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Débora Cristina Português 5,0

1º ano
4º Bimestre

Leia o texto abaixo para as questões: 4. Leia a tira:


A umas saudades

Parti, coração, parti,


navegai sem vos deter,
ide-vos, minhas saudades
a meu amor socorrer.

Em o mar do meu tormento


em que padecer me vejo
já que amante me desejo
navegue o meu pensamento:
meus suspiros, formai vento,
com que me façais ir ter
onde me apeteço ver;
e diga minha alma assim:

Parti, coração, parti, navegai sem vos deter.


Ide donde meu amor
apesar desta distância
não há perdido constância
nem demitido o rigor:
antes é tão superior
que a si se quer exceder,
e se não desfalecer
em tantas adversidades,
Ide-vos minhas saudades a meu amor socorrer. A respeito da linguagem utilizada nesse texto, é
MATOS, Gregório de. correto afirmar:
1. A linguagem empregada nesse texto é
a) Trata-se de um uso coloquial da linguagem,
A) coloquial.
que assusta o paciente pelo alto nível de descrição
B) culta.
utilizado pelo médico.
C) jornalística.
b) Até o terceiro quadrinho, o paciente ainda não
D) regional.
compreendeu qual é a sua doença, porque o
médico utiliza neologismos que não são de total
2. Nesse texto, no verso “Em o mar do meu
conhecimento.
tormento” (v. 5), a palavra em destaque foi usada
c) O jargão médico utilizado no primeiro quadrinho
para
prejudica a comunicação entre ele e seu paciente,
A) conferir musicalidade ao texto.
que é esclarecido no último quadrinho.
B) exaltar elementos da natureza local.
C) intensificar o sofrimento do eu lírico.
5. Se os tubarões fossem homens
D) marcar o isolamento em que o eu lírico se
encontra.
Se os tubarões fossem homens, eles seriam
3. Na primeira estrofe desse texto, as formas mais gentis com os peixes pequenos?
verbais “parti” (v. 1), “navegai” (v. 2) e “ide” (v.
indicam Certamente, se os tubarões fossem homens,
A) um alerta. fariam construir resistentes gaiolas no mar para os
B) um convite.
C) um pedido. peixes pequenos, com todo o tipo de alimento,
D) uma ordem. tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as
gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam Indique a alternativa que explicita essa função.
todas as providências sanitárias.
Naturalmente haveria também escolas nas a) Função emotiva.
gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam b) Função referencial.
como nadar para a goela dos tubarões. Eles c) Função fática.
aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para d) Função conativa.
localizar os grandes tubarões deitados
preguiçosamente por aí. A aula principal seria, Leia o texto:
naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A
eles seria ensinado que o ato mais grandioso e
mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho
e que todos deveriam acreditar nos tubarões,
sobretudo quando estes dissessem que cuidavam
de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam
que este futuro só estaria garantido se
aprendessem a obediência.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns
peixinhos inimigos seria condecorado com uma
pequena Ordem das Algas e receberia o título de
herói.
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006
(adaptado)

Como produção humana, a literatura veicula


valores que nem sempre estão representados
diretamente no texto, mas são transfigurados pela
linguagem literária e podem até entrar em
contradição com as convenções sociais e revelar
o quanto a sociedade perverteu os valores
humanos que ela própria criou. É o que ocorre na
narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht
mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o
autor

