana, consegue ver padrões, entender o passado, prever
o futuro, devido a essa construção racional. Nós chegamos num ponto de social, que
está cada vez mais globalizado, estamos em uma cultura quase mundial, isso se faz
muito culpa de Max Weber com sua “cultura” burocrática que no século 21 está tão
impregnada nos costumes humanos de diversos países. O que expresso em palavras, são
que o Tempo cíclico, ele faz sentido, pois quando olhamos a continuidade, conseguimos
apontar e definir o que são, o que seja, pois estamos “presos” a nossa realidade
construtivista, que ao longo dessa História, nós humanos definirmos, conceituamos as
circunstâncias, os acontecimentos, que assim fica até fácil de apontar e dizer o que é, o
que está acontecendo, já que pegamos os exemplos passado para dizer o que acaba de
nos ocorrer diante dos nossos olhos.
Uma outra, teoria, que trago é o objeto que sempre especulamos, tão falada e
imaginada na Teoria, na Filosofia, porém não passa de abstração e de certa forma,
jamais racionada, pois nunca foi hábito, muito menos uma experiência que poderíamos
nós classificar e rotular. A morte é nada mais que especulações. Mas como não posso
imaginar o fim das histórias particulares dos seres, como não posso imaginar sendo ela
ruptura de história racional, sendo dissipada dessa realidade, partindo a outro Tempo,
construindo outras histórias, em outro Tempo, ou no mesmo Tempo, em diferente
dimensão. Dando assim, uma ideia de cíclica, gerando agora outro construtivismo,
sendo construída em uma história distinta ou semelhante, porém a razão após essa
quebra de lógica dessas histórias entra em conflito com outra lógica, outro sentido já
construído após a morte, ou que esteja ainda no caminho da sua própria construção. Se
pensarmos que a morte é uma ideia de Tempo cíclico para os seres vivos, que dissipam
de um tempo histórico, para outros tempos históricos, pois a alma (consciência humana)
é capaz de se conectar, de materializar em algo adaptável ao seu fluxo quântico. Longe
de mim, querer construir um novo reino dos céus, pelo contrário, não há um lugar
objetivo após esse tempo vivido, apenas vejo a consciência encontrando alguma matéria
que consiga conectar novamente, porém, como disse antes a questão da racionalidade, o
próprio corpo é racional, nessa perspectiva de um novo “corpo” deva entrar em conflito,
pois não há uma razão das limitações dessa nova matéria e talvez, não consiga obter
controle e não entender as necessidades desse novo órgão.

Quais as principais características que separam a Historiografia de Heródoto da


de Tucídides, e quais as contribuições que o dois imprimiram na História, até os
dias de hoje?

Heródoto é considerado historiador da cultura, devido ao seu impulso de


investigação nos costumes e hábitos dos povos. Analisava suas fontes por terceiros,
havia uma metodologia crítica de verificação da fonte, disponível para os diálogos,
acaba analisando as coerências nas conversas das pessoas, para então concluir esses
relatos em forma de prosa, simples e direto. Em oposição, apenas em forma pessoal de
historiador, o Tucídides, estava mais ligado ao ramo da história política e militar, sendo
muitas vezes protagonistas de suas histórias escritas e que também havia forma de
prosa, com muitos diálogos.

Heródoto costuma trazer um vínculo religioso, sendo considerado por causa


disso, um ser pessimistas das visões humanas. Apesar dos seus escritos que são feito por
base dos costumes e hábitos humanos, ainda assim, havia em seus escritos, um ar de
divindade, sendo esses seres que ultrapassam a linha da razão humana, os controladores
das autonomias dos povos. Sem fazer comparação com qualquer religião, o mesmo
também acreditava que os povos eram regulados por uma espécie de “moralidade”,
sendo as divindades as detentoras das ordens através de punições. Tucídides foi
diferente, não havia esse olhar transcendental, além da humanidade, apenas os seres
vivos que já existiam. Procurava investigar e destrinchar as causas de apenas uma
guerra, a do Pelopeneso, conflito entre os Atenienses e Espartanos. Diferente do
pessimismo de uns, Tucídides valorizava o efeito do ser humano e suas capacidades já
construídas como os modelos políticos, militares e econômicos, que eram frutos de se
comemorar os efeitos humanos, como valorizar a criação de um ser capaz de criar o
imaginável até o momento.

