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MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA

COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO

D7 - Identificar a tese de um texto

Professora – Janete Carvalho


O QUE ESSE DESCRITOR AVALIA?

As habilidades a serem desenvolvidas pelo descritor


exige que o leitor compreenda o texto não como um
simples agrupamento de frases justapostas, mas
como um conjunto harmonioso em que há laços,
interligações, relações entre suas partes.
COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO

A compreensão e a atribuição de sentidos relativos a um texto


dependem da adequada interpretação de seus componentes, ou
da coerência pela qual o texto é marcado. Essa apreensão leva a
uma percepção da hierarquia entre as idéias: qual é a idéia
principal? Quais são as idéias secundárias? Quais são os
argumentos que reforçam uma tese? Quais são os exemplos
confirmatórios? Qual a conclusão?
D7 - Identificar a finalidade de textos de diferentes
gêneros

Por meio deste descritor, pode-se avaliar a habilidade de o


aluno reconhecer o ponto de vista ou a idéia central
defendida pelo autor. A tese é uma proposição teórica de
intenção persuasiva, apoiada em argumentos
contundentes sobre o assunto abordado.
Encontramos nesse item os elementos que constituem a
textualidade, ou seja, aqueles elementos que constroem a
articulação entre as diversas partes de um texto: a coerência e
a coesão.
Considerando que a coerência é a lógica entre as ideias
expostas no texto, para que ela exista é necessário que a ideia
apresentada se relacione ao todo texto dentro de uma
sequência e progressão de ideias
O cerrado exige ações de preservação
A Amazônia é um bioma tão majestoso que ofusca os demais existentes A ideia defendida nesse texto é
no Brasil. Fala-se muito – interna e externamente – na preservação da floresta. A que
preocupação é legítima.
E deve manter-se. Não significa, porém, que se deva fechar os olhos para A) a preocupação com a Amazônia
os demais. É o caso é legítima e deve ser mantida.
B) a construção de Brasília
cerrado. Segundo maior bioma do país em extensão, ele ocupa 24% do contribuiu com a destruição do
território nacional. cerrado.
Nos 2.039.368 km² de área distribuída em 11 estados e no Distrito C) a cultura da cana-de-açúcar se
Federal, abriga a maior biodiversidade em savana do mundo e dá origem a três expandiu para a Bacia do Pantanal.
nascentes das principais bacias hidrográficas da nação – Amazônia, Paraná e São D) a Amazônia é o bioma de que
Francisco. É, pois, estratégico. Não só pela biodiversidade e a conservação de mais se fala, interna e
recursos hídricos, mas também pelo sequestro de carbono. externamente.
O desenvolvimento do oeste, porém, põe em risco o bioma. Desde a E) a preservação do cerrado
construção de Brasília, na década de 1950, desapareceram do mapa 58% do também deve ser motivo de
cerrado. Especialistas advertem que, mantido o atual ritmo de destruição, a preocupação.
extinção virá em 50 anos. É assustador.
Três vetores contribuíram para a tragédia. Um deles: a pecuária, que, a
partir dos anos 1970, ganhou impulso espetacular. Outro: a lavoura branca,
especialmente a soja e o algodão. Mais recentemente chegou a cana-de-açúcar.
Antes concentrada em Goiás e São Paulo, a cultura se expandiu para a Bacia do
Pantanal e busca territórios novos, como o Triângulo Mineiro. O último: a
produção de carvão vegetal, necessário para fazer aço.
O teatro da etiqueta Nesse texto, o autor defende a
No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e a tese de que
monarquia absoluta na Europa, não havia sequer garfos e colheres nas
mesas de refeição: cada comensal trazia sua faca para cortar um naco da
carne – e, em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa bárbara,
que começava a sair da Idade Média, em que nem os nobres sabiam
escrever, o poder do rei devia se afirmar de todas as maneiras aos olhos de (A) a etiqueta mudou, mas
seus súditos como uma espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta, continua associada aos
marcando momento a momento o espetáculo da realeza: só para servir o interesses do poder.
vinho ao monarca havia um ritual que durava até dez minutos. (B) a etiqueta sempre foi um
teatro apresentado pela
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774, passou a usar realeza.
lenço não como simples peça de vestuário, mas para limpar o nariz, (C) a etiqueta tinha uma finalidade
ninguém mais na corte de Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como democrática antigamente.
era costume. Mas todas essas regras, embora servissem para diferenciar a (D) as classes sociais se utilizam da
nobreza dos demais, não tinham a petulância que a etiqueta adquiriu etiqueta desde o século XV.
depois. Os nobres usavam as boas maneiras com naturalidade, para marcar (E) as pessoas evoluíram a
uma diferença política que já existia. E representavam esse teatro da etiqueta para descomplicá-la
mesma forma para todos. Depois da Revolução Francesa, as pessoas
começam a aprender etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela
passou a ser usada de forma desigual – só na hora de lidar com os
poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
Horóscopo – o canal certo
A ideia defendida nesse texto é
Data estelar: Marte ingressa no signo de Touro; Lua é quarto que
crescente no signo de Virgem.

