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ORGANIZADORES:

Amanda Gomes Pereira, Ana Caroline Amorim Oliveira, Clodomir Cordeiro


de Matos Júnior, Hugo Freitas de Melo, Ivanete Coimbra Cavalcante Sousa,
Josenildo Campos Brussio, Keliane da Silva Viana (in memorian),
Laura Rosa Costa Oliveira, Thiago Pereira Lima, Washington Tourinho Júnior.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Reitor Prof. Dr. Natalino Salgado Filho


Vice-Reitor Prof. Dr. Marcos Fábio Belo Matos

EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Diretor Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira

Conselho Editorial Prof. Dr. Luís Henrique Serra


Prof. Dr. Elídio Armando Exposto Guarçoni
Prof. Dr. André da Silva Freires
Prof. Dr. Jadir Machado Lessa
Profª. Dra. Diana Rocha da Silva
Profª. Dra. Gisélia Brito dos Santos
Prof. Dr. Marcus Túlio Borowiski Lavarda
Prof. Dr. Marcos Nicolau Santos da Silva
Prof. Dr. Márcio James Soares Guimarães
Profª. Dra. Rosane Cláudia Rodrigues
Prof. Dr. João Batista Garcia
Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas
Bibliotecária Suênia Oliveira Mendes
Prof. Dr. José Ribamar Ferreira Junior

Site do Evento:

https://doity.com.br/i-jornada-de-cincias-humanas-e-sociais

Canal de Transmissão
Ciências Humanas Sociologia CHS:

https://www.youtube.com/channel/UCa6QmHxSHXE4rkWtGxpyojw
ORGANIZADORES/AS
Amanda Gomes Pereira
Ana Caroline Amorim Oliveira
Clodomir Cordeiro de Matos Júnior
Hugo Freitas de Melo
Ivanete Coimbra Cavalcante Sousa
Josenildo Campos Brussio
Keliane da Silva Viana (in memorian)
Laura Rosa Costa Oliveira
Thiago Pereira Lima
Washington Tourinho Júnior

CADERNO DE RESUMOS

I JORNADA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS:

TERRITORIALIDADES E CULTURAS EM TEMPOS DE RESISTÊNCIAS,

8 A 10 DE SETEMBRO DE 2021

São Luis

2021
Copyright © 2012 by EDUFMA

PROJETO GRÁFICO, Camila Nobre


DIAGRAMAÇÃO E CAPA


IDENTIDADE VISUAL Camila Nobre
Luciano Brandão Marques

REVISÃO Amanda Gomes Pereira


Ana Caroline Amorim Oliveira
Clodomir Cordeiro de Matos Júnior
Hugo Freitas de Melo
Ivanete Coimbra Cavalcante Sousa
Josenildo Campos Brussio
Keliane da Silva Viana (in memorian)
Laura Rosa Costa Oliveira
Thiago Pereira Lima
Washington Tourinho Júnior

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

J82 Jornada de Ciências Humanas e Sociais (1.: 2021 : São Bernardo, MA).

Caderno de resumos [recurso eletrônico] / I Jornada de Ciências Humanas e


Sociais: territorialidades e culturas em tempos de resistências, 8 a 10 de setembro de
2021. / Org. Amanda Gomes Pereira ... [et al.]. - São Luís: EDUFMA, 2021.

196 f.

Disponível em: https://doity.com.br/i-jornada-de-cincias-humanas-e-sociais/blog/anais

ISBN (on-line): 978-65-89823-84-1

1. Ciências Humanas. 2. Ciências Sociais. 3. Cultura - Territorialidades.


4. Conflitos. I. Universidade Federal do Maranhão. II. Título

CDU 304: 316.48


Elaborada pela Bibliotecária: Laís Dayane Lima Pereira Maia CRB-13/735

EDUFMA | Editora da UFMA Av. dos Portugueses, 1966 – Vila Bacanga


CEP: 65080-805 | São Luís | MA | Brasil
Telefone: (98) 3272-8157
www.edufma.ufma.br | edufma@ufma.br
SOBRE A JORNADA
A “I Jornada de Ciências Humanas e Sociais: territorialidades e culturas em tempos de (r)existências”
surgiu como um sonho da professora Me. Keliane da Silva Viana que, infelizmente, não o pode ver
realizado. A profa. Keliane foi discente da primeira turma do Curso de Licenciatura em Ciências
Humanas/Sociologia em 2010 e, após 10 anos de criação do Curso e do Campus, ela, já como
docente, projeta a realização deste evento para coroar esta primeira década, destacando agora o
seu legado.

A Jornada foi realizada no período de 08 a 10 de setembro de 2021, de maneira virtual, através


do canal no Youtube (Ciências Humanas Sociologia CHS) do Curso de Licenciatura em Ciências
Humanas/Sociologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus São Bernardo
- MA. O evento, em sua 1ª edição, nasceu articulando as atividades de estudos e resultados
de pesquisas dos Grupos do referido curso, nomeadamente: “Epistemologia da Antropologia,
Etnologia e Política”( GPEAEP/CNPQ); “Grupo de Estudos sobre as Cidades e seus Conflitos
(Citadinos/CNPQ)”; “Grupo de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente, Desenvolvimento e
Culturas (GEPEMADEC/CNPQ)”; e, “Grupo de Estudos em Gênero e Educação Chitá/Gitã”(CNPQ).

A Jornada de Ciências Humanas e Sociais buscou reunir pesquisadores, gestores públicos e


lideranças de movimentos sociais do estado do Maranhão, especialmente, da região do Baixo
Parnaíba Maranhense e imediações, além de integrar pesquisadores de fora do estado. A I Jornada
teve como intuito criar um espaço de discussões e debates sobre pesquisas e temas relacionados
às questões ambientais, territoriais, ontológicas, cosmológicas e culturais que envolvem povos
e comunidades tradicionais frente à implantação de projetos de desenvolvimento concebidos
segundo o modelo socioeconômico hegemônico na sociedade brasileira.

A primeira edição do evento teve 577 inscritos, 195 trabalhos recebidos, 04 oficinas, 07 minicursos,
11 simpósios temáticos, 05 mesas redondas e 03 conferências. Espera-se que o conhecimento
produzido e ventilado durante o evento possa ser replicado sobre a realidade local e regional,
beneficiando direta e indiretamente os cidadãos maranhenses na construção de ambientes mais
democráticos e igualitários.

In memorian à Keliane da Silva Viana (1991-2021)


Profª. Drª. Ana Caroline Amorim Oliveira
Comissão Organizadora
Sumário
Sumário

Simpósio Temático 01
Identidade cultural e resistência: a arte como fonte de reflexão.____________________ 7

Simpósio Temático 02
Religiões, educação e política: (re)configurações históricas, dinâmicas de poder e
práticas sociais no Brasil__________________________________________________ 33

Simpósio Temático 03
Cidades, conflitos e narrativas sociais_______________________________________ 48

Simpósio Temático 04
Corpos dissidentes: emoções, afetos e poderes______________________________ 81

Simpósio Temático 05
Territorialidades e povos indígenas: Histórias e Memórias_______________________ 107

Simpósio Temático 06
Produção espacial, territórios e dinâmicas socioambientais_____________________ 118

Simpósio Temático 07
O uso de pesquisas de campo na elaboração de trabalhos em Ciências Humanas e
Sociais: experiências e práticas___________________________________________ 138

Simpósio Temático 08
Imaginário, Simbolismos e Mitos___________________________________________ 149

Simpósio Temático 09
Educação e os desafios e possibilidades no novo modelo de estágio supervisonado
obrigatório no ensino remoto______________________________________________ 166

Simpósio Temático 10
Arte sonora ambiental e seus impactos_____________________________________ 180

Simpósio Temático 11
Turismo e Humanidades: reflexões, conflitos e contextualizações________________ 183
Simpósio Temático 01

Identidade cultural e
resistência: a arte como
fonte de reflexão.

Coordenadores:

- Profª Ma. Claudia Letícia Gonçalves Moraes


- Profº Me. Rayron Lennon Costa Sousa
REPRESENTATIVIDADE NEGRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA POR MEIO DA LITERATURA

Autora: Teresa dos Santos de Brito1


Co-autor : Geovana Coêlho de Souza Lima2
Orientadora: Gleiciane Brandão Carvalho3
Universidade Federal Do Maranhão-UFMA
Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia

O presente artigo explana profundas reflexões sobre as lutas, anseios, conquistas das mulheres negras
na ocupação de espaço, o processo de construção e identificação da criança negra através da literatura
infantil. Neste sentido, a metodologia utilizada trata-se de um estudo bibliográfico, no qual em seu
primeiro momento será realizado a abordagem do tema já apresentado a cima e, em seguida, será
feito um levantamento de três livros literários infantis, A menina Bonita do Laço de fita de Ana Maria
machado, As Bonecas da vó Maria, de Mel Duarte e Uma Princesa Diferente? de Cristiane Sousa,
fazendo uma abordagem da importância de se trabalhar livros literários que traga protagonistas
negros a cena, para que dessa forma consiga trazer a representatividade. Para tanto, o trabalho conta
com uma revisão bibliográfica que utiliza alguns autores, como por exemplo: STUART HALL(2019)
expõe ideias sobre identidade cultural, LUIZ SILVA e SILVIO ALMEIDA. Entende-se a literatura
como um mecanismo necessário para a construção identitária, visto que, através da literatura os alunos
irão desenvolver seus primeiros passos no mundo da leitura, e a partir da literatura afro-brasileira as
crianças de raças diferentes irão aprender a respeitar e refletir sobre ações preconceituosas, isto é, ela
possibilita a criança entrar no mundo da imaginação reconhecendo a realidade da história das pessoas
negras e sua cultura.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Infantil; Representatividade; Educação Infantil

1 Teresa os Santos Brito, Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do
Maranhão- Campus Codó

2 Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- Campus Codó,
Bolsista do Projeto Brinquedoteca Maria Filó-UFMA Campus Codó, Voluntária do Projeto Residência Pedagogica-
UFMA Campus Codó.

3 Gleiciane Brandão Carvalho, professora Graduada em Ciências Humanas-Sociologia (UFMA), especialista em


Educação (UFMA), mestre em História (UEMA), Pesquisadora no Núcleo de Pesquisa NEAFRICA.

8
A IMPORTÂNCIA DO FESTIMA DE DÉDOUGOU PARA A
MANUTENÇÃO DAS TRADIÇÕES AFRICANAS

Francivan Almeida Silva


Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão – UEMASUL
Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas - NEABI
Discente – Licenciatura em História
Francivanalmeida777@gmail.com

O Festival Internacional de Máscaras e Artes de Dédougou – FESTIMA, é um dos principais eventos


culturais de Burkina Faso, e nas últimas três décadas vem mostrando sua influência no campo da
manutenção das tradições de máscaras no continente africano. Iniciando seus trabalhos em 1996, após
um grupo de jovens estudantes, no ano anterior, perceberem os riscos que esse eixo cultural estava
sofrendo diante das influencias modernas, criando assim a Associação de Proteção de Máscaras –
ASAMA, que produziria o festival fortalecedor da cultura das máscaras, pois essas manifestações
artísticas vem sofrendo mudanças e cada vez mais afastando-se de suas funções anteriores, colocando
em risco suas sobrevivências. Também, é preciso ressaltar o constante saque que elas sofrem no
continente em favor dos ocidentais amantes de artes, e quando isso ocorre em algumas comunidades
a prática é quebrada. Assim como as imposições religiosas ocidentais extremistas que ameaçam a
sobrevivências das artes africanas. Devido aos problemas supracitados, este, busca compreender os
motivos para o surgimento do FESTIMA de Dédougou e seus objetivos, analisar as contribuições
do festival para a proteção das manifestações artísticas locais, além de contribuir para a difusão do
conhecimento acerca dos povos ligados ao FESTIMA. Portanto o festival surge com o objetivo de
salvaguardar esse patrimônio em perigo somando forças as sociedades tradicionais, como também se
posicionando dentro do continente como uma das principais expressões das comunidades ligadas as
máscaras, tornando-se referência ao se fala em valorização das tradições artísticas africanas.

PALAVRAS-CHAVE: FESTIMA, Máscara, Arte, Salvaguarda.

9
O GRITO DA MANDRÁGORA: BREVES LINEAMENTOS DA
FILOSOFIA POLÍTICA DE MAQUIAVEL.

Autor: Kevin de Abreu Ferreira


Orientador: Professor Doutor Flávio Luiz de Castro Freitas
Universidade Federal do Maranhão
Bacharel em Psicologia, Licenciando em Filosofia & Mestrando em Cultura e Sociedade.

No presente estudo se buscará avaliar a filosofia política e renascentista de Nicolau Maquiavel a


luz de sua peça “A Mandrágora”. A partir disso, irá se considerar conceitos centrais ao autor, como
“Virtù” e “Fortuna”, assim como seus fundamentos no realismo político e no humanismo cívico,
para interrogarmos como podemos pensar “o espelho do príncipe” como um projeto de formação
humanista. Considerando a obra “O Príncipe”, podemos considerar que aí há o desenvolvimento de
um projeto para a formação da consciência histórica? Podemos pensar na ideia de uma historiografia
(ou de crônicas históricas) como constituinte de uma filosofia da história distinta de uma que considera
uma história linear do progresso, como a filosofia da história iluminista – uma filosofia da história
cíclica, em Maquiavel? Será a partir desses breves lineamentos ensaísticos que se buscará considerar
o desenvolvimento do pensamento de Maquiavel enquanto um pensador de seu tempo – a renascença
italiana – e algumas de suas principais obras.

PALAVRAS-CHAVE: Maquiavel, Filosofia Política, Filosofia renascentista, Realismo Político,


Humanismo Cívico.

10
A CONSTRUÇÃO IDENTITARIA DA MULHER NEGRA NO AMBIENTE
ESCOLAR.

Aurora: Geovana Coêlho de Souza Lima1


Co-autor: Teresa dos Santos de Brito2
Orientadora: Gleiciane Brandão Carvalho3
Universidade Federal Do Maranhão-UFMA
Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia

O presente artigo expressa a investigação dos registros históricos do território brasileiro, que é
compostas por memórias e tradições que relatam as desigualdades raciais. Pela visão da sociedade,
a mulher negra é classificada com estereótipos, e através das lutas que mulheres afro-brasileiras
criam o movimento feminista negro. Seguindo essa perspectiva, a metodologia aplicada conduz
a uma análise bibliográfica que relaciona a mídia social com esfera educacional, retratando como
situações preconceituosas do cotidiano interfere de forma negativa no âmbito escolar. Observa-se que,
a mídia por exemplo, influencia de forma sutil, e consequentemente os padrões exposto não exaltam
a cultura negra, sobretudo, a participação ativa do ser afro-brasileira feminina. Para tanto, o presente
artigo utiliza de algumas autoras que auxiliam na escrita e reflexão do assunto abordado. Tais como,
RIBEIRO(2018) expõe informações sobre feminismo negro e questões raciais, CAVALLEIRO(2000)
faz reflexões sobre a descriminação no ambiente escolar. ARAÚJO(2013) abordar questões de gênero.
O entretenimento mais aceitável por muitos anos, eram as telenovelas que apresentavam atrizes negras
com papéis que seguiam estereótipos. O ambiente escolar segue essa linha de pensamento, a presença
da líder Dandara de Palmares é quase inexistente, no meio escolar seu legado não está evidente nos
livros de literatura e didáticos disponíveis na escola.  A omissão das memórias de Dandara ocasionar
uma série de problemas, o aluno não possui oportunidade de ter acesso a história de uma mulher que
contribuiu para obtenção de uma sociedade mais justa e livre.

PALAVRAS-CHAVE: Mulher Negra, Desigualdade Racial, ambiente escolar, literatura.

1 Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão- Campus Codó,
Bolsista do Projeto Brinquedoteca Maria Filó-UFMA Campus Codó, Voluntária do Projeto Residência Pedagogica-
UFMA Campus Codó.
2 Teresa os Santos Brito, Estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do
Maranhão- Campus Codó.
3 Gleiciane Brandão Carvalho, professora Graduada em Ciências Humanas-Sociologia (UFMA), especialista em
Educação (UFMA), mestre em História (UEMA), Pesquisadora no Núcleo de Pesquisa NEAFRICA.

11
MEMÓRIA E IDENTIDADE: ABORDAGENS SIGNIFICATIVAS NA
CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA

Joana D’arc Santos da Silva1

O trabalho trata sobre reflexões acerca da memória e identidade cultural no meio da pós-modernidade
e suas possíveis relações. Através de reflexões e conceitos, a discursão permeia por estudos de grandes
teóricos que contemplam suas análises, tais como Ecléa Bosi (1994), Joel Candau (2001), Maurice
Halbwachs (1990), Stuart Hall (2000), Fernando Pinheiro Filho (2004), Michael Pollak (1992) e
Kathryn Woodward (2007). A partir disso, pretendemos evidenciar as argumentações bibliográficas
dos temas, buscando evidenciar a importância da memória e identidade nesse cenário de concordância
entre ambos. Os estudos sobre memórias e identidade ainda se constroem por meio das bases
historiográficas que reconstituem o seu passado na atualidade. É imposto que a memória deve não
apenas ser entendida como busca de informações sobre o seu passado, mas também para praticar
o processo de rememoração. Desta forma, podemos verificar que a identidade e memória estão em
sintonia e se relacionam na construção de diversas áreas de significado na vida dos indivíduos em
mais diversos grupos culturais e organizações.

PALAVRAS-CHAVE: Identidade; Memória; História; Pós-Modernidade.

1 Mestranda do programa PROCADI em Culturas Africanas, da Diáspora e Povos Indígenas pela Universidade de
Pernambuco - Campus Garanhuns (UPE). E-mail: joanna_darck@hotmail.com

12
“NEGROS CONSCIENTIZADOS CANTAM E TOCAM NO PELÔ”: O
OLODUM E A “REAFRICANIZAÇÃO” DO CARNAVAL DE SALVADOR-
BA (1979-1989)

Pedro Paulo Araújo de Jesus


Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Graduando em História

O Olodum é um grupo cultural e bloco carnavalesco de Salvador-BA criado em 25 de abril de 1979,


na localidade do Maciel-Pelourinho. A entidade foi criada para que os moradores do discriminado
bairro pudessem também ter uma opção de lazer e sair no Carnaval. Durante a década de 70 e 80,
surgiram diversos blocos afro afim de resgatar a ancestralidade negra durante o Carnaval, algo que
foi duramente perseguido por diversos anos. Em 1974, é criado na Liberdade, o Ilê Aiyê, pioneiro
dos blocos afro na cidade, posteriormente surgem o Olodum e o Malê Debalê (1979). O Olodum
desfila com cerca de 800 integrantes em 1980, em um contexto de Ditadura Civil-Militar, perseguição
política e ampla divulgação dos ideais da democracia racial no Brasil e principalmente na Bahia.
Junto com outros blocos participa da “reafricanização” da festa, trazendo temas e canções sempre
fazendo referência ao continente africano e buscando despertar a identidade diaspórica da população
afrodescendente soteropolitana. Exemplo disso são os desfiles sobre a Guiné-Bissau (1982), Tanzânia
(1984) e principalmente os ocorridos entre 1986 e 1989. Estes procuravam mostrar que civilizações
antigas (Egito, Núbia e Etiópia) e países como Cuba tinham raízes negras e deveriam ser valorizadas
e preservadas. Para isso utilizavam como base pesquisas históricas e a divulgavam popularmente
através dos desfiles carnavalescos e dos LP’s.

PALAVRAS-CHAVE: Festa; Identidade; Diáspora

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E MPODERAMENTO NEGRO EM SALA DE AULA: VISIBILIDADES DE
ALUNOS NEGROS ATRAVÉS DA PELÍCULA PANTERA NEGRA

Fabiana de Souza Santos Xavier


Universidade de Pernambuco-UPE
Mestranda do PROCADI

As produções cinematograficas são um recurso didático notável para trabalhar diversas temáticas
sociais e sua postura dentro de um determinado grupo ou sociedade. Os personagens de negro nas
midias audiovisuais na sua maioria, eram representados de forma perjorativa. O Pantera Negra é
uma produção cinematográfica tendo como o personagem principal negro e herói, que se tornou
um acontecimento que há algumas décadas seria irreal. O lançamento do filme Pantera Negra, a
participação de Mônica Rambeau na série WandaVision, a personagem Tempestade do X-Men e
entre outros personagens negros e negras mostra algo pouco visto nas produções audiovisuais, um
negro/a sendo o herói. O filme Pantera Negra, se destaca por sua abordagem positiva da valorização
da cultura africana e a grande representatividade negra no elenco e direção do filme, nos remete uma
reflexão social e racial em todo o mundo. Ao utilizar esses personagens em sala de aula, mostramos
aos nossos estudantes que a cultura negra pode ser reprentada e apresentada de forma positiva no
cinema.

PALAVRAS-CHAVE: Audiovisual, Pantera Negra, Representatividade.

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O PAPEL DA MULHER NO ROMANCE JÚLIA OU A NOVA HELOÍSA DE
JEAN-JACQUES ROUSSEAU: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E
EXISTENCIAL DO SER MULHER

Lidia Cristina Costa Nunes


Mestranda em Cultura e Sociedade
lidia.sbvida@gmail.com
Universidade Federal do Maranhão
Flávio Luiz Castro Freitas
Professor doutor
f_lcf@hotmail.com
Universidade Federal do Maranhão
Luciano da Silva Façanha
Professor doutor
luciano.facanha@ufma.br
Universidade Federal do Maranhão

O trabalho visa analisar o papel da mulher no romance Júlia ou A nova Heloísa de Jean-Jacques
Rousseau; tendo como base, a tese da filósofa francesa Simone de Beauvoir, no seu livro O segundo
sexo: fatos e mitos e da norte-americana, historiadora Joan Scott no seu artigo Gênero: Uma Categoria
Útil para a Análise Histórica. Enquanto Beauvoir defende que há uma condição feminina, ou seja,
uma prática e vivência social, Scott aborda a história das mulheres a partir da perspectiva de gênero.
Dessa forma, recorre ao método fenomenológico por buscar esclarecer qual é o papel da mulher no
romance Júlia ou A nova Heloísa de Rousseau na perspectiva histórica e existencial do ser mulher.
Percebe-se no romance, um pensamento patriarcal em que o poder político, econômico e social está
nas mãos dos homens. Ou seja, a personagem Júlia se encontra subordinada à “regra do pai” que
é uma convenção social passada de geração a geração, privilegiando os homens, deixando assim, a
mulher no segundo plano.

PALAVRAS-CHAVE: Júlia ou A nova Heloísa, Jean-Jacques Rousseau, condição feminina, gênero,


história das mulheres.

15
MUNDO TECNOLÓGICO, DISTOPIA E VIRTUALIZAÇÃO

Orientador: Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas


Cecília Eduarda dos Santos Perri1
Nildo Francisco da Silva2
Universidade Federal do Maranhão
Mestrandos em Cultura e Sociedade

O presente artigo versa sobre a relação entre a tecnologia, o pensamento distópico e o conceito de
virtualização a partir de Pierre Lévy. Inicia localizando historicamente a revolução tecnológica e aborda
os avanços da tacnologia da informação na sua relação com a sociedade bem como sua incidência
no cotidiano dos indivíduos ao passar das margens ao centro da vida. Destaca algumas vantagens e
desvantagens destas tecnologias sobre a vida humana e a natureza. Mostrando os produtos tecnológicos
como artefatos construídos por atores sociais. E apresenta o discurso distópico como posicionamento
crítico de alerta à era digital utilizando como objeto de análise a narrativa apresentada no seriado
Black Mirror ao fazer ligação entre as temáticas abordadas na série e o conceito de virtualização
pensado por Lévy que entende o virtual como parte da realidade oposta ao atual. Por fim, reflete sobre
o acolhimento ativo do mundo virtual pela criação de novos dinamismos.

PALAVRAS-CHAVE: tecnologia; distopia; Black Mirror; virtualização.

1 cecilia.eduarda@discente.ufma.br
2 nildo.fs@discente.ufma.br

16
LUNGA, O CANGACEIRO FAMINTO QUEER: RASURAS NA
HETERONORMATIVIDADE DO CORPO (ANTI)HERÓI (?) NO FILME
BACURAU (2019)

Imaíra Pinheiro de Almeida da Silva


Universidade Federal do Maranhão
Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade
Priscilla Monteiro Lima
Universidade Federal do Maranhão
Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade

O filme Bacurau, lançado em 2019, escrito e dirigido pelos pernambucanos Kleber Mendonça Filho
e Juliano Dornelles, narra um ataque que um vilarejo no sertão nordestino sofre e que a população,
por meio de várias estratégias, tenta “re(ex)(s)istir”. A produção chama atenção pela fusão de
fantasia, ficção científica e uma pitada de terror costurando uma realidade distópica (MARQUES,
2019) que transborda críticas sociais. Além disso, a obra é palco de corpos que rasuram preceitos da
heteronormatividade, encontrando-se presente o amor entre pessoas do mesmo gênero e a naturalização
do corpo trans. Diante disso, nosso objetivo neste trabalho é refletir sobre um dos aspectos que
atravessam o filme que é a produção discursiva que envolve o personagem Lunga enquanto um líder-
guerrilheiro-cangaceiro-andrógino-faminto-queer. Para isso, aproximações serão feitas com as obras
de Judith Butler (2019), Teresa de Lauretis (1994), Michel Foucault (2019) e Archille Mbembe (2017)
com o intuito de percebermos as relações de gênero, os dispositivos de poder e as tecnologias de
gênero construindo e confrontando uma política da morte elaborada pelo “cis-tema”.

PALAVRAS-CHAVE: Bacurau; relações de gênero; hetenormatividade.

17
YOU’RE A SAP, MR JAP: A CARACTERIZAÇÃO JAPONESA NOS
DESENHOS ANIMADOS DO POPEYE

Ricardo Emmanuel de Magalhães Júnior


UFF – Universidade Federal Fluminense
Bacharel em História

Durante o período da Segunda Guerra Mundial, a indústria cinematográfica dos Estados Unidos
produziu uma grande variedade de filmes antinazistas com o objetivo de transmitir os discursos de
guerra para o grande público. Os desenhos animados seguiram a tendência, os estúdios produziram
animações responsáveis por estimular a moral pública, educar e repassar os sentimentos nacionais
para os civis e militares. As maiores estrelas da animação participaram desta propaganda política,
personagens como Pato Donald, Mickey, Pernalonga e Popeye foram vistos dialogando com temas
relacionados à guerra. O Popeye, por sua vez, em um filme de 1942, You’re a sap, mr jap, apresenta
para o público uma referência ao ataque militar a Pearl Harbor, realizado pela Marinha Japonesa
contra os Estados Unidos em dezembro de 1941. No decorrer do pequeno filme, produzido e exibido
poucos meses após o ataque, Popeye é traído por marinheiros japoneses e sofre um ataque surpresa no
momento em que assina um tratado de paz entre os dois países. Além de toda a discussão política, é
possível observar uma importante característica dos desenhos animados do período, as representações
estereotipadas dos japoneses. Os inimigos dos Estados Unidos, nestas animações, foram retratados
como fracos e tiveram suas caricaturas com olhos semicerrados, estrutura fina e dentes salientes
reforçadas. Desta forma, o desenho pode ser entendido como uma ferramenta para desabafo do
sentimento nacional.

PALAVRAS-CHAVE: História e Desenhos Animados; Segunda Guerra Mundial; Caracterização


Japonesa; Popeye; Pearl Harbor.

18
A ARTE DE TRABALHAR COM MADEIRA: UMA REFLEXÃO SOBRE
O OFICIO DE ARTESÃO NO MUNICÍPIO DE CAXAMBU/MG.

Autor: Weber Luiz Pereira Moreira,


graduando em Licenciatura em História pela
Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG

A presente pesquisa tem como intuito a busca por uma história onde o trabalho artesanal seja o objeto
de estudo. Este é o caso encontrado nas histórias de vida de dois artesãos Caxambuenses que usam
a madeira como matéria prima. Buscamos nos objetos artesanais elementos que caracterizam uma
identidade local, compondo um bem patrimonial em pleno desenvolvimento. O tema em questão
torna-se pertinente diante da falta de estudos que buscam contar a história do oficio de artesão no
município de Caxambu/MG. Os artesanatos tem seu destino e reconhecimento, são vendidos por
muitos anos pelo comercio especializado na região, porém falta o mesmo reconhecimento com quem
produz, são indivíduos fundamentais nesse nessa cadeia de produção, comumente relacionados como
sujeitos alheios ao mercado que ajudam a desenvolver. O artesão detém o conhecimento do saber e a
habilidade técnica do fazer, sendo na maioria das vezes autodidata, apresentando um olhar diferenciado
sobre a realidade e a materializa em suas obras, são trabalhadores que adaptaram a sua vida entorno
do desenvolvimento do trabalho artesanal. Esta pesquisa lida diretamente com esta carente demanda
que é o devido reconhecimento e valorização. O Brasil é um país multicultural e o trabalho do artesão
é um braço forte da cultura popular que representa uma expressão cultural de características locais,
contribuindo efetivamente para uma cultura viva e em transformação. Os artífices de modo geral são
representantes do conjunto patrimonial brasileiro.

19
O USO DA NONA ARTE (HISTÓRIAS EM QUADRINHOS) NO
COMBATE AO NEONAZISMO.

Orientadora: Ana Caroline Amorim Oliveira


Universidade Federal do Maranhão/UFMA
Antonio Lázaro Da Silva Escorcio
Graduando em Ciências Humanas/Sociologia


O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre como a nona arte (histórias em quadrinhos)
abordaria acerca de assuntos complexos dando ênfase ao nazismo, pensando sobre as obras de dois
autores Will Eisner e Art Spiegelman. A metodologia utilizada foi o levantamento biográfico acerca
do tema, e com isso um levantamento sobre as obras dos artistas prosseguindo com uma análise
qualitativa sobre essas fontes. Will Eisner um renomado quadrinista passa a fazer uma pesquisa
documentada sobre o livro “Protocolos dos Sábios do Sião” (1903) um falso documento que foi usado
para influenciar o czar russo a tomar parte do discurso antissemita de Hitler, com base em seus
estudos cria sua obra “O Complô: a história secreta dos protocolos dos Sábios de Sião” (2005). Nesta
obra Eisner conta como foi a fabricação dessa farsa que perdurou durante anos. Já Art Spiegelman, faz
uma série de entrevistas ao seu próprio pai Vladek Spiegelman, um dos sobreviventes do Holocausto,
e lança a graphic novel “Maus: a história de um sobrevivente” (1991), que conta as experiências e
horrores passados por Vladek no holocausto. Com isso, pode-se perceber como a nona arte (histórias
em quadrinhos) pode ser uma maneira de levar ao público maior o horror do que de fato foi o nazismo,
principalmente, nos dias atuais com essa crescente do Neonazismo.

PALAVRAS-CHAVE: Histórias em Quadrinhos; Will Eisner; Holocausto; Neonazismo.

20
O EXÍLIO NA LITERATURA CABO-VERDIANA – DA ACEITAÇÃO
À RECUSA IMPLACÁVEL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE
BALTASAR LOPES E OVÍDIO MARTINS

Adrianne Gonçalves Carvalho


Universidade Federal do Maranhão/PGLetras
Mestranda

Na literatura cabo-verdiana, duas fases têm grande destaque: a geração claridosa e a geração
antievasionista. A primeira, confrontada pelo dilema entre permanecer na terra ou partir para novos
lugares, abraça, pela voz de diversos eu líricos, o exílio como a única solução possível para os
problemas sociais e climáticos enfrentados pelos ilhéus. A segunda fase, por sua vez, como o próprio
nome sugere, assumiu uma recusa total à diáspora enfrentada por grande parte dos habitantes locais,
os quais ainda muito jovens tinham que sair de sua terra natal em busca de melhores condições de
vida em países como Portugal ou Brasil. Essa realidade está retratada pela produção poética de dois
grandes autores cabo-verdianos do século XX, Baltasar Lopes, representante da geração claridosa,
e Ovídio Martins, um dos líderes da era antievasionista. Cada um vê a permanência da terra de uma
forma diferente, enquanto para Lopes o exílio é visto com gratidão, para Martins a saída obrigatória
de sua terra-mãe é vista como inaceitável. Neste trabalho, a partir de autores como Nauss (2016), Hall
(2013) e Tuan (2013), buscamos analisar como a relação com o espaço interfere na aceitação ou recusa
do iminente exílio e a postura dos eu líricos em sua relação de afetividade com a terra cabo-verdiana.

PALAVRAS-CHAVE: Exílio, literatura cabo-verdiana, poesia.

21
ENTRE O SIMBÓLICO E O SAGRADO: A AMO-POETA QUE
ENALTECE OS TAMBORES, MATRACAS E MARACÁS DO
MARANHÃO

Larissa Emanuele da Silva Rodrigues de Oliveira1


Alexandra Araujo Monteiro2
PGLB-UFMA
Mestrandas


Este trabalho propõe uma análise literária de algumas das composições que são interpretadas pelo
artista maranhense, José de Ribamar Viana (1947-2016), conhecido pelo nome artístico Papete,
músico percussionista, compositor, intérprete e pesquisador. Entre as composições escolhidas para
a análise destacamos: “Mimoso”, “Catirina”, “Boi da lua” e “Sobrados”. Para tanto, a pergunta que
norteia a pesquisa é: de que maneira Papete aborda a cultura maranhense em suas composições? Os
nossos objetivos específicos se distribuem da seguinte forma: analisar as composições de Papete;
destacar os elementos culturais e artísticos que o artista desenvolve em suas músicas; e mostrar as
contribuições de Papete para a poesia oral do Bumba Meu boi do Maranhão. A relevância dessa
pesquisa se concentra na possibilidade de acrescentar um novo olhar a uma brincadeira junina que se
tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade no ano de 2019, e ressaltar as contribuições de
Papete para a cultura maranhense. Como suporte teórico, utilizamos os trabalhos de Reis (2008), que
faz um percurso pela história e pelos elementos do Bumba Meu boi; Zumthor (1997), que se debruça
sobre a presença da voz e dos elementos da poesia oral; Papete (2015), que desenvolveu um projeto
de catalogação dos senhores cantadores, amos e poetas do Maranhão, bem como sobre a história do
Bumba Meu Boi, entre outros autores.

PALAVRAS-CHAVE: Papete, Poesia oral, música.

1 Graduada em Letras Português pela UFMA- Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacabal. Mestranda
pela mesma universidade no PGLB-UFMA (Programa de Pós-Graduação em Letras de Bacabal). Email: lemanuele17@
gmail.com.
2 Graduada em Letras Português pela UFMA- Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacabal. Mestranda pela
mesma universidade no PGLB-UFMA (Programa de Pós-Graduação em Letras de Bacabal). Email: alexandraaraujo450@
gmail.com.

22
RADIOLA SERRA ALTA: MÚSICA COMO DESCONSTRUÇÃO DE
ESTANDARTES E REAFIRMAÇÃO DE IDENTIDADES

Brennan Cavalcanti Maciel Modesto


Universidade Federal de Pernambuco
Mestrando em Filosofia

O grupo pernambucano Radiola Serra Alta é oriundo de Triunfo, no sertão do estado e se propõe
à unir elementos da música eletrônica, como o uso ostensivo de sintetizadores e estilos musicais
bastante característicos do nordeste brasileiro, marcados por figuras rítmicas e uso instrumentos
bastante peculiares e, não raro, um distanciamento do que se considera tradicionalmente como
“música”, o velho chavão de “harmonia, melodia e ritmo”. Em sua composição, o grupo extrapola
o âmbito musical; utilizando de elementos da cultura popular em sua caracterização física; no seu
“travestir-se”, no seu “brincar de caretas”; que são figuras folclóricas peculiares ao desenvolvimento
da cidade de Triunfo. Nossa tese é de que, para além da união entre elementos musicais de origem
estrangeira e rudimentos característicos da cultura local; como já fizemos no mangue beat, com a
antena fincada no mangue. A produção do grupo chega à reafirmação de subjetividades dissidentes,
possibilita uma compreensão de mundo que parta do mundo da vida, para lembrar a fenomenologia,
enquanto ambiente de experiência; se dispõe positivamente quanto à disputa entre existir e não existir;
na disputa sobre o ser ou não ser ou ainda sobre o afirmar-se ou negar-se diante de um mundo que
enfatiza e propicia a todo momento o apagamento de raízes e a pobreza de experiências, como já
apontara Adorno.

PALAVRAS-CHAVE: Política, Música, Identidades, Regionalismo.

23
REFLEXÃO EM MEIO AO CAOS: GRINDCORE, A VERTENTE MAIS
POLÍTICA DA ANTIMÚSICA

Brennan Cavalcanti Maciel Modesto


Universidade Federal de Pernambuco
Mestrando em Filosofia

Arte e política não se separam. Ao menos, não num âmbito macrocósmico. Quando os frankfurtianos
apontam para uma arte voltada à reprodução técnica; que perde sua aura, e, por assim dizer, torna-se
e esgota-se no caráter de mera mercadoria. Em nenhum momento defendem que seus entrelaces com
a política deixam de existir. Ora, estavam conscientes de que para além do deleite ou do desconforto
potencialmente causado pela obra de arte, existe certo potencial no que tange aos rumos que a sociedade
tomará num futuro. Por um lado, pode assumir uma linha “reativa”, que reafirme todos os estandartes
e tradições da sociedade e de sua história – marcada por opressões de gênero, classe ou raça; pela
deslegitimação de modos de viver não ortodoxos e pelo apagamento de grupos minoritários em
geral. No caminho contrário, pode transmutar-se, assumindo o engajamento com a transformação da
realidade enquanto razão de ser. Por meio de ruídos, urros e dissonâncias; mesclando entre passagens
velozes e extremamente lentas; em suma, pela desconstrução dos padrões estéticos, pela subversão
daquilo que seria “música” e assunção de sua negação enquanto definição do gênero; passa a ser
vincular de maneira mais intensa à política. Em meio às heranças distintas e contrastantes do punk,
do hardcore e do metal, o grindcore desponta enquanto um mensageiro do progressismo político; um
ambiente, embora ruidoso, propício ao debate, à resistência e ao florescimento e fortalecimento do
antifascismo.

PALAVRAS-CHAVE: Política; Música; Antimúsica; Antifascismo.

24
CONDIÇÃO AGREGADA E RESISTÊNCIA NA FICÇÃO DE MILTON
HATOUM

Rayniere Felipe Alvarenga de Sousa


Universidade Federal do Pará
Especialista em Docência do Ensino Superior, Mestrando em Lingüística e Teoria Literária

Carlos Augusto Nascimento Sarmento-Pantoja


Universidade Federal do Pará
Doutor em Teoria Literária

Nas bordas da história existem relatos paralelos que podem desempenhar funcionalidade central na
construção das tramas. Assim, as entrelinhas passaram a desempenhar um interesse na constituição
das narrativas. Isso pode ser percebido a partir da intensidade de discursos oriundos da necessidade
de reclamação do direito de voz de grupos oprimidos e/ou subalternizados, diante das relações
estabelecidas em torno do poder. Sobre isso, trata-se da condição agregada e da resistência como
categorias epistemologicamente possíveis no romance Cinzas do Norte ([2005] 2010), de Milton
Hatoum. Personagens representados pela empregada doméstica Naiá (de origem indígena), por
Ranulfo (inimigo do trabalho) e por um dos narradores, Olavo, figuram no cerne das discussões
propostas por esse estudo. Portanto, objetiva-se investigar as diferentes configurações dos sujeitos
agregados – o que pode enveredar-se para uma postura submissa ou resistente. Por essas motivações,
as leituras de Gayatri Spivak ([1985] 2010), de Alfredo Bosi (1996) e de Ellen Spielmann (2000)
funcionam como instrumentais de trabalho. Sem contar nas argumentações da pesquisadora Tânia
Sarmento-Pantoja (2012) que se mostram basilares para as formulações em torno da noção agregada
como uma condição no romance de Milton Hatoum. Acredita-se, de antemão, que essa ocorrência é
expressa pelos posicionamentos dos personagens mencionados nas tramas.

PALAVRAS-CHAVE: Condição agregada. Alteridade. Subalternidade. Resistência. Milton Hatoum.

25
ESTIGMAS DE GÊNERO E A REPRESENTATIVIDADE DA MULHER
NEGRA NO CINEMA BRASILEIRO: UM OLHAR SOBRE O FILME
QUE HORAS ELA VOLTA?

Pamela Lorena Silva Machado


Universidade Federal do Maranhão, UFMA, campus VII
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Jascira da Silva Lima
Universidade Federal do Maranhão, UFMA, campus VII
Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª Francilene Brito da Silva
Universidade Federal do Piauí - UFPI

O presente estudo tem como objetivo investigar como os estigmas do gênero no cinema brasileiro
interferem na construção da identidade da mulher negra. A metodologia utilizada baseia-se em
uma estratégia qualitativa de pesquisa, onde, segundo Oliveira (2007, p.117) busca-se “descrever a
complexidade de uma hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender
e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no
processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo, permitir em maior
grau de profundidade a interpretação das particularidades dos comprometidos ou atitudes dos
indivíduos”. O cinema tem a capacidade e as habilidades de apresentar papeis e imagens que reforçam
comportamentos racistas e machistas observáveis na sociedade brasileira como, por exemplo, os
estigmas da mulher negra. A figura da protagonista do filme “Que horas ela volta?” (2015) exibe o
estereótipo da “mãe preta”, que interseccionaliza explicitamente dois marcadores de desigualdade
social da mulher, quais sejam os preconceitos de raça e gênero, que influenciam na construção de
identidade do sujeito subalterno por propagar padrões e discursos que inferiorizam a posição da
mulher negra na sociedade. O filme estrutura-se como pano de fundo para a discussão de questões
sociais presentes no país, como a estigmatização da mulher negra, o racismo e o machismo.