Outra ideia de contribuição para História seria o fato de iniciar uma ideia para
relatar o vivido, de registrar não apenas em memória como nas culturas da oralidade,
mas deixar o passado à vista de todos em forma de palavra. Além do que a História só
pode ser pensada e desenvolvida quando se inicia, quando cria intencionalmente ou não,
uma visão no mundo, sendo esse modelo o registro do passado com toque de sutileza do
imaginário. Assim são as coisas mais novas no mundo global, toda tecnologia registra,
grava os momentos ao vivo e a cores, através de uns relatos lá atrás na História, hoje
podemos guardar o passado visível, (Um pequeno detalhe desse passado particular) e
quando nos der vontade, observar.

Alguns historiadores consideram o Século das luzes como um período de mudanças


de paradigma historiográfico. Explique em que termos se dá tal mudança.

Ficarei com os argumentos dos filósofos da época como Rousseau e


Monstesquie, que enxergavam o sentido em uma perspectiva para o caminho da
igualdade.

Mas vejo essas mudanças em práticas, com as ideias dos autores implantadas nas
revoluções que derrubaram poderes absolutistas dando assim, o poder ao povo
(teoricamente esse poder significava do povo), como no caso da Independência dos
Estados Unidos (1787) e a Revolução Francesa (1789). As constituições que vão ser
criadas, discutidas e implementadas ao longo dos anos, vão com visão nos três poderes:
Executivo, legislativo e judiciário. Embora esses dois países que estavam rompendo
antigos regimes e tão criticados pelos os iluministas, vão distinguir suas políticas, os
três poderes descrito por Monstesquie seria um forma de controle da justiça, para que
nenhum poder ultrapassem os limites, caso contrário, andariam novamente nos regimes
absolutistas e militaristas. Observando os Estados Unidos, o sistema judiciário eleva
ainda mais seu poder, já que diferente do judiciário Frances, este poder participa não só
apenas nas justiças sociais, mas também, dos debates político, enquanto o Frances faz
questão de usar e limitar o poder as questão sócias, ligando a criminalidade etc. Embora
os Estados Unidos após sua independência, seguir uma lógica de autonomia do povo,
com base nos três poderes, ela irá mudar não radicalmente, faz-se seguir o mesmo teor
ideológico, porém serão ajustadas com um nova percepção, os Federalistas, que são os
detentores da criação do presidencialismo.

O advogado e líder radical jacobino, o famoso incorruptível, Robespierre, ao


discursar no plenário, ou na casa política da França, discordava do sistema constituinte
Francês, com ênfase no judiciário, já que fazia grandes comparações ao antigo regime,
mais especifico a nobreza, que para o mesmo, ainda se mantinha os mesmos costumes.
Para que de fato surja uma política para o povo, Robespierre argumentava sobre a
questão do quadro vitalício do judiciário, que jamais poderia ser revogado, expulso etc.
Para o mesmo, não passara de um nobreza de grupos privilegiado, garantindo não só
apenas os confortos de toda sua zona controlável mas, garantido as dos que eles
escolherem. Como exemplo, dou duas questões sobre os mesmos poderes e ideologia na
ascensão burguesa, nas autonomias do povo, e após revoluções que quebrara
concepções absolutistas, como a ideia da “vontade geral” do Rousseau e os espíritos das
leis de Monstesquieu, que não pretendia projetar uma república, e sim, criar uma
espécie de manutenção da monarquia, já que para ele essa ideia de autônima social era
fator potencial da desordem, e controle de alguns grupos sob outros. Os exemplos são o
New Deal, como uma intervenção do Estado na economia, devidamente com o suporte
do judiciário no século XX e no Brasil, são os casos levando em questão mais a justiça
comum. o Thor Batista, filho de Eike Batista, que até então era o homem mais rico do
Brasil na época. Thor atropela uma pessoa que andava de bicicleta, para justiça teórica
nas condições que o Thor estava, foi assassinato culposo, em prática Thor jamais foi
preso, não respondeu por seu crime, e sendo noticiado pelo país inteiro por diversos
canais de mídia.

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