a) demonstra o quanto a literatura pode ser


alienadora ao retratar, de modo positivo, as
relações de opressão existentes na sociedade.
b) defende que a força colonizadora e civilizatória
do homem ocidental valorizou a organização das
sociedades africanas e asiáticas, elevando-as ao
modo de organização cultural e social da
sociedade moderna.
c) questiona o modo de organização das
sociedades ocidentais capitalistas, que se
desenvolveram fundamentadas nas relações de
opressão em que os mais fortes exploram os mais
7. O que torna esse texto engraçado é
fracos.
a) a moça chamar o atendente pelo nome.
6. Observe a seguinte afirmação: b) a moça colocar a mão na boca enquanto fala.
c) o atendente dar as costas para a cliente.
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o d) o atendente não entender a pergunta feita pela
moça.
“boa tarde” já não funcionam para engatar
conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do 8. Esse texto é
tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função a) um cartaz.
da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. b) um panfleto.
c) uma charge. Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de
d) uma tirinha. que um filósofo estoico se atrevesse a escrever
uma tal sentença em Roma, reinando nela Nero; o
9. Na parte superior do anúncio, há um que mais me admirou, e quase envergonhou, foi
comentário escrito à mão que aborda a questão que os nossos oradores evangélicos em tempo de
das atividades linguísticas e sua relação com as príncipes católicos, ou para a emenda, ou para a
modalidades oral e escrita da língua. Esse cautela, não preguem a mesma doutrina. Saibam
comentário deixa evidente uma posição crítica estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis
quanto a usos que se fazem da linguagem, com o que calam que com o que disserem; porque
enfatizando ser necessário a confiança com que isto se diz é sinal que lhes
não toca, e que se não podem ofender; e a cautela
com que se cala é argumento de que se ofenderão,
porque lhes pode tocar. [...]
Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo
não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e
vileza de sua fortuna condenou a este gênero de
vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou
alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para
comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só
vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de
maior calibre e de mais alta esfera [...]. Não são só
ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que
cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar,
para lhes colher a roupa; os ladrões que mais
a) implementar a fala, tendo em vista maior própria e dignamente merecem este título são
desenvoltura, naturalidade e segurança no uso da aqueles a quem os reis encomendam os exércitos
língua. e legiões, ou o governo das províncias, ou a
b) dominar as diferentes variedades do registro administração das cidades, os quais já com
oral da língua portuguesa para escrever com manha, já com força, roubam e despojam os
adequação, eficiência e correção. povos. Os outros ladrões roubam um homem,
c) utilizar recursos mais expressivos e menos estes roubam cidades e reinos: os outros furtam
desgastados da variedade padrão da língua para debaixo do seu risco, estes sem temor, nem
se expressar com alguma segurança e sucesso. perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes
furtam e enforcam.
Leia o excerto do “Sermão do bom ladrão”, de (Essencial, 2011.)
Antônio Vieira (1608-1697).
10.No primeiro parágrafo, Antônio Vieira
Navegava Alexandre [Magno] em uma poderosa caracteriza a resposta do pirata a Alexandre
armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia; e Magno como:
como fosse trazido à sua presença um pirata, que a) dissimulada.
por ali andava roubando os pescadores, b) ousada.
repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão c) enigmática.
mau ofício; porém ele, que não era medroso nem d) servil.
lerdo, respondeu assim: “Basta, Senhor, que eu,
porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, 11.“Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer
porque roubais em uma armada, sois imperador?”. o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo
grandeza: o roubar com pouco poder faz os nome.” (1º parágrafo)
piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas
Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades, e Em relação ao trecho que o sucede, o trecho
interpretar as significações, a uns e outros, definiu destacado tem sentido de:
com o mesmo nome: [...] Se o rei de Macedônia, a) condição.
ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o b) proporção.
pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo c) causa.
lugar, e merecem o mesmo nome. d) consequência.
serenamente com pouco: o que é pouco nunca é
12.No segundo parágrafo, Antônio Vieira torna escasso.” (Lucrécio, poeta latino, 98-55 a.C.)
explícito seu descontentamento com: c) “O dinheiro que se possui é o instrumento da
liberdade; aquele que se persegue é o instrumento
a) o filósofo Sêneca. da escravidão.” (Rousseau, filósofo francês, 1712-
b) os príncipes católicos. 1778)
c) o imperador Nero. d) “Dizem que tudo o que é roubado tem mais
d) os oradores evangélicos. valor.” (Tirso de Molina, dramaturgo espanhol,
1584-1648)
13.Verifica-se o emprego de vírgula para indicar a
elipse (supressão) do verbo fazer em: 16.Leia o texto:

a) “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma


barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma
armada, sois imperador?” (1º parágrafo)
b) “O roubar pouco é culpa, o roubar muito é
grandeza: o roubar com pouco poder faz os
piratas, o roubar com muito, os Alexandres.” (1º
parágrafo)
c) “Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer
o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o
rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo
nome.” (1º parágrafo)

14.Em um trecho do “Sermão da Sexagésima”,


Antônio Vieira critica o chamado estilo cultista de
alguns oradores sacros de sua época nos
seguintes termos: “Basta que não havemos de ver
num sermão duas palavras em paz? Todas hão de
estar sempre em fronteira com o seu contrário?”
Palavras “em fronteira com o seu contrário” são
palavras antônimas que são empregadas
próximas no texto. Este recurso também foi
utilizado por Vieira, conforme se verifica na
O texto exemplifica um gênero textual híbrido entre
expressão destacada em:
carta e publicidade oficial. Em seu conteúdo, é
possível perceber aspectos relacionados a
a) “O ladrão que furta para comer não vai nem
gêneros digitais. Considerando-se a função social
leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de
das informações geradas nos sistemas de
que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de
comunicação e informação presentes no texto,
mais alta esfera” (3º parágrafo)
infere-se que
b) “Saibam estes eloquentes mudos que mais
ofendem os reis com o que calam que com o que
disserem” (2º parágrafo)
a) a utilização do termo download indica restrição
c) “Os outros ladrões roubam um homem, estes
de leitura de informações a respeito de formas de
roubam cidades e reinos” (3º parágrafo)
combate à dengue.
b) a diversidade dos sistemas de comunicação
15.Assinale a alternativa cuja citação se aproxima
empregados e mencionados reduz a possibilidade
tematicamente do “Sermão do bom ladrão” de
de acesso às informações a respeito do combate
Antônio Vieira.
à dengue.
c) a necessidade de atingir públicos distintos se
a) “Rouba um prego, e serás enforcado como um
revela por meio da estratégia de disponibilização
malfeitor; rouba um reino, e tornar-te-ás duque.”
de informações empregada pelo emissor
(Chuang-Tzu, filósofo chinês, 369-286 a.C.)
b) “Para quem vive segundo os verdadeiros
princípios, a grande riqueza seria viver

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