PALAVRAS-CHAVE: Mulher Negra. Estigma. Sujeito Subalterno. Cinema Brasileiro.

26
AO RITMO DO QUILOMBO URBANO: CULTURA, POLÍTICA E
ENGAJAMENTO MILITANTE

Wherlyshe Sousa de Morais1


Universidade Federal de Alagoas
Mestrando Sociologia

A presente pesquisa em desenvolvimento no PPGS UFAL, pretende enfocar formas de articulação


entre cultura e política, a partir da análise do universo histórico e social do Movimento de Hip-
Hop Organizado no Maranhão Quilombo Urbano, cujo partícipes são, em sua maioria, jovens negros
oriundos de bairros periféricos da cidade de São Luís - Maranhão. Ao longo da pesquisa, espera-se
refletir sobre se e como, através do Quilombo Urbano, seria possível descrever lutas por direitos
sociais, além da tentativa de entendimento das lógicas de engajamento militante, que pressupõe a
pesquisa sobre engajamento militante ou militantismo encontra-se em estágio ainda incipiente nas
ciências sociais brasileiras (KUNRATH, RUSKOWSKI, 2016). O conjunto das ciências sociais nos
norteiam no campo da pesquisa dos fenômenos sociais, porém, dentro desta perspectiva, encontra-
se embrionário. A partir deste panorama de investigação a problemática principal é o entendimento
do ingresso, permanência e defecção dos sujeitos nos movimentos sociais, o que constitui fator
importantíssimo para entender a lógica das mutações e reconfigurações dos movimentos sociais
a partir dos sujeitos. Metodologicamente, este campo da pesquisa será baseado na realização de
entrevistas com militantes, reconstituição de carreiras e trajetórias de vida. Assim, a pesquisa visa
ampliar o olhar sobre o objeto a partir de uma abordagem teórica inovadora e tentar compreender as
lógicas simultaneamente individuais e coletivas que permitem interpretar o Quilombo Urbano como
movimento social com demandas e questões coletivas.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos. Luta. Engajamento.

1 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós Graduação em Sociologia, Mestrado em Sociologia. E-mail:
wwmoraisr@hotmail.com.

27
TRAMAS DO COCO DE RODA DAS ALAGOAS: ENTRE O TRABALHO,
O CANTO E A MORADIA NO POVOADO FERNANDES, ARAPIRACA

Larissa Gabriela Gouveia dos Santos1


Fernando de Jesus Rodrigues2
Beatriz Medeiros de Melo3

Pretende-se discutir como o trabalho nas plantações de fumo e o processo de construção coletiva
da moradia dos trabalhadores têm estado entrelaçados aos cantos e a formação do coco de roda no
povoado Fernandes, localizado na zona rural da cidade de Arapiraca, Alagoas. Destacamos como os
cantos de trabalho camponeses foram constantemente ecoados em diferentes etapas do longo processo
de trabalho, desde as plantações até os salões de destalação de fumo, sofrendo ressignificações entre o
início do século XX e o início do séc. XXI. Tais hábitos estéticos foram levados para outros espaços e
processos coletivos como os mutirões de construção de casas de taipa, moradia comum para as pessoas
do povoado. Argumentamos que as pisadas no barro para a consolidação do reboco das paredes
desenvolveram os sapateados, aperfeiçoados no coco de roda como dança. Propomos compreender
como as citadas manifestações se interligam e moldaram uma tradição estética de canto e dança que
tem se tornado uma atração cultural contemporânea. Reconstruímos a trajetória da família Rosa,
subsidiada por etnografia e história de vida. Recorremos também a documentários que registraram
momentos da dinâmica da população no povoado e depoimentos de um importante mestre de coco
de roda.

PALAVRAS-CHAVE: Plantações de fumo. Destalação de fumo. Cantos de trabalho. Construção de


casas de taipa. Coco de roda.

1 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Discente do Mestrado em Sociologia, santoslarissag@gmail.com.

2 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Professor Associado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL), fernando.rodrigues@ics.ufal.br.
3 Universidade Federal de Alagoas, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Professora do Mestrado Acadêmico em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL), beatriz.melo@ifal.edu.br.

28
BUMBA-MEU-BOI MARANHENSE: TRADIÇÃO, MOBILI ZAÇÃO
SOCIAL E MANUTENÇÃO DA CULTURA POPULAR.

Gláucia Mayra da Silva Leal


Orientador: Adalberto Luiz de Oliveira Rizzo
Universidade Federal do Maranhão
Bacharela e licencianda em Ciências Sociais

O presente trabalho busca demonstrar como o Bumba-meu-boi, expressão artística e cultural do povo
maranhense, tem representado ao longo de sua história um importante fator de mobilização social
no bairro da Liberdade, localizado em São Luís, titulado recentemente como Quilombo Urbano, por
sua população ser oriunda de comunidades negras rurais do interior do estado, especialmente de
municípios da Baixada Maranhense. O bumba-meu-boi é uma manifestação da cultura popular que
envolve arte, performance e simbolismo, com significados relacionados à religiosidade marcante no
estado do Maranhão. Durante a produção deste trabalho foi possível observar que Apolônio Melônio
e Leonardo Martins, amos (líderes) do Boi da Floresta e Boi da Liberdade, apresentam trajetórias
semelhantes no que diz respeito às suas idades, histórias de vida, amor pelo bumba-meu-boi e na
transmissão de seus conhecimentos à comunidade local. Como modo de resistência e manutenção
desta tradição num cenário político em que o interesse econômico prevalece, esses grupos de Bumba-
meu-boi do bairro da Liberdade têm se organizado através de estratégias internas e externas para
“botar o boi na rua”, criando formas de mobilização da comunidade por direitos de cidadania e acesso
à serviços. Assim, podemos afirmar que a arte e a cultura do Bumba-meu-boi tem constituído uma
forma de resistência, mobilização social e de manutenção do legado deixado por esses Mestres à
cultura do Maranhão.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura popular, tradição do bumba-meu-boi, direitos e cidadania, Bairro da


Liberdade

29
A ARTE DE SAMPLEAR: RACIONAIS MC’S COMO UMA FOTOGRAFIA
DA MÚSICA NEGRA 1990-2014

Diego Vinicios Mendes Nunes


Universidade Federal do Maranhão
Licenciando em Ciências Sociais

Samplear é um verbo transitivo direto, que significa: utilizar, colar, retomar, referenciar registros
sonoros já existentes com o objetivo de elaborar algo novo (uma nova composição, como se trata em
música). Ferramenta musical bastante explorada, não à toa, pelo rap e suas vertentes; revestida, além
disso, de um desejo inabalável de demonstrar influências musicais simbólicas - no sentido mesmo
antropológico do termo – bem como “demarcar um território” de um gênero musical. Nesse sentido,
demostraremos, aqui, como os Racionais MC’s construiu e beneficiou-se desse recurso, e, além do
mais, o que isso nos apresenta, no sentido etnomusicológico da reflexão, sobre a contribuição musical
do grupo na época. Há, diga-se de passagem, a observação de uma ideia presente como central nessa
discussão: a de que este movimento dos Racionais – o de samplear - apresenta uma espécie de
fotografia sonora da música negra da época. Para digerirmos melhor esta ideia, teremos que fazer um
certo passeio auditivo nas produções principais, tais como, os dois EPs: Holocausto Urbano (1990)
e Escolha o seu Caminho (1992); e os quatros álbuns de estúdio: Raio X Brasil (1993), Sobrevivendo
no Inferno (1997), Nada como um Dia após Outro Dia (2002) e Cores e Valores (2014). Parece, no
primeiro momento, um tanto ousado tal percurso, mas, antes de tudo, precisamos evidenciar que tal
exercício de escuta musical busca somente levantar tanto uma discursão sobre a arte de samplear
dentro de nossa literatura sobre o rap, quanto mobilizar o instrumental teórico-metodológico da
Antropologia e Sociologia da Música.

PALAVRAS-CHAVE: Etnomusicologia; Arte de samplear; Sociologia da Música; Rap

30
CENSURA E REPRESSÃO NAS COLÔNIAS PORTUGUESAS:
O DISCURSO DO GRUPO CABO-VERDIANO CLARIDADE E A
RESISTÊNCIA AO SALAZARISMO (1947-1966)

Orientadora: Profª. Drª. Tatiana Raquel Reis Silva


Universidade Estadual do Maranhão
Igor Santos Carneiro1

A revista literária Claridade (1936-1966) foi fundada em Cabo Verde, por personalidades relevantes
do arquipélago, sendo eles: Jorge Barbosa (1902-1971), Baltasar Lopes (1907-1990) e Manuel Lopes
(1907-2005). A Claridade, surgiu em um problemático contexto marcado pelo colonialismo e ditadura
salazarista (1933-1974) e, para o cabo-verdiano Brito Semedo (1995), significou um distanciamento
dos modelos literários metropolitanos, sendo a fase moderna da literatura cabo-verdiana atribuída ao
grupo claridoso. Nas páginas da revista de artes e letras o grupo procurou enfatizar as problemáticas
do povo local, tais como a fome, censura e a pobreza. O recorte temporal do trabalho coincide com o
momento em que o sistema colonial português, segundo Patrícia Villen (2013), estaria entrando em
uma profunda crise, e o regime salazarista em busca de manter sob seu controle os territórios africanos
acabou por potencializar os mecanismos de opressão. A Claridade, por meio das suas produções
literárias, fortaleceu o sentimento de pertença ao território e procurou produzir uma narrativa de
denúncia que destoava do autoritarismo de Salazar.

PALAVRAS-CHAVE: cabo-verde, claridade, ditadura, literatura.

1 Graduando em história pela Universidade Estadual do Maranhão, bolsista de iniciação científica


Pibic-UEMA.

31
DESCOLONIZE-SE

Sunshine Cristina de Castro Reis Santos


Universidade Federal do Maranhão
Graduanda do Curso de Turismo

O presente artigo aborda o processo de construção da exposição, Descolonize-se. Inspirada na obra Pele
negra máscaras brancas de Frantz Fanon e tendo como base teórica o pensamento de Grada Kimloba,
selecionada para compor a programação cultural do Sesc- Maranhão 2021. Buscamos refletir sobre o
processo de embranquecimento e suas reconfigurações de apagamento da população negra, seja ele
estético, acadêmico ou artístico. Um corpo negro sempre tem que lutar contra os moldes universais
que negam o acesso a espaços que sistematicamente violam o seu direito a existência. Apresentamos
um (r)existir fora da projeção de subordinação idealizada pela branquitude, que rompe com as
máscaras para produzir uma arte insurgente “não para ninar a casa grande”, mas como objetivo de
contribuir para construção de um olhar interseccional e emancipatório, que ressignifique as narrativas
hegemônicas presente no coletivo imagético que forjaram a identidade brasileira, através de uma
série de imagens questionamos os padrões estabelecidos como símbolos nacionais. Salientando que
a miscigenação tanto utilizada como cartão postal do turismo brasileiro não pode mais ser vista com
romantização, mas precisa evidenciar as violências sistêmicas, sobretudo as promovidas as mulheres
negras.

PALAVRAS-CHAVE: Descolonização. Fotografia. Mulheres negras.

32
Simpósio Temático 02

Religiões, educação e
política: (re)configurações
históricas, dinâmicas de
poder e práticas
sociais no Brasil

Coordenadores:

- Prof. Dr.º Hugo Freitas de Melo


- Prof. Dr. Wheriston Silva Neris
CATOLICISMO E UNIVERSIDADE: A ENTRADA DA IGREJA
CATÓLICA NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO

Hugo Freitas de Melo

Este trabalho tem por objetivo apresentar alguns dos resultados obtidos com a conclusão da minha tese
de doutorado, cujo recorte empírico sublinha a atuação da Igreja Católica no processo de formação do
Ensino Superior brasileiro entre as décadas de 1940 e 1970. Particularmente, o foco incide sobre os
aspectos sócio-históricos e as transformações estruturais que desembocaram em vultosos investimentos
realizados pela instituição eclesiástica na montagem do aparato universitário religioso, concretizado na
criação das Pontifícias Universidades Católicas (PUCs). Calcado em documentos raros e num volumoso
material bibliográfico, o trabalho evidencia três importantes dimensões de análise. Primeiro, a valorização
adquirida pela figura dos “intelectuais” num momento de centralidade da Educação e Ciência na formação
de mão-de-obra qualificada para a ocupação dos postos do funcionalismo estatal e dos organismos
culturais eclesiásticos. Em seguida, a entrada da Igreja no espaço de formação da intelligentsia brasileira
como estratégia de lutas simbólicas pela reafirmação de sua dominação política junto aos estratos sociais
dominantes e aos grupos dirigentes que comandavam os rumos da nação no período pós-Vargas. Por
fim, a distribuição geopolítica das PUCs no território brasileiro, evidenciando-se a hegemonia do eixo
Sul-Sudeste, onde se concentram as principais cidades que polarizam a disputa política nacional. Como
resultado, tem-se a emergência da estruturação da Educação Superior católica alicerçada em torno do
centro de gravidade política do país, cujo efeito de homologia revela a imbricação entre o espaço de
produção intelectual e a esfera do poder político.

PALAVRAS-CHAVE: Catolicismo; Universidade; Intelectuais.

34
OS “PRÍNCIPES” DA IGREJA CATÓLICA DO NORTE DO BRASIL
REUNIDOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO (1919)

Vágner Hugo Calazans Silva1


Prof. Dr. Carlos André Silva de Moura2

O presente trabalho versa sobre as relações estabelecidas entre a Igreja Católica em Pernambuco
e o Estado republicano brasileiro, após a Proclamação da República em 1889, e a separação oficial
em 1890, com o fim do padroado e os problemas decorrentes da secularização e laicização das
instituições civis. Nosso principal objetivo é analisar três eventos religiosos: a sagração episcopal
de dois bispos pernambucanos, a reunião dos bispos das províncias eclesiásticas do Norte do Brasil
e a coroação canônica de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife, que sucederam durante o
mês de setembro em 1919. Para tanto, analisamos como se deu o processo de Restauração Católica,
compreendendo algumas ações de apoio da Igreja Católica ao novo governo, bem como a reação
sofrida pela instituição por causa dessas estreitas relações políticas com o novo Estado. No decorrer
do trabalho se pretende mostrar como arcebispos metropolitanos e bispos diocesanos adaptavam as
orientações que recebiam da Santa Sé, conforme seus interesses com base nas particularidades locais,
seja no combate as práticas consideradas desviantes do modelo de catolicismo almejado ou mesmo
no que se refere a criação das novas jurisdições eclesiásticas. Ao longo do trabalho utilizamos os
conceitos e abordagens da História Cultural das Religiões, as fontes são periódicos que circulavam
pelo Estado de Pernambuco e que estão disponibilizados na Coleção Digital de Jornais e Revistas da
Biblioteca Nacional.

PALAVRAS-CHAVE: Arquidiocese de Olinda e Recife, Episcopado, Igreja Católica, Pernambuco,


Restauração Católica.

1 Graduando do Curso de Licenciatura Plena em História pela Universidade de Pernambuco (UPE) – Campus
Mata Norte, membro do Laboratório de Estudos da História das Religiões (LEHR) e bolsista PIBIC/CNPq 2020-2021.
E-mail: vagner.calazans@upe.br
2 Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade de Pernambuco (UPE) – Campus Mata Norte
e Coordenador do Laboratório de Estudos da História das Religiões (LEHR). E-mail: carlos.andre@upe.br

35
MOVIMENTO DE FÉ OU PROJETO DE PODER?
O PROJETO CIVILIZACIONAL DOS CATÓLICOS NICOLETANOS
PARA A BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE (1955-1969)1

Claudeilson Pinheiro Pessoa2


Prof. Dr. Alessandra Furtado3

Este trabalho analisa o projeto civilizacional dos Missionários Católicos Canadenses Nicoletanos
que vieram das dioceses de Nicolet, Sherbrook e Saint- Hyacinthe na Baixada Ocidental Maranhense
no período da chegada dos primeiros missionários em 1955 até o ano de 1969 quando encerram-se
estas primeiras missões com a justificativa de terem atingido os seus objetivos de fortalecimento do
catolicismo na região. Desse modo, a pesquisa apoia-se na seleção de documentos como livros de
tombo, estatutos das instituições confessionais, relatórios anuais das missões, além de fotografias.
Além disso, utiliza-se de entrevistas semiestruturadas e conversas informais, com pessoas que se
envolveram diretamente nos empreendimentos missionários e nas ações e instituições administradas
por estas missões religiosas no período escolhido para o estudo. Com relação à abordagem teórico-
metodológica a pesquisa pauta-se na Nova História Cultural apoiando-se principalmente nos seguintes
autores: Certeau (1996), Chartier, (2002); Nas concepções de Pierre Bourdieu (1989) (1996) (2001)
(2007) e Norbert Elias (1996); (2011); e na perspectiva Decolonial com base no pensamento de Aníbal
Quijano (2014), Maria Lugones (2014), Walter Mignolo (2016), além de autores da Sociologia da
Religião: Montes (2005); Queiroz (1985); Micelli (2001) e Ferretti (2012). As análises permitiram
evidenciar a existência de um conjunto de práticas evangelizadoras e civilizacionais desenvolvidas
pelos missionários canadenses por meio  do enfrentamento do protestantismo, do espiritismo e das
religiões de matriz africana no interior do Maranhão na segunda metade do século XX, além da
garantia da ocupação de espaços de poder por parte de agentes do catolicismo em plena laicidade do
estado brasileiro.

PALAVRAS-CHAVE: Nicoletanos; Baixada Ocidental Maranhense; Projeto Civilizacional

1 Este estudo faz parte da pesquisa de Tese de Doutorado intitulada “Nous sommes venus pour servir et civilisier:
o Projeto Civilizacional dos Missionários Católicos Nicoletanos para a Baixada Ocidental Maranhense (1955-1965)”
(PPGE-UFGD)

2 Orientadora.

3 Cientista Social e Doutorando em Educação (Linha Educação, Memória e Sociedade) pela Universidade Federal
da Grande Dourados-UFGD. Bolsista da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Maranhão (FAPEMA). Professor
do IFMA – Campus Pinheiro. (claudeilson.pessoa@ifma.edu.br)

36
A SALVAÇÃO POR INTERMÉDIO DAS “BOAS OBRAS”: A
ASSISTÊNCIA AOS DESVALIDOS PELA SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA EM SÃO LUÍS - MA DURANTE O SÉCULO XIX

Ana Caroline Silva Caldas1

Orientadora: Profª. Drª. Elizabeth Sousa Abrantes


Universidade Estadual do Maranhão, Departamento de História e Geografia/UEMA

Em finais do século XV e início do XVI surgem as confrarias, impulsionadas pelas noções cristãs que
exaltavam as boas obras (isto é, a caridade), notadamente a Santa Casa de Misericórdia portuguesa,
responsável por uma gama de atos caritativos em Portugal e ultramar. Com sua expansão, a instituição
se estabeleceu em diversos lugares do Brasil, e dentre eles, em São Luís do Maranhão, provavelmente
pelo ano de 1623. Crescendo em influência na cidade durante o século XIX, foi responsável pelo
cuidado de igrejas, hospitais, cemitérios, asilo e Roda dos Expostos. Apesar da grande importância
da irmandade no auxílio aos desvalidos, o caráter elitista se fazia presente internamente, uma vez que
para ser membro era necessário ser homem abastado em fazenda, saber ler, escrever e cantar. Após
o aceite, o novo integrante deveria cumprir exigências, como contribuições mensais e anuidades.
Durante seu apogeu em São Luís, a Santa Casa de Misericórdia suscitou elogios e desavenças por
parte da imprensa e sociedade maranhense, em especial a classe abastada, preocupada em manter
o status que garantiria além do grande cortejo fúnebre, a porta de entrada para o céu. A mercê da
pobreza, o(a) morador(a) da São Luís durante o século XIX encontrava dois dilemas: a dependência
da caridade em um sistema que romantizou a relação entre pobreza e salvação através da figura do
benfeitor, e a conformação de sua condição.

PALAVRAS-CHAVE: Assistência, Salvação, Santa Casa de Misericórdia do Maranhão.

1 Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), bolsista pelo Programa institucional de bolsas de iniciação
científica (PIBIC) pela agência de fomento CNPq, Cursa História - Licenciatura, email: anacaroline233@gmail.com

37
SER CANDOMBLECISTA E ESTAR NA ESCOLA: RELAÇÕES ENTRE
FÉ E SILENCIAMENTO

José Luiz Xavier Filho1

A escola tem por objetivo e função ser um espaço de acolhimentos, direito, democrático, diverso e
plural. É no espaço escolar em que se aprende valores que se levam para toda uma vida, quer seja
socialmente ou academicamente. Dado o fato de que a escola deve respeitar todas as religiões, ela não
pode favorecer uma em detrimento de outra. Desse modo, é vedado a gestão, coordenação, professoras
e professores de uma escola laica deixarem que a sua fé influencie as suas decisões enquanto pessoas
públicas. Este trabalho tem por objetivo um estudo de caso realizado numa escola de rede pública do
ensino fundamental dos anos finais, onde os alunos e alunas candomblecistas/umbandistas/juremeiras
tinham seus direitos e liberdade de fé e crença tolhidas dentro da escola, o que gerava um ambiente
propicio a propagação da intolerância religiosa. Abordaremos também os meios que foram utilizados
na luta e combate ao preconceito junto aos estudantes e docentes dessa mesma instituição.

PALAVRAS-CHAVE: Religiões de Matrizes Africana. Educação. Intolerância Religiosa.

1 Graduado em História (UPE), graduando em Sociologia (UNIFAVENI), especialista em Ensino de História


(UNIFAVENI) e em História e Cultura Afro-Brasileira (IPEMIG), mestrando em Culturas Africanas, da Diáspora, e dos
Povos Indígenas (UPE), professor de História do quadro efetivo da rede municipal de ensino do município da Lagoa dos
Gatos – PE, ID Lattes: http://lattes.cnpq.br/4762429040202808, e-mail: jlxfilho@hotmail.com.

38
A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DAS RELIGIÕES DE MATRIZ
AFRICANA NO LIVRO DIDÁTICO DE SOCIOLOGIA

Thiago da Conceição Dias


Universidade Federal do Maranhão/Bacabal
Graduando do Curso de Ciências Humanas
Bolsista PIBIC
E-mail:thiago.dias29@yahoo.com.br

Orientador: Prof. Dr. Wheriston Silva Neris


Professor Adjunto de Sociologia do Curso de Ciências Humanas da UFMA- Bacabal
E-mail: wheristoneris@yahoo.com.br

O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa monográfica que teve como objetivo analisar no
livro didático de sociologia a construção discursiva e imagética da cultura africana e afro-brasileira
que tornou-se obrigatória a partir da Lei federal nº 10.639/03 na educação básica. A proposta do estudo
busca problematizar e desnaturalizar as concepções estereotipadas que conferem aos povos africanos
e afro-brasileiros uma pretensa inferioridade. Ao abordar as religiões afro-brasileira, um dos maiores
legado cultural dos povos africanos ao Brasil, o debate é limitante e superficial no âmbito da formação
da cultura nacional. Neste sentido, há muito ainda a ser feito para o debate da intolerância religiosa,
bem com o racismo brasileiro. Como metodologia optou-se pelo estudo de caso, que é um tipo de
pesquisa que, segundo Severino (2013), faz descrição de um caso considerado representativo de um
conjunto de casos análogos. O trabalho está divido em dois momentos: a primeira etapa se configura
com aporte bibliográfico e documental desenvolvida sob a perspectiva qualitativa. A base teórica
contou com autores: Fanon (2008), Guimarães (2003), Stuart Hall (2011), Costa e Silva (2003), Candau
(2008), Geertz (2008), Libâneo (1998), Freire (1996), entre outros que foram imprescindíveis para
este trabalho. O segundo momento se configura como pesquisa de campo e análise do livro didático
de sociologia de uma escola estadual do município de Bacabal-MA. Conclui-se com esse estudo a
necessidade de ressignificação de textos e de imagens acerca das religiões de matrizes africana nos
livros didáticos.

PALAVRAS-CHAVE: Sociologia, Cultura Africana, Educação, Intolerância Religiosa.

39
REPRODUÇÃO E RESISTÊNCIA DAS DESIGUALDADES SOCIAIS NO
ESPAÇO ESCOLAR

Edinéia Silva Alves1


Universidade Federal do Maranhão - MA
Mestranda em Sociologia - UFMA

O presente estudo apresenta resultados de uma investigação acerca do espaço escolar enquanto
um lugar de reprodução e resistências das desigualdades sociais. Com objetivo de analisar como
as relações estabelecidas entre escola, comunidade, alunos e família dos educandos contribuem na
superação das desigualdades sociais. Os sujeitos participantes dessa investigação foram (40) quarenta
estudantes do 9º ano do ensino fundamental maior de uma escola pública localizada na zona rural do
município de São Bernardo-MA. O percurso metodológico adotado para a coleta de dados consiste
na aplicação de questionários com questões abertas, direcionados para a captação de informações que
auxiliassem na construção da análise da temática. A análise tornou visível as disparidades sociais
existentes no ambiente escolar, evidenciando a necessidade de promover atividades que priorizem
o diálogo entre os alunos, pais e a comunidade. Pois, o processo de ensino-aprendizagem dever ser
desenvolvido coletivamente, na prática diária, através da apreensão dos conteúdos curriculares e na
vivência com os sujeitos. Para que, seja construído um espaço voltado para a formação do cidadão
crítico, reflexivo, que possibilite a superação das desigualdades sociais.

PALAVRAS-CHAVE: Espaço Escola. Lugar de Reprodução. Resistências das Desigualdades.

1 Universidade Federal do Maranhão, Programa de Pós-Graduação em Sociologia - Mestrado em Sociologia.


E-mail: edineia.silva@discente.ufma.br

40
EDUCAÇÃO, INTERAÇÕES E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: UMA ANÁLISE SOBRE
AS CRIANÇAS INDÍGENAS APINAYÉ E AS ESCOLAS DA CIDADE.

Autor: Mércia Cristina Borges dos Anjos


1 Co-autor: Wellington da Silva Conceição
Universidade Federal do Maranhão
Mestranda em Sociologia – PPGS/UFMA

O trabalho é fruto de problematizações relativas à educação de crianças indígenas Apinayé


matriculadas nas escolas muncipais de Tocantinópolis (TO). A pesquisa, ainda em desenvolvimento,
tem como principal objetivo: Analisar o quantitativo de crianças indígenas Apinayé matriculadas nas
escolas municipais de Tocantinópolis (TO) e compreender como ocorrem as interações dos povos
indígenas com os não indígenas nas instituições municipais de ensino. A discussão ampara-se em
estudos anteriores que discutem as interações e representações sociais sobre os povos indígenas
Apinayé e os não indígenas em contexto urbano, considerando a existência de estigmas decorrentes
dessas interações. A análise está embasada em bibliografia concernente à temática e nas informações
fornecidas pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Tocantinópolis – SEMEC. Os dados já
obtidos e analisados até o momento, nos revelam a existência de um quantitativo de crianças indígenas
matriculadas nas escolas urbanas, o que nos direciona para a investigação sobre os critérios utilizados
pelas famílias indígenas na escolha dessas escolas em lugar das escolas das terras indígenas.

PALAVRAS-CHAVE: Crianças Indígenas, Educação, Interações, Representações Sociais.

41
POLÍTICAS COMPENSATÓRIAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR PARA
ESTUDANTES INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
MARANHÃO: ANÁLISE SOB O PONTO DE VISTA DA FORMULAÇÃO
E EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE COTAS

Verissa Einstein Soares do Amaral -


Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp
Francisco Rodolfo Furtado Vieira -
Especialista em Direito pela Escola Superior da
Magistratura do Trabalho – ESMATRA


A pesquisa foi iniciada com o objetivo de analisar e aprofundar a temática do direito ao ingresso
de estudantes indígenas através das cotas para indígenas na Universidade Federal do Maranhão
– UFMA. O problema de pesquisa levou em consideração as políticas compensatórias para uma
participação ativa e adequada nas práticas sociais dos cursos oferecidos pela Universidade Federal
do Maranhão para povos indígenas, buscando entender como é o acesso por meio das políticas
públicas de cotas, a presença e a participação social dos indígenas na UFMA. Na pesquisa, buscamos
conhecer e compreender as características das políticas de cotas instituídas na UFMA, e dialogar
com autores que já trabalharam com essa temática. Ao investigar as políticas indigenistas de cotas
voltadas para a educação no ensino superior na UFMA, identificamos os princípios que norteiam a
formulação das políticas compensatórias para indígenas, as características e estratégias de construção
e implementação das políticas compensatórias para indígenas na UFMA, frutos da Lei de Cotas
Nº 12.711/2012. Quanto a metodologia, trabalhamos com pesquisas bibliográficas, utilizando os
conceitos de justiça social, minorias nacionais e ações afirmativas e outras categorias. A pesquisa está
em andamento, tendo verificado tais resultados: o constante problema da universidade em identificar
quem é indígena e não indígenas, sendo a autodeclaração critério insuficiente; a implementação
de comissão de verificação e sua pouca eficácia; dificuldade para encontrar ingressantes das cotas
para indígenas, sendo a ausência um dado importante para a pesquisa e a carência de políticas de
permanência para estudantes indígenas, são alguns dos resultados parciais.

PALAVRAS-CHAVE: Direito. Políticas compensatórias. Povos indígenas. Lei de Cotas Nº 12.711/2012.

42
BABAÇU, TERRA E ESCOLA: VINCULAÇÃO DE LUTAS PELO
DIREITO A EDUCAÇÃO NO ASSENTAMENTO DE SÃO MANOEL,
MUNICÍPIO DE LAGO DO JUNCO – MA

Jessé Lima da Silva1


Orientação: Franklin Plessmann de Carvalho2
Co-orientação: Mayka Danielle Brito Amaral3

Nos mais de 500 anos de colonização do Brasil, a terra encontra-se sobre o domínio da elite agrária
e do capital que concentra latifúndios e não tem possibilitado o desenvolvimento social do país.
Em contraponto, compete articular as demandas por terra, trabalho e educação, evidenciando a
necessidade de uma educação e uma escola que estejam vinculadas à realidade dos trabalhadores que
vivem e se reconstroem no campo. Os caminhos metodológicos para reconstrução histórica da luta e
compreensão da escola como direito a educação do assentamento de São Manoel, Lago do Junco-MA,
vem no intuito de perceber como os sujeitos que compõe aquele espaço foram entendendo que a luta
por escola é reafirmar o direito a educação e uma necessidade de existência com diferentes formas
para estruturar ou principiar a escolaridade fora dos ideais urbanos, enquanto política pública. O
percurso de investigação e apreciação dos resultados, tomando a parte esta fração do contexto, agora
frente as vivencias experimentadas neste momento pandêmico com diversas restrições sociais, serão
adotados os registros em diários de campo, entrevistas semiestruturadas e consulta aos documentos
existentes na busca por uma apreensão da organização destas lutas. Considerando a realidade atual
onde se acentua uma crise estrutural do sistema capitalista e influencia significativamente as mais
variadas dimensões da sociedade, mostra a necessidade de investigação de uma realidade que rompe
com uma realidade de submissão, se reconstruindo na luta pela libertação do babaçu, terra e por
escola como expressão da luta por educação, uma nova educação, a Educação do Campo.

PALAVRAS-CHAVE: Luta Pela Terra, Escola; Educação; Educação do Campo; e Política Pública.

1 Graduação em Educação do Campo/UFMA. Mestrando em Educação do Campo/UFRB. Bolsista da Fundação


de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FABESB. Email: jessesilvasm@gmail.com
2 Doutorado em Antopologia. Professor da UFRB, Programa de Pós-graduação em Educação, Mestrado
Profissional em Educação do Campo. Email franklinpcarvalho@ufrb.edu.br
3 Doutorado Geografia. Professora da UFMA, Curso de Ciências Humanas-Sociologia. Email mayka.amaral@
ufma.br

43
RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS EXPRESSAM SEU CULTO
DE FORMA LIVRE ASSIM COMO AS RELIGIÕES DE MATRIZES
CRISTÃS?

Jonas da Fonseca Santos 1


Lays Lopes Carvalho2
Nady Jakelle Queiroz Dias3
Natália dos Santos Alves4

O estudo da sociedade contemporânea nos mostra como a religião foi importante para a construção
de suas instituições civilizatórias, em sua forma política, na ética e na moral, na construção de
pensamento, direitos, deveres e cidadania (COULANGES, 2004). Fica evidente ao longo da história
a relação entre religião e Estado, na visão de Marshall (1967). Cumpre ao Estado ter que servir como
agente transformador na vida do cidadão. Porém, no Brasil, que estabelece leis que asseguram a
laicidade, os direitos e deveres de expressões religiosas têm de fato sido exercidos? Desta forma,
este artigo esboça a discussão acerca de como a religião tem sido vivida e exercida de acordo com
as garantias legais, no que tange a liberdade de culto, de expressão em locais públicos e privados
e manifestações culturais, sobretudo das religiões de matrizes africanas. Com base nos estudos de
Vagner Gonçalves da Silva (2005) acerca das práticas religiosas afro-brasileiras e sua influência no
cotidiano da sociedade, construímos um caminho por relatos de adeptos de religiões de matrizes
africanas e cristãs a fim de compreender como desfrutam da liberdade de um Estado laico.

PALAVRAS-CHAVE: Liberdade religiosa, Estado laico, Cidadania.

1 Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: jonas.fsantos@


gmail.com;
2 Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: layslopesc@
gmail.com
3 ³ Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: nadyjakelle@
hotmail.com
4 Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: natalia.alves.
lua@gmail.com

44
LIBERDADE DE EXPRESSÃO FRENTE À LIBERDADE RELIGIOSA:
UMA ANÁLISE SOBRE AS NARRATIVAS DE VIOLAÇÃO AOS
DIREITOS HUMANOS DOS RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA
NO BRASIL

Orientador(a): Mara Eduarda Sousa de Alencar1


Autor(a): Italo Diêgo Sousa de Alencar2
Universidade CEUMA – UniCEUMA
Graduando em Direito

O presente trabalho tem por objetivo analisar as violações aos direitos humanos dos religiosos de
matriz africana no Brasil, demonstrando que a liberdade de expressão vem sendo constantemente
utilizada para legitimar discursos que violam a liberdade religiosa. Inicialmente, cumpre destacar
que a palavra liberdade expressa o conjunto das liberdades tuteladas pelos diversos estatutos de
direitos humanos. Em um sentido amplo, liberdade significa um complexo instituto jurídico que
possui como fundamentação a própria natureza humana. Nas últimas décadas, muito se discutiu sobre
supostas situações de conflito entre a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, dois direitos
fundamentais de extrema relevância no Estado Democrático de Direito e que são essenciais para
a promoção do princípio da dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, é necessário examinar as
hipotéticas situações de conflito entre tais direitos evidenciando as violações aos direitos humanos e à
dignidade da pessoa humana dos religiosos de matriz africana no Brasil. Constata-se, que uma ofensa
a símbolos ou ideias religiosas não necessariamente prejudicam a liberdade de religião, pois estão
sob a proteção da liberdade de expressão, inclusive, pode até representar em um certo sentido uma
complementariedade entre ambos. Contudo, os discursos de ódio, especialmente, aqueles veiculados
através dos meios de comunicação de massa, representam uma grave violação aos direitos humanos
e, consequentemente, a dignidade da pessoa humana, demonstrando assim, um abuso da liberdade de
expressão. Portanto, cria-se a partir daí uma estigmatização de grupos através do ataque a símbolos
constituintes da sua identidade.

PALAVRAS-CHAVE: Liberdade. Religiões africanas. Direitos humanos. Resistência.

1 Psicóloga Clínica. Bacharel em Psicologia pela Universidade CEUMA. E-mail: mara.eduarda.alencar@gmail.


com.
2 Graduando em Direito pela Universidade CEUMA e pesquisador do Núcleo de Estudos em Municipalidades e
Direito (NEMUD). E-mail: italodiegosousadealencar@gmail.com.

45
A IMPRENSA FEMININA NO BRASIL: UMA FERRAMENTA PARA A
EMANCIPAÇÃO INTELECTUAL E MORAL DA MULHER NO SÉCULO XIX

Valéria Eulina Pires Pereira


Mestranda em Cultura e Sociedade - UFMA
valeria.ppereira58@yahoo.com
Universidade Federal do Maranhão
Orientador: Prof. Dr. Ricieri Carlini Zorzal (UFMA)
ricieri.zorzal@ufma.br

O estudo em comento tem como esteio principal a origem e trajetória da imprensa feminina e feminista
no Brasil durante o século XIX e concomitantemente destacando O Jornal das Senhoras (1852-1855)
um dos primeiros jornais direcionado para o público feminino escrito por uma mulher, a escritora,
jornalista, professora e pioneira do feminismo na Argentina, Uruguai e Brasil Joana Paula Manso de
Noronha (1819 – 1875) que se estabeleceu na cidade do Rio de Janeiro por alguns anos. Para tanto,
realizar-se-á uma pesquisa sobre a imprensa brasileira que teve início em 1808, com a chegada da
corte no território brasileiro; a origem e trajetória da imprensa feminina e feminista no Brasil e por
fim a condição da mulher no século XIX, compreendendo como os textos publicados no jornal em
questão contribuíram para a emancipação intelectual e moral da mulher. A abordagem da pesquisa é
de cunho qualitativo com levantamento bibliográfico acerca dos assuntos sobre feminismo, gênero e
a imprensa brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: O Jornal das senhoras, Imprensa, Feminismo, Joana Mando de Noronha

46
UM JOGO MARCADO: A RELAÇÃO ENTRE A IMPRENSA E O PODER
EM TERESINA (1971-1975)

Carlos Alberto de Melo Silva Mota


Universidade Federal do Piauí
Mestre em História do Brasil

O presente trabalho tem por objetivo o estudo de periódicos que circulavam na cidade de Teresina,
na primeira metade da década de 1970. Esse período remete ao primeiro mandato de Alberto Silva
no governo do Piauí. Desde sua posse, o governador ressaltou a importância de aproximar-se dos
diversos meios de comunicação, para que estes vigorassem durante o seu governo. Contudo, não
podemos desconectar essa aproximação, entre o poder estatal e esses meios, da estrutura política
autoritária em pauta no país, sobretudo a censura. Assim, analisamos a execução duma política
econômica associada a uma imprensa burocratizada, tal leitura permite constatar uma série de pautas
jornalísticas intimamente ligadas ao plano de governo. Compreendemos que parte dos jornalistas e
donos de jornal optaram por estar do lado do poder, assim tornando-se tanto agentes como “vítimas”
de uma autocensura. Analisamos, portanto, as pautas políticas nos jornais teresinenses O Dia, O
Estado e Estado do Piauí, situados na imprensa oficial e suscetíveis a todas as regras da censura. Esse
trabalho tem como principais interlocuções Arendt (2005), Benjamin (2013), Darnton (2016), Fico
(2008), Fontineles (2015), Kushnir (2012), Ridenti (2014) e Smith (2000).

PALAVRAS-CHAVE: História; Política; Imprensa; Piauí.

47
Simpósio Temático 03

Cidades, conflitos e
narrativas sociais

Coordenadores:

- Prof. Dr. Clodomir Cordeiro de Matos Júnior


- Profª. Dr.ª. Tatiana Colasante
- Me. João Pedro de Santiago Neto
FACÇÕES E DEBATE TEÓRICO NO BRASIL: DISCUTINDO AS
PRINCIPAIS INTERPRETAÇÕES

Autor: Pedro Fernando Araújo de Melo


Co-autor: Luiz Eduardo Lopes Silva
Universidade Federal do Maranhão -Graduando

O seguinte tem como ideia central fazer um estudo sobre as pesquisas voltadas ao conhecimento
sobre as facções, que consequentemente apesar das análises que vem sendo feitos, ainda sim consiste
em um tema que se encontra no estado “embrionário” quanto aos resultados obtidos. A pesquisa
sobre o mesmo encontra-se em um processo gradual, todavia, são estudos já iniciados levando em
conta seu encabeçamento no Rio de Janeiro, tendo como precursor a facção Comando Vermelho, nos
anos 70 em meados da Ditadura Militar. É importante mencionar a relevância de deixar claro que tais
estudos só tomaram consistência maior pelo Brasil recentemente, aonde cada vez mais vêm tomando
consistência não só no Rio de Janeiro, mas em outras regiões que estabelecem sua predominância
e influência, como é o caso do Nordeste, que tem como facções influentes o Comando Vermelho e
de maior destaque o Bonde dos 40. É de conhecimento cientifico e social que a sociedade em geral
tem sido mais atenta quanto ao tema violência, principalmente se tratando das facções e sendo a
universidade e os meios de comunicação os principais pilares para o debate público, visando como
objeto de estudo um fator muito delicado e perigoso, todavia, se faz necessária tal debate. Esse projeto
de TCC tem como primórdio os trabalhos realizados no grupo de pesquisa intitulado como Rede de
Estudos Periféricos (REP), onde por meio do mesmo irei fazer um apanhado bibliográfico de temáticas
voltadas a tal questão, construindo uma leitura racional e cientifica sobre o tema aqui estudado.

PALAVRAS-CHAVE: Debate; Estudos; Processo; Violência.

49
PRIMEIRO COMANDO DO MARANHÃO – PCM: HISTORICIDADE E
TERRITORIALIDADE DE UMA FACÇÃO CRIMINOSA EM PINHEIRO

Raimundo Cesar Costa da Luz


Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Graduando em Ciências Humanas - História

Considerando a pesquisa em andamento para elaboração da monografia de título “Primeiro Comando


do Maranhão – PCM: historicidade e territorialidade de uma facção criminosa em Pinheiro”, sob a
orientação do Professor Doutor Luiz Eduardo Lopes Silva, submetida como trabalho de conclusão do
Curso Interdisciplinar de Licenciatura em Ciências humanas - História, trago a intenção de apresentar
o processo de surgimento de uma facção criminosa numa pequena cidade do interior do estado do
Maranhão - Pinheiro, trazendo um pouco da perspectiva histórica e territorial desse surgimento,
abordando a perspectiva do uso de violência urbana como forma de domínio e controle social.
Também, apresentarei alguns exemplos dos crimes praticados e algumas práticas utilizadas como
forma de capitalização da mencionada facção criminosa.

PALAVRAS-CHAVE: facção, violência, criminosa.

50
VIOLAÇÃO DE DIREITOS E SELETIVIDADE PENAL: UMA ANÁLISE
SOCIOCRIMINOLÓGICA SOBRE A GUERRA ÀS DROGAS NO
CONTEXTO IMPERATRIZENSE

André Luís Jacomin1


Karoline Silva Costa2

O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise crítica a respeito das políticas criminais
desenvolvidas no Brasil nas últimas duas décadas, vislumbrando-se a seletividade do Direito Penal
que ajuda a construir e promove a neutralização, por meio da prisão ou da morte, de um tipo social
reconhecido como inimigo pelo Estado, especialmente após o advento da Lei nº 11.343/2006. A
partir de um levantamento bibliográfico e análise de dados encontrados em relatórios do Monitor
da Violência, bem como de análises de autos de prisões em flagrante efetuadas na cidade de
Imperatriz/MA (2020/2021), o estudo pretende explorar a atuação da polícia como reflexo empírico
dessa seletividade contra os sujeitos criminais, notadamente em operações decorrentes da chamada
“guerra às drogas”, que ocorrem de maneira rotineira em áreas periféricas comumente habitadas por
populações econômica e socialmente vulneráveis. Frente esse objetivo, o trabalho é ancorado pelas
teorias desenvolvidas por criminólogos e sociólogos, tais como Alessandro Baratta (1933-2002), David
Garland e Michel Misse, em seus argumentos sobre seletividade penal, cultura do controle e sujeição
criminal, respectivamente. Como principal resultado da análise, constata-se que a seletividade penal
atinge indivíduos pertencentes aos estratos sociais economicamente mais baixos utilizando-se de
artifícios variados, destacando-se a violação a direitos civis, como o desrespeito à inviolabilidade de
domicílio, por exemplo.

PALAVRAS-CHAVE: Seletividade Penal. Inimigo. Sujeição criminal.

1 Especialista lato sensu em Direito Civil pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/PR). Bacharel em Direito
pela (PUC/PR). Defensor Público Estadual no estado do Maranhão. E-mail: andre.jacomin@gmail.com.

2 Mestranda em Sociologia da Universidade Federal do Maranhão (PPGS/UFMA), especialista em Direito Penal


(FDDJ), especialista em Gestão Pública (UEMA), integrante do Laboratório de Pesquisas sobre Cidades e Imagens
(LAEPCI). Orientação: Professor Dr. Wellington da Silva Conceição. Advogada e servidora pública estadual no estado do
Maranhão. E-mail: karolinecosta.adv@gmail.com.

51
A REBELIÃO DE 2011 NA DELEGACIA REGIONAL DE PINHEIRO

Lukas Davyd Liberato Silva


Discente do curso de Ciências Humanas (História) UFMA
e-mail: lukasliberatos@gmail.com

A rebelião na delegacia regional de pinheiro, a 340 km de São Luís MA, foi motivada segundo as
notícias da impressa pela superlotação carcerária, se iniciou por volta das 22h do dia 07/02/2011.
Segundo imprensa, liderada por José Ramiro, 18 anos, que determinou que colegas de cela fossem
decapitados. Em nota, O Governo do Maranhão confirma que um dos mortos é o pescador José
Agostinho Bispo Pereira, o caso dele ficou conhecido internacionalmente, e ele passou a ser chamado
de “O monstro do Maranhão”, por abusar da filha, e ter oito filhos com ela, abusar de uma filha-neta
e, ainda, mantê-las em cárcere privado, em um povoado isolado do município de Pinheiro. Seguindo
os fatos apurados os detentos além de cobrarem suas reivindicações, alegavam o fator de que não
queriam ser transferidos para a penitenciária de pedrinhas, pois muitos deles estavam com medo
de serem mortos, ainda assim a corregedoria do TJ já teriam em mãos provas de que a rebelião de
Pinheiro teria ocorrido sob ordens oriundas de pedrinhas e que durante a rebelião, uma pessoa, de
fora da cadeia orientava os líderes da rebelião de como negociar com as autoridades.

PALAVRAS-CHAVE: Rebelião, Pinheiro, Superlotação

52
COMO AS FACÇÕES ATUAM NAS REDES SOCIAS: IDENTIDADES,
SOCIABILIDADES E SIMBOLOGIAS

Jean Douglas Rodrigues


Orientador Luiz Eduardo Lopes Silva
Universidade Federal do Maranhão
Graduando em Ciências Humanas- História

As facções são grupos de indivíduos que surgem dentro dos presídios, em que através das insatisfações
de abuso do Estado desobedecendo as leis de direitos humanos e de brigas internas na detenção, os
próprios detentos acabam levantando bandeiras com o objetivo de melhorias para seus semelhantes,
uma politica de igualdade e conjuntos de leis que regem nas próprias cadeias e ultrapassam as grades
ate chegarem nas ruas por onde influenciam, têm suas hierarquias bem definidas com leis, estatutos
e funções bem detalhadas em que atuam em rebeliões em presídios, vandalismo, pichações como
marcação de território, homicídios, assaltos e vendas de drogas, tendo uma rede de distribuição
bem definida, dominam varias cidades respectivas compartilhando todos os seus fundamentos.
Estão presentes em todos os ambientes, principalmente nas redes sociais em que disseminam suas
ideologias, compartilham codigos e estatutos, a analise desse ambiente nos ajuda a compreender a
sociabilidade, como é sua relação entre seus membros e rivais, a utilizaçao de simbologias para sua
identificação e qual as suas atitutudes pertecentes para sua autoafirmação. A presença de seus perfis
são fundamentais para essas suas identificações, nelas seus membros também tem um papel impotante
em divulgar seus feitos e códigos, por isso, as redes sociais serve pra disseminar seus conteúdos, suas
ideias, um processo de recrutamento de membros e busca por admiradores também, a análise desse
processo vai ajudar a entender como está a atuação das facções na cidade, compreender seu domínio
e entender sua relação com o índice de violência da cidade.

PALAVRAS-CHAVE: Facções. Presídios. redes sociais. Autoafirmação.

53
EDUCAÇÃO PRISIONAL: MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS NA
PENITENCIÁRIA EM PINHEIRO-MA

Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo Lopes Silva


Autor: Kassione Cosata da Luz
Discente do curso interdisciplinar em Ciências Humanas / História
Universidade Federal do Maranhão / Campus Pinheiro

O Brasil é marcado por uma realidade violenta, de crimes, delitos, infrações, resultando em
encarceramento em massa; nos presídios, penitenciárias, cadeias, na maioria das vezes com situações
precárias, superlotadas, onde os encarcerados são submetidos a torturas, maus-tratos, revelando assim
as inúmeras transgressões na administração que vai desde a estrutura física, colapso no interior do
cárcere, (por se tratar de ambientes com extrema repressão), inseguridade, precariedade, incapacidade
de redução do crime organizado, seguidas de atitudes de violação dos diretos humanos, o que só
denunciam as irregularidades do sistema prisional. Desse modo ocorreu à necessidade de conhecer
o sistema penitenciário de Pinheiro, mais precisamente a Penitenciária Regional de Pinheiro-MA.
Este projeto de pesquisa intitulado Educação prisional: Medidas socioeducativas na Penitenciária
em Pinheiro-MA tem por iniciativa conhecer empiricamente o contexto do cárcere, analisar a partir
da realidade carcerária as medidas legais socioeducativas utilizadas, e que intervenções as mesmas
fazem na vida do indivíduo privado de liberdade, oportunizando uma desconstrução dos preconceitos
existentes. Considerando que isso só ocorrerá se houver uma aproximação com o objeto de estudo,
que será através da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Prisional e o Projeto Remição de Pena pela
Leitura. Serão utilizados alguns autores como José e  Oliveira (2017), Manfrin (2017), entre outros.

PALAVRAS-CHAVE: Reintegração; Educação; Cárcere; Sistema Prisional.

54
RELIGIÃO VERSUS CRIME: A RELIGIOSIDADE COMO FATOR DE
REINTEGRAÇÃO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE PINHEIRO-MA

Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo Lopes Silva


Autor: Leia do Nascimento Aroucha da Silva
Discente do curso interdisciplinar em Ciências Humanas
Universidade Federal do Maranhão UFMA

O trabalho em questão tem como objetivo analisar a relação entre os jovens da cidade de Pinheiro
associados às facções criminosas com a Religiosidade e de que forma a Religião pode contribuir com
a ressocialização dos apenados e dos marginalizados na sociedade, uma vez que a atual situação
de ressocialização dos apenados a sociedade ainda é precário e a perseverança da religião tem um
significativo na vida social. Sabendo que a liberdade religiosa regula as relações entre o Estado e a
igreja em resignação com o direito dos indivíduos. Tendo em vista que há vários indícios que apontam
a religião como um importante meio para a ressurreição de algumas pessoas no convívio da sociedade,
uma vez que falta por parte do Estado a assistência devida. Diante disso, o presente trabalho utiliza-se
da pesquisa bibliográfica, entrevista com o objetivo de analisar sobre a contribuição da religião para
a ressocialização dos jovens acometidos pela criminalidade na sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Crime, Religião, Ressocialização.

55
A RELAÇÃO ENTRE RELIGIÃO E REABILITAÇÃO DE
DEPENDENTES QUÍMICOS

Docente: Ana Lúcia Silva Ribeiro Pereira


Instituição: Universidade Federal Do Maranhão
Curso: Licenciatura em Ciências Humanas
Orientador: Dr. Luiz Eduardo Lopes Silva

A dependência química é um transtorno que envolve o uso de substância psicoativas e se trata de


uma doença de ordem fisiológica, neurológica e psicológica. A criminalização das drogas dificulta
o tratamento terapêutico do dependente químico, sendo um obstáculo para a criação de políticas
públicas de saúde e sociais que promovam a reabilitação desses indivíduos. Sendo assim os pacientes
que possuem fé procuram na religião um auxílio Divino para se recuperar dessa doença. O objetivo
é demonstrar que a religião ocupa um espaço deixado pelo Estado para suprir a carência de políticas
públicas na reabilitação de dependentes químicos. O método utilizado será um estudo de campo com
abordagem qualitativa que será realizado no munícipio de Pinheiro-MA, no ano de 2021, na casa
de recuperação para dependentes químicos - Fazenda do Amor Misericordioso. Serão conduzidas
entrevistas com ex-usuários de drogas que utilizam de recursos religiosos não-médicos para tratar
a dependência de drogas, contendo questões sobre dados sociodemográficos, religiosidade do
entrevistado, história do consumo de drogas, tratamentos médicos para dependência de drogas,
tratamento religioso e prevenção ao consumo de drogas pela religião. Serão utilizados autores como
Silva (2014), Riberio e Minay (2015), Sanchez e Napoo (2008), Longo, Silva e Silva (2018) entre
outros.

PALAVRAS-CHAVE: Dependência química; Criminalização das drogas; Reabilitação;


Religiosidade.

56
PERCEPÇÕES SOBRE A CIDADE E O URBANO A PARTIR DA
LITERATURA SOCIOLÓGICA

Angélica Lima Melo1


Orientador: Clodomir Cordeiro de Matos Júnior2


O presente trabalho pretende analisar algumas contribuições de Karl Marx (1818-1883), Friedrich
Engels (1820-1895), Émile Durkheim (1858-1917), Max Weber (1864-1920), George Simmel
(1858-1918) e Robert Park (1864-1944) para a compreensão das cidades, seus sujeitos e dinâmicas
contemporâneas. Objeto transversal ou privilegiado nos escritos desses autores, temos por intenção
detectar, através de uma análise bibliográfica, suas valiosas contribuições teóricas e metodológicas
para a investigação sobre os centros urbanos e as transformações que acompanham suas dinâmicas de
formação e dilemas. Nesse percurso, pretendemos trilhar os caminhos teóricos e metodológicos que
dão contornos as cidades, suas dinâmicas e habitantes nas obras dos autores, colocando em destaque
as transformações, sujeitos e problemas que emergem com o processo de formação e adensamento
populacional das cidades contemporâneas. Desprendendo-se das dinâmicas e isolamento do campo,
o homem da cidade rompe com suas formas de vida anteriores a partir da fluidez e ritmo da vida
urbana, forjando arranjos culturais, sociais, econômicos, políticos e trabalhistas que transformam as
formas de viver e compreender os contextos citadinos.

PALAVRAS-CHAVE: Cidades; Urbano; Sociologia; Clássicos; Contribuição.

1 Universidade Federal do Maranhão, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, E-mail: angelica.lmelo@


hotmail.com
2 Professor do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia (LCH), Campus São Bernardo e do
Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS), Campus Imperatriz, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
E-mail: clodomir.cordeiro@gmail.com.

57
ENGOMADOS E DESCAMISADOS: RELAÇÕES DE PODER NA
CIDADE DE IMPERATRIZ EM 1950.

Tamires Silva Morais1


Jesus Marmanillo Pereira2
Mestranda do curso de Pós-Graduação em Sociologia
da Universidade Federal do Maranhão (PPGS/UFMA).

Este trabalho discute as relações entre indivíduos recentes e estabelecidos no âmbito do processo de
organização e ocupação do centro da cidade de Imperatriz – MA, na década de 1950. Moradores
antigos interessados na manutenção do status quo frente àqueles que chegavam, para compor a mão
de obra local na construção de novas estradas e rodovias. Marcados por diferenças de antiguidade,
econômica, social e política, disputavam o habitat, os serviços públicos e o reconhecimento social.A
primeira rua da cidade, rua de dentro, comportava os serviços públicos e a população mais abastada
economicamente. As demais ruas criadas, para ceder lugar àqueles de fora da cidade, foram
nominadas sob os títulos de rua de trás e rua de fora, reconhecidas como espaços para os sujeitos
mais pobres e imigrantes. Para compreender estas relações, nos fundamentamos em Elias e Scotson
(2008) através da noção de paradigma empírico, que, para os autores, funciona como uma constante
universal em análises que tenham por configuração a interdependência entre indivíduos estabelecidos
e recém-chegados. Os primeiros entendidos como portadores de valor humano e moral superior frente
aos últimos. Por fim, a primeira etapa de construção do trabalho  desenvolveu-se no ano de 2015,
através da dissertação monográfica, por meio de depoimentos orais gravados com 12 moradores que 
vivenciaram ou testemunharam a ocupação das primeiras ruas. A segunda na pós-graduação através
da reanálise de entrevistas e documentos  (jornais, fotografias e arquivos orais),e a última, que deverá
realizar-se por meio de idas ao campo e aprofundamento teórico.

PALAVRAS-CHAVE: Estabelecidos.Outsiders.Cidade.Imperatriz.1950.

1 Mestranda do curso de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Maranhão (PPGS/UFMA).


Compõe o Grupo: Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Cidades e Imagens (LAEPCI). Possui graduação em
Ciências Humanas - Sociologia, pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Bolsista por meio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Endereço de e-mail: tamires.morais@discente.ufma.br.
2 Professor adjunto da Universidade Federal do Maranhão. Doutor em Sociologia no PPGS-UFPB. Coordenador
do Laboratório de Estudos Sobre Cidades e Imagens (LAEPCI/UFMA).

58
AS POLÍTICAS DE URBANIZAÇÃO DA CIDADE DE BOA VISTA/ RR E
A MARGINALIZAÇÃO DA SUA ZONA DE PROSTITUIÇÃO-19501

Édla Sonaira Salazar de Oliveira2


Orientadora: Márcia D’Acampora
Universidade Federal de Roraima
Licenciada em História/UFRR

Ao lançarmos olhares para a cidade de Boa Vista/RR, podemos analisá-la das mais diversas formas,
a escolhida neste trabalho é a compreensão da região a partir das políticas de organização urbana e as
relações com o território de prostituição chamado de Morro. Esta foi a primeira zona de prostituição
que existiu na cidade de Boa Vista, então capital do Território Federal do Rio Branco, durante a
década de 1950. O processo de ocupação da Amazônia, em especial a cidade de Boa Vista/RR,
pode ser compreendido pela forma que o Estado o conduziu através de suas políticas públicas para
a povoação e desenvolvimento, um projeto oriundo do poder do conquistador europeu. Fato este que
não ocorreu sem contendas pois esses espaços possuem múltiplos agentes portadores de diferentes
práticas socioespaciais, as pessoas são entendidas aqui como construtores dos espaços mesmo na
condição de excluídos. Com isso a cidade de Boa Vista/RR foi transformada em palco e reflexo das
relações sociais. Para tanto, utilizamos como nossas principais fontes o jornal O Átomo e os relatos de
memorialistas e cronistas, dentre outras, partindo da pesquisa “A Zona do Morro: a marginalização
do território da prostituição feminina na cidade de Boa Vista-RR na década de 1950”, realizada junto
ao Curso de História da UFRR. Nosso objetivo, portanto, é discutir a forma como estes territórios
marginais, considerados “sujos” e malditos, se inserem na dinâmica socioespacial da nova cidade que
surge com a modernização de Boa Vista.

PALAVRAS-CHAVE: Cidade; Amazônia; Boa Vista; Urbanização; territórios marginais;

1 Esse trabalho foi produzido a partir da monografia: Oliveira, Édla Sonaira Salazar de. A zona do Morro: a
marginalização do território da prostituição feminina na cidade de Boa Vista-RR na década de 1950. 74 f, (graduação)
Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, 2020.
2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Fronteiras- PPGSOF/ Universidade Federal de
Roraima-UFRR | sonairadeoliveira@gmail.com

59
CONSEGUIMOS A CASA E AGORA? COTIDIANO E SEGREGAÇÃO
SOCIOESPACIAL EM TRÊS LAGOAS-MS1

Diogo Cerdan Brito2


Patricia Helena Milani3

Levando em consideração o processo de segregação socioespacial e seus desdobramentos na cidade no


plano do vivido, vemos a possibilidade de, através das práticas espaciais dos moradores dos Conjuntos
Habitacionais verticais Novo Oeste e Orestinho em Três Lagoas-MS, debatermos o cotidiano da e a
partir da periferia com base nas experiências dos moradores. Utilizamos a metodologia qualitativa para
o desenvolvimento desta pesquisa, realizamos entrevistas com moradores dos conjuntos habitacionais
verticais, com roteiros semiestruturados, o que nos permitiu algumas análises do processo de segregação
em suas dimensões objetiva e subjetiva. Realizamos análises tanto no âmbito das experiências na
própria periferia quanto em relação a outros espaços da cidade. Vemos que o modelo de moradias
verticais, desencadeia diversos conflitos: tanto pela proximidade dos apartamentos, quanto pelas
taxas de condomínio (que muitos moradores não têm condições financeiras para pagar, segundo as
entrevistas). Isso gera inclusive o abandono de alguns apartamentos e casos de refuncionalização
para usos comerciais. Para além do espaço de moradia na periferia da cidade, verificamos múltiplas
experiências espaciais desses sujeitos no âmbito da cidade, com base nas práticas espaciais ligadas ao
trabalho, lazer e consumo, uma vez que a vida dos sujeitos sociais não se desenvolve em localidades
fixas, mas vivenciam a cidade a partir de seus locais de moradia. Verificamos que as experiências
espaciais se distinguem devido as diferenças de gênero, formas de mobilidade e faixa geracional dos
sujeitos e sujeitas entrevistados/as.

PALAVRAS-CHAVE: Segregação Socioespacial; Periferia; Cotidiano; Três Lagoas-MS.

1 Este trabalho está vinculado ao Projeto de Pesquisa “Segregação socioespacial em Três Lagoas: escalas, formas
e conteúdos”, desenvolvido no âmbito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas, Curso de
Geografia, tendo o Laboratório de Estudos Urbanos do Território (LETUR) como espaço principal para o desenvolvimento
das atividades ligadas à pesquisa.
2 Estudante de Graduação em Geografia e Bolsista de Iniciação Científica – Bolsa UFMS na Universidade Federal
do Mato Grosso do Sul – Campus de Três Lagoas. E-mail: diogocerdanb2@gmail.com
3 Professora Doutora de Graduação em Geografia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Campus de
Três Lagoas. E-mail: patriciah.milani@gmail.com

60
NARRATIVAS DO TRABALHAR E HABITAR
(RE)EXISTÊNCIA URBANA EM BRASÍLIA NA DÉCADA DE 60

Ma. Luciana Jobim Navarro


PPG-HIS / UnB
Doutoranda em História Cultura1

A partir da compreensão da cidade como um espaço, múltiplo, cultural, social e político, propõe-se
aqui uma investigação historiográfica das representações imagéticas como ponto de partida para a
construção e compreensão da narrativa histórica sócio-política do espaço urbano como um espaço
de resistência cultural e política em contraponto à História tradicional da cidade de Brasília. Inicia-se
pela análise de como escolhas editoriais, atravessadas pelo poder político, influenciam na construção
dos discursos e representações históricas sobre a cidade para que essa se adeque à intenções políticas,
sociais e estéticas previamente definidas. Procura-se, então, identificar, a partir de imagens das
ocupações informais da década de 60, a existência de uma narrativa da resistência, pautando-se
pela necessidade em entender e verificar como se deram as relações de classe, gênero e raça na
resistência pela existência no espaço público. Procura-se a partir da pesquisa fotográfica elucidar
uma nova Brasília, invisível dentro das relações de poder que se constroem na cidade. Nessa Brasília
conta-se uma história de conflitos e resistências, onde o espaço ocupado resiste e as esferas públicas
e privadas se entrelaçam. Por fim, a pesquisa, em andamento, busca delinear uma narrativa que
estabeleça uma relação entre o texto e a imagem não apenas como forma de documentação, mas como
maneira de interpretação da realidade e construção historiográfica sobre a cidade. Assim, imagens e
textos dialogam de maneira a ressaltar a própria função da linguagem – mediada por símbolos – na
construção das representações dos espaços, possibilitando novas interpretações da história da cidade.

PALAVRAS-CHAVE: História Cultural; Imagem; Cidade; Narrativa; Brasília.

1 Texto parte de projeto de pesquisa de Doutorado em História Cultural do departamento de História da Universidade
de Brasília – Unb. sob a orientação da professora Dra. Teresa Cristina Novaes Marques.

61
FOTOGRAFIAS DE SURF NO “COMPLEXO TITÂNICO”: DAS
FICÇÕES SOCIAIS À INVENÇÃO CULTURAL DA “COMUNIDADE”
E DE “SI”.

Augusto César Tavares Barbosa


Mestre em Sociologia (UECE)

Essa comunicação propõe explorar os resultados de uma etnografia, realizada entre os anos de 2000
e 2018, do acervo de imagens produzidas pelos fotógrafos de surf da comunidade do Titanzinho
(Serviluz), periferia de Fortaleza, Ceará. As fotografias, especialmente aquelas produzidas por dois
interlocutores locais, tomadas enquanto expressões de uma prática social do espaço reveladora de
dramas e estratégias cotidianas estão para além do mero registro das performances esportivas,
permitindo ao pesquisador observar como imagens e acervos atuam no processo de construção de
representações de “si” e da comunidade. Constituída ao longo dos anos como um espaço urbano
marcado, de um lado, pelo estigma da violência, altos índices de vulnerabilidade social e narrativas
que reforçam os discursos da gentrificação (Leite, 2004), e, por outro, como o lugar privilegiado para
a prática do surf, com o processo de democratização das tecnologias e meios digitais a comunidade do
Titã se torna um lugar referência numa cena periférica que integra artes, esportes e mídias digitais. O
trabalho foi desenvolvido metodologicamente a partir da perspectiva de (Samain, 2012), que considera
as imagens em seus “circuitos de pensamento” e das relações entre etnografia e cultura visual (Eckert,
2010), nos permitindo identificar as imagens como composição de narrativas, onde a prática do surfe
aparece como centro de articulação das experiências cotidianas comunitárias, e como dispositivos
estéticos e políticos, agenciadas em um processo de luta simbólica que conecta arte, conhecimento e
informação (Novaes, 2015).

PALAVRAS-CHAVE: Etnografia. Fotografia. Gentrificação. Culturas Visuais. Representações.

62
MOTORISTAS DE APLICATIVO, UM TRABALHO POR UM
PREÇO JUSTO? EM BUSCA DO TRABALHO, DA LEGITIMIDADE
E DA SOBREVIVÊNCIA, UMA ANÁLISE QUE PRIVILEGIE OS
MOTORISTAS DE IMPERATRIZ-MA.

Ana Paula Pinto Pereira


Licenciada em Ciências Humanas/Sociologia;
Mestranda em Sociologia.( PPGS/UFMA )
Clodomir Cordeiro de Matos Júnior ( PPGS/UFMA )

O objetivo do artigo é compreender a inserção dos motoristas de aplicativo em Imperatriz buscando


captar as trajetórias de lutas diante das condições estruturais globais e locais para o exercício da
sua função. O artigo é motivado pela manifestação que ocorreu em Imperatriz no dia 17 de março
promovida pelos motoristas de aplicativo. O referido artigo é fruto de uma pesquisa bibliográfica, assim
como uma pesquisa de campo centrado no ambiente digital. Buscou-se construir um levantamento
bibliográfico sobre os movimentos sociais e sobre as mutações no mundo do trabalho para então
pensar as condições locais desses motoristas. O artigo foi dividido em 3 tópicos: 1)Em que consiste
um movimento social? no qual busco refletir sobre a definição de movimento social e sobre alguns
aspectos importantes no seu desenvolvimento, como as oportunidades políticas; 2)As mutações do
mundo do trabalho e os movimentos de resistência, no qual eu busco refletir sobre as mutações do
mundo do trabalho e os processos de resistência, argumentando que estes acompanham tais mutações,
procuro traçar um contexto histórico até chegar a expansão da acumulação flexível e da economia
compartilhada que abre caminho para empresas como a Uber, que apesar de precarizar o trabalhador,
este tem se levantado com resistência. 3) Busco construir a história dos motoristas de apps na cidade
de Imperatriz-MA, perseguindo os processos de luta desde a inserção dos motoristas, busca pela
legalização e conflito direto com as empresas de aplicativo.

PALAVRAS-CHAVE: Movimentos Sociais; Cidades; Motoristas de Aplicativo; Trabalho;


Regulamentação;

63
O ESTIGMA DA PRESENÇA DE INDÍGENAS EM CONTEXTO URBANO
NA CIDADE DE IMPERATRIZ – MA1

Clayton Marinho dos Santos2


Jesus Marmanillo Pereira3

O presente texto aborda a presença dos indígenas da etnia Guajajara em contexto urbano, que habitam
no Parque Amazonas na cidade de Imperatriz-MA, e como esse coletivo é por vezes estigmatizado,
seja pelo preconceito, seja pelo estranhamento que a aproximação desses indígenas a certos elementos
relacionados a urbanidade e contemporaneidade causa nos citadinos. Esta pesquisa faz parte de um
trabalho de mestrado, ainda em andamento, que se desenvolveu a partir de uma abordagem qualitativa,
de cunho exploratório, realizando uma revisão bibliográfica acerca do tema indígenas em contextos
urbanos. Para a composição do corpus teórico da pesquisa contou-se com os estudos de Roberto
Cardoso de Oliveira e José Guilherme Magnani, bem como a perspectiva de Erving Goffman (1975)
sobre o estigma. Compreende-se que o reconhecimento e o direito do indígena a ocupar legitimamente
espaços urbanos passam na maior parte dos casos pela desconfiança do próprio Estado, evidenciada
pela escassez de políticas públicas distintivas. A cidade, que por muito tempo foi considerada mera
zona de conforto para não indígenas, é reapresentada como zona de contato entre indígenas e não
indígenas, destacando o caráter heterogêneo dos espaços urbanos, porém, com a inclusão de novos
sujeitos até então invisibilizados.

PALAVRAS-CHAVE: Cidade. Conflitos. Indígenas na cidade. Espaços. Sujeitos

1 Pesquisa em andamento no Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Maranhão,


Projeto intitulado “Índios em contexto urbano e a pandemia do Covid-19: Impactos sobre a aldeia do Parque Amazonas
em Imperatriz-MA”.
2 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Maranhão, e-mail: clayton.
marinho@discente.ufma.br
3 Orientador Professor Doutor do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do
Maranhão, email: marmanillo.jesus@ufma.br

64
NARRATIVAS EM CONTEXTO:
CRIANÇAS URBANAS E CIDADES BRASILEIRAS

Beatriz Soares Gonçalves1


PPGA-UFPB
Doutoranda em Antropologia

As ciências sociais apontam a importância de compreender a cidade para além das noções urbanística,
estatística ou administrativa (AGIER, 2011). O que, para antropologia, implica em olhar para o ponto de
vista dos citadinos (suas práticas, relações, narrativas). Assim sendo, investigando de perto e de dentro
(MAGNANI, 2002), em minha pesquisa de mestrado (GONÇALVES, 2019), pude analisar a experiência
de um grupo de sujeitos que, embora usuários atuantes da/na cidade, historicamente acabam alienados
do planejamento urbano: as crianças. Realizei pesquisa etnográfica envolvendo aproximadamente cem
crianças moradoras de um bairro empobrecido situado no centro de Niterói (cidade com mais de meio
milhão de habitantes localizada na região metropolitana do estado do RJ). O trabalho apresentou relatos
de crianças de 6 a 12 anos. Nas narrativas das crianças, o espaço público urbano apareceu como um espaço
no qual a ocupação se dá através de jogos e brincadeiras. Mesmo as vivências do grupo de crianças que
interagi sendo permeada por entraves, a brincadeira, o encontro e o lúdico resistiam diante de inseguranças
encontradas (drogas, armas, violência). Nesse contexto, as crianças demandaram por uma cidade onde
no lugar de construções humanas fosse possível enxergar pessoas e natureza. As crianças expressaram
desejos contrastantes com a realidade do cenário urbano que contemplam diariamente e dos caminhos
que percorrem; apontaram suas problemáticas e denunciaram efeitos de um urbanismo segregador.
Revisitando o trabalho acima, fora metrópole, uma questão surge: o que a pesquisa etnográfica em cidade
pequena pode revelar sobre a experiência de crianças urbanas no Brasil atualmente?

PALAVRAS-CHAVE: Cidade; Crianças; Narrativas urbanas; Antropologia urbana; Antropologia da


criança.

1 ¹Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Doutorado em Antropologia


Social, orientadora: Dr.ª Flávia Ferreira Pires. E-mail: sg.beatriz25@gmail.com

65
CULTURA POPULAR, CRENÇAS E PRÁTICAS COTIDIANAS
OU COMO OS INDIVÍDUOS QUE FAZEM O BUMBA MEU BOI
DESENVOLVEM SUA DEVOÇÃO A SÃO JOÃO.

Adriano Farias Rios – Mestre em Antropologia (UFPA)


Universidade Federal do Maranhão (Campus Pinheiro)
adriano.rios@ufma.br

Manifestação de grande expressividade do estado do Maranhão, o bumba-meu-boi é um fenômeno


da cultura popular que pode ser visto enquanto objeto de reflexão para análise de como os indivíduos
(re) constroem as suas crenças como forma de consubstanciar a sua existência. Com base nesta
perspectiva, este trabalho procura fazer algumas considerações sobre a questão do sagrado/profano
na referida brincadeira de modo que se possa compreender como tais fenômenos, apesar de referirem
a dois mundos concebidos como separados, hostis e rivais um do outro, apresentam entre si uma
complementaridade e comunicação que configura o universo simbólico dos brincantes para além de
momentos ritualísticos de sua devoção a São João, São Pedro, São Marçal e Santo Antônio. Refletir
sobre tal questão é procurar delinear como os “indivíduos que fazem o boi” desenvolvem a sua
devoção em meio a um cotidiano de práticas sobrenaturais, divinas e seculares que repercute tanta
na continuidade do bumba-meu-boi quanto nas relações entre os atores sociais. Além disso, há de se
considerar também o caráter mercadológico assumido pelo boi como produto turístico incentivado
pelo poder público e pela iniciativa privada.

PALAVRAS-CHAVE: Indivíduos, Cultura popular, Crenças, Práticas Cotidianas, Devoção.

66
AQUILOMBAR-SE: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA NO
QUILOMBO URBANO LIBERDADE

Jaquileude Araújo Martins1


Universidade Federal do Maranhão-UFMA

Este trabalho tem como objetivo abordar a construção da identidade negra e a ressignificação do
território, no primeiro Quilombo Urbano do Maranhão, localizado na capital São Luís, onde engloba
os bairros da Liberdade, Camboa, Fé em Deus e Diamante. Após os moradores se autodefinirem
como remanescentes de quilombo em 2018, e no ano seguinte conquistarem o reconhecimento de
território quilombola, busca-se compreender a percepção destes quanto a afirmação de sua identidade
e a luta pelo reconhecimento desse território, confrontando o preconceito racial e a discriminação.
Quanto à metodologia do trabalho refere-se a uma pesquisa bibliográfica, tendo como aporte teórico
os pensamentos de Abdias do Nascimento e Maria Beatriz Nascimento, sobre o conceito de quilombo
e de como esses espaços vem se ressignificando ao longo dos anos, e também as considerações de
Neuza Santos Souza sobre identidade negra e de como esses sujeitos precisam conhecer sua realidade
e tomar uma consciência de si para uma construção identitária.

PALAVRAS-CHAVE: Quilombo, Identidade Negra e Território.

1 Universidade Federal do Maranhão


Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros
E-mail: jaquileudemartins@gmail.com

67
POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO, MEMÓRIA EM DISPUTA E
RACISMO: CONFIGURAÇÕES DE UMA CIDADE DA AMAZÔNIA
LEGAL BRASILEIRA

Natália Araújo de Oliveira


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Doutora em Sociologia

Diferentes políticas de colonização levaram migrantes à Amazônia Legal Brasileira e análises


econômicas e políticas dessas marchas já foram realizadas. Todavia, pesquisas que analisam a
memória cultural dos atores desse processo e os embates entre elas ainda são escassas. Os atores
em questão são os migrantes (Pioneiros da Marcha para o Oeste e Gaúchos) e os atingidos pelas
políticas desenvolvimentistas (neste caso os indígenas Xavante). A pesquisa apresentada - fruto de
investigações qualitativas realizadas para uma monografia, uma dissertação e uma tese – foi realizada
em uma pequena cidade do Mato Grosso – Nova Xavantina –, e tem como objetivo analisar os embates
pelo pioneirismo na memória local, fazendo uso de entrevistas, documentos e observação. Como
resultado, foi possível perceber uma mobilização para segregar o Xavante e sua memória, embora
a cidade, em seu nome, os homenageie, o que foi analisado a partir do racismo contra indígenas.
Também foi notada a incorporação, pelos migrantes, dos discursos usados para incentivar a migração,
resultando em discussões que colocam em pauta quais valores são importantes para celebrar uma
memória cultural como memória oficial.

PALAVRAS-CHAVE: Políticas de colonização; Memória Cultural; Racismo; Amazônia Legal


Brasileira

68
O CENÁRIO PANDÊMICO E SEUS DESDOBRAMENTOS NA
PERSPECTIVA DE BOAVENTURA

Arnaldo Rodrigues da Silva1


Letícia Costa Braga2
Poliana Cruz da Silva3
Orientadora: Amanda Pereira Gomes4

Este trabalho evidenciará o cenário pandêmico causado pela pandemia do corona vírus (Covid-19)
e mostrará seus desdobramentos a partir do olhar de Boaventura Souza Santos em sua obra “A cruel
pedagogia do vírus”. O trabalho tentará salientar, a partir dessa pesquisa bibliográfica, todo esse
cenário de crise, tanto de conflitos referentes a questionamentos sobre os efeitos sociais, políticos,
econômicos e ambientais da pandemia, a disseminação do vírus quanto a seres que fragilizam a
humanidade, grupos sociais vunerabilizados, impactado pela desigualdade advinda do capitalismo.
. Ademais, apresentaremos as lições tiradas desse contexto pandêmico e o possível futuro tirado
dessa situação.Deste modo, Boaventura, considera de certa forma que a pandemia possibilita um
apanhado de conhecimentos sobre o funcionamento de uma dada sociedade. Portanto, observa-seque
o agravamento das desigualdades sociais advém da própria concentração gerada pelo capitalismo,
sistema este que segundo o autor, se coloca como o único possível. Todavia, em períodos como este
que estamos vivenciando é possível encontrar novas alternativas fora daquilo que nos é imposto pelo
modo de vida do hipercapitalismo.

PALAVRAS-CHAVE: Crise. Lições. Pandemia. Capitalismo.

1 Licenciando do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia. UFMA/ São Bernardo. Bolsista do
PIBID, Programa Institucional de bolsa de Iniciação á Docência. E-mail:a.rsarnaldo050@gmail.com
2 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia.UFMA/ São Bernardo E-mail:
leticiabraga2519@gmail.com
3 Licencianda do curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia. UFMA/ São Bernardo. E-mail:
polianacruz72@gmail.com
4 Doutora em ciências sociais PPCIS/UERJ. Docente adjunta de Sociologia UFMA/ São Bernardo. Membro do
grupo de gênero Chita/ Gitã- CNPq. E-mail: ag.pereira@ufma.br

69
ENTRE JANELA E JANELAS – CULTURA EMOTIVA E PANDEMIA NA
FESTA DE SÃO SEBASTIÃO EM CARAÚBAS-RN

Winnie Alves de Souza


PPGCISH/UERN

Esse estudo apresenta como objeto a Festa de São Sebastião realizada no município de Caraúbas, no
Rio Grande do Norte, compreendido como urbanidade de pequeno porte onde evidenciam-se situações
sociais marcadas por interações de intensa pessoalidade e vivências cotidianas onde o parentesco,
valores religiosos e tradicionais são fortemente respeitados. Com a pandemia da Covid-19, a rotina
urbana dos sujeitos locais foi impactada de diversas maneiras e afetando, inclusive, a realização das
festividades do padroeiro na cidade. Assim, tem-se como objetivo compreender as organizações e
reorganizações sociais observadas ao longo da realização da Festa municipal, compreendida enquanto
cultura material e moral. Em decorrência do contexto da pandemia, utilizou-se dois métodos de
observação. A partir do entendimento de janela relacionado ao contexto informático, buscou-
se observar as imagens veiculadas em meios digitais através de coleta em perfis oficiais da Festa,
nas plataformas YouTube e Instagram, bem como, em blogs e grupos de WhatsApp locais. Ainda,
pensando em seu sentido literal, são reunidas fotografias capturadas da janela de uma casa, de onde
se buscou registrar imagens dos sujeitos nos momentos finais dos festejos. Ao longo do estudo ainda
em desenvolvimento, tem-se entendido que apesar da pandemia da Covid-19 ter afetado a realização
da Festa presencial, questões sociais e cultural puderam ser observadas e compreendidas através da
narrativa imagética, capturada e interpretada através das fotografias, no tocante a manutenção de
fachadas individuais e reputações locais.

PALAVRAS-CHAVE: Sociabilidades Urbanas. Pequena Cidade. Cultura Emotiva.

70
AS CONSEQUÊNCIAS DA PANDEMIA E O CASO SUPREENDENTE DE MARAJÁ DO
SENA-MA

Deiliane Vanessa da Silva1


Marielle Costa Santos 2

O presente artigo tem como objetivo mostrar as consequências causada pela pandemia do novo
coronavírus (covid 19), com o intuito de descrever uma cidadezinha do interior do maranhão chamada
Marajá do Sena que até no presente momento é considerada uma das regiões com menos caso de
mortes causado pelo vírus segundo portal de notícias Uol. Com efeito será embasado nossa pesquisa
nessa matéria do uol e no livro de Boaventura de Sousa Santos, a cruel pedagogia do vírus, onde
narra os efeitos deixado pela pandemia. Portanto, mostrar soluções abrangentes que possa superar
esse momento de tanta desconfiança e medo.

PALAVRAS-CHAVES: Pandemia, Vírus, Marajá do Sena.

1 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia. UFMA/ São Bernardo. Bolsista do
PIBID, Programa Institucional de bolsas de Iniciação á Docência. E-mail: deiliane.vanessa@discente.ufma.br
2 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia. UFMA/ São Bernardo. Bolsista do
PIBID, Programa Institucional de bolsas de Iniciação á Docência. E-mail: marielle.santos@discente.ufma.br

71
ONDE A QUARENTENA NÃO CHEGOU: ESTUDO COM JUVENTUDES
ESCOLARES E TRABALHADORAS EM RIO GRANDE/RS

Alisson Souza Corrêa


Vânia Alves Martins Chaigar
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Programa de Pós-Graduação em Educação/Mestrado

O trabalho aqui apresentado é um recorte do Projeto “Juventudes (escolares) em tempos de afastamento


social: estudos de casos na cidade do Rio Grande/RS”, que iniciou em 2020 e possui duração prevista
de três anos. A metodologia da pesquisa apresenta caráter quali-quantitativo, onde se buscou ouvir
estudantes da rede pública inseridos no Ensino Médio da cidade através de questionário semiaberto.
Até o momento desta escrita contamos com 125 respostas e aqui pretendemos trazer o recorte para
um dos tópicos proposto, a relação de Trabalho e Educação no cotidiano de juventudes em Rio
Grande/RS. Em comparação com antes e durante a pandemia, observamos que o número de jovens
que trabalham e estudam subiu de 8% para 20%. Desse número, 60% se identificaram pertencentes
ao gênero feminino, enquanto 40% ao gênero masculino. Sobre suas territorialidades, podemos
observar que 76% desses jovens moram em bairros periféricos da cidade e apenas 24% em bairros
burgueses. Com relação aos postos de trabalho, apenas 24% dos estudantes possuem vínculo formal.
Com base nisso, podemos observar que em média 1(um) a cada 5(cinco) estudantes está envolvido
com o mercado de trabalho, sendo em sua maioria mulheres. Os postos de trabalho não oferecem
estabilidade, sinalizando que a precarização do trabalho e a retirada de direitos está avançando sobre
as juventudes em Rio Grande/RS, em especial, as periféricas. Por fim, salientamos que estes dados,
ainda que preliminares, são importantes para pensar a Educação como forma de resistência, os jovens
enquanto sujeitos sociais e a Cidade enquanto espaço de desigualdades.

PALAVRAS-CHAVE: Juventudes Escolares; Trabalho; Educação; Pandemia; Cid

72
“A FACE OCULTA DA MODERNIDADE”

Antônio Carlos Santos da Silva


Maria Aparecida Santos Costa
Graduandos em Ciências Humanas / Sociologia
Orientador; Prof. Dr. Washington Tourinho Junior
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

O presente artigo parte da análise e compreensão do texto “COLONIALIDADE: O lado mais escuro
da modernidade”, do autor Walter Mignolo, onde ele discorre sobre como surgiu o seu interesse para
a pauta oculta da modernidade - a Colonialidade. Apesar de ser um conceito introduzido por Anibal
Quijano após a Guerra Fria, foi Mignolo quem elaborou o conceito em sua obra “Histórias locais/
projetos globais”. A ideia é apresentar o lado mais escuro da modernidade, as invasões europeias e a
formação das américas com o tráfico de africanos na condição de escravizados. O principal argumento
levantado é que a modernidade é fruto de uma narrativa europeia que tenta demonstrar suas conquistas,
mas esconde o lado escuro dessa modernidade. Não há modernidade sem Colonialidade, por isso não
há modernidade global sem Colonialidade global.

PALAVRAS-CHAVE: Modernidade; Colonialidade; Pensamento Descolonial; Epistêmica.

73
MARXISMO PERIFÉRICO: MÉTODO E ANÁLISE DOS CONFLITOS
CONTEMPORÂNEOS

Dr. Luiz Eduardo Lopes Silva1


ST. 3: Cidades, conflitos e narrativas sociais

Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a atualidade do marxismo lido sob uma chave de
interpretação que coloca a realidade do periférica em primeiro plano. Tal interpretação é especialmente
angulada a partir dos sujeitos marginalizados e criminalizados, àqueles integrados de maneira
subalterna aos circuitos de produção e acumulação de capitais. Nesta perspectiva, não abrimos mão
do conceito de classe como seminal para pensarmos os conflitos contemporâneos. Entretanto, as
classes não são lidas como blocos homogêneos e monolíticos, senão como uma unidade de diversos
que se forja a partir do conflito (luta de classes), tal como entendido por Marx e Thompson, isto é, a
classe como processo dinâmico de um constante fazer-se mediado pelo protagonismo dos próprios
grupos em luta, que acumulam experiências e as interpretam em nível de consciência, consolidando
a partir delas intricados mecanismos de relações sociais, estruturando valores, concepções de mundo,
códigos normativos e instituições, elementos que compõem a substância cultural da formação de uma
classe. Contudo, em algumas análises o conceito de classe parece sempre vir agarrado a um projeto
de emancipação universalizante, ou a esquemas de análises previamente prontos e formatados. Isso
nada tem a ver com o uso analítico que aqui fazemos deste conceito. Não é à toa que Thompson insiste
em afirmar que o papel do historiador que interpreta a luta de classes é buscar compreendê-la não da
maneira como ele gostaria que tivesse acontecido, mas sim na forma como ela realmente se deu.

1 Professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e do EJA Prisional no Presídio Regional de Pinheiro.
Email: luiz.silva@ufma.br

74
RESISTÊNCIA SOB VIGILÂNCIA: O PROGRAMA “VILA BAIRRO
SEGURANÇA” NA REGIÃO “LAGOAS DO NORTE” EM TERESINA-PI

Paulo Victor Leôncio Chaves (UFPI)1

Nesta pesquisa abordo o direcionamento geograficamente restrito das ações e operações de


policiamento e segurança pública no espaço urbano, enfocando, especificamente, as ações do programa
“Vila Bairro Segurança”, em Teresina, Piauí. O problema que move esta proposta de pesquisa é:
como o direcionamento geograficamente restrito das ações de policiamento do programa Vila Bairro
Segurança atua no controle social das práticas e movimentos de resistência do espaço vigiado, a
região do Lagoas do Norte em Teresina, Piauí? O marco teórico orientador do trabalho será o da
criminologia crítica aliado aos estudos policiais e sobre gestão da segurança pública. Ademais, também
há o campo dos estudos sobre o direito à cidade, a fim de identificar o problema do urbano dos bairros
de atuação do referido programa, seus espaços, práticas e movimentos de resistência, bem como
examinar sua formulação, implementação e organização e analisar suas ações e interações com os
espaços e movimentos de resistência. A metodologia proposta é a pesquisa documental de orientação
etnográfica, com fontes estatais e entrevistas com a população que habita e resiste no espaço vigiado.
Justifica-se pela necessidade de compreender como o direcionamento geograficamente restrito das
ações de policiamento atua em áreas de conflito entre grupos sociais locais e o poder público, de modo
a permitir o restabelecimento de protocolos de instauração dessas políticas ou a própria revisão da
viabilidade de sua implementação, além da necessidade de lançar luz sobre estratégias de segurança
pública empreendidas na capital localizada no interior do Nordeste brasileiro.

PALAVRAS-CHAVE: policiamento, espaço urbano, segurança pública, Vila Bairro Segurança.

1 Universidade Federal do Piauí – UFPI, Programa de Pós-Graduação em Sociologia – PPGS, Curso de Mestrado
em Sociologia. E-mail: pvictorlc@gmail.com.

75
A FAVELA NAS ESCREVIVÊNCIAS CONCEIÇÃO EVARISTO,
A PARTIR DO ROMANCE BECOS DA MEMÓRIA

Elisandra Cantanhede Ribeiro1


Elizania Cantanhede Ribeiro 2

O presente texto visa analisar a narrativa da escritora afro-brasileira Conceição Evaristo, que traz em
suas entrelinhas de suas escrivivências durante o desfavelamento em Belo Horizonte, comparando
a favela com as senzalas existentes no Brasil que fizeram parte do processo de escravização e hoje
podemos comparar com as desigualdades vivenciadas nas periferias das grandes cidades brasileiras.
O romance nos dar possibilidades de debates, de como vivem a população desses espaços e como
vivenciam seu cotidiano dentro do espaço considerado à margem da sociedade devido as desigualdades
existentes no país, dentro desta narrativas foram a população negra que mais sofreram dentro desse
processo de busca por espaço e moradias, foram eles que passaram um longo período amontoados nos
cortiços e atualmente (re)existindo nas favelas. A sua recorrente narrativa nos remete a um passando
que pode se configurar tal qual como o presente, onde o acesso as políticas públicas não conseguem
abarcar sobretudo as demandas no diz respeito ao direito à moradia digna e território. Podemos
considerar que o atual processo de urbanização continua conduzindo um modelo de crescimento não-
todo assistido, acirrando cada vez mais a desigualdade social e consequentemente a violência pela
busca do espaço.

PALAVRAS-CHAVE: Escrivivências, Desigualdades Sociais, Favela.

1 Licenciada em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (UFMA), Mestranda do Programa de Pós-graduação em


História e Conexões Atlântica: culturas e poderes (UFMA), Especialista no Ensino de História do Brasil: culturas e
sociedades, Jhuerbete@hotmail.com

2 Licenciada em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (UFMA), Licenciada em Pedagogia plena pela (UFMA),
eliz.cantanhede@hotmail.com

76
A “OPERAÇÃO MESOPÔTAMIA” E AS MEMÓRIAS DA REPRESSÃO
DITATORIAL NA FRONTEIRA AMAZÔNICA

Autor : Wellisson Rafael Barros Silva (PPGS-UFMA)


Orientador: Rogério de Carvalho Veras (PPGS-UFMA)

A proposta deste trabalho é analisar as memórias da “Operação Mesopotâmia” que foi uma ação
do Exército brasileiro realizada no Bico do Papagaio, região localizada na tríplice fronteira entre os
Estado do Pará, Maranhão e Tocantins. Executada na primeira quinzena do mês de agosto de 1971, a
operação tinha como objetivo reprimir movimentos sociais e partidos políticos oposicionistas que se
organizaram na região. Para a realização desta pesquisa, utilizaremos como metodologia de trabalho
a História Oral, realizando entrevistas com pessoas que estiveram direta ou indiretamente ligadas a
esse momento. Temos os estudos sobre as Memórias traumáticas e do testemunho segundo Pollak e
Portelli, como referencial teórico para compreender os silenciamentos entre os sujeitos envolvidos.
Uma das localidades em que a pesquisa será realizada é a cidades de Porto Franco-MA, mas que
poderá se expandir pela região do Bico do Papagaio. Entendemos que essa região da Fronteira
Amazônia, em razão de seus conflitos agrários e a grande população camponesa desassistida pelos
governos, tenha propiciado as condições necessárias para esses levantes de reinvindicação social, o
que consequentemente causou o monitoramento e o sufocamento desses grupos por parte das forças
repressivas do Estado.

PALAVRAS-CHAVE: Repressão. Ditadura. Memórias. Esquecimento. Fronteira Amazônica.

77
MULHERES NO BRASIL: GÊNERO VULNERÁVEL ATÉ DURANTE A PANDEMIA
COVID-19.

Suelen Cipriano Milhomem Dantas1


Mestranda no Programa PGCult. T12.2021
suelen.dantas@ufma.br
UFMA

Este estudo visa refletir acerca dos impactos da COVID 19, tendo como marcador o de gênero. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, primordialmente com fontes obtidas em dissertações, artigos, notas, teses e publicações
em sites oficiais, na plataforma PubCovid-19, dentre outras. O trabalho trará reflexões dos autores, do marcador
aludido, bem como da relação deste com o prognóstico da doença. Um dos principais aspectos redundantes
é quanto ao gênero ser uma das condições vulnerabilizadoras à exposição da COVID-19 no Brasil. Isso nos
faz perceber a necessidade premente da implantação de estratégias de melhoria de vida dessa população.
Desse modo, é relevante a implementação de políticas socioeconômicas relevantes na vida dessas pessoas,
promovendo o fomento a melhores condições de saúde, educação, moradia e renda, isto é, a efetivação do
princípio da dignidade da pessoa humana.

PALAVRAS-CHAVE: Gênero, Pandemia, Covid-19, Mulheres, Princípio da Dignidade da Pessoa


Humana.

1 Mestranda do Programa Cultura e Sociedade PGCULT UFMA – Mestrado Interdisciplinar – Contato: suelen.
dantas@ufma.br.

78
AS MULHERES REFUGIADAS VÍTIMAS DE DESASTRES AMBIENTAIS E A
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS NAÇÕES

Suelen Cipriano Milhomem Dantas1


Mestranda no Programa PGCult. T12.2021
suelen.dantas@ufma.br
UFMA

A presente pesquisa visa analisar o contexto social, econômico, cultural, jurídico e de desigualdade
de gênero das mulheres refugiadas vítimas de desastres ambientais. Para tanto, almeja-se promover
o entendimento da responsabilidade socioambiental das nações, primordialmente, concernente às
mulheres deslocadas ambientais. A metodologia utilizada será a qualitativa, por meio de investigação
e referencial bibliográficos, dados estatísticos provenientes de órgãos e entidades oficiais, teses e
dissertações pertinentes. A investigação precípua se dará com a verificação do respeito do princípio
da dignidade humana dessas mulheres pelas nações de acolhimento.

PALAVRAS-CHAVE: Mulheres refugiadas ambientais, Desigualdade de gênero, Desastres naturais,


Responsabilidade socioambiental, Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.

1 Mestranda do Programa Cultura e Sociedade PGCULT UFMA – Mestrado Interdisciplinar – Contato: suelen.
dantas@ufma.br.

79
REDE DE APOIO E ATENDIMENTO ÀS MULHERES VÍTIMAS DE
VIOLÊNCIA NA CIDADE DE IMPERATRIZ – MA1

Luziane Ponciano Gama2


Clodomir Cordeiro de Matos Júnior3
Jaira Ruama Oliveira de Sousa Vieira4

O presente trabalho pretende explorar a rede de apoio e atendimento às mulheres vítimas


de violência na cidade de Imperatriz, Maranhão, apresentando os diversos órgãos que participam
desta articulação, suas atribuições e respectivas ações no enfrentamento à violência contra a mulher.
Articuladas às políticas públicas voltadas para o enfrentamento da violência contra a mulher, essas
instituições tem contribuído para a redução das desigualdades impostas por papéis sociais, notadamente
a manifestação histórica das relações de poder desiguais entre mulheres e homens, sendo a violência
contra a mulher uma de suas mais dolorosas faces. O texto apresenta elementos de uma pesquisa de
mestrado em andamento, desta forma, nossa exposição se desenvolverá a partir de uma abordagem
de cunho exploratório de base bibliográfica e documental, buscando identificar e descrever a rede
de apoio existente na cidade de Imperatriz. Analisando as formas de mobilização destes órgãos em
nível municipal a efetiva proteção e apoio à mulher vítima de violência ganha forma, nos permitindo
identificar as múltiplas instituições e experiências de apoio e atendimento a esse público. Conclui-se,
a partir da análise realizada, que a cidade de Imperatriz conta com uma rede de apoio e atendimento
que se articula em diversos órgãos, não só trabalhando questões ligadas ao combate à violência, mas
especialmente, possibilitando o apoio e proteção que permitem à mulher o início de um processo de
resgate de sua dignidade, significativamente vulnerável no contexto da violência vivenciada.


PALAVRAS-CHAVE: Mulheres. Violência. Políticas. Rede. Atendimento.

1 Pesquisa em andamento no Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal do


Maranhão (UFMA), Projeto intitulado “Narrativas das mulheres vítimas de violência durante a pandemia da Covid-19 em
Imperatriz-MA”.
2 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA), e-mail: luziane.ponciano@discente.ufma.br
3 Orientador Professor Doutor do Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA), e-mail: clodomir.cordeiro@ufma.br
4 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Formação Docente em Práticas Educativas da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA), e-mail: jaira.ruama@discente.ufma.br

80
Simpósio Temático 04

Corpos dissidentes:
emoções, afetos e poderes

Coordenadores:

- Profª Dr.ª Amanda Gomes Pereira


- Mestrando Ramisson Corrêa Ramos
ENSINO DE SOCIOLOGIA EM TEMPOS DE PANDEMIA: PRÁTICAS
EDUCATIVAS NA PROMOÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E NA
FORMAÇÃO CIDADÃ

ARAÚJO, Leandro Silva (Autor) Universidade Federal do Maranhão – UFMA


Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
PEREIRA, Amanda Gomes (Co-autora) Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: ag.pereira@ufma.br
E-mail: leandrosb54@gmail.com
SANTOS, Lucas Oliveira dos (Co-autor) Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: salucasntos57@gmail.com

O presente trabalho tem como objetivo abordar as ações desenvolvidas nas escolas estaduais de São
Bernardo/MA, pelo eixo de ensino do projeto foco acadêmico, ofertado pela Universidade Federal
do Maranhão (UFMA). Este projeto foi realizado de forma remota, tendo por finalidade apresentar
como o ensino de Sociologia está sendo desenvolvido na educação básica nas escolas da rede pública
de ensino do município. A partir do estágio supervisionado, foram feitas as análises dos desafios
enfrentados pelos estagiáries e professores no desenvolvimento das aulas da disciplina no modelo
remoto. As equipes de estágio e do projeto Foco Acadêmico se concentraram em pensar e implementar
metodologias e práticas de ensino baseadas nas TICs. Em parceria com os futuros docentes, abordou-
se o atual momento, vivenciado em virtude da pandemia do SARS-CoV-2, que ocasionou uma
mudança na vida das pessoas, levando a uma adaptação a essa “nova” realidade. Pensar e analisar
os desafios que tanto os professores como alunos/as estão vivenciando, descrevendo e refletindo
acerca da realidade escolar e familiar dos membros das instituições de ensino, tem sido o pressuposto
norteador do Projeto de Ensino Foco Acadêmico “Ensino de Sociologia em tempos de pandemia:
práticas educativas na promoção de Direitos Humanos e na formação cidadã”. Como conclusão, neste
um ano de experiência do projeto, foi possível perceber que, mesmo com as dificuldades, os docentes
das escolas públicas responsáveis pelo ensino do olhar sociológico têm se dedicado a contextualizar
os conteúdos da disciplina, inserindo-os no cenário mundial de calamidade pública, destacando os
impactos sociais da pandemia.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos Humanos, ensino remoto, pandemia, sociologia

82
TRÁFICO DE MULHERES NOTAS SOBRE A ECONOMIA POLÍTICA
DO SEXO: UMA ANALISE SOBRE A OBRA DE GAYLE RUBIN

PEREIRA, Amanda Gomes (Orientadora)


Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: ag.pereira@ufma.br
SANTOS, Lucas Oliveira dos (Autor)
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: salucasntos57@gmail.com

O presente trabalho tem como objetivo uma análise do ensaio “Tráfico de mulheres: notas sobre
a “economia política” do sexo, de Gayle Rubin, em que a autora destaca o sexismo como sendo
um subproduto do capitalismo. A autora, a partir de um mapeamento de um aparato analítico
denominado por ela de sistema sexo/gênero, revisita importantes proposições da teoria marxista.
Desse modo, através de uma leitura da obra de Engels “A origem da família, da propriedade privada
e do Estado”, Rubin (ano) estabelece uma reflexão acerca da desigualdade sexual entre homens e
mulheres, analisada para além da perspectiva de classe, incluindo a categoria gênero – fato inovador
para época. Além disso, o texto estabelece um diálogo com as teorias Lévi-Strauss, assentadas na Lei
do Incesto e na troca de mulheres, e com o arcabouço da teoria psicanalítica demonstrando o quanto
essas perspectivas contribuíram para legitimar desigualdades de gênero em países ocidentais. Nesse
sentido, as relações entre os sexos, fixadas principalmente em padrões de comportamento, serviriam
para encobrir um sistema construído historicamente sob a violência de uns em detrimento de outros
– neste caso, dos homens, sobre as mulheres. Devido ao percurso teórico percorrido por Rubin para
elaboração de sua hipótese, acreditamos ser este um texto que extrapola o período histórico em que
foi publicado, permitindo interlocuções com diferentes campos de pesquisa e trabalhos pautados no
debate de gênero.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema sexo/gênero, desigualdade, sexismo, divisão sexual do trabalho,


classe.

83
A INTENSIDADE E A SIMPATIA COMO COMPLEMENTO
METODOLÓGICO EM HENRI BERGSON

Daniel Viana de Carvalho


Universidade Estadual do Maranhão
Graduando em Psicologia
Flávio Luiz de Castro Freitas
Universidade Federal do Maranhão
Professor Dr. em Filosofia

O trabalho irá desenvolver o conceito de intensidade e de simpatia a partir do pensamento de Henri


Bergson, os quais são conceitos chave para a compreensão do autor. Primeiramente, será abordado
o problema principal entre tempo e espaço, o misto mal formado, que é uma confusão causada a
partir de uma sobreposição do espaço sobre o tempo. A partir da soluçao desse problema, poderá
ser estabelecida a intensidade tal qual ela é, ou seja, como puro movimento qualitativo e sem a
interferência do espaço, e em seguida será abordada a questão da simpatia, que seria uma forma de
perspectivismo profundo, a simpatia permite apreender um objeto “de dentro” por meio de seu puro
movimento, uma percepção pura. O trabalho é resultado de pesquisas de cunho bibliográfico, na qual
parte-se de uma análise estrutural dos textos.

PALAVRAS-CHAVE: Bergson; Intensidade; Simpatia; Espaço; Duração.

84
MATRIZ DE PENSAMENTO ARQUEOLÓGICA NA OBRA O MAL
ESTAR NA CIVILIZAÇÃO DE SIGMUND FREUD

Isnara Maria Frazão Pestana/ Graduando


Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas
Universidade Federal do Maranhão

O objetivo do presente resumo consiste em apresentar a arqueologia como matriz de pensamento no


primeiro capítulo da obra O mal estar na civilização de Sigmund Freud(1930). Como aprimoramento
deste trabalho, o método utilizado é análise de texto, tendo como obra principal o texto supra citado,
com ênfase no capítulo I, onde identificamos a arqueologia como matriz de pensamento, sua relação
com o aparelho psíquico e como isso contribui para a problematização do tema da felicidade. O presente
trabalho constitui os resultados parciais de nossa pesquisa geral que visa o conceito de felicidade
nessa obra. Contudo, as matrizes de pensamento são modelos de referência que Freud utiliza como
recurso para elucidar e sustentar uma ideia através de analogias com outras áreas de pensamento,
neste caso, Freud utiliza a matriz de pensamento arqueológica no capítulo I da obra O mal estar na
civilização para melhor elucidar certos elementos do aparelho psíquico que são fundamentais para
problematizar o tema da felicidade no contexto cultural.

PALAVRAS-CHAVE: Sigmund Freud. Mal-estar na civilização. Aparelho psíquico.

85
A VIOLÊNCIA COLONIZADORA: UMA DISCUSSÃO SOBRE OS
PROCESSOS DE COLONIZAÇÃO DA ÁFRICA CENTRAL
E NO BRASIL

PEREIRA, Amanda Gomes (Orientadora)


Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: ag.pereira@ufma.br
FERREIRA, Ronildo dos Santos (Autor)
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: ferreiraronildo719@gmail.com
SANTOS, Lucas Oliveira dos (Co-autor)
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: salucasntos57@gmail.com

Os processos de colonização da África e da América, estão carregados de formas de violências


impostas pelas Nações colonizadoras europeias. As formas de violências são impostas a Nações tidas
como “fracas” e “inferiores”, aos olhos das Nações colonizadoras, visando isto, o presente trabalho
tem por objetivo, mostrar como as formas de violências desenvolvidas na colonização, são impostas
sobre os países colonizados de tal forma que se faz presente mesmo após a independência, o artigo
também visa destacar como esses países colonizadores excluem a história africana (sobretudo a
história da colonização da África) presente no ensino de história (sobretudo na educação básica) tendo
como base entrevistas realizadas com alunos do ensino médio e superior, residentes de São Bernardo.

PALAVRAS-CHAVE: Colonização, biopolítica, escravidão, preconceito, violência

86
SEXISMO E RACISMO NA ESCOLA, UMA ANALISE A PARTIR DE
GUACIRA LOPES LOURO

Samara Farias Garcez


Samgarces304@gmail.com
Aluna do Curso de Ciências Humanas/Sociologia
Universidade Federal do Maranhão
Elisabeth Gonçalves da Silva dos Santos
Elisabeth.gss@discente.ufma.br
Aluna do Curso de Ciências Humanas/Sociologia
Universidade Federal do Maranhão
Letícia Iziquiel Almeida Silva
Leticia.iziquiel@gmail.com
Aluna do Curso de Ciências Humanas/Sociologia
Universidade Federal do Maranhão

A partir da análise do livro Gênero, sexualidade e educação uma perspectiva pós-estruturalista de


Guacira Lopes Louro, a autora vem nos falar na separação e distinção que a escola promove entre seus
alunos, seja por classe social, ou por sexualidade, o ambiente escolar acaba delimitando os espaços
de ricos e pobres, meninos e meninas. Outro tema extremamente relevante que ela traz é em relação
ao gênero, aos espaços que mulheres e homens devem transitar, ou para a indicação de atividades que
sejam exclusivamente de homens ou mulheres, ou de pessoas negras e brancas, nesses pontos vemos
o quanto é excludente e racista, o espaço escola, que em muitas situações exclui o outro, aquele que
não se enquadra nos padrões.

PALAVRAS-CHAVE: Sexismo, Racismo, Escola.

87
CORPOS-TERRITÓRIOS NA DISPUTA DE OUTRAS UNIVERSIDADES

Matthews Rocha Mello


Universidade Federal do Rio Grande
Graduando em Oceanologia

Frente a este modelo de destruição da vida, de des-envolvimento, nunca faltaram alternativas,


mas a maioria das universidades ainda insistem em ultrapassados paradigmas. Essas alternativas
são construídas diariamente nas lutas dos movimentos sociais, que ao resistir às violações de seus
direitos produzem conhecimento e reivindicam justiça. Porém, essas histórias ainda são muito caras
de serem contadas. Pobres, mulheres negras, LGBTI+, pessoas com deficiência, de comunidades e
povos tradicionais, de assentamentos urbanos, de regimes de agropecuária familiar, especialmente
a partir das políticas afirmativas, tensionam os limites e as potencialidades da universidade pública
brasileira. Com seus corpos-territórios e suas narrativas (outras) produzem deslocamentos para
além de científicos, mas o caminho está cheio de barreiras, de múltiplas dimensões. Em épocas de
retrocessos políticos e crises de ser e viver na Terra, o que cabe nas/às universidades? Se apontamos
para sua função social, lhes cabe deixar de (re)produzir a lógica de prestação de serviços e apropriação
privada do conhecimento, que se atualiza sob o discurso neoliberal do empreendedorismo e reduz
a capacidade de investigação-ação crítica e referenciada na sociedade. As universidades são
consideradas baluartes, ocupando um lugar social importante sobre o que é (ou não) conhecimento e
na formação de profissionais. Em um contexto de injustiças, isso significa dizer que produzir ou não
conhecimento, e de que forma se dá esta produção, é uma escolha política e, portanto, é cumprir ou
não sua função social. Talvez a pergunta seja: que histórias continuarão sendo contadas e esquecidas
nas universidades?

PALAVRAS-CHAVE: universidade, educação, produção de conhecimento, política afirmativa.

88
PROSTITUIÇÃO POR DROGAS: PRIVILÉGIOS E
VULNERABILIDADES

Ana Luísa Rocha Martins Naslausky


Mestre em Sociologia
Universidade Federal do Maranhão

O presente trabalho visa trazer à tona uma forma peculiar de prostituição com a qual tive contato na
pesquisa de campo com mulheres acolhidas em uma comunidade terapêutica no interior do Maranhão.
Tais mulheres estavam em abstinência, tentando lidar com o uso problemático de drogas lícitas e
ilícitas – sobretudo o  crack –  e com todas as implicações sociais que decorrem dessa realidade.
Pelas  entrevistas que realizei, tive acesso à seguinte  associação: para conseguir drogas ilícitas em
quantidade compatível com o uso intenso, os homens (geralmente) se envolvem na criminalidade,
enquanto as mulheres têm uma alternativa a mais: elas se prostituem. A prostituição, nesse contexto,
pode ser entendida como uma medida de proteção das mulheres contra o envolvimento no crime,
explicitando o domínio que apresentam sobre seu corpo que é vendido a fim de obter o que necessitam.
Nessa perspectiva, o corpo aparece como um elemento privilegiado de manifestação de poder,
configurando uma prática da autonomia da mulher em relação aos homens. Se fazer consumível
pela necessidade de consumo. No caso das entrevistadas, essa necessidade de consumo envolvida
substâncias psicoativas cuja ausência lhes causava sofrimento. Se por um lado a prostituição evitava o
envolvimento no crime, por outro expunha a situações de vulnerabilidade, violência, abuso e estupro.
A maioria das entrevistadas eram pretas/pardas, com situação econômica desfavorecida e ínfima
qualificação profissional. A intersecção entre gênero, raça e classe se opera nesse meio e, por isso, faz
parte da descrição das condições em que o trajeto da prostituição foi percorrido.

PALAVRAS-CHAVE: prostituição por drogas, crack, comunidades terapêuticas.

89
GÊNERO E SUAS MULTIPLAS RELAÇÕES

PEREIRA, Amanda Gomes (Orientadora)


Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: ag.pereira@ufma.br
ALVES, Carolina Ferreira (Autora)
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: carolina.alves@discente.ufma.br

Este trabalho aborda as questões sobre gênero e sexualidade, Butler (2003) se torna uma autora central
na compreensão desses estudos, nossas relações com gênero e com o sexo são marcadas por uma
heterossexuadade que já está pré-destinada desde o nascimento. A orientação sexual de uma pessoa
diz respeito a atração que essa sente por outros indivíduos, envolve questões afetivas e não somente
sexuais, discussões de gênero e diversidade envolvem vários fatores entre eles existem uma grande
relação entre poder e gênero, é importante o estudo de sexualidade e das relações de gênero em todos
os âmbitos sociais, saber da história é compreender aquilo que se transforma com o tempo nas relações
sociais, como aponta Judith Butler (2003) são nossas atitudes que contribuem para a desconstrução da
identidade. O primeiro tópico trabalhado no trabalho enfatiza a questão sobre gênero e sexualidade e
suas relações, passando por uma análise sobre a categoria de gênero e finalizando com as discussões
de gênero e sua diversidade.

PALAVRAS-CHAVE: Gênero, Sexualidade, Relações, Diversidade

90
O EXAGERO DE FALA QUE SILENCIA: PENSANDO HOMEM (NS)
E PERFORMANCES DE MASCULINIDADE NO INTERIOR
DO MARANHÃO.

Denílson Marques Carvalho1


Orientadora: Amanda Gomes Pereira2

Este presente trabalho tem por objetivo desenvolver uma análise sobre masculinidades na sociedade
contemporânea o papel das relações de gênero na construção da subjetividade de homens, bem como
seus efeitos nas ações, práticas e representações performadas por esses sujeitos. Nesse sentido, o
intuito é compreender como homens, inseridos em um contexto interiorano, se constituem a partir
de elementos sociais, práticas e discursos que definem e caracterizam superficialmente as suas
vivências. Para tal, busca-se situar todo o processo de formação e construção desses homens diante
dos obstáculos vivenciados durante suas trajetórias de vida. A hipótese aqui apresentada é que,
enquanto em cidades de porte médio e capitais do país, em determinadas camadas da sociedade
brasileira, comportamentos vinculados a uma “masculinidade tóxica” vêm sendo questionados, em
localidades interioranas há um reforço desses comportamentos, agravado principalmente pelo cenário
político atual. Assim, se há um exagero de fala e de privilégios na ocupação dos espaços públicos
pelos homens, emoções e afetos não estão presentes no itinerário das sociabilidades masculinas.
Para tal, iremos nos basear nas leituras de Durval Muniz de Albuquerque Junior, Pierre Bourdieu
e Mara Viveiros Vigoya, e nos dados apresentados nas pesquisas realizadas pelo grupo PAPO DE
HOMEM presentes no documentário “O silêncio dos homens”. Como metodologia, utilizaremos
além da pesquisa bibliográfica e documentarista, entrevistas semi-estruturadas com homens, jovens,
universitários, residentes em cidades pequenas do leste Maranhense.

PALAVRAS-CHAVE: Emoções. Performance. Masculinidades. Socioabilidades

1 Licenciando do curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia da Universidade Federal do Maranhão/


São Bernardo. Membro do Grupo de Estudos de Gênero e Educação Chita/ Gitã/ CNPq.
2 Doutora em Ciências Sociais PPCIS/UERJ. Docente Adjunta de Sociologia UFMA/ São Bernardo. Coordenadora
do Grupo de Estudos de Gênero e Educação Chita/ Gitã/ CNPq.

91
CORPOS FEMININOS: ENTRE TRABALHO, EMOÇÕES E
ENVELHECIMENTO.

Luana Costa Bidigaray


Universidade Federal de Pelotas
Doutoranda em Sociologia

Na contemporaneidade o amparo econômico na etapa da velhice passou a ser uma atribuição à


Previdência Social. Esse sistema de proteção social brasileiro passou a se consolidar a partir da
reconfiguração do mercado de trabalho (com o aumento dos trabalhadores rurais, e, especialmente,
com a entrada da mulher ao mercado de trabalho, nas últimas décadas). Entretanto, com aumento
populacional, nesse mesmo lapso temporal, década de 1980, e somado ao aumento da longevidade,
passou-se a reproduzir debates acerca da capacidade da Previdência Social em se permanecer
solvente face ao aumento de números segurados versus a redução da população economicamente
ativa – (IPEA, 2018, nota técnica n. 51). Desse modo, emergiu no cenário socioeconômico brasileiro
as reformas previdenciárias com a finalidade de promover o equilíbrio das contas públicas. Essas
reformas que correspondem aos anos de 1998, 2003 e 2019 complexificaram o planejamento e o
processo de envelhecimento de mulheres, sobretudo, daquelas nascidas nas décadas de 1960 e 1970.
Nesse sentido, a pesquisa pretende compreender a partir desses corpos femininos em envelhecimento
que encontram-se contextualizados em uma  determinada estrutura laboral e previdenciária, suas
disposições, emoções e sensibilidades. Dado que o processo de envelhecimento pode ser reproduzido
e sentido de diferentes formas, evidenciando diferentes emoções, afetos e disposições sociais que são
vivenciados no tempo do trabalho, no tempo da pausa e nos seus múltiplos processos de envelhecimento.
A metodologia pretendida será um estudo com mulheres das coortes de 1960  e 1970 – centrando a
investigação em suas trajetórias laborais; a técnica utilizada serão entrevistas narrativas.

PALAVRAS-CHAVE: corpos femininos; emoções, trajetórias laborais e previdenciárias.

92
MULHERES, LOUCURA E RESISTÊNCIAS

Amanda Gomes Pereira (Orientadora)


Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: ag.pereira@ufma.br
Gizele Oliveira dos Santos (Autora)
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: gizele107@gmail.com

O presente trabalho tem por objetivo problematizar e refletir acerca do cuidado fornecido a mulheres
negras, pacientes do Hospital Psiquiátrico Nina Rodrigues, na cidade de São Luís/Maranhão,
no cenário pós-eleição presidencial e de COVID-19 em que observamos o desmonte de políticas
públicas, bem como, o sucateamento do Sistema Único de Saúde. A hipótese defendida, é que as
desigualdades de gênero, raça/etnia, classe, aliadas a precarização das instituições públicas de saúde
e a falta de políticas públicas para mulheres, sobretudo, negras legitimam e reforçam os discursos
de controle do corpo das mulheres. Neste sentido, “o manicômio e a representação social da loucura
sustentam e reforçam um tipo de apartheid social e as múltiplas violências expressas pelas opressões
e explorações” (PEREIRA E PASSOS, 2017, p.34). É importante destacar que metodologicamente,
adoto atitude decolonial, assim construção deste trabalho deu-se por meio da interseccionalidade,
haja visto que, como aponta a feminista negra Audre Lorde “não existe hierarquia de opressão”, a
interseccionalidade, é aqui compreendida como ferramenta metodológica, que possibilita a construção
de trabalhos-e, saberes a partir de uma perspectiva decolonial, que serão pensando-e trabalhadas a
partir de vivencias, trajetórias e interações de feministas negras como Patrícia Hill Colins, Audre
Lorde, dentre muitas autoras do feminismo negro, como Sueli Carneiro.

PALAVRAS-CHAVE: Mulheres Negras. Covid-19. Políticas Públicas. Saúde Mental. Manicômio.

93
FUTEBOL FEMININO: DESIGUALDADE SOCIAIS E A
QUEBRA DE TABUS

PEREIRA, Amanda Gomes (Orientadora)


Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: ag.pereira@ufma.br
SANTOS, Lucas Oliveira dos (Autor)
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia
E-mail: salucasntos57@gmail.com

O presente trabalho tem como objetivo uma análise acerca das desigualdades de gênero existentes no
futebol feminino no Brasil. Desse modo, o mesmo abordará o contexto social, político e cultural em
que desenvolveu-se o futebol feminino brasileiro, destacando quais foram os desafios enfrentados pelas
mulheres praticantes desse esporte dos primórdios até os dias atuais, evidenciando as desigualdades
de gênero, classe e raça que permearam, e continuam por permear, nesse esporte. Tais fatores serão
analisados e trabalhados sob a ótica dos recursos, financiamentos e aporte de políticas governamentais
destinados tanto ao futebol masculino e feminino. Além disso, será destacada a importância da
Copa do Mundo Feminina, realizada na França no período entre 07 de Junho à 07 de Julho de 2019,
considerada a Copa que rompeu com o tabu entorno do futebol feminino – que até então era relegado
a um lugar de invisibilização – quando não, marginalização.

PALAVRAS-CHAVE: Invisibilização, futebol feminino, desigualdade, gênero.

94
UMA VISITA POR SEMESTRE: REFLEXÕES SOBRE AS TAXAS
DE VISITAÇÃO DAS MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE NA
UNIDADE PRISIONAL DE RESSOCIALIZAÇÃO FEMININA DO
COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE PEDRINHAS NO ESTADO DO
MARANHÃO.

Priscilla Monteiro Lima


Universidade Federal do Maranhão
Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade

Em que pese o número de mulheres no sistema prisional ser muito inferior ao de homens, o aumento
desse contingente vem se dando de maneira rápida e expressiva, desde o início dos anos 2000
(DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL, 2018, p. 13-14). Especificamente no Maranhão,
o crescimento da taxa de encarceramento feminino encontrava-se na ordem de 396%, entre 2013 e
2019, atingindo 359 mulheres presas, 266 somente na Unidade Prisional de Ressocialização Feminina
do Complexo Penitenciário de Pedrinhas (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO
PENITENCIÁRIA DO MARANHÃO, 2019). Cada uma delas entre janeiro e junho de 2019
recebeu, em média, apenas uma visita, enquanto seus pares recebiam até 7,2 visitas semestrais
(DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL, 2019). Para refletir sobre esses dados e suas
possíveis causas, estre trabalho irá dialogar com Judith Butler (2018), segundo a qual a deterioração
de redes de apoio sociais e econômicas atingem algumas populações mais do que outras, expondo-
as ao dano, à violência e à morte. Para a autora, a precariedade liga-se de maneira óbvia às normas
de gênero, pois são essas últimas que determinam como e de que modo deve-se aparecer no espaço
público para que se seja passível de reconhecimento. Assim, é possível concluir que a mulher quando
em conflito com a lei acaba por sujeitar-se a uma dupla punição: aquela da justiça criminal e a do
abandono de seus afetos.

PALAVRAS-CHAVE: encarceramento; relações de gênero; precariedade.

95
QUEBRADEIRAS DE COCO BABUÇU E A LUTA PELA EXISTÊNCIA
NO POVOADO ALDEIA DO ODINO

Vanessa Cristina Silva Neco1


Orientadora: Profa. Dra. Amanda Gomes Pereira2
Bartolomeu dos Santos Costa3
Universidade Federal do Maranhão (UFMA- Bacabal)

O presente trabalho tem como principal objetivo analisar a exploração do trabalho das quebradeiras
de coco babaçu por atravessadores no povoado Aldeia do Odino, em Bacabal/MA, no Médio Mearim,
buscando identificar os fatores que contribuíram para a situação atualmente enfrentadas por essas
mulheres, a saber, de não organização em associação e/ou movimentos como forma de resistência –
percebidas em outros povoados da Região do Médio Mearim, no Maranhão e em outras regiões do
país. Como metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica e documental, entrevista semiestruturada
com aplicação de questionário, conversas informais, observação participante, bem como o uso de
fotografias. A relevância da análise é demonstrar os inúmeros desafios ainda enfrentados pelas
quebradeiras de coco babaçu, principalmente relacionados a organização política – que representa uma
realidade comum de todas as mulheres –, com mulheres que ainda estão longe desses espaços, muitas
vezes em localidades esquecidas por esses movimentos, como o Povoado Aldeia do Odino. Como
referência bibliográfica, utilizamos Aragão (1997), Araújo (2013), Barbosa (2013), Figueiredo (2008),
Andrade (2005) Porro (2020), entre outros. À guisa de conclusão, são apresentados apontamentos
acerca da vulnerabilização da vida das mulheres e da precarização da vida, tornando certas vidas
enlutáveis e outras não (Butler, 2015).

PALAVRAS-CHAVE: Exploração do Trabalho. Povoado Aldeia do Odino. Quebradeiras de coco.


Vulnerabilização.

1 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia - UFMA (Bacabal). Assessora da


ACESA. Vanessaneco40@gmail.com
2 Doutora em Ciências Sociais PPCIS/UERJ. Docente Sociologia UFMA - (Campus São Bernardo). Coordenadora
do Grupo de Estudos de Gênero e Educação Chita/Gitã – CNPq. E-mail: ag.pereira@ufma.br
3 Licenciando do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia - UFMA (Bacabal). Bolsista Residência
Pedagógica. Membro do Grupo de extensão Fortalecimento da formação continuada de docentes que atuam na Pedagogia
da Alternância no Maranhão. Membro do grupo de estudos em Filosofia Bacabal Hermeneutics Studies. tstbartolomeu@
gmail.com

96
WE ARE FAMILY: ANÁLISE DO INSTITUTO DA FAMÍLIA EM POSE COMO
RESISTÊNCIA AO MODELO DE FAMÍLIA TRADICIONAL

Angela Bárbara Lima Saldanha Rêgo


Mestranda em Cultura e Sociedade
angela.barbara@discente.ufma.br
Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Cristiane Navarrete Tolomei
Doutora em Literatura Comparada
Docente (PGCULT/PGLB)
cristiane.tolomei@ufma.br
Universidade Federal do Maranhão-UFMA

A despeito de sua ambientação no contexto da sociedade estadunidense dos anos 80 e 90, a obra
de ficção Pose, seriado de televisão exibido nos Estados Unidos a partir de junho de 2018 e, no
Brasil, desde 2019, instiga a reflexão do público sobre diversas temáticas relevantes, especialmente
diante do contexto contemporâneo de recrudescimento do discurso conservador como instrumento
reacionário ao esfacelamento do sistema capitalista, cujas bases se assentam na lógica da família
patriarcal, branca, heterocisgênera e burguesa. O escopo deste trabalho é discutir a composição da
família apresentada em Pose, colocando em relevo não somente sua formação não-binária, multiétnica,
transgênero e comunal, mas, sobretudo, a formação de laços afetivos genuínos, que favorecem o
desenvolvimento de sujeites a partir de uma autoridade de baixa intensidade, em contraposição ao
modelo tradicional de família autoritária, conformativa e podadora de subjetividades. Para alcançar
tal objetivo, referenciam-se expoentes da teoria queer no Brasil e no mundo, em especial aqueles
que entendem a heterocisgeneridade compulsória como um sistema a ser combatido, a exemplo de
Berenice Bento, Amara Moira, Jota Mombaça, Jaqueline Gomes de Jesus, Paul Preciado, entre outres,
utilizando-se, como metodologia, a revisão crítica de literatura em cotejo com cenas do seriado nas
quais a representação das famílias é evidenciada. Conclui-se que a narrativa familiar engendrada
por Pose estabelece um importante tensionamento entre as dicotomias - laços consanguíneos/laços
adotivos, autoridade/autoritarismo, afetos/desafetos, que permeiam a vida dos arranjos familiares
tratados, em especial para destacar as esperanças e anseios da comunidade LGBTQIA+.

PALAVRAS-CHAVE: Pose; família; LGBTQIA+; afetos; anseios.

97
O TABU DA (A) DOAÇÃO DE CRIANÇAS NO INTERIOR
DO MARANHÃO

Brenda de Araújo Silva1


Orientadora: Amanda Gomes Pereira2

O presente trabalho tem como objetivo uma análise acerca do tabu existente ao se falar em adoção/
doação de crianças no interior do Maranhão. Desse modo, o mesmo abordará o contexto social em
que se desenvolvem essas práticas em localidades do estado, aspectos relacionados a vulnerabilidade
social e o acesso a direitos e políticas públicas voltadas para mulheres mães em contextos de pobreza.
Para tal, iremos apontar os diferentes operadores envolvidos no processo de proteção à criança e os
motivos que fazem com que as pessoas sintam receio de falar sobre essa temática, principalmente
quando ocupam cargos em instituições governamentais. Tais fatores serão analisados e trabalhados
a partir de pesquisas de campo e leituras de obras como as obras de Elisabeth Badinter O MITO DO AMOR
MATERNO e Claudia Fonseca QUANDO CADA CASO NÃO É UM CASO que abordam a temática da adoção e doação de

crianças. Além disso, será destacada a importância de desconstruir o tabu acerca do tema e, assim,
dar a devida atenção aos caminhos da adoção no Brasil e no estado do Maranhão e quais dilemas
relacionados a eles. Outro ponto a ser destacado é em que medida burocracia interfere na escolha pelo
recurso extralegal da doação ao invés da adoção.

PALAVRAS-CHAVE: Adoção. Criança. Vulnerabilidade. Tabu

1 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia.


2 Doutora em Ciências Sociais PPCIS/UERJ. Docente Adjunta de Sociologia UFMA/ São Bernardo / Coordenadora
do Grupo de Estudos de Gênero e Educação Chita/ Gitã/ CNPq

98
CORPOREIDADE INFANTIL VULNERABILIZADA: SOBREVIVÊNCIA A
SILENCIAMENTOS E VIOLÊNCIAS

Ana Beatriz da Costa Martins1


David Júnior de Souza Silva2

Alvo de um tipo dominação e violência que se apresenta pautado em tabu, segredo, opressão e exploração,
na sociedade contemporânea o corpo infantil é construído por entrecruzamentos de poderes que impõem
silenciamentos, manipulam emoções e disputam a construção da realidade social. Muitos destes elementos
se explicam pela estrutura do patriarcado e do adultocentrismo. A criança é objeto de uma essencialização
e desumanização – como se fosse reduzida a sua infantilidade e ingenuidade e não fosse um ser humano,
por em tese não ser ainda um ser humano completo. A pesquisa que apresentamos aqui é com crianças
e adolescentes que sobreviveram à situações de abuso sexual intrafamiliar, e foram acolhidas pelo Lar
Betânia, localizado no município de Santana, estado do Amapá, para saírem do ambiente familiar
violento. Socialmente existe uma lógica que visibiliza a percepção de crianças como seres passivos ao
processo social e dentro disso é possível perceber como o ambiente familiar acaba sendo muitas vezes o
campo que reafirma essa condição de subalternidade. O processo de construção da cidadania de crianças
pôde contribuir para que se construíssem ações com o objetivo de proteção e retirada de sua condição
de vulnerabilidade. Através da atuação do Lar Betânia se pôde ter uma ideia, a nível municipal, do que
tem sido feito para combater as práticas de abuso sexual e especificamente através do relato de uma das
abrigadas do Lar, perceber como se constrói esse tipo de violência no seio familiar.

PALAVRAS-CHAVE: Violência, criança, poder.

1 Acadêmica do curso de Licenciatura em Sociologia pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. aana.
beatriz971@gmail.com
2 Prof. Dr. pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP.

99
UM AMOR QUE SÓ PODE GRITAR EM SILÊNCIO: UMA ANÁLISE
DOS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS CASAIS LESBOAFETIVOS
NOS CONTOS AS TIAS E MINHA PRIMA CHEGOU DE VIAGEM, DE
NATÁLIA BORGES POLESSO

Radiley Suelma Silva de Oliveira


Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Graduanda

O presente trabalho tem por principal intuito analisar os relacionamentos lesboafetivo nos contos As
tias e Minha prima chegou de viagem, de Miriam Alves. Os dois textos fazem parte da coletânea
de contos intitulado Amoras, de Natália Borges Polesso. Em ambas narrativas, há personagens
femininas que mantêm vínculos amorosos com pessoas do mesmo sexo de maneira sigilosa por medo
das rejeições e violências físicas e/ou psicológicas às quais estão sujeitas caso resolvam viver seus
relacionamentos de maneira pública. Dessa forma, para conclusão do objetivo geral proposto será
necessário, a priori, verificar como os relacionamentos lésbicos são vistos pela perspectiva dos padrões
postos pela heteronormatividade; em conseguinte, compreender os desafios enfrentados por mulheres
que mantêm relacionamentos íntimos com outras mulheres na contemporaneidade; por fim, estudar
a construção das relações lesboafetivas nos dois contos supracitados. O presente trabalho se apoiará
nos estudos de Rich(1993) e Giddes(1993), que permitirão compreender os desafios enfrentados por
mulheres que ousam demonstrar afeto por companheiras do mesmo sexo dentro de uma sociedade
heteronormativa. No decorrer das analises, foi perceptível como a homossexualidade perdura sendo
vista como algo abominável pela sociedade. O amor entre pessoas do mesmo sexo, ao invés de ser
compreendido em suas complexidades assim como é em relacionamentos heterossexuais, acabam
sendo invalidados, reprimido e silenciado.

PALAVRAS-CHAVE: Lesboafetividade, Mulheres, Silenciamento, Amor.

100
HISTÓRIA DE VIDA DE CASAIS HOMOSSEXUAIS: RESPEITO,
COMPREENSÃO, AMOR E PEQUENOS CONFLITOS

Fernando Brasil Alves1

O tema sobre família homoafetiva ou família LGBTQIA+ vem ganhando uma atenção especial nos
últimos anos na sociedade e no espaço universitário por questionar o conceito de família. O presente
artigo pretende compreender a percepção do conceito de família a partir dos casais LGBTQIA+. Tendo
como metodologia qualitativa de estudo de caso com as famílias LGBTQIA+ na cidade de Imperatriz
- MA, usando como recurso entrevistas e tendo como foco, escutar as “histórias de vida”. Tem como
objetivo problematizar a questão da noção de família para as pessoas do mesmo sexo. Passando
pela esfera dos papeis sexuais e de gênero a ser desempenhado em cada núcleo familiar que foi
investigado. Não Dicotomizando a polaridade entre heterossexualidade e homossexualidade. Como
fundamentação teórica foi trabalhado DIAS (2000) e UZIEL (2002). Pesquisadoras essas que já vem
investigando o novo modelo de família na sociedade. Reconhecemos que no campo das novas formas
familiares, se depara com velhas questões que sobrepuja as pesquisas e os seus resultados, como a
“tradição” e a “moral”. No decorrer da pesquisa, foi notado que as famílias LGBQIA+ assumem papel
não muito diferente das famílias heterossexuais. Entretanto, é notado que elas possuem signos sociais
de defesa e cuidado para não sofrer violências na sociedade. Nas considerações finais, fica claro que o
conceito de família LGBTQIA+ apresenta uma ideia em andamento; enfrentando o preconceito social
na sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Família. LGBTQIA+. Sociedade. Preconceito

1 Graduado em Licenciatura em Ciências Humanas/sociologia pela Universidade Federal do Maranhão, campus


de Imperatriz. E-mail: brasilfernando03@gmail.com

101
DESIGUALDADES SOCIAIS E PANDEMIA

André Ribeiro da Cruz


UFMA (Universidade Federal do Maranhão)
Graduando do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise acerca da desigualdade social em meio
a situação da pandemia de COVID-19, uma vez que as maiores vítimas das consequências sociais
da pandemia são, inegavelmente, os trabalhadores temporários e sub-remunerados, os que vivem
de atividades informais, os desempregados e os sem teto por habitarem as áreas mais precárias
das grandes cidades brasileiras. Desse modo, este trabalho abordará o contexto social em que se
desenvolvem essas situações de vulnerabilidade social em localidades do estado, tanto aspectos
relacionados ao aumento da pobreza e o acesso a direitos e políticas públicas. Além das desigualdades
de rendimentos e riqueza, estão igualmente a aumentar outras desigualdades no mundo atual onde de
acordo com pesquisas da fundação Getulio Vargas a renda metade mais pobre da população caiu 18%
e 1% dos mais ricos aumentou 10 % já em2019 isso com relação ao poder de compra, sendo possível
observar o aumento crescente desses índices após o inicio da pandemia.

PALAVRAS-CHAVE: Desigualdade sociais. Pandemia. Vulnerabilidade.

102
A VULNERABILIDADE DE CIDADÃOS E CIDADÃS BERNARDENSES
E QUITERIENSES FRENTE A PANDEMIA DO SARS-COV-2

Francisca Maria Ramos Silva1


Francisca das Chagas de Sousa Pimentel 2
Orientadora: Amanda Gomes Pereira3

O presente trabalho tem por objetivo entender as dificuldades encontradas pela população mais
vulnerável na cidade de São Bernardo/MA e Santa Quitéria do Maranhão/MA, sendo estes: idosos,
deficientes, trabalhadores autônomos, informais e desempregados durante a pandemia da SARS-
COV-2. Sabemos que a pandemia está causando vários impactos, afetando todos mundialmente.
Nesse cenário, percebeu-se que há determinados grupos mais afetados que outros. Através de análises
de dados oficiais e conversas com rede de amigues e familiares, buscaremos compreender as diversas
situações vivenciadas por essas pessoas inseridas em um contexto de vulnerabilidade. A compreensão
das informações, inseridas em mapas analíticos, são interpretadas pelas epistemologias do sul, à luz
de Boaventura de Sousa Santos (2020). Judith Butler (2020) e Pereira; Colasante (2021) estão também
na base de nossas reflexões acerca dos efeitos da pandemia. Como conclusão, apontamos que, apesar
da política do estado maranhense ter se dedicado a uma política não negacionista, tal fato não seria
suficiente para explicar baixos índices de mortalidade, comparados aos números de outros estados
brasileiros. Além disso, é importante destacar o fato de que o luto se configura como uma morte social
para aqueles que, já privados de tantos serviços públicos e direitos sociais, perdem a possibilidade
de exercerem uma atividade laboral, tendo que expor seus corpos em um contexto pandêmico para
manterem seus trabalhos informais, exercidos nas ruas, impossibilitados de seguirem os protocolos
sanitários.

PALAVRAS-CHAVE: Corpos. Luto. SARS-CoV-2. Vulnerabilidade

1 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia. UFMA/ São Bernardo Membro do
Grupo de Gênero e Educação Chita/ Gitã-CNPq. Bolsista do PIBID/ Capes, Programa Institucional de bolsa de Iniciação
à Docência. E-mail: francisca.ramos@discente.ufma.br
2 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia.UFMA/ São Bernardo E-mail:
francisca.pimentel@discente.ufma.br
3 Doutora em Ciências Sociais PPCIS/UERJ. Docente Adjunta de Sociologia UFMA/ São Bernardo. Membro do
Grupo de Gênero e Educação Chita/ Gitã-CNPq. E-mail: ag.pereira@ufma.br

103
DESEJOS, AFETOS E PODERES: SINGULARIDADE DO CORPO FEMININO E
PERFORMÁTICO DOCENTE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Francisca Márcia Costa de Souza1

Em uma abordagem de gênero do corpo docente feminino, buscamos pensar o fazer pedagógico como
performance, tendo o corpo como seu elemento constitutivo, a partir de experiências individuais,
vividas durante aulas remotas do componente curricular História, executadas para estudantes do
Ensino Médio, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA). A
abordagem contempla as cartografias dos desejos, afetos e poderes que atravessaram a prática docente
no contexto da COVID- 19. Para realizar a cartografia desse corpo desterritorializado e da docência
como virtualidade, é interessante pensar a pedagogia da performance, o corpo teatralizado, os
agenciamentos coletivos de disciplinamento e controle em sua relação com o atrevimento singular.
Como resultado, observamos o modo como o corpo constituiu a cena na tela do computador ou
celular, contribuindo com revelações interessantes sobre o fazer pedagógico. Assim, buscamos reunir
esforços para compreender as vivências compulsórias do ritual docente durante o ensino remoto e as
formas que assumem os corpos dissidentes das educadoras em tempos de pandemia.

PALAVRAS-CHAVE: Cartografia, corpo, educação e poder.

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IFMA. Mestra em História do Brasil pela
Universidade Federal do Piauí – UFPI, no Programa de Pós-Graduação em História do Brasil. Curso Licenciatura Plena
em História pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI. E-mail: francisca. souza@ifma.edu.br.

104
EFEITOS DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS NA DESIGUALDADE
SOCIAL NO BRASIL

Amanda Gomes Pereira (Orientadora)1


Glória Kelly Rodrigues Moraes (Autora)2

O objetivo deste trabalho é desenvolver reflexões críticas sobre os efeitos da pandemia do novo
coronavírus na desigualdade social no Brasil. O método é o estudo reflexivo realizado a partir da
entrevista do professor Boaventura de Sousa Santos, em que ele fala sobre os impactos da pandemia
do vírus SARS-CoV-2 na ampliação e escancaramento da desigualdade social no nosso país. Em
sua fala, apresenta os seguintes apontamentos: no contexto da pandemia tem-se percebido que,
no Brasil, os abismos causados por essas desigualdades têm ficado mais a vista, as comunidades
em vulnerabilidade social são as mais impactadas, sendo possível perceber isso nas cidades que
compõem a Região do Baixo Parnaíba Maranhense. Outro ponto a ser aventado, dada à falta ou
insuficiência de recursos, falta de estratégias preventivas juntamente com as dificuldades de realizar
o isolamento social, Boaventura de Sousa Santos ressalta como as medidas sanitárias não abarcam as
realidades dos países mais atingidos pelo vírus, os do Sul Global. Assim, como conclusão, destacamos
a importância das Epistemologias do Sul na problematização das desigualdades vividas no cotidiano
da população brasileira, mais especificamente da Maranhense, e o fortalecimento das estratégias de
reconhecimento e igualdade na democratização das probabilidades de acesso a renda, direitos e poder
de dar continuidade à vida durante e após o fim da pandemia.

PALAVRAS-CHAVE: Desigualdade Social. Epistemologias do Sul. Pandemia. SARS-CoV-2.

1 Doutora em Sociais PPCIS/UERJ, Ciências Sociais, Docente Adjunta de Sociologia UFMA (São Bernardo),
Coordenadora do Grupo de Estudos em Gênero e Educação Chita/Gitã-CNPq e-mail: ag.pereira@ufma.br
2 Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Humanas/Sociologia da Universidade Federal do
Maranhão, e-mail: Moraes.gloria@discente.ufma.br

105
A CRUEL PEDAGOGIA DO VÍRUS REFLEXÃO SOBRE PANDEMIA
“O ENIGMA DO MARANHÃO”

Brenda de Araújo Silva1


Janayna Alves Sousa 2
Orientadora: Amanda Gomes Pereira3

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma analise acerca de uma live de Boa Ventura sobre o
virus e os acontecimentos causados pelo mesmo,onde o tema nos traz uma reflexão muito relevante,
ou seja, paramos para analisar a crise sanitaria que o mundo esta vivendo hoje, e nos vemos dentro
de um cenário muito discriminatorio. Boa Ventura coloca que o virus é democratico, é justamente o
ponto, pois ele alcança letalmente as pessoas menos favorecidas e tornando discriminatório. O virus
ataca pessoas de todas as raças, classes e lugares, mas deixa algumas pessoas mais vuneraveis que
outras.O que reforça a cruel pedagogia do virus é a colocação da OMS, onde é colocado os meios de
prevenção à pessoas da classe media, ou seja, quem possui agua limpa em casa para lavar as mãos,
para prevenir-se contra o virus, não estão preocupados com aquelas pessoas que só tem àgua suja
para beber e se higienizar.O que liga a reflexão de Boa Ventura ao enigma do Maranhão, são duas
analyses que tratam das calamidades que cada pessoa das classes baixas enfrentam durante essa crise
sanitaria.

PALAVRAS-CHAVE: Vulnerabilidade. Desigualdade Social.Pandemia

1 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia. UFMA/ São E-mail: janayna.sousa@
discente.ufma.br

2 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia.UFMA/ São Bernardo Membro do


Grupo de Gênero e Educação Chita/ Gitã-CNPq. E-mail: araujo.brenda@discente.ufma.br

3 Doutora em Ciências Sociais PPCIS/UERJ. Docente Adjunta de Sociologia UFMA/ São Bernardo. Membro do
Grupo de Gênero e Educação Chita/ Gitã-CNPq. E-mail: ag.pereira@ufma.br

106
Simpósio Temático 05

Territorialidades e povos
indígenas: Histórias e
Memórias

Coordenadoras:

- Profª. Drª. Ana Caroline Amorim Oliveira


- Profª. Drª. Kátia Núbia Ferreira Corrêa
AS HETEROIDENTIFICAÇÕES SOBRE OS POVOS AMERÍNDIOS NA REGIAO DO
BAIXO PARNAIBA MARANHENSE

Felipe Caldas Ramos


Graduando em Ciências Humanas/Sociologia
Bolsista de Iniciação Científica-PIBIC/FAPEMA
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Orientadora: Ana Caroline Amorim Oliveira

O objetivo do presente trabalho foi identificar as heteroidentificações sobre os povos ameríndios


da microrregião do município de Brejo, Maranhão. Foi utilizado como metodologia a pesquisa
bibliográfica e documental em arquivos públicos digitalizados sobre o município e do entorno, tendo
por base uma articulação interdisciplinar entre: História, Geografia, Etnologia e Antropologia. Na
região do Baixo Parnaíba foram identificados, até o momento, 6 povos. Dentre esses, estão o povo
indígena Anapuru Muypurá que teve importância central nesse trabalho, porque o município de Brejo
(antes Brejo dos Anapurus) era e (é) território onde eles viviam e (vivem). Entendemos que com
os processos de colonização as culturas e línguas desses povos foram obscurecidas e silenciadas
pela lógica colonialista dominante, mas isso não quer dizer que não existiam. Ademais, os usos dos
diversos etnônimos sobre os povos foi uma estratégia colonial para se referir aos povos ameríndios.
Como por exemplo: Taramambézes, Teremenbés, Taramambees, Terembés, Tembés, Tramambés,
Anapuru-mirim, Anapuru-Açu, estes também aparecem em alguns trabalhos com a grafia Amapuru,
Anaperí, Anaperú, Arani ou Aranhi, Araiós, Araioses, possível corruptela de Aroases, (Arayó,
Anayó, Anajó) (COSTA, 1974; SILVA, 2003). Assim, concluímos que, as culturas, as línguas, as
autodenominações e as maneiras como esses povos se viam foram obscurecidas e silenciadas durante
o processo colonial. Entretanto, atualmente os povos indígenas estão produzindo contradiscursos e
assumindo suas narrativas.

PALAVRAS-CHAVE: Munícipio de Brejo, Etnônimos, Baixo Parnaíba Maranhense.

108
(RE)CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA INDÍGENA NO MUNICÍPIO
ANAPURUS: DAS GUERRAS AO SILENCIAMENTO

Roney Rodrigues do Monte


Graduando em Ciências Humanas/Sociologia.
Programa de Iniciação Científica-PIBIC
Orientadora: Ana Caroline Amorim Oliveira
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

A história dos povos indígenas deve ser escrita do ponto de vista deles enquanto sujeitos ativos e não
como foi descrito na historiografia dita oficial. Nesse sentido, o objetivo do presente projeto foi realizar
a (re)construção da história dos povos ameríndios na região do município de Anapurus através das
guerras justas e aldeamentos. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica sobre a temática do
projeto e a análise em livros de historiadores locais como o de Costa (2017) e Lima e Aroso (1985),
de caráter interdisciplinar, articulando História, Geografia, Etnologia e Antropologia. O município de
Anapurus foi desmembrado do município de Brejo (antes Brejo dos Anapurus) ambos localizados na
microrregião do Baixo Parnaíba Maranhense, na qual era e (é) habitado por diversos povos indígenas,
a saber, Anapuru, Anapuru-Açu, Anapuru-Mirim e Araio. O município de Anapurus recebeu o
nome do povo ameríndio Anapuru por eles viverem nessa região. Com a pesquisa, percebemos que
durante o processo de colonização ocorreram disputas, guerras, alianças e que os povos indígenas
usaram de diversas formas de resistências contra os colonizadores, como aponta Mello (2011), mas
esses acontecimentos foram silenciados pela história “oficial”. Além disso, com a pesquisa estamos
podendo acompanhar o processo de retomada do povo Anapuru Muypurá, através da mobilização
social e política nas redes sociais, que tem resultado na luta por direitos e na reconstrução de suas
próprias trajetórias, lutas, memórias e identidades.

PALAVRAS-CHAVE: Povos Indígenas, Munícipio de Anapurus, Anapuru Muypurá.

109
TORÉM E TRADIÇÃO ORAL: UMA REFLEXÃO ACERCA DA
TRADIÇÃO ORAL NA RESSIGNIFICAÇÃO DA IDENTIDADE ÉTNICA
E NA EDUCAÇÃO DIFERENCIADA TREMEMBÉ.

Maykelle Pereira Alves


Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a importância da tradição oral, através do Ritual
do Torém, na ressignificação da identidade étnica e na educação Tremembé. Temos como corpus
de pesquisa para análise, o próprio ritual Torém. Pois é este ritual que gera uma particularidade
aos Tremembé, evidenciando suas raízes e traços étnicos – culturais independente de existir ou não
registros em sua língua nativa. Conscientes da impossibilidade de analisar todas as canções do Ritual
escolhemos três canções: Brandim Poti, Água de Manin e Jandé. O  Torém apresenta-se enquanto
símbolo da resistência política e é um dos elementos demarcadores e singularizadores da Identidade
individual e coletiva dos Tremembé. Com o processo de colonização, cristianização e convivência
com etnias distintas, os colonizadores proibiram, por lei, os nativos de falarem a língua tradicional,
fazendo com que os ameríndios fossem obrigados a esconder sua identidade linguística. Hoje, o único
contato que tem com a língua materna é através do ritual do Torém - dança de roda ancestral realizada
pela população indígena Tremembé – por meio das canções entoadas no ritual, podemos perceber a
beleza da língua tradicional, dos Tremembé. Para alcançar os objetivos aqui propostos, este trabalho
recorre aos estudos de Fonteles Filho (2003;2014.) Oliveira Júnior (1998) e, sobretudo, as narrativas
orais colhidas através de entrevistas com membros do povo. Portanto, o corpus deste trabalho mantém-
se enquanto elemento de resistência linguística e cultural, de um povo que por muitos anos teve sua
voz e identidade silenciadas.

PALAVRAS-CHAVE: Torém. Tradição Oral. Identidade Étnica.

110
CARACTERIZAÇÃO DO “LEVANTE PELA TERRA”: ANÁLISE
SOCIOPOLÍTICA DAS MANIFESTAÇÕES INDÍGENAS BRASILEIRAS
NO ANO DE 2021

Paulo Gomes Barroso


Discente- Licenciatura em Ciências Biológicas
Neabi- núcleo de estudos Afro-brasileiros e Indígenas
paulo.gomes.barroso05@aluno.ifce.edu.br
Instituto Federal do Ceará
Iara Saraiva Martins
Docente no Instituto Federal do Ceará
Vice coordenadora do Neabi Campus Paracuru
saraiva.iara@ifce.edu.br
Joaquim Teixeira Pinto de Mesquita
Historiador
joaquimpim@hotmail.com
. Museu de Pré História de Itapipoca - Muphi

Desde o processo de colonização, que teve seu início há mais de 5 séculos, os povos indigenas passaram
por transformações culturais, religiosas e alimentares. Durante esse período, grandes grupos etnicos
deixaram de existir, por conta de conflitos, escravidão e principalmente pelo desligamento forçado de
seus territórios. Atualmente o PL 490/07 permite alterações na demarcação das terras indigenas e cria
um “marco temporal”, onde só serão considerados os lugares ocupados por eles até o dia 5 de outubro
de 1988, data da promulgação da Constituição. Este estudo teve por objetivo contextualizar o “levante
pela a terra”, manifesto indígena contra o PL 490. Tratou-se de um estudo do tipo revisão integrativa
da literatura e comparativo, realizado durante os meses de maio a julho de 2021. Nossos dados estão
ancorados nas abordagens de Meireles (2015), Ferreira (2009), dentre outras pesquisas publicadas nos
últimos 12 anos (2009-2021). Para caracterizar como surgem os movimentos e manifestos indígenas
podemos citar Silva (2018), que afirma: “as disputas por terras é um dos principais problemas vividos
pelas populações originárias que residem em regiões ricas em recursos naturais”, essas disputas fazem
surgir ações semelhantes ao “Levante pela terra”, tendo como principal meta defender seus territórios e
o meio ambiente, um exemplo disto é o “Manifesto do Piaraçu das lideranças indígenas e caciques do
Brasil” de 2020. Conclui-se que a luta pela demarcação das terras indígenas é um ato político, onde os
manifestos são uma forma de garantia de direitos dos povos originários.

PALAVRAS-CHAVE: Projeto de lei. Povos indígenas. Movimentos Sociais.

111
PASSADO E PRESENTE: (RE)CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA
INDÍGENA NO MUNICÍPIO SÃO BERNARDO DO MARANHÃO

Richardes Lima Souza


Graduando em Ciências Humanas-Sociologia pela Universidade Federal do Maranhão.
Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC/CNPQ
E-mail: richardes.lima@discente.ufma.br
(Orientadora)Ana Caroline Amorim Oliveira
E-mail: oliveira.ana@ufma.br

A presente pesquisa, em desenvolvimento, objetiva reconstruir a história dos povos indígenas na


região de São Bernardo-MA a partir do agenciamento dos indígenas. Foi realizado o levantamento
bibliográfico (documentos oficiais, obras memorialistas, mapas) sobre o tema onde foi possível
conhecer os processos de colonização no município (MELO, 2011). Os povos indígenas da região do
município foram, pouco-a-pouco silenciados nos documentos e na historiografia “oficial” (MELLO,
2009). Tal região é caracterizada como “sem povos indígenas” por essas narrativas oficiais. Em
contraste com o processo de retomada dos Anapuru Muypurá que estão se visibilizando para se
fazerem ouvir e serem respeitados em sua identidade étnica, evidenciando que esse povo nunca foi
“extinto”, mas sempre existiram e resistiram. Muito ainda precisa ser compreendido sobre as histórias
e trajetórias indígenas nesta região.

PALAVRAS-CHAVE: Baixo Parnaíba Maranhense; História indígena; Visibilização dos povos


indígenas;

112
COMUNIDADES TRADICIONAIS: TERRITORIALIDADES EM
CONFLITO NO INTERIOR DO MARANHÃO1

Andressa Martins da Silva2


Isaías Silva Lopes3
Tatiana Colasante (Orientadora)4

Povos indígenas e comunidades remanescentes quilombolas vêm sendo destituídos dos seus direitos
há séculos. Isso se reflete na perda de seus territórios locus do modo de vida desses grupos sociais que
a partir de diferentes territorialidades expressam sua cultura, religião e memória. Nesse contexto, o
presente trabalho tem como recorte analítico o quilombo Saco das Almas, localizado em Brejo-MA
que historicamente sofre conflitos com sojicultores a partir da expansão da área cultivável que mitiga
as condições de vida da comunidade, com poluição ambiental, perda de terras e ameaças, fazendo
com que os quilombolas tenham que criar estratégias de resistências. Sugere-se o turismo como um
dos instrumentos de enaltecimento, resistência e (re) existências desses sujeitos sociais utilizando-
se a metodologia do diagnóstico participativo com a comunidade local, reconhecendo sua história,
saberes, simbolismos, alimentos, danças tradicionais e demais manifestações culturais presentes no
local. Como resultado do trabalho, a partir de dados coletados em pesquisa de campo, indica-se um
roteiro de excursionismo como forma de valorização da identidade quilombola.

PALAVRAS-CHAVE: territorialidades. comunidades remanescentes quilombolas. identidade.


turismo. diagnóstico participativo.

1 Trabalho resultante do Projeto de Pesquisa (PIBIC): Território, resistências e (re) existêmcias: o turismo no
Quilombo Saco das Almas-MA
2 Bolsista Foco Acadêmico. Graduanda do Curso de Turismo da UFMA/São Bernardo. E-mail: andressa.
martins@discente.ufma.br
3 Bolsista PIBIC/UFMA. Graduando do Curso de Turismo da UFMA/São Bernardo. E-mail: lopes.isaias@
discente.ufma.br
4 Docente Adjunta do Curso de Turismo da UFMA/São Bernardo. E-mail: tatiana.colasante@ufma.br

113
O RISO NA TRADIÇÃO DO POVO TUXÁ: NARRATIVAS DE UMA
MESTRA DA ORALIDADE

Marlete Marculino Novaes Barros


Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS
Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e
bolsista do Subprojeto de Pedagogia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID). Bolsista voluntária do Grupo de Pesquisa e Estudos em Poéticas Orais (GEPPO)
.E-mail:marletemnb@gmail.com

O presente trabalho pretende investigar o riso nas brincadeiras, histórias e contos que integram as
tradições do povo Tuxá, na produção de uma memória coletiva, a partir das narrativas performatizadas
por uma mestra contadora de histórias, uma mais velha, hoje com 93 anos, referência na aldeia por
cultivar a memória ancestral. Esta pesquisa utilizará a história oral como método de investigação.
Como suporte metodológico, apoiou-se em autores, como Bakhtin, Zunthor, Bosi, Krenak, Lagrou
dentre outros. A história oral será a metodologia de recolha das narrativas, estruturado nos estudos
(auto)biográficos que consiste em investigar e compreender as diferentes realidades culturais e as
entrevistas como fontes para compreensão do passado, velando-se também de documentos escritos,
imagens ou outros registros dos tipos biográfico e memorialista, que permitem compreender como
indivíduos experimentaram e como trazem à memória a acontecimentos, situações e modos de vida
de um grupo ou da sociedade em geral. No caso específico desta pesquisa as performances revelam
narrativas risíveis que são apresentadas na forma de contação de histórias. É de suma importância
que o conhecimento histórico-literário seja colocado como objeto do pesquisador, não apenas de um
acervo de contos em si, mas do cuidado ao tratar a literatura oral, assim como no reconhecimento
da identidade de narradora dessa mestra. A transmissão desses contos e o intercâmbio de saberes
populares e acadêmicos servirá como ponte entre a Universidade e a comunidade externa.

PALAVRAS-CHAVE: riso; memória coletiva; narrativas: povo Tuxá

114
A POLÍTICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL E A POPULAÇÃO INDÍGENA:
UMA ANÁLISE SOBRE AS DEMANDAS E DESDOBRAMENTOS

Keila Helena Garcez Abreu


Mestranda PGCult/UFMA

A vivência do índio com a terra não está situada apenas aos bens econômicos, diz respeito à
qualificação de um território relacionada às dimensões simbólicas. Existem ricas heranças históricas
que estão vivas na população indígena, logo, há um povo que conhece com propriedade seu território.
A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais,
instituída segundo o Decreto no 6.040, em 2007, visa promover o desenvolvimento sustentável com
ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais,
econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e
suas instituições. Estas ações só começam a tomar forma com permanência da luta para a execução de
direitos sociais. Um caminho que deve ser coligado à efetivação da Política Nacional de Assistência
Social (PNAS), para responder às diversas demandas de uma comunidade que possui uma cultura
histórica. Portanto, é imprescindível conhecer e atuar apropriadamente, a fim de desenvolver
intervenções conforme as singularidades de cada comunidade tradicional indígena. O Serviço Social
trabalha no eixo da Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), ofertada pelo Centro de
Referência da Assistência Social (CRAS). Esse, órgão estabelecido no artigo 194 da Constituição,
e na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), refere-se ao atendimento das necessidades sociais
da população, sem discriminação. A existência dos programas, projetos e benefícios devem prevenir
situações de vulnerabilidade e risco social do indivíduo. Desta forma, compreende os desdobramentos
atendendo às demandas da comunidade indígena na prática do respeito à diversidade cultural e étnica.

PALAVRAS-CHAVE: Política da Assistência Social, Comunidade Indígena, CRAS.

115
ETNOCÍDIO INDÍGENA NA DITADURA MILITAR:
REFORMATÓRIO KRENAK

Fernanda Mendes Santos, orientada por Priscila Carlos Brandão


Universidade Federal de Minas Gerais1

A presente comunicação faz parte da pesquisa de mestrado em andamento intitulada “Reformatório


Indígena e Fazenda Guarani: encarceramento, repressão e etnocídio sob a égide da Doutrina
de Segurança Nacional (1969-1979)”. No recorte aqui proposto trataremos de um dos objetivos
da pesquisa: identificar as diversas formas de etnocídio que os indígenas sofreram nas mãos do
Estado Brasileiro durante a ditadura militar. Em 1969 foi criado no município de Resplendor (MG)
o Reformatório Krenak, uma prisão indígena que tinha como objetivo “reeducar” e “reintegrar”
indígenas tidos como problemas e estavam localizados em todas as regiões do país, compondo um
mapa étnico e social amplo. No entanto, o que estava por trás desse suposto centro de reeducação era
a proibição dos costumes, língua e liberdade. Para discutir o presídio temos como base Corrêa (2000)
Filho (2015), Prado (2018) e para conceituar o etnocídio utilizaremos Jaulin (1973), Clastres (2004)
e Tiveron (2018). As fontes assentam nas entrevistas coletadas pela Comissão da Verdade de Minas
Gerais (2017) com indígenas que passaram pelo reformatório, além de reportagens da época coletadas
nos jornais Correio da Manhã e Porantim. O que foi possível inferir até o momento foi a presença de
diversas práticas, como o desraizamento, torturas físicas e psicológicas.

1 Universidade Federal de Minas Gerais. Mestrado em História com o título “Reformatório Indígena e Fazenda
Guarani: encarceramento, repressão e etnocídio sob a égide da Doutrina de Segurança Nacional (1969-1979)” financiado
pela CAPES. Email para contato: fernanda54mendes@gmail.com

116
“GENTIOS DO CORSO”: ANÁLISE DAS JUNTAS DAS MISSÕES
SOBRE OS POVOS INDÍGENAS”.

Aleilson Sales da Silva


Universidade Federal do Maranhão(UFMA)
Bolsista PIBIC/FAPEMA
Graduando em Ciência Humanas/Sociologia
Orientadora: Profa. Dra. Ana Caroline Amorim Oliveira

Este trabalho analisa o significado do termo “gentios do corso”, em especial, o seu significado pelos
colonizadores/invasores. Tal termo se referia aos povos originários nos processos das Juntas das
Missões (SOUZA E MELLO, 2009). A metodologia utilizada foi análise documental(leis, alvarás,
mapas entre outros) e bibliográfica sobre a Junta das Missões, numa abordagem interdisciplinar,
articulando a História e a Antropologia. Identificamos no decorrer da presente pesquisa que o
Baixo Parnaíba Maranhense, região geográfica as margens do rio Parnaíba, é uma região na qual
ocorreu um apagamento tanto da presença dos povos originários quanto do seu agenciamento. As
Juntas das Missões, instância de centralização das decisões legais da Coroa Portuguesa sobre os
povos indígenas (“livres” ou “inimigos”) em um único órgão da Igreja Católica em aliança com a
Coroa Portuguesa(MELLO E SILVA, 2009). Este órgão tinha entre suas atribuições determinar o
ordenamento jurídico do uso da mão de obra escrava de povos indígenas considerados inimigos da
Coroa deliberando sobre as “guerras justas”, os “descimentos” e os “aldeamentos”. A quantidade de
documentos jurídicos sobre as relações estabelecidas entre a Coroa e os “gentios do corso” demonstram
o agenciamento dos povos indígenas e a resistência dos mesmos em relação à invasão portuguesa
sobre os seus territórios.

PALAVRAS-CHAVE: História Indígena; Baixo Parnaíba; Gentios do Corso, Silenciamento.

117
Simpósio Temático 06

Produção espacial,
territórios e dinâmicas
socioambientais

Coordenador:

- Prof. Dr. Thiago Pereira Lima


PATRIMÔNIO E CULTURA: A CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES
DAS QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU

Thiago da Conceição Dias


Universidade Federal do Maranhão/Bacabal
Graduando do Curso de Ciências Humanas
Bolsista PIBIC

Orientadora: Profª Dra. Mayka Danielle Brito Amaral


Professora Adjunta do Curso de Ciências Humanas da UFMA/Bacabal

O presente trabalho é um recorte do projeto de pesquisa “Reprodução social, territorialização e luta das
camponesas-quebradeiras de coco babaçu na região do Médio Mearim (MA)”, inserido ao Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). O estudo tem como principal objetivo analisar
a reprodução das práticas das camponesas-quebradeiras de coco enquanto patrimônio. Desse modo,
considerando que o patrimônio cultural é de fundamental importância para a memória e a identidade
dos povos tradicionais, a melhor forma de compreender os diversos bens culturais que ganham valor
de patrimônio representativo de alguma coletividade, é conhecendo sua trajetória. Neste sentido, os
conceitos de território, camponês, cultura, identidade e patrimônio são instrumentos importantes que
torna possível compreender o processo de construção das identidades das quebradeiras de coco babaçu.
Como metodologia para a investigação optou-se pelo estudo de caso com a contribuição da revisão
em publicações científicas e entrevistas com quebradeiras de coco da região do Lago do Junco, que
ao longo do tempo lutam e resistem para continuar quebrando o coco, uma vez que a reprodução das
práticas de quebrar coco tem valor de sobrevivência e existência. Nesta perspectiva, conclui-se com
este trabalho, a necessidade de ampliar a discussão para surgir novas reflexões e propostas a respeito
da importância de preservar a prática de quebrar o coco babaçu, a terra e a palmeira, elementos tão
importantes para a identidade das Quebradeiras de Coco e suas famílias.

PALAVRAS-CHAVE: Coco Babaçu, Quebradeiras, Identidade, Patrimônio. Cultura.

119
O RIO CAPIM POR JOÃO BARBOSA RODRIGUES (1875): FAZENDAS,
ENGENHOS, SÍTIOS, MORADAS E O MODO DE VIDA NOS SERTÕES
AMAZÔNICOS

Francivaldo Alves Nunes


Doutor em História Social
Universidade Federal do Pará
francivaldonunes@yahoo.com.br

O botânico João Barbosa Rodrigues (1842-1909), foi comissionado pelo Governo Imperial em 1871
a explorar alguns rios da Amazônia. Os resultados dessa viagem deram origem a um relatório
intitulado “Exploração e Estudo do Valle do Amazonas: rio Capim”, publicado em 1875, no qual
o botânico realizou, não só uma minuciosa descrição geográfica e hidrográfica deste rio, como
também aspectos sobre a ocupação humana, destacando as formas de ocupação da terra e do uso dos
recursos florestais. Nesta comunicação, utilizamos este relatório como principal fonte consultada,
em que o objetivo é compreender a relação entre o discurso construído em torno do modo de vida da
população que ocupava os sertões amazônicos e as estratégias apresentadas como necessárias para
promover o desenvolvimento econômico da região, mediada pela elaboração de um conhecimento
cientifico, construído dentro contexto político do Brasil do século XIX. Procuraremos demonstrar
que os estudos de Barbosa Rodrigues dialoga com um pensamento da época em que se pauta pelo
controle do espaço amazônico, o que exigiria das autoridades públicas um desempenho não apenas
de manutenção da ordem, mas como instituição promotora de políticas que elevassem os hábitos das
populações interioranas, através da ciência. Nesse aspecto, o conhecimento científico, construído pela
observação e registro detalhado das situações e eventos, presente no relatório, não apenas revelariam
aspectos do modo de vida das populações, ou ainda, as formas de ocupação em que se registravam
fazendas, engenhos, sítios e moradas.

PALAVRAS-CHAVE: Terra, Trabalho, Amazônia, Século XIX.

120
AGROECOLOGIA E TERRITÓRIO: ALTERNATIVAS ÀS
MONOCULTURAS E AO ECOCÍDIO

Marília de Nazaré Corte Nery Pereira1


David Junior de Souza Silva2

O objetivo deste trabalho é discutir as modalidades de agriculturas que se definem pela preservação
ambiental: agroecologia, sistemas agroflorestais e agricultura sintrópica. Cada uma destas modalidades
tem sua especificidade, porém todas se definem pela oposição aos modelos depredadores das
monoculturas e dos extrativismos. A metodologia baseia-se em debate teórico comparativo entre autores
que conceituam estas modalidades de agricultura. O modelo Agroindustrial é também o principal
agente de desterritorialização no país. A aceleração da produtividade de alimentos se sobrepõe aos
saberes e formas tradicionais de apropriação da natureza, não garante a segurança alimentar e põem
em risco suprimentos ecossistêmicos essenciais, como fontes de água, disponibilidade de solos férteis
e a estabilidade climática. A consolidação de uma agricultura sustentável desmistifica essa política
ambiental e torna-se essencial para o plano de sustentabilidade planetária. A necessidade de alinhar
os saberes tradicionais com uma forma de produzir alimentos sustentável, orientada ao equilíbrio
ecológico do planeta e a segurança alimentar, é proposta com base nos fundamentos científicos da
Agroecologia. A apropriação desses princípios depende do conhecimento de manejos florestais e
da análise de elementos territoriais centrais, como condições culturais e comunitárias, identidade,
território e práticas sociais da região. Estes princípios se desenvolvem nos Sistemas Agroflorestais,
que integram a floresta nativa com culturas agrícolas e a pecuária, aliando a preservação ambiental
à produção de alimentos; e na Agricultura Sintrópica, que une a produção agrícola à recuperação
de solos degradados, desenvolvendo técnicas por meio de métodos de plantio que mimetizam a
regeneração natural de florestas.

PALAVRAS-CHAVE: sustentabilidade; agroecologia; saberes tradicionais; soberania alimentar;


manejos florestais.

1 Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Graduanda em Ciências Sociais. E-mail: marilianery0@gmail.com.


2 Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Doutorado em Geografia. E-mail: david@unifap.br.

121
AGROECOLOGIA E TERRITÓRIO: ALTERNATIVAS ÀS
MONOCULTURAS E AO ECOCÍDIO

Marília de Nazaré Corte Nery Pereira1


David Junior de Souza Silva2

O objetivo deste trabalho é discutir as modalidades de agriculturas que se definem pela preservação
ambiental: agroecologia, sistemas agroflorestais e agricultura sintrópica. Cada uma destas modalidades
tem sua especificidade, porém todas se definem pela oposição aos modelos depredadores das
monoculturas e dos extrativismos. A metodologia baseia-se em debate teórico comparativo entre autores
que conceituam estas modalidades de agricultura. O modelo Agroindustrial é também o principal
agente de desterritorialização no país. A aceleração da produtividade de alimentos se sobrepõe aos
saberes e formas tradicionais de apropriação da natureza, não garante a segurança alimentar e põem
em risco suprimentos ecossistêmicos essenciais, como fontes de água, disponibilidade de solos férteis
e a estabilidade climática. A consolidação de uma agricultura sustentável desmistifica essa política
ambiental e torna-se essencial para o plano de sustentabilidade planetária. A necessidade de alinhar
os saberes tradicionais com uma forma de produzir alimentos sustentável, orientada ao equilíbrio
ecológico do planeta e a segurança alimentar, é proposta com base nos fundamentos científicos da
Agroecologia. A apropriação desses princípios depende do conhecimento de manejos florestais e
da análise de elementos territoriais centrais, como condições culturais e comunitárias, identidade,
território e práticas sociais da região. Estes princípios se desenvolvem nos Sistemas Agroflorestais,
que integram a floresta nativa com culturas agrícolas e a pecuária, aliando a preservação ambiental
à produção de alimentos; e na Agricultura Sintrópica, que une a produção agrícola à recuperação
de solos degradados, desenvolvendo técnicas por meio de métodos de plantio que mimetizam a
regeneração natural de florestas.

PALAVRAS-CHAVE: sustentabilidade; agroecologia; saberes tradicionais; soberania alimentar;


manejos florestais.

1 Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Graduanda em Ciências Sociais. E-mail: marilianery0@gmail.com.


2 Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Doutorado em Geografia. E-mail: david@unifap.br.

122
“TERRA DE PRETO, TERRA DE SANTO” NA ROTA DE GRANDES
EMPREENDIMENTOS: DESENVOLVIMENTISMO E A DESTERRITORIALIZAÇÃO
EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS EM ALCÂNTARA-MA

Alex Matos Rabelo1


Elisandra Cantanhede Ribeiro2

O início da década de 1980 foi marcante no cenário aéreo-espacial brasileiro, pois nesse período o
governo federal, em um acordo firmado com o governo militar e o Estado do Maranhão, através do
Decreto nº 88.136 de 1º de Março de 1983, dá condições para implementação do Centro de Lançamento
Foguetes de Alcântara (CLA) situado em Alcântara, um centro de alta tecnologia de lançamento
de foguetes o qual objetivava colocar em órbita satélites, o que seria um dos maiores e ambiciosos
projetos científicos e econômico a partir da lógica desenvolvimentista no Estado. No entanto,
para difundir esse projeto seria necessário desterritorializar milhares de pessoas, essencialmente
comunidades tradicionais quilombolas. Neste sentido, para entendermos as múltiplas violências a
qual foram submetidas as comunidades tradicionais quilombolas nos debruçaremos a partir dos
conceitos de desenvolvimentismo para pensarmos a lógica salvacionista difundida pelo CLA para o
progresso maranhense, bem como a desterritorialização para compreendermos a luta cotidiana desses
povos pelo direito a terra e ao território. Desse modo, o cotidiano desses quilombolas no espaço rural
maranhense passa por diversas transformações a partir de múltiplos processos, desde a instauração
do latifúndio, protagonizado pelo agronegócio, e a busca incessante pelo capital tensionado por esse
grande empreendimento e a retirada compulsória do grande contingente de familias das localidades
do entorno do centro de lançamento.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos Territoriais, Base de Alcântara, Território Quilombolas.

1 Licenciando em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (UFMA), alexrabellos@hotmail.com

2 Licenciada em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (UFMA), Mestranda do Programa de Pós-graduação em


História e Conexões Atlântica: culturas e poderes (UFMA), Especialista no Ensino de História do Brasil: culturas e
sociedades, Jhuerbete@hotmail.com

123
RELAÇÃO SIMBÓLICA NAS ÁGUAS DA HINTERLÂNDIA
AMAZÔNICA

Maria Isabel de Araújo1


Universidade Federal do Amazonas
Mestra Sociedade e Cultura na Amazônia
Silas Garcia Aquino de Sousa2
Embrapa Amazônia Ocidental,
Doutor Eng. Florestal/Conservação da Natureza

A dinâmica socioambiental das comunidades ribeirinhas da hinterlândia amazônica foi alterada com
a grande cheia dos Rios Negro e Solimões, chegando a 30 m acima do nível do mar em 05/06/2021.
Aborda o presente a dinâmica socioambiental da comunidade ribeirinha Nossa Senhora Aparecida,
ilha Xiborena, município de Iranduba/AM, margem direita do Rio Negro, quanto aos elementos tempo,
espaço e movimento das águas no âmbito dos processos sociais. A metodologia fundamenta-se no
método da pesquisa-ação etnográfica a partir das observações diretas em campo com visitas in loco a
comunidade. Revelam os resultados que a dinâmica do movimento das águas exerce poder e influência
nas interações socioambientais dos comunitários. As alterações nos quatro períodos hidrológicos
(enchente, cheia, vazante e seca) são imanentes à vida natural e sociocultural da comunidade e, ao
mesmo tempo, são conexões subjetivas, presentes no espaço tempo, constituindo uma rede de laços
invisíveis, cuja dependência da dinâmica das águas exerce uma interdependência funcional entre os
indivíduos e a natureza, mesmo em situações de calamidade, formando configurações específicas,
uma interdependência socioambiental entre o homem e a natureza que acontecem no âmbito do
fluxo fluvial, uma relação simbólica, vivenciada a partir das experiências com o rio, visto que o
rio condiciona o modo de vida social, econômico e ambiental. Conclui-se à luz da teoria Eliasiana
do processo civilizador, que as relações de interdependência dos comunitários derivam de práticas
produtivas da inter-relação com o ambiente natural ao longo do espaço-tempo no território das águas.

PALAVRAS-CHAVE: Aspectos socioambientais, Amazônia, Configuração.

1 UFAM/PPGSC, miar@terra.com.br

2 Embrapa Amazônia Ocidental, sigas.50@gmail.com

124
LEGISLAÇÃO ESCRAVISTA ENTRE INTERDEPENDÊNCIA E
TENSÕES: A FIGURAÇÃO SOCIAL DA AMAZÔNIA COLONIAL1

Samia Kamyla Freitas Silva2


David Junior de Souza Silva3
Universidade Federal do Amapá - UNIFAP

O tema desta pesquisa é o significado da legislação na sociedade colonial e imperial escravista


na Amazônia. O significado desta legislação será interpretado pela estruturação que ofereceu a
figuração escravista, bem como como resultado de tendências e tensões desta figuração. O objetivo
desta investigação é a compreensão da figuração social da sociedade escravista da Amazônia e das
tensões que eram parte desta figuração. Por conseguinte, da compreensão de como se desenrolou esta
dinâmica entre figuração e tensão nesta sociedade no período, e os efeitos destes tensionamentos na
configuração atual da sociedade amazônica A metodologia empregada foi leitura e interpretação
das legislações concernentes a escravatura no Grão-Pará entre 1838 -1888. A interpretação indica que
as sucessivas leis implementadas se caracterizavam pelo sentido de formular estratégias renovadas
de pressão social pela captura de escravizados que logravam escapar e de preservar a configuração
escravista – em contra as fortes tensões que empurravam para sua destruição.

PALAVRAS-CHAVE: figuração social; tensões; Amazônia; sociologia histórica

1 O trabalho faz parte de uma iniciação cientifica, desenvolvida por um grupo de pesquisa da Universidade Federal
do Amapá - UNIFAP

2 Acadêmica de Licenciatura em sociologia pela Universidade Federal do Amapá, E-mail-


kamylafreitas275@gmail.com

3 Doutor em Geografia, Universidade Federal de Goiás (UFG), Prof. Adjunto do departamento


de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Amapá, Prof. Do Mestrado profissional
em ensino de História (PROFHISTÓRIA/UNIFAP), E-mail - davi_rosendo@live.com

125
ATIVIDADE DE CAÇA E PESCA NO PIAUÍ (1900-1960)

Jennefer de Sousa Morais1


David da Silva Sousa2
Alcebíades Costa Filho3

O pressente texto comunica a pesquisa, em fase inicial, sobre caça e pesca no Piauí (1900-1960), objetiva
investigar a produção e consumo de alimentos, a contribuição da caça e pesca na dieta alimentar.
Muitos indícios apontam para o abate de animais silvestres para consumo da carne e comercialização
de peles e, ainda, a pesca nos rios e lagoas do Piauí, a comercialização e consumo de pescado. A
base da pesquisa é o acervo digital do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE: censos
populacionais; censos agropecuários; anuários estatísticos; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros.
A literatura de ficcional e memorialista também contribui para compreensão do contexto de caça e
pesca e alimentação no referido período. Leituras sobre história social e história econômica auxiliam
na compreensão do objeto e orienta a análise das fontes, assim também leituras especificas sobre
história da alimentação.

PALAVRAS-CHAVE: História da alimentação; Caça e pesca; Comida; Fontes censitárias; Fontes


literárias.

1 Graduanda em História, Universidade Estadual do Piauí (UESPI), aluna do PIBID-UESPI, e voluntária no


PIBIC-UESPI, jenneferdesousa2@gmail.com ; jennefermorais@aluno.uespi.br .

2 Graduando em História, Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), dividsilsou@gmail.com

3 Orientador, Professor doutor, Universidade Estadual do Piauí e Universidade Estadual do Maranhão,


alcebiadescf@yahoo.com.br

126
DOS TRAPEIROS AOS CATADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS: UM
DIÁLOGO ENTRE CAROLINA MARIA DE JESUS E
WALTER BENJAMIN

Prof. Dr. Luciano da Silva Façanha1


Luís Felipe Moreira Soares2
Universidade Federal do Maranhão
Licenciando em Filosofia

Um dos grandes problemas da sociedade do século XXI, é a alta produção de resíduos sólidos, termo
técnico utilizado a partir do século XIX para nomear lixo. Objetiva-se refletir sobre as práticas
relacionadas à invisibilidade social e a problemática ambiental que une os trapeiros e catadores de
lixo, que vivem em periculosa situação de vulnerabilidade social. Numa breve análise, tecemos
diálogos entre Walter Benjamin (1892-1940), que em sua obra intitulada “Charles Baudelaire: um
lírico no auge do capitalismo”, onde evidencia as circunstâncias sub-humanas dos trapeiros na cidade
de Paris, em meados do século XIX, e Carolina Maria de Jesus (1914- 1977), em seu livro: “Quarto de
Despejo: diário de uma favelada”, a autora narra as adversidades de uma catadora de papel na cidade
de São Paulo na segunda metade do século XX. Ao eleger uma temporalidade tão distinta, a intenção
é demonstrar que as condições às quais estas pessoas foram e são submetidas, integram um processo
histórico-ontológico do ser humano, uma vez que as nomenclaturas para lixo,trapeiros e catadores
foram apenas transformadas historicamente. Para sustentar as discussões, nos apoiamos em Eigenheer
(2009), Cruz (2016), Soares (2006). As análises parciais das fontes, tentam evidenciar as condições
de trabalho em sua materialidade, vulnerabilidade, fragilidade e precariedade; neste universo, visa-
se, também, destacar os riscos iminentes de contrair doenças, tendo em vista seu contato direto com
esses lixos. Contribuem para o processo de invisibilidade social de trapeiros e catadores todos esses
processos supracitados.

PALAVRAS-CHAVE: Walter Benjamin. Catadores. Invisibilidade Social. Resíduos.

1 1 Docente do DEFIL-UFMA, Professor Permanente do PPGCult-UFMA

2 2 Universidade Federal do Maranhão- UFMA. Estudante de Licenciatura em Filosofa- Cidade Universitária


Dom Delgado lfm.soares@discente.ufma.br

127
A PERSONIFICAÇÃO DO CAPITAL NA AMAZÔNIA: ACUMULAÇÃO,
CONFLITOS E DESTRUIÇÃO AMBIENTAL1

William Lima Duarte Oliveira2


David Junior de Souza Silva3
Universidade Federal do Amapá

Este trabalho investiga as atividades econômicas na Amazônia e sua expansão, principalmente no


contexto de crise social causado pela pandemia. O foco é na compreensão de como essas atividades
impactam as comunidades tradicionais e em como gera-se conflitos sociais envolvendo a dinâmica
capital e território. Utiliza-se dados secundários, como censos e relatórios elaborados por associações
indígenas, universidades, ONGs e institutos de pesquisa. Em termos teóricos, parte da análise do ideário
do desenvolvimentismo para apresentar como ele se criou no imaginário ocidental como estratégia de
expansão capitalista e como esse ideário eurocêntrico e colonial é introduzido aqui como discurso e
política do Estado. Em termos empíricos, apresenta as atividades econômicas impostas na região:
agricultura, pecuária, mineração, extração de madeira etc; ainda, atividades econômicas ilegais que
geram desmatamento na região: agronegócio, garimpo ilegal e madeireiras ilegais. Consequentemente,
ocasionando em elevados números de desmatamento ilegal, queimadas e poluição de rios, com o
Brasil se destacando negativamente. Retratando, ainda, a dinâmica conflituosa na terra indígena
Munduruku, invadida por garimpeiros ilegais que trouxeram devastação ambiental, problemas a
saúde desse povo e conflitos. Frente a isso, evidencia como o modelo eurocêntrico e colonial se impôs
e ainda se impõe de forma devastadora na região amazônica brasileira, modelo esse que é amplamente
aceito e utilizado pelo Estado brasileiro que fez e faz políticas específicas de desenvolvimento que
afetam de uma forma vertiginosa a dinâmica da Amazônia, gerando desmatamento e conflitos sociais.
Na Amazônia a destruição ambiental e o genocídio das populações tradicionais são matéria-prima
para acumulação capitalista.

PALAVRAS-CHAVE: Comunidades tradicionais; Atividades econômicas; Conflitos sociais;


Desmatamento ambiental; Desenvolvimentismo.

1 Este trabalho é oriundo de uma iniciação científica em andamento de um grupo de pesquisa da Universidade
Federal do Amapá – UNIFAP.
2 Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amapá. E-mail: williamlimaduarte@outlook.
com.br.
3 Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professor Adjunto do Departamento de
Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Amapá. Professor do Mestrado Profissional em Ensino de
História da UNIFAP. E-mail: davi_rosendo@live.com.

128
DISPUTAS TERRITORIAIS NA REGIÃO PRODUTORA DE GRÃOS NO
PIAUÍ: 2017-2020

Maria da Paz da Cruz Vitorio de Oliveira1


Manuela Nunes Leal2
Universidade Estadual do Piauí

O presente trabalho objetiva analisar as disputas territoriais na região produtora de grãos frente à
dinâmica do agronegócio e sua cadeia produtiva, evidenciando os impactos socioespaciais nos últimos
quatro anos no estado do Piauí em especial na região produtora de grãos. Para o direcionamento deste
estudo, foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, coleta de dados secundários em órgãos como
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Comissão Pastoral da Terra (CPT), dentre
outros. A partir destes, foram montados quadros síntese, tabelas e mapas para análise e construção
textual. A partir daí, constatamos que o processo de modernização agrícola tem culminado em
disputas no território brasileiro bem como impactos socioespaciais como expropriação, contaminação
dos recursos hídricos com agrotóxicos, questões trabalhistas, denúncias de trabalho escravo, entre
outros. Segundo os cadernos de conflitos no campo da CPT, entre os anos de 2016 à 2020 foram
registrados 69 conflitos por terra no sudoeste do Piauí, mais especificamente na região produtora de
grãos. Nesse sentido, é fundamental a compreensão da produção e organização espacial, em vista
da criação de leis de uso e ocupação do solo, para a garantia do direito a terra e sobrevivência das
comunidades tradicionais no campo.

PALAVRAS-CHAVE: Disputas territoriais, Agronegócio, Comunidades tradicionais e Resistências.

1 Discente do Curso de Geografia - UESPI - Email: mariapoliveira@aluno.uespi.br

2 Doutora em Geografia pela UFS - Universidade Estadual do Piauí, Coordenação de Pesquisa - PROP, Curso
Licenciatura Plena em Geografia. Email; manuelanunes@ccm.uespi.br .

129
EM DEFESA DAS TERRAS: A TERRITORIALIZAÇÃO DA
COMUNIDADE QUILOMBOLA AMARRA NEGRO (2009)

Emanoel Jardel Alves Oliveira


Universidade Federal da Grande Dourados
Doutorando em História

Situado no município de Bela Vista do Piauí, o quilombo Amarra Negro é constituído por vinte e oito
famílias e, aproximadamente, cento e vinte pessoas, caracterizandose, assim, como uma comunidade
de pequeno porte. O seu território possui uma dimensão histórica, mas nem sempre foi assim. Antes
do estabelecimento dos seus limites, do processo de conhecimento e produção territorial, no ano de
2009, existia um conjunto de terras que ainda não eram dominadas pelos amarra-negrenses. Nesse
sentido, este trabalho objetiva abordar a respeito da territorialização da comunidade Amarra Negro,
com o intuito de compreender como a elaboração dos mapas, gráficos, tabelas e imagens funcionaram
como uma forma de dominação territorial. Para tanto, partiremos dos projetos ‘ATER no quilombo’
e ‘Resgate dos valores históricos culturais afro-brasileiros da comunidade quilombola Amarra
Negro’, visando discutir acerca do processo de territorialização da comunidade e perceber as ações
quilombolas, a partir das contribuições conceituais de Antônio Bispo dos Santos (2019), enquanto
atos contra colonizadores, ou seja, como resistência e luta em defesa das terras, dos símbolos, das
significações e dos modos de vida praticados pelos amarra-negrenses em seu território.

PALAVRAS-CHAVE: Quilombo Amarra Negro. Territorialização. Contra Colonizadores.

130
CONVIVÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS NA HINTERLÂNDIA
AMAZÔNICA

Silas Garcia Aquino de Sousa


Embrapa Amazônia Ocidental,
Doutor Eng. Florestal/Conservação da Natureza

Maria Isabel de Araújo


Universidade Federal do Amazonas
Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia

A dinâmica convivência socioambiental das comunidades da hinterlândia amazônica reflete o viver/


morar na biodiversidade do lugar, na valorização multicultural das práticas tradicionais de produção
agroalimentar, qual compreende formas de uso e cultivo da terra envolvendo arranjos de espécies
arbóreas, ervas..., implantados em sistemas agroflorestais biodiversos (SAFs). Objetiva-se analisar
a convivência socioambiental como estilo de vida no sítio Alvorada, zona rural de Manaus-AM
(02º56’37,04”S-59º51’52,09”W). A partir do método da pesquisa-ação/etnográfica com visitas in
loco no 1º trimestre/2021. Nesta relação de convivência, os resultados revelam que o núcleo familiar,
ultrapassa o sentido de habitat ou espaço-localização, são portadores de saberes, técnicas alternativas
peculiares na convivência com a sociobiodiversidade, o trabalho solidário em regime de ajuri
como padrão comum à obtenção da segurança alimentar, o rompimento com paradigmas arcaicos
quanto ao cultivo e produção, como o corte sem queima da capoeira para cultivos, utilizando-se
de princípios agroecológicos nas ações/práticas de produção em SAFs (quintais agroflorestais),
supressão de agroquímicos e uso de composto orgânico/biofertilizantes permitindo a ciclagem de
nutrientes por  processos naturais para fixação biológica de nitrogênio que articulam sinergias de
consistência socioambiental, na valorização de saberes alimentares, com interdependência econômica
na comercialização da produção nas feiras e vendas delivery. Entretanto, essa convivência é afetada
em seu entorno por efeitos deletérios de ações predatórias que provocam estranhas interdependência
ao (des)equilíbrio do ecossistema ambiental. Conclui-se que a convivência socioambiental do sítio
Alvorada resultam em transformações sociais num continuum sócio-histórico interdependente,
estabelecidos nos modos culturais de vida, organização social e econômica do núcleo familiar.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura Familiar, Amazônia, Configuração, Continuum.

131
PARA ALÉM DA PROPRIEDADE RURAL: A IMPORTÂNCIA DA
REFORMA AGRÁRIA COMO SOLUÇÃO AMBIENTAL PARA
O BIOMA BRASILEIRO

Bruna dos Santos1


Unisinos
Mestranda em História

A análise proposta por este escrito tem a oferecer uma visão histórica social para os conflitos por terra
que são um problema constante na política brasileira. As discussões sobre o tema são atemporais,
e prometem sempre se absterem de contextos sociais que nos permitem enxergar muito além da
propriedade rural como meio de produção. Essas abrem os olhos para os reais problemas que o
campo sofre, e para a interferência massiva que o latifundiário oferece na economia, bem estar e
catástrofes ambientais. Precisamos dar a devida importância para a Reforma Agrária a nível nacional
com efetividade. Não só porque redistribuir as terras proporciona subsistência ao pequeno e médio
agricultor, mas porque o solo está sendo usado de forma indiscriminada e sem cuidados. A mata vem
sendo destruídas e o indígena vem sendo expropriado de suas terras. A reforma deve ser vista não
só como uma política pública, mas como a solução para viabilizar melhores condições de vida para
a sociedade e o bioma brasileiro. Por isso é preciso uma discussão sobre a sociedade de risco e as
políticas públicas que o presente trabalho propõe.

PALAVRAS-CHAVE: Reforma Agrária; História Social; Sociedade de risco;

1 Parte projeto de Mestrado do PPG em História pela Unisinos: Reforma Agrária no Rio Grande do sul – um
estudo a partir da trajetória de Paulo Schilling na política brizolista (1958 – 1961) – Bolsa Capes. E-mail: bstruna@gmail.
com

132
POTENCIALIDADES (SUB)MARINAS: NAUFRÁGIO COMO
ESTRATÉGIA OCEANOGRÁFICA ANTICOLONIAL

Lucas Lins1

Considerado (e repartido cartográfica e politicamente) sob o pretexto de aqua nullius pela narrativa
colonial da expansão marítima européia, o oceano e a Oceanografia, inseridas nas Ciências
“exatas e da Terra”, têm a si associadas um imaginário coletivo esvaziado de outros pilares onto-
epistemológicos que não aqueles que se encontram enquadrados pelas ficções (porque imaginadas
antes de concretizadas) normativas de uma performatividade extrativista que (re)produz e faz (re)
produzir, através da gramática da colonialidade, discursos e ações que dão continuidade ao projeto
da modernidade junto a suas estruturas hierárquicas coloniais (que são, portanto, racistas, classistas,
cisheterogenerificadas, binárias, antro e andropocentradas), autorizadas sob a máscara da (suposta)
neutralidade da linguagem científica empregada pelo sujeito universal. porém, como estratégia poética
de naufrágio desta narrativa única, neste trabalho pretendo, através de uma leitura composicional
(fractal) de imagens-chave desse imaginário, analisar as camadas do evento que opera em permanência
neste contexto, buscando, junto à poética negra feminista, ao pensamento político decolonial, e à teoria
queer/cuír, potencializar aberturas, rachaduras, frestas para que corpos-territórios e epistemologias
outras, antes diluídas e invisibilizadas, (re)territorializem tais águas por modos envolvidos, (re)
pensando este entrelugar oceânico para além da narrativa da m/água.

PALAVRAS-CHAVE: epistemologias dissidentes, ecologia queer, oceanografia socioambiental

1 Graduande em Oceanologia pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG);


carneebatatas@hotmail.com

133
A QUESTÃO AGRÁRIA E A RESISTÊNCIA DO MOVIMENTO SEM
TERRA NO MARANHÃO: A LUTA DO ACAMPAMENTO
MARIELLE FRANCO.

Juliana Gonçalves Castro1


Karênina Fonsêca Silva2
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Mestrado em andamento

A questão agrária brasileira é marcada por um contexto de contradições e de extrema desigualdade,


o Maranhão não foge a tal contexto. Esse cenário tem seu marco atrelado a um passado colonial aqui
firmado, cujos pilares foram estruturados na segregação, exploração e violência. O presente trabalho
especifica historicamente a colonização portuguesa, perpassando pelas frentes de ocupação do
campesinato maranhense, até a consolidação e expansão do agronegócio, que resulta no agravamento
da questão agrária no estado. Nesse contexto de antagonismos e lutas de classes, registramos a luta
e resistência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Maranhão. Destacamos no
Maranhão a resistência do acampamento Marielle Franco, que em 2018 realizou uma ocupação a um
latifúndio improdutivo, outrora grilado por uma empresa siderúrgica, na cidade de Itinga, enfrentando
os efeitos do desenvolvimentismo. Para tal investigação e apreensão da realidade, adotou-se como base
metodológica o materialismo histórico dialético. Fez-se revisões bibliográficas em fontes primárias
e secundárias, fundamentadas em autores clássicos e contemporâneos que discutem a temática,
confrontando dados históricos e recentes. O acampamento Marielle Franco possui cerca de 150
famílias, com uma organização produtiva colaborativa e mesmo ameaçadas de despejos, reivinidicam
a criação de assentamentos da Reforma Agrária junto ao Incra, na luta e resistência pela terra como
condição de sobrevivência. 

PALAVRAS-CHAVE: Questão agrária; Resistência; Acampamento Marielle Franco

1 Assistente Social, mestranda no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional na Universidade


Estadual do Maranhão, UEMA, Brasil. Email: jugcastro@hotmail.com

2 Orientadora do trabalho. Docente do Curso de Serviço Social da Faculdade Pitágoras e Professora colaboradora do Mestrado
em  Desenvolvimento Socioespacial e Regional da UEMA. Email:kareninafsilva@bol.com.br.

134
A INICIAÇÃO CIENTÍFICA NO ENSINO MÉDIO: RELATO
DE EXPERIÊNCIA DE PESQUISA SOBRE A QUESTÃO
SOCIOAMBIENTAL NA CIDADE DE SÃO BERNARDO-MA

THIAGO PEREIRA LIMA


Doutor em Políticas Públicas
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
ELIZEU DIAS DA SILVA SILVA
Bolsista INICIAÇÃO CIENTÍFICA-ENSINO MÉDIO/PIBIC-EM/CNPQ/UFMA
Centro de Ensino Dr. Henrique Couto – São Bernardo, Maranhão

Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato da nossa experiência no projeto de pesquisa
intitulado “Entre o rio e o cerrado: construindo estratégias de conservação da biodiversidade na
cidade de São Bernardo-MA, Leste Maranhense”. O projeto faz parte do Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), destinado a alunos do ensino médio do Estado do Maranhão.
Investigamos as condições socioambientais e os usos sociais do cerrado maranhense e das suas bacias
hidrográficas, além de discutirmos criticamente e de forma propositiva, estratégias de conservação
ambiental. Tomamos como referência de estudo e análise a microbacia do Rio Buriti em sua relação
com o cerrado, localizada na cidade de São Bernardo. A articulação da pesquisa se deu com o Centro de
Ensino Dr. Henrique Couto. Os resultados obtidos foram: a ampliação do diálogo entre a universidade
e a Educação Básica; investigação e construção de uma leitura de mundo crítica, transformadora e de
intervenção na realidade; e a compreensão sobre o contexto socioambiental local/regional/nacional,
em especial sobre o Rio Buriti e o cerrado.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino Médio. Cerrado. Bacias hidrográficas.

135
O PREDADORISMO DO AGRONEGÓCIO FRENTE AOS
TERRITÓRIOS TRADICIONAIS: O CASO SACO DAS ALMAS

Jaine de Jesus Alves Caldas 1


Marivânia Leonor Souza Furtado 2
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Mestrado em andamento

O espaço rural maranhense engloba o cenário de transformações adotado na agricultura a nível


nacional/mundial, recebendo massivo apoio governamental que, articulado ao setor privado, investe
em políticas cuja centralidade está no princípio mercadológico, fato promotor de expropriações e
agressões às minorias sociais, como as quilombolas. Este trabalho anseia analisar a incorporação
do agronegócio no Leste Maranhense, hodiernamente sob a perspectiva da fronteira agrícola do
MATOPIBA, a fim de destacar como o referido padrão de “desenvolvimento” invade territórios
tradicionais, neste caso específico o território quilombola de Saco das Almas, reafirmando o
colonialismo e, consequentemente, o alijamento de direitos territoriais e étnicos. Para a realização
deste estudo efetua-se revisões bibliográficas, levantamentos de dados, elegendo por base metodológica
reflexões críticas e decoloniais, privilegiando as histórias fronteiriças em contraposição à lógica da
modernidade. Deste modo, ratifica-se o agronegócio como fruto do modelo colonial capitalista, agindo
de maneira predatória frente ao modo de vida das coletividades quilombolas.

PALAVRAS-CHAVE: Agronegócio; MATOPIBA; territórios tradicionais; Saco das Almas.

1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional da Universidade


Estadual do Maranhão -UEMA, e-mail: jainecaldas@outlook.com.

2 Orientadora do trabalho. Professora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioespacial e


Regional da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, e-mail: marivaniafurtado@yahoo.com.br.

136
REFLEXÕES SOBRE OS CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS E A BUSCA
PELA SUSTENTABILIDADE

Autora: Rafaela Araújo Santos (UFMA)1


Coautora: Celine Dyon Silva e Silva (UFMA)2
Universidade Federal do Maranhão

Este trabalho consiste na análise dos conflitos socioambientais que afetam comunidades tradicionais,
a partir da busca incessante pelo capital. O mesmo resulta de uma reflexão teórica que se apoia
nas leituras e discussões realizadas em sala de aula, a partir da disciplina Sociedade e Ambiente,
ministrada no Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia, da Universidade Federal
do Maranhão. Nesta análise, destaca-se o crescimento de situações de injustiças ambientais, de
populações que se encontram em situação de vulnerabilidade ambiental, resultando em numerosos
casos de conflitos ambientais. O trabalho apresenta as implicações dos usos da natureza praticados
nos modos de vida tradicionais para a construção de uma ética sustentável. Argumenta-se que a
identificação destas implicações auxiliaria na formulação de estratégias argumentativas que reforçam
o reconhecimento dos direitos territoriais destas populações. Ao mesmo tempo, entende-se que esta
reflexão pode contribuir para a formulação de concepções de sustentabilidade socioambiental e dar
visibilidade as lutas e formas de enfrentamentos que emergem dos conflitos ambientais.

PALAVRAS-CHAVE: Meio ambiente, conflitos socioambientais, sustentabilidade, comunidades


tradicionais.

1 Graduanda do décimo período do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia. Universidade


Federal do Maranhão. E-mail: santos.rafaela@discente.ufma.br

2 Graduanda do décimo período do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia. Universidade


Federal do Maranhão. E-mail: celine.dyon@discente.ufma.br

137
Simpósio Temático 07

O uso de pesquisas de
campo na elaboração de
trabalhos em Ciências
Humanas e Sociais:
experiências e práticas
Coordenadores:

- Me. Fladney Francisco da Silva Freire


- Me. Ronilson de Oliveira Sousa
LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES NO USO DA PESQUISA DE
CAMPO NO ESTUDO DA RELAÇÃO DOS RECURSOS CULTURAIS E A
ESCOLHA PROFISSIONAL

Edinéia Silva Alves1

O presente estudo apresenta os resultados de uma reflexão acerca da experiência investigativa


vivenciada em uma escola pública do ensino fundamental II, localizada na zona rural de São
Bernardo-MA. Desse modo, o objetivo deste trabalho é analisar as possibilidades e limitações do uso
da pesquisa de campo para um estudo sobre a relação dos recursos culturais e a escolha da profissão
docente entre os professores da instituição escolar no povoado Currais. O percurso metodológico
adotado na construção desta análise consiste na revisão bibliográfica e observação participante que
estabelece relações entre o método e teoria, que permitam ao sociólogo a construção de um objeto
de validade científica que supere as aparências apresentadas da realidade. Compreende-se que o uso
da pesquisa de campo enquanto metodologia investigativa, pode apresentar limitações que envolvem
o momento da ida e inserção no campo de análise, assim como, a dificuldade de criar medidas para
variáveis de percepção ou comportamento dos agentes e espaço pesquisado. Todavia, a pesquisa de
campo permite ao pesquisador um papel ativo dentro da investigação, para conhecer e observar as
diversas variáveis que compõem o espaço campo estudado.

PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa de Campo. Limitações. Possibilidades.

1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Maranhão, e-mail: edineia.


silva@discente.ufma.br

139
PIBID: EXPERIÊNCIAS EM TEMPOS DA PANDEMIA DA COVID-19

Prof.ª Dr.ª Ana Verena Freitas Paim1


Marlete Marculino Novaes Barros2
Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS

Durante a história da educação entende-se que ajustes e adaptações fazem-se necessários em momentos
críticos. No ano de 2020, em decorrência da pandemia da COVID-19, a educação escolar, em todos os
níveis, etapas e modalidades, foi convocada a repensar os seus processos. Nessa perspectiva, o presente
trabalho discute, no contexto da Iniciação à Docência (ID) no Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID), as vivências realizadas durante intervenções desenvolvidas como parte
do subprojeto Alfabetizando comCiência do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Feira
de Santana (UEFS). Estas se deram de forma on-line com alunos da Escola Municipal Regina
Vital. Ao iniciarmos a produção das intervenções em meio à Pandemia pensamos em atividades que
poderiam ser aplicadas tanto no formato online quanto no presencial. Quanto aos critérios que são
levados em consideração na hora de planejar as atividades foram utilizados conteúdos claros, de fácil
compreensão. Como embasamento metodológico foram usados autores como Freire, Soares, Militão,
Gil, dentre outros. Em relação às metodologias e os recursos tecnológicos foi necessário entender o
contexto de isolamento social durante a pandemia da Covid- 19 para compreender os novos desafios
e repensar as nossas práticas educativas. É perceptível que as ferramentas virtuais ao nosso alcance
são um diferencial que nos possibilita a realização das ações do PIBID de forma on-line. E permite
ao graduando, futuro professor, refletir se deve continuar seguindo os passos vivenciados ou mudar
as ações para construir uma identidade profissional que garanta uma prática educativa bem-sucedida.

1 Doutorado em Educação pelo Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação


da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Currículo e Formação
do Ser em Aprendizagens - FORMARSER - UEFS. Membro do Grupo de Pesquisa FORMACCE em Aberto - FACED/
UFBA. Professora Assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana. Docente do Programa de Pós Graduação
em Astronomia - Mestrado Profissional em Astronomia. Atuação nas áreas de Didática, Currículo, Formação Inicial e
Continuada de Professores, Planejamento do Trabalho Pedagógico e Avaliação e Coordenadora do Subprojeto Pedagogia
PIBID 2020.E-mail:verenaebranca@uef
2 Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e bolsista do Subprojeto
de Pedagogia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Bolsista voluntária do Grupo de
Pesquisa e Estudos em Poéticas Orais (GEPPO) .E-mail:marletemnb@gmail.com

140
UMA VISITA À PROFESSORA DO SUL: A PESQUISA COMO
PRINCÍPIO EDUCATIVO DA GRADUAÇÃO À PÓS-GRADUAÇÃO

Ana Roberta Machado Siqueira


Vânia Alves Martins Chaigar
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Programa de Pós-Graduação em Educação/Mestrado

A comunicação faz parte das reflexões que estão construindo a dissertação de mestrado em educação
intitulada “Entre vidas, idas e vindas: Cartas e narrativas sobre territorialidades formativas de
professores em início de carreira”. A pesquisa tem como um de seus objetivos compreender possíveis
implicações do contexto remoto/pandêmico na formação de docentes iniciantes no devir da prática
pós-pandemia. O processo metodológico de construção da pesquisa apóia-se na narrativa e tem
a intenção de ocorrer mediante trocas de cartas, entre a pesquisadora e um grupo de professores
iniciantes do ensino básico público, de diversas partes do Brasil. Parto da compreensão da ‘pesquisa
como princípio educativo’, e revisito o trabalho de conclusão de curso onde quatro narrativas de
diferentes tempos formativos pessoais/profissionais constroem a ideia da professora do “sul” que está
em constante movimento, comprometida a quebrar paradigmas ligados ao ‘desperdício da experiência’,
de forma rigorosa e afetivamente engajada em sua práxis. Este interesse narrado e construído desde
antes de 2016, ano de conclusão no curso de Pedagogia, pela narrativa da, então, formanda, atravessa
o tempo e lhe permite como professora iniciante, experienciar a docência em contexto pandêmico e
convidar outros jovens professores a mover-se em direção a uma reflexão sobre suas práticas docentes
e seus processos autoformativos permeados, então, pelo maior desafio vivido por nossa geração até
o momento. Este recorte tem suporte teórico em Pedro Demo, Boaventura de Sousa Santos e Paulo
Freire.

PALAVRAS-CHAVE: Narrativa autoformativa. Professores iniciantes. Professora do Sul. Pesquisa


como princípio educativo

141
UM OLHAR DA RELAÇÃO COLONIAL E A CONSTRUÇÃO DO SER
AFROINDÍGENA NO CONTEXTO DAS AÇÕES AFIRMATIVAS DE
COTAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA.

Verissa Einstein Soares do Amaral


Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp

O resumo apresentado aqui é parte do trabalho elaborado na disciplina Tópicos Especiais em


Sociologia I, ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCSoc), ministrada
pelo professor Dr. Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior na Universidade Federal do Maranhão
(UFMA). O trabalho trata de uma questão que apareceu no período da minha pesquisa de campo, que
ao analisar os processos de acesso para estudantes indígenas na Universidade Federal do Maranhão,
encontrei situações de reivindicação de remanescentes indígenas que refletiam diretamente no acesso
de estudante a vagas destinadas para indígenas na universidade. A pesquisa tem como objetivo
a utilização dos conceitos e categorias trabalhadas no decorrer da disciplina, como os estudos
sobre o desenvolvimento, o pós-colonialismo e decolonialidade e os processos de colonização
e descolonização epistemológica, nos acionamentos identitários afroindígenas, envolvendo as
reivindicações de reconhecimento étnico, territorial no contexto dos processos de seleção de alunos
para ocupar cotas destinadas a indígenas na Universidade Federal do Maranhão. A metodologia é
analise bibliográfica, visitando artigos publicados em periódicos e livros de autores com pesquisas
na área de discussão. Analiso, ainda, entrevistas realizadas com estudantes da Universidade Federal
do Maranhão e observação participante. No decorrer da pesquisa fazendo entrevistas com candidatos
que foram considerados aptos e inaptos a ocupar a vaga destinada a indígenas, é recorrente questões
de representações etnopolíticas (LUCIANO, 2006), nas falas dos interlocutores considerados inaptos
e cada um por questões diferentes.

PALAVRAS-CHAVE: Diferenças étnicas. Colonialidade. Indígenas. Cotas. Reconhecimento


afroindígena.

142
DA ENTREVISTA A CONVERSA: REPRESENTAÇÕES DE FILHAS DE
SANTO/CAIXEIRAS SOBRE O DIVINO ESPÍRITO SANTO EM
PORTO FRANCO/MA

Rogério de Carvalho Veras 1


Bruno Barros dos Santos 2

Este trabalho trata do relato de experiências e interações de uma pesquisa de mestrado em andamento.
Relatamos a aproximação com nossas interlocutoras, filhas de santo que também são caixeiras na festa
do Divino. O lócus da pesquisa é a cidade de Porto Franco/MA, entretanto, nosso primeiro contato com
essas interlocutoras se deu ainda na graduação, na cidade Tocantinópolis/TO em pesquisa realizada
no terreiro Tenda São Jorge com a dirigente “Maria Bonita”. Esse vínculo estabelecido é mantido,
procuramos desse modo, saber das potencialidades e limitações através de uma autoetnografia.
Esse método demonstra que todos os envolvidos (pesquisador, informantes, interlocutores) podem
ser coautores na escrita final. Bem como, tendo consciência de que ao representar as sujeitas da
pesquisa também somos representados. Recorremos ainda as falas de filhas de santo/caixeiras e outros
promesseiros para entender como são construídas suas vivências e representações acerca Divino
Espírito Santo, que nesta pesquisa se aproxima dos terreiros de Terecô/Umbanda.

PALAVRAS-CHAVE: Representações, festa do Divino, Terecô.

1 UFMA – Universidade Federal do Maranhão. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail: rogerio.


veras@ufma.br.

2 UFMA – Universidade Federal do Maranhão. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. E-mail:


brunoportofranco@gmail.com.

143
CAMPO, EXPERIÊNCIA E MÚSICA: UMA ANÁLISE DE CUNHO
ETNOGRÁFICO ENTRE OS MEMBROS DO HEAVY METAL

Muryel Moura dos Santos


Doutorando em Ciências Sociais (PPGCS/UFCG/PB)

Na pesquisa desenvolvida para a produção da dissertação em Ciências Sociais, atentei as práticas


sociais operadas no campo social e artístico do Heavy Metal, a partir da realidade experimentada
na cidade de Campina Grande-PB. Neste artigo, em específico, pretendo realizar uma reflexão de
cunho etnográfico, através de diferentes momentos experimentados em pesquisa para apresentar o
mundo social do Heavy Metal e os seus significados para a construção da identidade compreendida
enquanto “subversiva”. Para isso, metodologicamente, recupero o caderno de campo com anotações
produzidas e desenvolvidas através da observação participante desde 2015, no qual pude participar
de momentos ordinários e excepcionais da vida desses indivíduos. Portanto, reflito meu processo de
inserção no grupo enquanto um membro e os desdobramentos de estar engajado nesse campo como
um pesquisador por longos anos, destaca-se assim aqui, o caráter do trabalho de campo, a vivência e
a experiência de pesquisa como fundamental para o oficio do pesquisador.

PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa de campo; experiência; Heavy Metal

144
O USO DA TECNOLOGIA NAS PESQUISAS DURANTE A PANDEMIA
DE COVID-19

Andrea Maria Leite Albuquerque1


Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Em elaboração de artigo que pretendia analisar as implicações da pandemia de COVID-19 na vida


de mulheres rurais, optou-se, além da revisão de literatura e pesquisa bibliográfica, pela coleta de
relatos dessas mulheres sobre suas dificuldades durante a pandemia. No entanto, impedimentos foram
encontrados na produção dos relatos. O primeiro foi a impossibilidade de encontros presenciais, tendo
em vista que as medidas sanitárias de distanciamento social têm inviabilizado a realização de entrevistas
presenciais, e o segundo foi a impossibilidade de realização de entrevistas virtuais síncronas, já que
a maioria das mulheres não possui acesso à internet com qualidade suficiente. Diante dessa situação
peculiar, definiu-se como método o uso de aplicativos de mensagens instantâneas, como WhatsApp e
Instagram Direct, de forma individual e assíncrona, permitindo que cada participante pudesse escolher
o melhor momento para envio de seu relato. Foram abordadas mulheres rurais de diferentes regiões
de Alagoas e Pernambuco, todas participantes de coletivos organizados e já familiarizadas com a
pesquisadora. Cada uma recebeu, após conversa inicial para apresentação do projeto e informação
sobre a possibilidade de não terem os nomes reais divulgados, um roteiro semiestruturado e aberto,
contendo sugestões não limitadas de temas a serem abordados. As participantes foram orientadas
para que informassem nome e localidade e enviassem relato de forma escrita ou oral. Seis mulheres
enviaram relatos, à medida em que conseguiam acessar a internet com mais qualidade, sendo que
quatro enviaram seus relatos por áudio e duas por escrito (um relato foi escrito à mão e fotografado).

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia, Pandemia, COVID, Pesquisa.

1 Advogada e mestranda em Sociologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL, com pesquisa apoiada pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – FAPEAL e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - CAPES. ORCID: 0000-0001-9450-8945. E-mail: andrea.albuquerque@ics.ufal.br

145
ROUSSEAU E OS RELATOS DE VIAGENS: DA ANTROPOLOGIA DE
GABINETE À IDENTIFICAÇÃO DO ETNOCENTRISMO

Breno Bertoldo Dalla Zen


Universidade de Caxias do Sul
Mestrando em Filosofia
Orientador: Mateus Salvadori

Do Século XVIII, Jean-Jacques Rousseau tecia críticas aos enciclopedistas que escreviam sobre as
ações dos homens sem sair de seus gabinetes. E de dentro de seu gabinete, analisou escritos de viajantes
e missionários sobre povos distantes da Oceania, da África e das Américas, e a partir destes fez
críticas aos costumes ocidentais, povos que se diziam estar no topo do suposto progresso civilizatório.
Do Século XX, com a difusão da etnografia como metodologia própria para a antropologia, que lhe
garantia autonomia enquanto ciência, pesquisadores teciam críticas aos antropólogos evolucionistas
do Séxulo XIX, que faziam suas análises sobre os povos distantes sem sair de seus gabinetes, bem
como fez Rousseau. Em meio a este processo, teríamos, ainda em Rousseaua a identificação primária
do etnocentrismo, além da influência deixada à antropologia, fato reconhecido pelo próprio Lévi-
Strauss, a noção de que o pesquisador do homem deveria visitar pessoalmente os povos dos quais
iria escrever a respeito, sem que outros objetivos tivessem lhe levado até lá, como era comum com os
missionários e viajantes que aqui citamos.

PALAVRAS-CHAVE: Rousseau, antropologia de gabinete, etnografia, etnocentrismo

146
A EXPERIÊNCIA PARTICULAR DE UMA TRAJETÓRIA DE PESQUISA:
DA ESCRITA AS RELAÇÕES QUE SUBSCREVEM O CAMPO.

Autor/a: Fabiana do Nascimento Pereira1

Apresentarei uma reflexão sobre as relações que se engendram entre o/a pesquisador/a e seu campo de
interlocução (metodológico, afetivo, e de escrita). Em paralelo a essa discussão, abrirei caminhos que
nos levem aos narradores e narradoras, que corporificam essas narrativas que habitam nossos escritos
e explorarei o lugar que a escrita ocupou, como experiência de aprendizado no percurso da pesquisa.
Experimentando nesse exercício “a noção de reflexividade. ”, apontada pela antropóloga Lea Carvalho
Rodrigues (1997, p.38), em seu estudo sobre os rituais acadêmicos na universidade de Campinas, que
abre um campo de diálogo como o que Carolyn Ellis (2013) chama de autoetnografia. Traçarei esse
percurso reflexivo, tomando como base analítica uma experiência particular de pesquisa, realizada
por mim entre os anos de 2015 e 2019, em que estudei a trajetória de vida de uma pessoa, pública e
pertencente a comunidade acadêmica. É relevante dizer que, a pesquisa citada anteriormente, não
pode ser “finalizada” e apresentada como meu trabalho de conclusão de curso, devido a desistência
de minha interlocutora em dar continuidade a pesquisa, quando eu já me encontrava no processo
de escrita. O trabalho que hoje escrevo, surgiu como um caminho de ressignificação da experiência
de pesquisa relatada, apresentou-se, também, como um caminho analítico, sobre os processos de
produções de nossos trabalhos acadêmicos e sobre o que seria de fato “o resultado final de uma
pesquisa”.

PALAVRAS CHAVE: Experiência – trajetória de pesquisa - reflexividade

1 Aluna de graduação do curso de Ciências Sociais/bacharelado na Universidade Federal do Ceará. Email:fabyufc@


gmail.com

147
PESQUISAS CIENTÍFICAS DO CAMPO DA SUBJETIVIDADE:
REFLEXÕES E DEBATES

Paulo de Tarso Xavier Sousa Junior


Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
Mestrando em Psicologia – PPGP/UFSM
paulo_juniorpio@hotmail.com

Alcançar o status de ciência sempre foi uma necessidade da Psicologia para se desvencilhar das amarras
filosóficas. Ao mesmo tempo, essa área do conhecimento diferencia das demais, não sustentando
paradigmas como o do positivismo. Dessa forma, como conciliar o estudo da subjetividade humana
a etapas de um saber científico? Estas questões perduram até os dias atuais e se torna a pergunta
norteadora deste trabalho. O estudo tem como objetivo geral analisar os métodos adotados na pesquisa
psicológica, de modo a ofertar subsídios para a produção do conhecimento. Trata-se portanto, de uma
pesquisa de caráter bibliográfico e do tipo narrativo e compreensivo. Foram analisadas referências nas
seguintes bases de dados: Google Acadêmico, Scielo, Pepsic e BVS Brasil. Para este trabalho foram
elegidos quinze publicações entre o período de 2017 à 2021, compreendendo os escritos em língua
portuguesa. Ao final da análise os resultados encontrados permitiram duas categorias de reflexões
e debates. A primeira diz respeito os métodos e técnicas utilizadas, sendo em sua grande maioria
do tipo qualitativa. Além do uso de entrevistas abertas, imagens, vídeos, diários, cartas e demais
recursos. Essa combinação permite ter mais acessos não apenas a subjetividade, como a compreensão
do fenômeno a qual os sujeitos estão inseridos. Já a segunda categoria aponta para os desafios da
pesquisa psicológica em meio a uma pandemia. Os meios habituais já não são os mesmos, fazendo os
pesquisadores reinventarem e terem acesso a esse campo subjetivo através de uma tela.

PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa, Psicologia, Subjetividade, Pandemia.

148
Simpósio Temático 08

Imaginário,
Simbolismos e Mitos

Coordenadores:

- Prof. Dr. Josenildo Campos Brussio


- Prof. Dr. Fabrício Tavares de Moraes
DO AMOR CORTÊS À “SOFRÊNCIA”: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE
O AMOR NAS CANÇÕES BRASILEIRAS DO SÉCULO XXI

Marina Caroline Marques Dias Pacheco1


Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
Graduanda em Letras

O presente trabalho tem como objetivo tecer uma breve análise sobre as canções brasileiras produzidas
no século XXI, especificamente entre os anos de 2001 a 2017, com a finalidade de relacionar e elucidar
as influências culturais, históricas e sociais presentes em suas respectivas abordagens sobre o amor.
Este trabalho também apresenta uma leitura sobre elementos da sociedade contemporânea e capitalista
que incidem, direta e indiretamente, sob a acepção de amor, cujo conceito é moldado e compartilhado
através dos principais meios de comunicação e que, neste trabalho, serão analisados a partir das
produções musicais e suas respectivas influências. Para a análise, foram selecionadas quatro canções,
que são: Segredos, de Frejat; Solamento, do trio Tuyo, Desde quando você se foi, da banda Fresno e
Plaquê de 100, de Mc Guimê. O arcabouço teórico, desenvolvido com base nos autores Toledo (2013),
Bauman (2003) e Kessler (2011), evidencia que “a forma de amar que se estabeleceu no ocidente é
uma construção decorrente de transformações sociais, interesses econômicos e produções filosóficas”
(Toledo 2013), o que reforça, nesse sentido, a ideia de que o amor, como conhecemos, não é “um
dom gratuitamente fornecido pela natureza” (2013), mas uma concepção culturalmente moldável que
revela o caráter mutável e suscetível da acepção do sentimento abordado.

PALAVRAS-CHAVE: canções brasileiras; amor; cultura.

1 Graduanda do curso de Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora.


marina.pacheco@estudante.ufjf.br

150
FESTAS JUNINAS: CULTURA E TRADIÇÃO ACERCA DO ARRAIAL
BERNARDENSE

Ana Paula da Silva e Silva


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas/Sociologia)
Maria da Conceição Portela Rocha
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas/Sociologia)
Tanandra Silva Mascarenhas
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas/Sociologia)
Janayna Alves de Sousa
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas/Sociologia)

O presente trabalho tem por objetivo uma análise antropológica do Arraial de Festas Juninas na
cidade de São Bernardo/MA, no qual podemos explorar instrumentos de referências que investiguem
a importância simbólica das festas juninas no imaginário dos bernardenses. Sendo realizada no mês
de julho, é o segundo evento mais aguardado no calendário do município. O artigo busca identificar
como a diversidade e a dinâmica social presentes dentro do festejo junino agrega valores tradicionais,
tal como, a valorização da cultura para a comunidade local, diferenciando-se das demais regiões que
também costumam comemorar o São João. A metodologia adotada nesta investigação será de caráter
bibliográfico e netnográfico, buscando informações em sites e blogs que tenham feito registros dos
momentos festivos e autores que trabalham dentro desta temática.

PALAVRAS-CHAVE: Festas Juninas, Cultura, Tradição, Arraial, São Bernardo.

151
FESTA DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EM ARAIOSES:
RELIGIÃO, CULTURA E SIMBOLISMO

Maria da Conceição Portela Rocha


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Ana Paula da Silva e Silva
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Janayna Alves de Sousa
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Tanandra Silva Mascarenhas
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O presente trabalho tem por objetivo investigar os principais elementos culturais e simbólicos do
Festejo de Nossa Senhora da Conceição em Araioses/MA, na intenção de demonstrar a importância
desta manifestação cultural para a comunidade local. Realizada anualmente durante dez dias com
início no mês de novembro e finalizada no dia 08 de dezembro, essa manifestação cultural constitui-
se como uma junção de diversas práticas religiosas do município. O artigo busca identificar os
principais segmentos culturais que integram o Festejo de Nossa Senhora da Conceição e demostrar
como esses estão presentes no imaginário popular, na construção simbólica das práticas sociais da
comunidade araiosense e sua contribuição para a memória local da região. Para investigar esses
principais elementos, utilizaremos a contribuição da história oral como metodologia de pesquisa.
Segundo Alessandro Portelli. (2006) “as fontes orais revelam as intenções dos feitos, suas crenças,
mentalidades, imaginário e pensamentos referentes às experiencias vividas.” Faremos também
observações de cunho etnográfico virtual, buscando compreender como os ritos e as práticas religiosas,
que permeiam e dão forma ao Festejo de Nossa Senhora da Conceição, influenciam simbolicamente
nas práticas sociais dos araiosenses.

PALAVRAS-CHAVE: Festejo, religiosidade, tradição, cultura e simbolismo.

152
CRISE DA MODERNIDADE: REFLEXÕES SOBRE CONSCIÊNCIA,
NECESSIDADE E LUCRO EM ALAIN TOURAINE

Emerson Carlos Silva Braga


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Luciane Leite de Oliveira
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Daciléia Lima Ferreira
Instituto Federal do Maranhão - IFMA
Doutoranda em Ciências Sociais – UFRN
Francisco de Assis Alves
Universidade Federal do Maranhão – Campus de Codó
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-História)

O presente trabalho consiste em apresentar um breve olhar no atual contexto econômico social atrelado
ao tempo pandêmico, através da aplicação da obra de Alain Touraine. Para tentar entender tal cenário,
utilizaremos os escritos de Touraine no que tange suas explanações sobre alguns pensadores que este
utiliza no decorrer de sua obra, como Hegel, Marx e Nietzsche. Metodologicamente, trata-se de uma
pesquisa exploratório-descritiva, em que destacamos a dialética de Hegel em oposição a de Marx a
partir da ótica de Touraine, para descrever nosso olhar diante da crise que aparentemente se apresenta
neste atual cenário pandêmico. Touraine apresenta, primeiramente, a desconstrução da ideia de
progresso como triunfo da razão – fruto das ideologias filosóficas da história – contrapondo-a como
tal horizonte, com a dialética de Marx que inverte tal perspectiva através da tese do materialismo
histórico dialético. Segundo Marx, fruto dos conflitos gerados nas relações de poder que são
legitimados ao longo do tempo histórico. Para complementar nosso olhar, utilizaremos o conceito
de Vontade de Potência, em Nietzsche, juntamente com o conceito de Energia, de Touraine, para
ajudar a fundamentação da ideia de necessidade, apresentada no título do presente trabalho. Por
fim, apresentaremos nosso olhar pela busca por lucro que Touraine aponta como núcleo da crise de
consciência, onde esta consiste da resultante dessas duas forças que apresentamos em nosso título.

PALAVRAS-CHAVE: Crise, modernidade, consciência, necessidade e lucro.


153
É AZUL E BRANCO: AS REPRESENTAÇÕES DE MARIA NA TENDA DE
UMBANDA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EM IMPERATRIZ-MA

Orientador: Rogério de Carvalho Veras (LCH/PPGS-UFMA)


Autor : Polyana Almeida Frota (LCH-UFMA)

O presente trabalho objetiva compreender quais são e como se operam as representações de Maria
no terreiro ou Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Conceição, situado na Vila Macedo, bairro
periférico da cidade de Imperatriz-Ma. Essa tenda existe há mais ou menos 10 anos e o interesse em
se pesquisar neste lugar se deu pela razão de que o terreiro tem como padroeira uma representação
de Maria, que traz como título um dogma mariano muito conhecido e venerado em todo o país, o de
Nossa Senhora da Conceição”. Como referencial teórico de análise das representações, pretendemos
trabalhar com Émile Durkheim e Roger Chartier. Para conhecer este aspecto da afroreligiosidade local
iremos realizar uma pesquisa bibliográfica, bem como uma investigação empírica que se dará através
de observação participante, entrevistas, fotografias de imagens e fotografia de festas neste terreiro.
Assim, entendemos que compreender tais representações e suas práticas é de suma importância para
um estudo desse grupo religioso.

PALAVRAS-CHAVE: Representações. Maria. Umbanda. Tenda de Umbanda Nossa Senhora da


Conceição.

154
MATEMÁTICA, IMAGINÁRIO E SIMBOLISMOS

Rosenildo Domingos Campos Brussio


IEMA – UP de São Vicente de Férrer
Especialista em Matemática - FATEH
Francisco de Assis Alves
Universidade Federal do Maranhão – Campus de Codó
Graduando (8º período – Ciências Humanas-História)
Emerson Carlos Silva Braga
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Moisés Vieira Trindade Júnior
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O presente trabalho aborda a importância da Matemática, especialmente, da Geometria para o


desenvolvimento imagético. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório-descritivo,
na qual apresentamos alguns pensadores e cientistas que cunharam as suas ideias e pensamentos em
bases geométricas. Para iniciar a discussão, traremos três figuras da geometria plana como modelo de
demonstração do pensamento matemático como base de criação de diversas teorias do conhecimento:
o triângulo, o quadrado e o círculo. O triângulo é forma geométrica da qual surgiram inúmeras
tríades existentes em nosso planeta: o teorema de Pitágoras, a tríade da Igreja Católica (pai, filho e
Espírito Santo), o triângulo de Goethe (teoria cromática), as pirâmides do Egito, pirâmides sociais.
O quadrado possui um dinâmica territorial muito forte, grande parte das medidas lineares possuem
a nomenclatura do metro quadrado no SI, o Homem Vitruviano, de Da Vinci, foi pintado dentro de
um quadrado e um círculo. E o círculo é a forma geométrica universal, presente em grande parte das
formas de representação do conhecimento: ciclo da água, ciclos da lua, ciclo da vida, roda zodiacal,
mitos do eterno retorno, ouroboros, benzeno, etc.

PALAVRAS-CHAVE: Matemática, geometria, imaginário, simbolismos, conhecimento.

155
A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03 NO LIVRO DIDÁTICO DE
HISTÓRIA NO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Moisés Vieira Trindade Júnior


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Rosenilde Rodrigues Ferreira
Pesquisadora colaboradora do GEPEMADEC – UFMA – Campus de São Bernardo
Graduada em Artes Cênicas - UFMA
Francisco de Assis Alves
Universidade Federal do Maranhão – Campus de Codó
Graduando (8º período – Ciências Humanas-História)
Rosenildo Domingos Campos Brussio
IEMA – UP de São Vicente de Férrer
Especialista em Matemática - FATEH

O presente trabalho faz uma análise da implementação da Lei 10.639/03 no livro didático de história
do 6º ano do ensino fundamental da Escola Professora Celia Cristina Pereira, no município de São
Bernardo/MA. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, em que a partir de questionamentos
sobre a formulação e estruturação da educação municipal para desenvolver e inserir a Lei 10.639/03,
que se torna obrigatória o ensino de culturas africanas e afro-brasileiras a partir do livro didático de
história do 6º ano do ensino fundamental da referida escola. Partindo dessas premissas, pretendemos
investigar não apenas como a lei se encontra no livro didático de história, mas também como é
desenvolvida na escola e pelos professores. Pretenderemos trazer uma breve análise de como o
processo colonizador ocidental introduziu elementos determinantes que pretendiam ressignificar e
descaracterizar as culturas africanas, criando um discurso marginal sobre os povos africanos. Para
a construção desta pesquisa utilizamos como referencial teórico: artigos científicos, monografias,
livros, dissertações. A partir de então, destacaremos como se deu a implementação da Lei 10.639/03
no livro de história do 6º ano do ensino fundamental da referida escola, destacando pontos positivos
e negativos.

PALAVRAS-CHAVE: Lei 10.639/03, Livro didático, História, Implementação.

156
A MANIFESTAÇÃO DO SAGRADO EM A PAIXÃO SEGUNDO G. H. DE
CLARICE LISPECTOR

Luã Leal Gouveia 1


Universidade Federal do Pará – UFPA

A presente discussão orienta-se em analisar a obra A paixão segundo G. H. (2009), de Clarice Lis-
pector, a partir de uma leitura sobre a recepção do sagrado nesta obra, propondo uma abertura
acerca do termo hierofania indicado por Mircea Eliade (2018), em seu livro O sagrado e o profano
(2018). A leitura dialoga com as questões suscitadas por Mariângela Alonso (2008, p. 15) sobre a
caracterização da barata como uma manifestação do sagrado, G. H. é seduzida pelo inseto e sentido
oculto em que ele esconde, desta maneira, a barata carrega uma força que inclina a personagem para
o lado avesso, oposto da vida, para a natureza incomum da existência, assim como a experiência do
sagrado. De acordo com o que é discutido por Eliade (2018, p. 18), é difícil do ser humano compre-
ender a manifestação do sagrado através de pedras, árvores, mas, segundo o autor, quando manifesto
eles perdem o sentido de pedra ou árvores, e sim deixam que o sagrado se revele, isto é, uma hierofa-
nia. Para tanto, esta proposição discute esta atmosfera do sagrado na obra de Clarice Lispector como
uma proposta de leitura, tratando da experiência da personagem de perda do eu e busca pelo núcleo
como traços do sagrado, observando a experiência com a barata como parte da revelação do sagra-
do na sua existência. Desta maneira, utiliza-se como escopo teórico as discussões levantadas pelos
autores: Benedito Nunes (1995); Georges Bataille (2015); bem como a leitura de Mariangela Alonso
(2008); e Mircea Eliade (2018).

PALAVRAS-CHAVE: A paixão segundo G. H.. Hierofania. O sagrado na Literatura.

1 Mestrando em Estudos Literários do Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGL, Área de Concentração:


Literatura: Interpretação, Circulação e Recepção, da Universidade Federal do Pará – UFPA, bolsista CAPES.

157
O FESTIVAL DE INVERNO E OUTRAS FESTAS DO QUILOMBO SACO
DAS ALMAS: POTENCIALIDADES TURÍSTICAS

Sheylane Oliveira da Costa


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduando (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Josenildo Campos Brussio
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Doutor em Psicologia Social - UERJ
Antonia Cleia pereira dos santos
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Bacharelado em Turismo)
Tamyres de Souza Martins
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (9º período – Bacharelado em Turismo)

Este trabalho tem por objetivo realizar um levantamento de dados das festividades do quilombo Saco
das Almas que ocorrem durante o ano todo. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica,
com a utilização de artigos, monografias e dissertações sobre a cultura do quilombo Saco das Almas,
e a pesquisa de campo, iniciada em agosto de 2019, pela discente Tamyres de Souza Martins. No
ano de 2020, a pesquisa de campo presencial foi interrompida, em razão da pandemia causada pela
COVID-19, dando espaço para a realização de pesquisa de campos por meios virtuais. O resultado
obtido no primeiro ano de pesquisa catalogou as festas ocorridas durante o ano na comunidade. No
segundo ano, realizamos uma análise mais aprofundada dessas festas, buscando compreender as
representações simbólicas e os elementos culturais presentes em algumas manifestações festivas da
comunidade, em específico, o Festival de Inverno, a Semana Santa e o Festejo de Nossa Senhora de
Aparecida, tendo em vista que são um patrimônio cultural imaterial da comunidade. Além disso,
visamos identificar as possibilidades turísticas dessas manifestações festivas de forma a pensar em
um futuro TBC (Turismo de Base Comunitária), que possa trazer benefícios econômicos para a
comunidade.

PALAVRAS-CHAVE: Quilombo; Saco das Almas, Festas, Festejos, TBC

158
ENTRE CAPEMBAS E SAPUCAIAS: IMAGINÁRIO, MEMÓRIAS E
IDENTIDADES DO ARTESANATO DO QUILOMBO SACO DAS ALMAS
E SUAS POTENCIALIDADES TURÍSTICAS

Antonia Cleia pereira dos santos


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo -
Graduanda (8º período – Bacharelado em Turismo)
Josenildo Campos Brussio
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Doutor em Psicologia Social - UERJ
Sheylane Oliveira da Costa
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduando (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Dineibergue Viana de Sousa
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduando (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O presente resumo aborda o artesanato da Vila das Almas como uma das tradições culturais do
quilombo Saco das Almas, em Brejo/MA, a fim de perceber as suas potencialidades turísticas. O
trabalho tem por objetivo investigar o artesanato do Quilombo Saco das Almas a fim de perceber
as memórias, identidades, imaginários e potencialidades turísticas das tradições culturais, bem
como, a criação e inovação de produtos quilombolas capazes de inserir a comunidade quilombola na
cadeia produtiva do Estado do Maranhão. Dessa maneira, durante várias visitas ao quilombo fomos
surpreendidos com demonstrações de produtos artesanais fabricados pelos moradores locais: pinturas
em capembas de babaçu, esculturas em madeira, biojóias feitas de tucum e babaçu, garrafas decoradas
com lã e tecidos, bordados em geral. Isso nos fez perceber o quanto o artesanato poderia ajudar
os moradores da comunidade, economicamente. Por essa razão aprofundamos a investigação dos
elementos culturais e das representações simbólicas do artesanato do quilombo. Metodologicamente,
a pesquisa foi dividida em duas etapas: no primeiro momento, fizemos a pesquisa bibliográfica a partir
de artigos, monografias e dissertações sobre a cultura do quilombo Saco das Amas; já no segundo
momento, realizamos as entrevistas com os moradores do quilombo para levantamento das principais
manifestações do artesanato da comunidade e a observação da produção desses artesanatos. Como
resultados, percebemos que existem diversos elementos culturais no quilombo que podem servir de
base para o desenvolvimento de um turismo cultural ou TBC (Turismo de Base Comunitária).

PALAVRAS-CHAVE: Quilombo, Saco das Almas, Artesanato, Turismo, Possibilidades

159
É TAMBOR DE QUILOMBOLA! IMAGINÁRIO, MEMÓRIAS E
IDENTIDADES DAS DANÇAS TRADICIONAIS DO QUILOMBO SACO
DAS ALMAS E SUAS POTENCIALIDADES TURÍSTICAS.

Dineibergue Viana de Sousa


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduando (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Josenildo Campos Brussio
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Doutor em Psicologia Social - UERJ
Antonia Cleia pereira dos santos
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Bacharelado em Turismo)
Sheylane Oliveira da Costa
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduando (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O presente trabalho tem por objetivo investigar os principais elementos culturais e simbólicos do
tambor de crioula e de outras danças tradicionais do Quilombo Saco das Almas em Brejo/MA,
na intenção de demonstrar a importância dessas manifestações culturais para a comunidade local.
O artigo busca identificar os principais segmentos culturais que integram o tambor de crioula, o
bumba-meu-boi, a quadrilha e o maculelê como representações das tradições presentes no imaginário
popular dos quilombolas da Vila das Almas. Para investigar esses principais elementos, utilizamos
a contribuição da história oral como metodologia de pesquisa. Segundo Alessandro Partelli (2006),
“as fontes orais revelam as intenções dos feitos, suas crenças, mentalidades, imaginário e pensamento
referente às experiências vividas”, na construção simbólica das práticas sociais da comunidade e sua
contribuição para a memória local da região. Fizemos as coletas de dados e observações de campo
antes da pandemia ocasionada pela COVID-19. Também realizamos o levantamento bibliográfico
referente à elaboração de instrumentos de coletas de dados, de modo a perceber as diferentes danças
tradicionais que fazem parte do quilombo.

PALAVRAS-CHAVE: Quilombo, Saco das Almas, Danças, Tradição, Possibilidades

160
TRÊS NOITES DE TAMBOR

Francisco de Assis Alves


Universidade Federal do Maranhão – Campus de Codó
Graduando (8º período – Ciências Humanas-História)
Luciane Leite de Oliveira
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Daciléia Lima Ferreira
Instituto Federal do Maranhão - IFMA
Doutoranda em Ciências Sociais - UFRN
Emerson Carlos Silva Braga
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O movimento afro-diaspórico, que tem como uma de suas consequências a atrocidade da escravização
de pessoas africanas, possibilitou a constituição de diversos cultos religiosos em terras maranhenses,
um deles é o Terecô, que consiste em uma religião de matriz africana com assimilação de elementos
da cultura indígena, mais praticada na região do leste maranhense, precisamente na cidade de Codó,
lugar onde é declarado o início de seus cultos em um povoado que se situa na zona rural da cidade.
O Terecô, por ter bases vindas da África, é semelhante a muitas religiões afro-brasileiras, seus cultos
exigem um sistema, no qual conhecemos popularmente por “obrigações”, que devem ser cumpridas
liturgicamente por cada casa e filho de santo para com suas entidades, que dentro do terecô, são
chamadas encantados. Nesse sentido, escolhemos o terreiro de Santo Antônio, o primeiro terreiro de
Terecô em perímetro urbano na cidade, conduzido atualmente por Mãe Iracema, para descrevermos
etnograficamente, a festa de Santo Antônio, em tempos de pandemia, por meio de pesquisa de campo
virtual e, parcialmente presencial, respeitando as normas sanitárias estabelecidas, assim como, a casa
de santo se organizou para receber visitantes nesse período.

PALAVRAS-CHAVE: Terecô, Pandemia, Festejo de Santo Antônio, Obrigações.

161
O PODER DO CÍRCULO NO TAMBOR DE CRIOULA

Rosenilde Rodrigues Ferreira


Pesquisadora colaboradora do GEPEMADEC – UFMA – Campus de São Bernardo
Graduada em Artes Cênicas - UFMA
Francisco de Assis Alves
Universidade Federal do Maranhão – Campus de Codó
Graduando (8º período – Ciências Humanas-História)
Rosenildo Domingos Campos Brussio
IEMA – UP de São Vicente de Férrer
Especialista em Matemática - FATEH
Moisés Vieira Trindade Júnior
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O presente trabalho aborda o poder do círculo na representação imagética do Tambor de Crioula


no Maranhão. Trata-se de uma pesquisa participativa e bibliográfica em que trazemos as nossas
experiências como pesquisadora e coreira de tambor de crioula em São Luís e Alcântara, nas quais
vivenciamos essa dança circular e imergimos na busca dos sentidos e interpretações dadas pelos
brincantes às suas representações. Como resultados temos que o círculo no tambor de crioula representa
um encontro grupal demarcado por um espaço circular, em que os brincantes, ao se relacionarem
em círculo, transferem ao corpo - por meio de ações físicas, demonstradas através de gestos pré-
expressivos - movimentos intuitivos dos jogadores sociais. Dançar tambor é a roda do encontro do
novo, com o velho. É se alegrar, festejar. Relembranças de um tempo de liberdade que nunca será
vencido. Dançar tambor é desenhar mandalas no chão, que nunca serão apagadas, pois está viva
dentro do nosso inconsciente coletivo, que acorda pelo batuque da nossa ancestralidade. Verifica-se
então, o quanto é importante o estudo da pesquisa na roda do tambor. Posto que o jogo do improviso
do cotidiano de um povo, e de uma Nação CORO é jogo que se joga com a vida, com a sorte, para se
comunicar, e alegrar os dias árduos e cruéis.

PALAVRAS-CHAVE: Tambor de crioula, dança, circular, poder, tradição.

162
HIBRIDISMO CULTURAL NA VILA DAS ALMAS: NOVAS DINÂMICAS
NAS PRÁTICAS CULTURAIS DO QUILOMBO

Daciléia Lima Ferreira


Instituto Federal do Maranhão - IFMA
Doutoranda em Ciências Sociais – UFRN
Gilmar Santana
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Doutor em Ciências Sociais - USP
Emerson Carlos Silva Braga
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Luciane Leite de Oliveira
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O presente trabalho consiste em apresentar um breve olhar sobre as transformações ocorridas nas
práticas culturais dos moradores da Vila das Almas, no quilombo Saco das Almas, em Brejo-MA.
Trata-se de uma pesquisa de doutorado em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais da UFRN. Metodologicamente, estamos realizando uma pesquisa qualitativa, com
observação não participante, a partir da coleta de dados catalogadas antes e durante a pandemia.
Dessa maneira, pretendemos identificar as práticas culturais desenvolvidas na comunidade da Vila
das Almas em seus diversos segmentos (culinária, danças, festas/festejos, artesanato, mitos e lendas)
a fim de perceber aspectos de hibridismo cultural presentes nas práticas culturais da comunidade
quilombola. Outro objetivo seria analisar as novas representações que surgem a partir do hibridismo
cultural nas dinâmicas culturais do quilombolas. Como resultados parciais, podemos citar a presença
do funk na cotidiano de muitas atividades desenvolvidas de maneira individual e/ou coletiva, a saber,
é muito comum ouvirem músicas de funk aos fins de semana em casa e na quadrilha Nova Geração,
todo o casamento é enredado por músicas de funk – o que surpreende e alegra muito o público,
principalmente, de fora da comunidade.

PALAVRAS-CHAVE: Hibridismo cultural, dinâmicas, quilombo, Vila das Almas, Maranhão.

163
ARRUMANDO OS PRATOS: A CULINÁRIA DO QUILOMBO SACO DAS
ALMAS E SUAS POTENCIALIDADES TURÍSTICAS

Luciane Leite de Oliveira


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Josenildo Campos Brussio
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Doutor em Psicologia Social - UERJ
Daciléia Lima Ferreira
Instituto Federal do Maranhão - IFMA
Doutoranda em Ciências Sociais - UFRN
Dineibergue Viana de Sousa
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduando (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)

A presente pesquisa visa investigar as tradições culturais do quilombo Saco das Almas, a fim de
perceber as suas potencialidades turísticas, bem como, a sua produção coletiva capaz de inserir a
comunidade quilombola na cadeia produtiva do Estado do Maranhão. Para o desenvolvimento desta
pesquisa sobre a culinária do quilombo Saco das Almas foi realizado um levantamento bibliográfico
das principais pesquisas realizadas sobre o tema, a partir de artigos, monografias, relatórios de
pesquisa do GEPEMADEC, nesses cinco anos de atuação do grupo na comunidade quilombola da
Vila das Almas. Na culinária do Quilombo Saco das Almas se encontram pratos típicos como mingau
de farinha, ximbéu, moqueca, mambeca, caruru, paçoca de gergelim, paçoca de coco babaçu e o
cabeça de galo. São muitos os costumes culinários, repassados geração após geração pelos mais
velhos aos mais jovens, principalmente, durante as datas comemorativas como acontece durante a
Semana Santa. O alimento carrega a sua simbologia que é geralmente produzido em datas especiais e
sagradas em sua gratidão e respeito pelo alimento consumido. A identidade de um povo faz parte do
paladar passado pelas experiências e saberes culinários.

PALAVRAS-CHAVE: Alimento, Culinária, Quilombo, Identidade.

164
O RACISMO ESTRUTURAL NO IMAGINÁRIO BRASILEIRO

Janayna Alves de Sousa


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Maria da Conceição Portela Rocha
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Ana Paula da Silva e Silva
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (8º período – Ciências Humanas-Sociologia)
Tanandra Silva Mascarenhas
Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)

O presente trabalho aborda questões sobre o racismo no Brasil e sua origem que está associada ao
processo de colonização do país. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica da caráter
exploratório e descritivo. Foram utilizados vários autores como referência nesse tema e que
contribuíram para o reforço dessa abordagem, entre eles está o antropólogo Kabengele Munanga e
como uma de suas obras exploradas está “Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional
versus identidade negra”, Antônio Sérgio Alfredo Guimarães e sua obra “Racismo e antirracismo no
Brasil”, Carlos Moore “Racismo e sociedade: novas bases epistemológicas para entender o racismo. É
possível destacar em meus estudos sobre o presente tema, as diferentes maneiras do racismo, como:
a discriminação, preconceito, segregação e estereótipo. Contudo, infelizmente apesar de o país ser
considerado o maior em índice de miscigenação, ainda encontramos tais absurdos. A sociedade
precisa acreditar que isso existe, precisa ser combatido e também precisa acabar com o negacionismo.
Como resultados, temos que existe um imaginário popular para formas de racismo específicos na
sociedade brasileira, visto que está sedimentado culturalmente a imagem do negro com fatore,
critérios, características de inferioridade nas mais diversas instituições sociais existentes: na escola,
no esporte, na política, no judiciário, na moda, no cinema, na televisão, nos telejornais, enfim, são
inúmeros exemplos para citar.

PALAVRAS-CHAVE: Racismo, Estrutural, Brasil, Imaginário, Popular.

165
Simpósio Temático 09

Educação e os desafios
e possibilidades no
novo modelo de estágio
supervisonado obrigatório
no ensino remoto

Coordenadora:

- Prof.ª Esp. Ivanete Coimbra Cavalcante


UMA POSSÍVEL APROXIMAÇÃO ENTRE A TEORIA DA
ARGUMENTAÇÃO E AS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
1, 4 E 6 DA BNCC

Paulo França Leite


Sherlanne Martins Moraes
Dayane Ferreira Silva
Instituição UFMA/Campus Pinheiro – Ciências Humanas/Filosofia
Graduação

O presente artigo tem como intuito testar a aproximação do capítulo II - Raciocínio Jurídico: uma lógica
da argumentação – do texto de natureza jurídica de Chaïm Perelman com as competências específicas
1, 4 e 6 e suas respectivas habilidades selecionadas – a saber: a EM13CHS103 e EM13CHS106;
EM13CHS404; EM13CHS601, EM13CHS603 e EM13CHS605 – na área de Ciências Humanas e
Sociais presente na BNCC, tal como solicitado para a continuidade do projeto realizado pelo PIBID –
Filosofia Campus de Pinheiro, UFMA, que tem como intuito aquisição de ferramentas argumentativas
do modelo prático pelos bolsistas e posterior compartilhamento dessas habilidades com alunos do
Ensino Médio da rede pública de ensino. Uma vez que se trata de um projeto educacional, é necessário
um embasamento, uma ponte entre nosso material teórico – texto de Perelman – com a Base Comum
Curricular e os trechos que se referem a argumentação. Para tanto, iniciaremos com um preambulo
acerca dos pontos a serem ligados para em seguida testar a aproximação entre eles e apresentar suas
consequências e vantagens.

PALAVRAS-CHAVE: Perelman; BNCC; Competências; Argumentação.

167
AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO EJAI EM TEMPOS DE PANDEMIA

Letícia Iziquiel Almeida Silva1


Elisabeth Gonçalves2
Samara Farias Garces3
Orientadora: Profa. Dra. Amanda Gomes Pereira4

O presente trabalho foi desenvolvido mediante análises e reflexões realizadas por professoras do
EJAI, ensino Fundamental da rede municipal, graduandas do curso de Ciências Humanas/Sociologia.
A partir dessas experiências, fomos tomadas por inquietações relacionadas ao nosso cotidiano de
trabalho. Diante do atual cenário mundial de Pandemia da Covid-19, diversas ações emergenciais
vêm surgindo na esfera social e educacional. Em relação a educação de jovens, adultos, sujeitos
históricos e culturais, excluídos do sistema educacional durante anos, a desvalorização educacional
leva a casos de evasão e repetência. A metodologia da pesquisa está baseada em relatos de experiência
das autoras/ profissionais da educação básica e das experiências acumuladas neste segundo ano de
pandemia. O objetivo central é analisar e comparar ensaios e grandes obras de Paulo Freire, de
caminhos e perspectivas que mostra uma visão de reconstrução dos aspectos da vida desses alunos e
alunas que requerem metodologias específicas de aprendizagem que dialoguem com suas realidades.
Verificou-se que no EJAI as possibilidades do esperançar e, com isso, apontamos a necessidade de
projetos pedagógicos pautados no acolhimento, saber ouvir, incentivar com autonomia para atender as
condições do público EJAI no processo educativo e na sua formação humana como cidadão.

PALAVRA-CHAVE: Educação de jovens, adultos e idosos. Ensino-aprendizagem. Pandemia.

1 Graduanda em Licenciatura Interdisplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Maranhão-


campus São Bernardo. E-mail: leticia.iziquiel@gmail.com
2 Graduanda em Licenciatura Interdisplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Maranhão-
campus São Bernardo. E-mail: elisabethsjm74@gmail.com
3 Graduanda em Licenciatura Interdisplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Maranhão-
campus São Bernardo. E-mail: samgarces304@gmail.com
4 Orientadora: Dra. Amanda Gomes Pereira Docente em Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Humanas pela
Universidade Federal do Maranhão- campus São Bernardo. E-mail: ag.pereira@ufma.br

168
RELATOS SOBRE O PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA EM
TEMPOS DE PANDEMIA: EXPERIÊNCIAS E EXPECTATIVAS
DE ATUAÇÃO

Jucélia Carvalho da Silva


E-mail: juceliaassistentesocial@gmail.com
Especialista em Educação Especial/Inclusiva (UEMA)
Discente de C. Humanas/Sociologia (UFMA/São Bernardo).

Rebeca Marques Prudêncio


E-mail: rmarquesprudencio@gmail.com
Discente de Ciências Humanas/Sociologia (UFMA/São Bernardo).

Clodomir Cordeiro de Matos Júnior


E-mail: clodomir.cordeiro@gmail.com
Doutor em Sociologia (USP)
Professor Adjunto (PPGS/LCH/Sociologia).

O trabalho a ser apresentado tem como objetivo explorar as experiências de trabalho dos alunos
integrantes do Programa Residência Pedagógica (RP), LCH da UFMA/São Bernardo, durante o
período da Pandemia de Covid-19. Tomando como base para nossas discussões as experiências dos
professores(as) residentes, preceptora e alunos da educação básica da escola parceira, pretendemos
analisar as múltiplas questões que envolvem o desenvolvimento das atividades e objetivos do programa
durante esse período. Frente ao atual contexto estimulado pela crise sanitária, a educação e as práticas
pedagógicas tem se transformado e reconfigurado, levando os educadores em distintos níveis de
formação a refletir sobre seu trabalho e as urgentes situações que envolvem a frequência escolar.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Pandemia. Professor. Residência. Evasão.

169
O NOVO ENSINO MÉDIO E A BNCC – PARA ONDE FOI A FILOSOFIA?

Franckland Braga Reis


Universidade Federal do Maranhão – UFMA/Campus V – Pinheiro
Licenciando em Ciências Humanas – Filosofia

O presente trabalho pretende refletir criticamente acerca do ensino de filosofia no Ensino Médio a partir
de dois marcos legais, a saber, a Lei 13415/17, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB), estabelecendo mudanças no Ensino Médio, e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
documento normativo que descreve e indica quais são as aprendizagens essenciais que todo estudante
tem o direito de desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Estes documentos
trazem em seu bojo, em vez de disciplinas isoladas, Áreas de Conhecimento que contemplam o
desenvolvimento cognitivo, social, emocional e ético sob uma perspectiva cidadã a fim de assegurar
a formação integral dos estudantes. De forma mais específica, analisar-se-á fundamentalmente
esse novo paradigma pedagógico no qual a filosofia integra a área de Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas, composta ainda de História, Sociologia e Geografia. Partindo desta perspectiva, faz-se
mister que compreenda-se a flexibilização curricular e a abordagem interdisciplinar preconizadas por
esta nova arquitetura curricular, bem como entenda-se o modo pelo qual se desdobrará o ensino de
filosofia no momento presente.

PALAVRAS-CHAVE: BNCC, Novo Ensino Médio, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Filosofia,
Ensino de Filosofia.

170
O USO DAS TCI’S PARA O ENSINO DE HISTÓRIA REGIONAL E
LOCAL NA AMAZONIA MARANHENSE.

Edlayne Alves de Oliveira- UFMA1


Rogério de Carvalho Veras- UFMA-Orientador2

Este trabalho apresenta uma investigação sobre o ensino de História Regional e Local usando
como recorte a Amazonia Maranhense, analisando o ensino de história a partir desta, abordando os
elementos sociais, culturais que constroem esse espaço. Para isso, em aspectos metodológicos, esta
pesquisa é colaborativa, atuam nela professores da rede pública de ensino, no nível médio da educação
básica, que buscam em conjunto propostas e possibilidades de abordagem da História Regional e
Local utilizando as TCI’s (Tecnologias da Informação e Comunicação), privilegiando aspectos como
fazeres e narrativas, indivíduos e manifestações sociais e culturais pouco representadas no currículo
escolar. O ponto de partida é a cidade de Imperatriz- MA, por ser esta a cidade com o maior número
de escolas da região, bem como uma densidade demográfica acentuada, concentrando nela também os
participantes desta pesquisa, oferecendo assim boas condições para o início desse trabalho que pode
também expandir-se para outros municípios e localidades pertencentes à Amazonia Maranhense.
Entende-se assim que a Amazonia Maranhense compreende um amplo campo de possibilidades
temáticas que podem ser vistas em sala de aula favorecendo a identificação dos indivíduos com a sua
própria história bem como a participação nela como sujeitos históricos.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino e Pesquisa, História Regional e Local, Amazônia Maranhense.

1 Mestranda em Ensino de História, Programa de Mestrado Profissional em História- PROFHISTORIA-


Universidade Federal do Maranhão-UFMA/ E-mail- edlayne.oliveira@discente.ufma.br

2 Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista - UNESP/Assis-SP


(2018). É professor do Mestrado Profissional em Ensino de História (UFMA/
São Luís-MA), do Programa de Pós-graduação em Sociologia (UFMA/ ImperatrizMA) e do curso de Licenciatura em
Ciências Humanas/Sociologia (UFMA/Imperatriz-MA) E-mail- rogerio.veras@ufma.br

171
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM PAUTA: UM ESTUDO SOBRE
A ANÁLISE LINGUÍSTICA EM AULAS ONLINE PARA ENSINO
FUNDAMENTAL

Radiley Suelma Silva de Oliveira


Universidade Federal Do Maranhão (UFMA)
Graduanda

O presente trabalho tem por principal intuito apresentar um estudo sobre a Análise Linguística aplicada
ao ensino remoto emergencial. O trabalho será construído a partir das observações de vídeoaulas de
língua portuguesa direcionadas à alunos do Ensino Fundamental disponíveis no canal do YouTube
EDUCA-PE, do estado de Pernambuco. Cabe ressaltar, que Análise linguística é um eixo de ensino
de Língua Portuguesa e consiste no modelo de estudo onde as reflexões sobre a linguagem partirão
do texto. Assim, o estudo de gramática não se resume ao ato de decorar regras e conceitos referentes
à norma padrão da língua. Nas condições atuais, aplicar tais medidas se torna um desafio, pois o
ensino remoto dificulta a interação professor-aluno. Dito isso, para chegarmos ao nosso objetivo geral
será seguido o seguinte itinerário: a priori, pretende-se conceituar a ideia da Análise linguística;
em seguida, compreender como ela pode ser desenvolvida em sala de aula; e por fim, analisar sua
aplicação no ensino remoto através da análise vídeoaulas de língua portuguesa do canal EDUCA-
PE. Como base teórica, será utilizado as pesquisas de GERALDI (2011), referência nos assuntos
que abordam ensino de língua portuguesa, entre outros autores que possam dialogar com a temática
apresentada. Nas observações das videoaulas, foi verificado que nas explicações dos docentes foi
dado ênfase no trabalho com a língua em situações de uso, indo além do exercício de decorar regras
e conceitos gramaticais.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino remoto, Língua portuguesa, Educação.

172
RELATOS E EXPERIÊNCIAS EM PROJETO DE PESQUISA: O PIBIC
COMO FORMADOR DE CONHECIMENTO

Isaias Augusto Pereira dos Santos


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduando (6º período – Ciências Humanas-Sociologia)

Orientador: prof. Dr. Wandeilson Silva de Miranda
Universidade Federal do Maranhão – Campus São Bernardo

O presente trabalho provém da experiência realizada com o projeto do Programa Institucional de


Bolsas de Iniciação Científica (2020-2021), desenvolvido pelo grupo de pesquisas NEO-BIO: Corpo,
Ontologia e Biopolítica (CAPES), com o projeto de pesquisa intitulado: “Biopolítica, Técnica e Poder
na Filosofia de Michel Foucault” com objetivo de discutir e identificar as análises realizadas por Michel
Foucault. Este observou como a sociedade ocidental moderna passou a produzir novos métodos de
governos (Razão de Estado), de modo a organizar, disciplinar e educar os corpos (somatocracia) de
cada indivíduo e depois das populações. Tal poder reforçou a governamentalidade diante as sociedades,
manipulando e concedendo espaço para que ações governamentais se estendessem em uma rede
de relações que buscava atingir todos os indivíduos vivos. As características aqui apresentadas são
fundamentadas por pesquisas bibliográficas e procuram apresentar os mecanismos do poder-saber
que fazem parte do contexto contemporâneo político.

PALAVRAS-CHAVE: Foucault. Estado. Indivíduos. Poder.

173
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E ENSINO DE HISTÓRIA
NO CONTEXTO DO REAENP: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA
ESTADUAL DE ARAPIRACA (AL)

Tácio Soares Ferreira Barros


Universidade Estadual de Alagoas
Graduando em História

Em finais de fevereiro de 2020, o Brasil registra os primeiros casos de COVID-19 em território


nacional. Já em março, têm-se publicados nas Unidades Federativas os primeiros decretos visando
frear a iminente ameça biológica. Com a pandemia já instalada em todo o país, a portaria nº. 4.904/2020,
lançada em abril do mesmo ano pela Secretaria Estadual de Educação de Alagoas, determina a
implementação do Regime Especial de Atividades Escolares Não Presenciais (REAENP) em todas
as 311 unidades de ensino da Rede Pública Estadual de Ensino. Neste sentido, o presente estudo
de caso intenta articular as experiências didático-pedagógicas vivenciadas remotamente no âmbito
de uma unidade de ensino estadual na cidade de Arapiraca/Alagoas, a partir do Estágio Curricular
Supervisionado em História da Universidade Estadual de Alagoas no contexto pandêmico e à luz do
REANP. Assim, buscamos refletir acerca do ensino de História e suas (re)invenções ante os desafios
apresentados ao longo do Estágio em formato remoto.

PALAVRAS-CHAVE: Estágio Curricular Supervisionado, Ensino de História, REAENP.

174
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PIBID NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DISCENTE

Sheylane Oliveira da Costa


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Graduanda (6º período – Ciências Humanas/Sociologia)
Bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID

Ana Caroline Amorim Oliveira


Universidade Federal do Maranhão – Campus de São Bernardo
Doutora em Antropologia Social – USP

O presente trabalho tem por finalidade apresentar um relatório com as experiências que estão sendo
obtidas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID, cujo projeto tem como
título “As ciências humanas e a diversidade étnico-cultural: educação e interdisciplinaridade” e visa
aproximar os discentes da realidade vivida na escola campo além de observar como está ocorrendo o
processo de aplicação da lei 11.465/2008 que pretende inserir a história da África e afrodescendentes,
bem como, as culturas e as histórias dos povos nativos. Neste trabalho, relata-se o andamento do
projeto a partir dos estudos bibliográficos que vem sendo realizados semanalmente e como esses
estudos vão orientar os discentes a trabalharem metodologias que busquem incentivar o debate dos
conteúdos apontados na lei. Portanto, como resultado é notável que o PIBID aproxima os discentes de
seu futuro campo de trabalho utilizando projetos voltados para um determinado conteúdo de forma a
adapta-los as adversidades do cotidiano escolar.

PALAVRAS-CHAVE: Docência; Educação; Interdisciplinaridade.

175
OS DESAFIOS PARA A CONSOLIDAÇÃO DO ENSINO DE
SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO.

Diego Julio Paes1


Ramisson Corrêa Ramos 2

O presente trabalho tem como objetivo tratar sobre o processo de consolidação do ensino de
Sociologia no Brasil, em especial a partir da análise das Leis de Diretrizes e Base da educação que
objetivam o ensino de Sociologia para a construção de um ideal de cidadania. A partir desse ideal
cidadão a disciplina vem sendo construída dentro do ensino médio brasileiro usando os conceitos de
desnaturalização e estranhamento fazendo com que o aluno consiga integrar a teoria sociológica a
sua prática em sua comunidade, iremos expor em linhas gerais como ocorre esse processo e como o
professor deve preparar-se para atuar no ensino médio, alinhando teoria, temas e conceitos sociológicos
a prática cotidiana a fim de se construir uma sociologia reflexiva, auxiliando tanto no processo de
formação do aluno no ensino médio como disposto pela LDB, mas também auxiliando no processo
de institucionalização da Sociologia no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Sociologia, Ensino Médio, Metodologia.

1 Universidade Federal do Maranhão - UFMA, Licenciando em Ciências Humanas/ Sociologia, diegojuliopaes@


gmail.com
2 Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade/
PGCult, ramisson.correa@discente.ufma.br

176
O PAPEL DA ARGUMENTAÇÃO NAS PRÁTICAS ESCOLARES

Lindinalva Shirllem Pena Forte Ferreira


Kamylla Zayda Moraes Gomes
Matheus Costa Rodrigues
UFMA – Campus Pinheiro
Licenciatura em Ciências Humanas

O presente artigo tem como principal objetivo aproximar a Teoria da Argumentação do Chaïm
Perelman, na sua obra Ética e Direito, das competências específicas 2 e 5 da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), inerentes a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Tal propósito, é
resultado de um estudo coletivo elaborado pelo Programa De Iniciação à Docência (PIBID), tendo
a Filosofia como campo de conhecimento. Ademais, em decorrência da análise entre os modelos de
argumentação e a BNCC, será elaborado, posteriormente, um projeto educacional, com o intuito de
transferir os frutos da investigação, com os alunos do Ensino Médio da escola Centro Educa Mais
Dom Ungarelli. Cuja finalidade, irá interpor as habilidades intrísecas, e previamente selecionadas
das competências citadas, das considerações morais acerca da retórica moderna. Pretende-se, assim,
construir um espaço de diálogo com os alunos, munindo-os com as ferramentas argumentativas
adequadas para atuarem dentro do seu contexto social, de forma a identificar, apurar e aperfeiçoar as
suas técnicas de raciocínio.

PALAVRAS-CHAVE: Perelman, BNCC, competências, habilidades.

177
DESAFIOS E PERCALÇOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II EM
TEMPOS DE PANDEMIA

Francisca das Chagas de Sousa Pimentel1


Orientadora: Ivanete Coimbra Cavalcante

O presente trabalho tem por objetivo refletir e analisar os percalços e dificuldades, encontradas pelos
graduandos em processos de estágio, do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas /Sociologia-
Campus São Bernardo- MA, durante a pandemia da Covid-19. Todo o contexto pandêmico é envolto
em vários processos de adequações, onde a humanidade teve que se readequar a nova realidade em
que mudou radicalmente todos os seguimentos mundiais, claro com a educação não seria diferente.
Para tentar minimizar os efeitos catastróficos no âmbito educacional aderiu-se o ensino remoto ou
hibrido. Esse modelo de ensino é uma alternativa temporária vista pelos os governantes, para que as
instituições de ensino pudessem dar a continuidade as aulas, ao processo de ensino e aprendizagem.
Através de análises de experiências, buscar-se-á compreender e refletir sobre as diversas situações
vivenciadas por docentes em formação durante o estágio no contexto pandêmico, sendo este o
momento de interação com o seu campo de atuação.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Desafios. Estágio. Pandemia.

1 Licencianda do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/ Sociologia.UFMA/ São Ber-


nardo E-mail: francisca.pimentel@discente.ufma.br

178
ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO NO ENSINO REMOTO:
O QUE DIZEM AS RESOLUÇÕES DA UFC, UECE, UVA E URCA

Vicente de Paula da Silva Martins


UVA (CE)1
Doutorado em Linguística

Diante do contexto da pandemia, causado pela Covid-19, as Instituições de Educação Superior (IESs),
no Brasil, notadamente as públicas, levaram a efeito inúmeras resoluções, portarias, instruções
normativas e outros expedientes regulatórios, aprovados em instâncias próprias como o CEPE/
PROGRAD/Gabinete da Reitoria/Comitê Geral de Enfrentamento à Pandemia, para minimizar os
impactos do distanciamento social nos cursos de formação inicial. No caso dos cursos de licenciaturas,
os estágios supervisionados obrigatórios, antes somente presenciais, passaram a ser ofertado através
do ensino remoto, desafio que pôs em xeque o esforço histórico das IESs de garantir a qualidade do
ensino e a s[olida formação docente, efetivamente supervisionada, com a carga horária destinada à
teoria e a prática. O presente trabalho analisa as resoluções de quatro instituições cearenses (UFC,
UECE, UVA e URCA), que tratam especificamente do Estágio Supervisionado Obrigatório, além de
autores que discutem a temática da formação docente, especialmente o estágio supervisionado, por
meio de plataformas digitais, no contexto da pandemia (PIRES BRITO et al, 2020; GONÇALVES
e AVELINO, 2020, por exemplo). Após a análise das resoluções universitárias, percebeu-se que as
instituições têm se preocupado com a formação dos estagiários, assegurando, particularmente, a
autonomia didático-pedagógica aos docentes-orientadores, de modo que possam utilizar e validar
as atividades de Estágio por por meio de novas ferramentas digitais,com vistas a possibilitar aos
licenciandos o desenvolvimento das competências e habilidades necessárias ao exercício da docência
no ensino remoto emergencial.

PALAVRAS-CHAVE: Estágio Supervisionado Obrigatório, Ensino Remoto, Legislação Educacional

1 Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA, em Sobral/CE), Letras, vicente.martins@uol.com.br

179
Simpósio Temático 10

Arte sonora ambiental


e seus impactos

Coordenadora:

- Prof.ª Dr.ª Paula Maria Aristides


de Oliveira Molinari
SONS DOS ALGODÕES

Rodrigo José Dos Santos Oliveira


Universidade Federal Do Maranhão - UFMA
Graduando

Partindo-se de um estudo bibliométrico sobre Pesquisa Artística e Ecologia Sonora nos periódicos
brasileiros, se constatou que no intervalo de 2016 a 2020 não há expressiva produção. A necessidade da
bibliometria foi imposta pela busca de conhecer em que medida os dois temas podem elucidar quanto
aos direcionamentos e endereçamentos no campo da produção de Arte Sonora Ambiental visando a
imersão em novos processos de criação. Apesar da pequena produção, o estudo bibliométrico serviu
de motivação para a proposição de criações que ajudou a iniciar um ciclo de maiores produções
e compartilhamentos. Diante disso, esta proposta visa apresentar uma criação de Arte Sonora
Ambiental baseada numa catástrofe ambiental. Trata-se do rompimento da Barragem Algodões,
ocorrida em 27 de maio de 2009, na cidade de Cocal, estado do Piauí, Brasil. A criação se baseia na
vocalidade de quem viveu a tragédia e sobreviveu. A paisagem sonora local, considerada uma voz a
ser ouvida e suas modificações, junto aos relatos vocalizados se constituem material criativo para uma
construção musical, levando em conta elementos da improvisação livre. Os conceitos de sonificação
e audificação também são levados em conta para uma construção multimodal. Trata-se de uma busca
de enfrentamento dos problemas ambientais para suscitar novas perspectivas de prevenção e proteção
através da Arte Sonora Ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Arte Sonora Ambiental. Criação Musical. Educação Musical. Pesquisa


Artística. Ecologia Acústica.

181
IDENTIDADE SONORA OCULTA DO CASARÃO

Erik Gabriel Cunha Linhares


Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Graduando

O presente trabalho explana o percurso de estudos e atividades desenvolvidas no plano de trabalho


“Canto, Ecologia Sonora e Inovação” desenvolvido no Programa institucional de Bolsas de Iniciação
Científica - PIBIC - 2020 a 2021, na Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Decorrente do
foco dirigido às práticas e processos criativos a realização de um projeto artístico original, intitulado
Identidade Sonora Oculta do Casarão, foi desenvolvido. Buscou-se articular os conceitos fundamentais
da Arte Sonora Ambiental numa prática criativa amparada pelo conhecimento subjetivo implícito na
criação artística e como exercício de Pesquisa Artística (Coessens, Crispin and Douglas, 2009). O
material criativo se constitui de gravações da paisagem sonora interna do casarão Sinhá Pedrosa,
localizado em Santa Quitéria do Maranhão - MA, mescladas a sons instrumentais provenientes da
guitarra elétrica e de sintetizadores virtuais. O material é organizado através do diálogo musical
entre a assinatura sônica característica do ambiente e as ideias sonoras que são geradas pela escuta
de tais assinaturas. Ambos registros são organizados e manipulados digitalmente, resultando numa
hibridização dos fenômenos sonoros constituintes.

PALAVRAS-CHAVE: Arte Sonora Ambiental; Pesquisa Artística; Educação Musical; Ecologia


Acústica; Voz.

182
Simpósio Temático 11

Turismo e Humanidades:
reflexões, conflitos e
contextualizações

Coordenadores:

- Profª Drª. Sylvana Kelly Marques da Silva


- Prof. Dr. Mateus de Sá Barreto Barros
A PERCEPÇÃO DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS SOBRE O
TURISMO DE EXPERIÊNCIA NO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS.

Conceição de Maria Belfort Carvalho


Professora do departamento de Turismo e Hotelaria
Universidade Federal do Maranhão
Jully Aparecida Campelo Fonseca
Universidade Federal do Maranhão
Graduanda em hotelaria

Com a expansão tecnológica, a oferta de produtos e serviços como um diferencial competitivo


se tornou um requisito a ser atendido, visando atender tal demanda os empresários começaram o
processo de adequação a essas novas tendências do mercado. Com o objetivo de atender tal disposição
surge então o Turismo de Experiência, que traz consigo os reflexos dos novos anseios, descobertas
e buscas da sociedade pós-moderna. Dessa forma, o trabalho tem por objetivo compreender qual a
percepção dos prestadores de serviços sobre o turismo de experiência no centro histórico de São Luís.
O estudo realizado possui cunho bibliográfico. Se buscou evidenciar através de artigos e revistas
como o turismo de experiência, analisado sobre as 4 dimensões propostas por PINE II e GILMORE
(1999) podem ser um diferencial competitivo atrelado as estratégias do marketing sensorial, ao serem
inserido no Centro Histórico de São Luís, mais especificadamente na formatação dos produtos e
serviços ofertados aos turistas nos museus. Com base nas informações coletadas e dos estudos feitos
até o presente momento, foi possível chegar à conclusão que esse novo modelo de oferta turística, se
tornou primordial como um diferencial, pois se notou que essa oferta tem como objetivo atender as
expectativas dos consumidores além de agregar valor aos produtos e serviços ofertados.

PALAVRAS-CHAVE: Turismo de Experiência, Prestadores de serviços, Diferencial competitivo.

184
POSSIBILIDADES E ENTRAVES PARA A CONSOLIDAÇÃO
DO TURISMO DE EXPERIÊNCIA NOS EMPREENDIMENTOS
TURÍSTICOS DO CENTRO HISTÓRICO

Ylanna Mendes Silva


Discente de Turismo e bolsista PIBIC/CNPQ
ylannamendes@yahoo.com.br
Universidade Federal do Maranhão - UFMA
ProfªDrª Conceição de Maria Belfort de Carvalho
Professora e orientadora do departamento de Turismo
cbelfort@globo.com
Universidade Federal do Maranhão –UFMA

O turismo é um fenômeno global que abrange todo um setor tanto financeiro quanto cultural. Tendo
em vista a importância de sua prática para a cultura e economia da cidade, este trabalho propõe uma
análise sobre a aplicação e consolidação do Turismo de Experiência, sobretudo nos empreendimentos
presentes no Centro Histórico da cidade de São Luis - Maranhão, analisando principalmente os entraves
que dificultam a sua prática e consolidação, assim gerando discussões e levantando possibilidades
sobre o que pode ser feito para relacionar os negócios com o turismo de experiência na cidade. A
pesquisa tem caráter teórico com base em leitura de artigos e livros, buscando o aprofundamento do
termo “turismo de experiência” e seus conceitos seguindo autores como PINE E GILMORE (1998)
e PANOSSO NETO & GAETA (2010) e posteriormente os resultados de questionários que serão
aplicados com os proprietários dos estabelecimentos e guias turísticos que trabalham nas localidades,
viabilizando assim discussões acerca dos resultados, sobretudo os impasses encontrados. O estudo
está ligado ao projeto de pesquisa “As dimensões do conceito de experiência aplicadas aos produtos
turísticos comercializados no Centro Histórico de São Luis,MA”,e visa, além de levantar novas
reflexões sobre o desempenho do turismo de experiência na cidade, a adaptação dos serviços turísticos
com novas ideias e negócios criativos que possam contribuir para o turismo local, aumentando a
difusão da cultura bem como a sugestão da implantação de atividades que impulsionem a economia.

PALAVRAS-CHAVE: Turismo de experiência. Empreendedorismo. São Luis.

185
SABERES E FAZERES E O TURISMO DE BASE LOCAL: ESPAÇO E AS
POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.

Cecília Alves Feitosa


Orientador: Profa.Dra. Sylvana Marques
Universidade Federal do Maranhão -UFMA
Graduanda

O resumo refere-se ao plano de trabalho vinculado à pesquisa “Espaços comunitários e desenvolvimento


socioeconômico: saberes e fazeres em prol do bem – viver no Baixo Parnaíba Maranhense.” Dos
segmentos turísticos o de Base Comunitária apresenta-se como elemento efetivo na organização
do bem viver e da autonomia da população, valoriza espaços paisagísticos, saberes e fazeres das
bases; isso por se constituir em um modelo centrado no aproveitamento da diversidade espacial de
forma solidária e inclusiva. Propõe a possibilidade dos locais serem reconhecidos e aceitos diante das
suas dinâmicas culturais, com os seus imaginários, festejos, cultos religiosos, culinária, produções
materiais e artísticas como socialmente relevantes para a economia, favorecendo a melhoria da
qualidade de vida e a autoestima da comunidade. O conceito do que é ou não atrativo é uma construção
social influenciada por diversos fatores, em grande medida direcionada pela cultura de massa, que
por sua circulação exerce forte apelo estético, indicando o que é atrativo ou não, com significativo
viés econômico. O Brasil é um país que carrega uma grande diversidade cultural, porém, diante da
extrema divisão social favorece a valorização de um conjunto de bens e produções em detrimento
de uma gama de outras produções que acabam sendo ignoradas, até mesmo marginalizadas. Diante
dessa lógica, o intuito é trazer o olhar para a economia das unidades domésticas da comunidade rural
do Quilombo Saco das Almas, a fim de pensá-las como alternativa a ser incorporada em planos e
políticas de desenvolvimento por meio do Turismo de Base Comunitária.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento. Unidade Doméstica. Bem-viver. Turismo Comunitário.


Política.

186
DESENVOLVIMENTO E TURISMO: MAPEAMENTO E ANÁLISE DAS
PRODUÇÕES CULTURAIS EM ESPAÇOS COMUNITÁRIOS –
O TURISMO E A MANUTENÇÃO DA SOBERANIA CULTURAL

Kllynger da Conceição Lira


Orientador: Profa. Dra. Sylvana Marques
Universidade Federal do Maranhão- UFMA
Graduando

Essa proposta parte do plano de trabalho da pesquisa “Espaços comunitários e Desenvolvimento


Socioeconômico: saberes, fazeres e turismo em prol do bem-viver no Baixo Parnaíba Maranhense”
vinculada ao GEPEMADEC - Grupo de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente, Desenvolvimento e
Cultura. Visa conhecer e mapear os saberes e fazeres de grupos de indivíduos oriundos dos espaços
rurais, com prioridade aos educadores, artistas, líderes religiosos e ativistas indígenas e quilombolas.
O que pode vir a identificar direções produtivas para a geração de renda com alternativas não agrícolas
tais como: produção de artesanato, processamento de alimentos, participação em feiras e implantação
de alguma atividade vinculada ao segmento turístico. A metodologia utilizada para a apreensão
da realidade é a etnografia e a netnografia, associada a visão pedagógica Freiriana que privilegia
uma relação dialógica entre os saberes populares e científicos, com base na Economia Interpretativa
(Warren, 2017) que lança o olhar aos trabalhos culturais que devem ser descritos e amparados ao
invés de ignorado e muitas vezes menosprezado pelos planos e políticas de desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura. Desenvolvimento. Turismo Comunitário. Economia Interpretativa.

187
DESENVOLVIMENTO E TURISMO: A ECONOMIA INTERPRETATIVA
E AS POSSIBILIDADES DE PROSPERIDADE NO
BAIXO PARNAÍBA MARANHENSE

Valdeíde Maria da Silva Mota.


Orientador: Profa. Dra. Sylvana Marques
UFMA
Graduanda

A proposta parte de um dos planos de trabalho da pesquisa “Espaços comunitários e Desenvolvimento


Socioeconômico: saberes, fazeres e turismo em prol do bem-viver no Baixo Parnaíba Maranhense”
vinculada ao GEPEMADEC - Grupo de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente, Desenvolvimento e
Cultura. Objetiva compreender e ampliar a análise da economia interpretativa (Warren, 2017) conceito
profícuo para proporcionar a compreensão das articulações dos diferentes agentes da comunidade
tradicional Quilombo Saco das Almas, no município de Brejo - MA e suas redes de interesses
decorrentes de produções culturais passiveis de serem comercializadas, priorizando o meio rural
como promotor da valorização e manutenção do espaço de vivência dessa comunidade. A economia
interpretativa é dinâmica e fundamental para se pensar em geração de rendas priorizando o bem
viver e as possibilidades de articulação com o TBC (Turismo de Base Comunitária). O corpo teórico
priorizado permite avaliar campos possíveis de ações sociopolíticas e econômicas. Igualmente, nos
permite a interpretação da ordem social, simbólica e cultural. O que é nuclear para que se reflita por
meio de uma análise mais concreta e realista esse espaço de atuação.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento. Cultura. Economia Interpretativa. Bem-viver. TBC.

188
ONDE A NATUREZA É EXUBERANTE: POSSIBILIDADES DE
DIÁLOGO SOBRE DESENVOLVIMENTO A PARTIR DO ECOTURISMO
E TURISMO DE AVENTURA

Nome da Autora: Milena Meireles Alves


Nome da Co-autora: Ana Ketlly Silva Vieira
Orientador: Prof. Dr. Matheus de Sá Barreto Barros
Universidade Federal do Maranhão
Graduanda

A presente pesquisa visa analisar os desafios as nuances e perspectivas do desenvolvimento do turismo


na cidade de São Bernardo, Região do Baixo Parnaíba Maranhense, observando as possibilidades
de interiorização da atividade turística no estado do Maranhão, assim como sua estruturação e
segmentação, principalmente aquelas não vinculadas ao turismo de massa, tais qual o ecoturismo e o
turismo de aventura. Se empreende esta analise, uma vez que, apesar de a atividade turística abranger
mais de cinqüenta setores da economia e será utilizado discursivamente pelo setor público e privado
como grande potencial para o desenvolvimento, com o intuito de aumentar a oferta de trabalho e
modernizar os espaços o ponto de vista político, sempre é relegado a segundo plano.

PALAVRAS-CHAVE: Ecoturismo, Turismo de Aventura, Baixo Parnaíba Maranhense.

189
PENSANDO O RURAL SOB A PERSPECTIVA DO TURISMO: OS
DESAFIOS PARA O DIÁLOGO ENTRE AS COMUNIDADES
E O PODER PÚBLICO

Nome da Autora: Ana Kettly Silva Vieira


Nome da Co-autora: Milena Meireles Alves
Orientador: Prof. Dr. Mateus de Sá Barreto Barros
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Graduanda

A presente pesquisa tem como objetivo analisar os desafios, as nuances e perspectivas do desenvolvimento
turístico no município de São Bernardo, observando às possibilidades de interiorização da atividade
turística no estado do Maranhão, assim como sua estruturação e segmentação, especialmente os
não vinculados ao turismo de massa, a exemplo do turismo rural. Estas reflexões iniciaram a partir
das discussões ocorridas na disciplina de turismo urbano, haja vista estes dois mundos existirem
por meio do contraste urbano/rural. Neste caminho, é importante entender que o rural, do ponto
de vista hegemônico, está vinculado ao rústico, ao trabalho braçal e, sob os conceitos/categorias
atuais, ao atraso. É comum avaliar o potencial turístico do meio rural pela ausência de equipamentos,
comumente presentes na capital. Valoriza-se o rural que está próximo: o cinturão verde de São Luís,
agregando à capital, serviços e experiências rurais, concentrando e monopolizando a atividade
turística, impedindo seu processo de interiorização.

PALAVRAS-CHAVE: Campo; Cidade; Turismo Rural; São Bernardo.

190
TURISMO E MEMÓRIA: A IMPORTÂNCIA DOS LUGARES MEMÓRIA
PARA A HISTÓRIA DE SÃO LUÍS

Andressa Lemos Chagas


1 Kláutenys Dellene Guedes Cutrim
Universidade Federal do Maranhão
Graduanda em Hotelaria
1 Professora do Departamento de Turismo e Hotelaria

O Projeto de Extenção Tour Pedagógico nos Lugares Memória, tem como principal finalidade identificar
a importância dos lugares memória para o desenvolvimento do turismo cultural da cidade de São Luís.
Essa identificação se dá através da formatação de roteiros turísticos a respeito do Patrimônio Cultural
baseados nos lugares memória sacralizado pelo olhar da comunidade de terceira idade, e por meio de
oficinas ministradas para algumas instituições de ensino que forem localizadas no Centro Histórico
de São Luís. O projeto tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o patrimônio cultural de
São Luís, por meio da vivência em roteiros temáticos baseados nos lugares memória, ou seja, aqueles
lugares que despertam um certo sentimento de nostalgia e acolhimento, e identificar a importância
desses lugares memória para o desenvolvimento do turismo cultural de São Luís. Além disso, o
projeto também busca disseminar informações sobre as características sociais, culturais e históricas
dos lugares memória, ampliando o sentido e o significado da preservação desses espaços, buscando
assim, sensibilizar a comunidade sobre os cuidados que precisam existir com os lugares memória.

PALAVRAS-CHAVE: Tour Pedagógico, Lugares Memória, Roteiro, Educação Patrimonial.

191
PATRIMÔNIO CULTURAL E ECONOMIA: VELHOS CAMINHOS EM
NOVOS CONTEXTOS DE EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO LOCAL
NO PÓS-PANDEMIA

Karolynne Silva Almeida


Sylvana Kelly Marques da Silva
Universidade Federal do Maranhão – Campus São Bernardo
Graduanda em Turismo

Visamos à apreensão e interseção de conteúdos teóricos culturais e econômicos com fim de expor e
mapear os aspectos culturais relevantes para o favorecimento da economia local em prol da melhoria
de vida, valorização da memória e do capital humano na cidade de São Bernardo –MA, pensando
a conjuntura vigente de crise sanitária ocasionada pela pandemia do Coronavírus, que impulsiona
outras crises, como a política, econômica e social. A aplicabilidade desse projeto constitui-se a partir
da apreensão e debates teóricos em sintonia com dados coletados por meio de uma etapa contínua
de propostas de pesquisas fomentadas pelo GEPEMADEC-Grupo de Estudos e Pesquisas em Meio
Ambiente, Desenvolvimento e Cultura, o que favorece o reconhecimento e aproximação com agentes
locais, por meio da internet, onde percebemos os mecanismos utilizados para mitigar as distintas
dificuldades, entre elas de acesso digital/virtual a fim de manter atuantes suas produções, reforçando
algumas práticas e modificando outras, porém mantendo a resistência de específicos fazeres culturais,
visto a importância para a coletividade.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura; memória; produção cultural; economia local; pandemia.

192
TURISMO E R-EXISTÊNCIA NO AUTODECLARADO
ASSENTAMENTO POPULAR DE RESISTÊNCIA MARIA APARECIDA:
ANÁLISE DAS DIREÇÕES PRODUTIVAS E CULTURAIS

Morgana Beatriz Souza da Silva


Orientador: Profa. Dra. Sylvana Marques
Instituto Federal do Rio Grande do Norte- IFRN
Graduando-Geografia

A proposta parte das pesquisas vinculados a linha de pesquisa 03: Cultura, poder, imagem,
representações espaciais e as transversalidades com o turismo, parte do GEPEMADEC - Grupo
de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente, Desenvolvimento e Cultura. Busca-se identificar no
autodeclarado, desde 2019, “assentamento popular de resistência” Maria Aparecida – primeiro
assentamento popular do Rio Grande do Norte, ocupado em 17 de julho de 2010, com mais de cem
famílias –, as direções culturais e produtivas para a geração de renda com propostas de turismo.
O assentamento, hoje com 32 famílias, incorpora as possibilidades de autonomia inserindo-se nos
projetos de turismo comunitário e rural, do município litorâneo de São Miguel do Gostoso (RN), local
estabelecido enquanto turístico desde o início do século XXI. Nesse norte, realizou ações pontuais,
tais como a construção da Bodega Agroecológica e a recepção de visitas turísticas na agrovila, áreas
comunitárias, quintais produtivos e áreas de produção coletiva. As atividades foram suspensas com
a pandemia do Coronavírus, atualmente os assentados participam das reuniões municipais para
retomada das atividades turísticas pós-pandemia. Como metodologia prioriza-se a etnografia e a
netnografia, associada a visão pedagógica Freiriana que privilegia uma relação dialógica entre os
saberes populares e científicos, com base na Economia Interpretativa (Warren, 2017) que lança o
olhar aos trabalhos culturais que devem ser descritos e amparados ao invés de ignorado e muitas
vezes menosprezado pelos planos e políticas de desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE: Assentamento. Desenvolvimento. Cultura. Turismo Comunitário. Turismo


Rural.

193
MEMÓRIAS UNIDAS NAS MARGENS DA DIVISA: O MUSEU
HISTÓRICO DE CAROLINA E O PATRIMÔNIO CULTURAL
CAROLINENSE

Orientador: Wellington Conceição da Silva


Rafael de Oliveira Cruz1
UFMA
Graduado em Ciências Sociais

Esta pesquisa em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFMA,


em Imperatriz-MA, é um prolongamento e expansão da pesquisa desenvolvida pelo autor em sua
monografia para graduação no curso em Ciências Sociais da UFT, campus de Tocantinópolis-TO.
Usando como suporte teórico obras de autores das humanidades que trabalham os conceitos de
memória social e de fronteira, esta pesquisa utiliza a técnica da observação direta para aplicar a
escrita etnográfica das práticas museológicas que compõe o Museu Histórico de Carolina (MHC)
e identificar os patrimônios culturais reconhecidos e não-reconhecidos da cidade de Carolina-MA.
Inserido num processo recente de transformação em pólo turístico, cujo ritmo tornou-se intenso após
o enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Estreito, o município passa por constantes
mudanças em sua paisagem natural e urbana. Essas mudanças provocaram a reação de grupos locais
que temem pela perda da identidade regional e pela destruição dos patrimônios representativos da
sua cultura, servindo o MHC como um local de referência para a memória do legado da cidade, em
particular da sua elite social e econômica, formada durante o auge do desenvolvimento provocado
pelo comércio através do transporte fluvial no Rio Tocantins, o qual ligava as cidades ribeirinhas
dos sertões maranhense e goiano à capital paraense, Belém. A pesquisa tem ênfase em descrever
como as representações sociais são construídas no contexto das pequenas cidades brasileiras e como
a sucessão de ciclos econômicos influênciam na formação de suas memórias coletivas, procurando
compreender o papel social de entidades que atuam nesse campo.

PALAVRAS-CHAVE: Fronteira, Memória Social, Museu, Patrimônio, Sociologia.

1 UFMA/PPGS/rafaelocruz82@gmail.com

194
O CEMITÉRIO COMO ATRATIVO TURÍSTICO: UMA PAISAGEM
TOPOFÍLICA OU TOPOFÓBICA?

Aremys Nascimento Santos1

Cemitérios são locais que geralmente despertam sentimentos negativos na maioria das pessoas,
e pensar nele como atrativo turístico se torna para muitos surpreendente, no entanto, essa é uma
realidade em muitos lugares. Na paisagem de um cemitério existem elementos que podem tornar
a atividade turística prazerosa. Na visão de Dardel,2015, p.31) “A paisagem é um escape para toda
a Terra, uma janela, sobre as possibilidades ilimitadas: um horizonte. Não uma linha fixa, mas um
movimento, um impulso.” Desse modo pode-se encontrar num cemitério vários tipos de paisagens que
podem despertar tantos sentimentos de topofilia, que de acordo com Tuan (2012) seria uma ligação
afetiva com o local em que se vive, podendo variar de intensidade, e a Topofobia que seria o contrário
desse sentimento, ou seja, uma repulsa, portanto um sentimento negativo. O sentimento que virá à
tona vai depender, portanto, da percepção de cada um, embora o mais comum seja o sentimento de
repulsa, ainda assim, é possível num cemitério ver além do olhar habitual, já que se pode encontrar
paisagens ate então despercebidas que colaboram para uma nova releitura do lugar.

PALAVRAS-CHAVE: Turismo. Cemitério. Paisagem. Topofilia. Topofobia.

1 Turismologa e Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Cultura e Sociedade. PGCULT (UFMA) symeras@
yahoo.com.br

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