Enquanto isso, aqui na Terra a grande confusão de


nossos dias não se resolve com dinheiro, mas pelo A) a felicidade é consequência.
estabelecimento de bons relacionamentos, privilegiando a
cooperação mútua e colaboração. B) as pessoas não devem isolar-se.

Há mais vida à disposição, vida mais abundante, mas C) o dinheiro não resolve todos os
acontece que esta só se manifesta de forma harmoniosa problemas.
circulando através de grupos de pessoas e não individualmente.
D) o isolamento torna as
Quanto mais as pessoas se isolam e tentam distinguir- experiências confusas.
se umas das outras, separando-se e distanciando-se, mais
destrutiva seria para elas essa vida mais abundante, mais E) os laços de cooperação dão
confusas se tornam suas experiências também. mais harmonia à vida.
O estabelecimento de laços de cooperação fornece o
canal adequado para essa vida mais abundante, expressando-se
como bem-estar, felicidade e prosperidade.
Correio Braziliense, 31/maio/2009
A sombra do meio-dia
O fragmento que contém a
A Sombra do Meio-dia é o belo título de um romance lançado
informação principal do texto é
recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da
glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou
redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A glória do
(A) “A Sombra do Meio -Dia [...]
ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e
diplomata Sério Danese.”
social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um
ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos
(B) “O livro trata da glória
escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da
(efêmera) e da desgraça
sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que fosse
(duradoura) de um ghost-writer.”
talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais um outrem
como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam -se
(C) “Não são apenas discursos que
acachapantes.
ele encomenda.”
Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a
uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, (D) “Nosso escritor de aluguel vai
às delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de se exaurindo.”
aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo
sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e (E) “Na forma de palavras [...] é a
parágrafos, é a alma que põe em continuada venda. alma que põe em continuada
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. venda.”
Ensaio p. 110.
QUESTÕES
Leia o texto abaixo
O teatro da etiqueta No século XV, quando se instalavam os Estados
nacionais e a monarquia absoluta na Europa, não havia sequer garfos e colheres
nas mesas de refeição: cada comensal trazia sua faca para cortar um naco da carne
– e, em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa bárbara, que começava a
sair da Idade Média, em que nem os nobres sabiam escrever, o poder do rei devia
se afirmar de todas as maneiras aos olhos de seus súditos como uma espécie de
teatro.
Nesse contexto surge a etiqueta, marcando momento a momento o
espetáculo da realeza: só para servir o vinho ao monarca havia um ritual que
durava até dez minutos. Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774,
passou a usar lenço não como simples peça de vestuário, mas para limpar o nariz,
ninguém mais na corte de Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como era
costume. Mas todas essas regras, embora servissem para diferenciar a nobreza dos
demais, não tinham a petulância que a etiqueta adquiriu depois. Os nobres usavam
as boas maneiras com naturalidade, para marcar uma diferença política que já
existia.
E representavam esse teatro da mesma forma para todos. Depois da
Revolução Francesa, as pessoas começam a aprender etiqueta para
ascender socialmente. Daí por que ela passou a ser usada de forma
desigual – só na hora de lidar com os poderosos Revista Superinteressante,
junho 1988, nº 6 ano 2.
Nesse texto, o autor defende a tese de que
A)etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do poder.
(B) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
(C) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
(D) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la
Leia o texto abaixo
Cinzas na Amazônia
Agosto marca o início tradicional das queimadas na Amazônia Legal.
Mas os primeiros dias deste mês foram preocupantes. O número de focos de
fogo na região é 40% maior que em 2006. “Acendemos o sinal amarelo”, diz o
pesquisador Alberto Setzer, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe).
É cedo para soar o alarme, mas o temor é que, se a estiagem que
atinge a região continuar, os próximos meses sejam enfumaçados. Há outros
dois motivos de inquietação. Os focos atuais se concentram no norte de
Mato Grosso, sul do Pará e leste do Tocantins, todos com forte atividade
agrícola. E todas as reservas florestais nacionais registraram casos de
incêndio. Fonte: Revista Superinteressante. nº 482, 13 de agosto de 2007.
De acordo com o texto anterior, pode-se inferir que:

a) As queimadas na Amazônia Legal ocorrem com maior frequência


antes do mês de agosto.
b) Se a frase na linha 3 “acendemos o sinal amarelo” for alterada para
“ o sinal amarelo será acendido”, não haverá mudança no sentido do
texto.
c) O clima seco auxilia na propagação dos focos de incêndio.
d) Os focos de incêndio podem apresentar riscos às florestas brasileiras.
Leia o texto abaixo :
Puro preconceito
“É razoável que as pessoas tenham medo de assaltos. Eles se tornaram
rotina nos centros urbanos e, por vezes, têm consequências fatais. Faz todo
sentido, portanto, acautelar-se, evitar algumas regiões em certos horários e,
até, evitar pessoas que pareçam suspeitas.
E quem inspira desconfiança é, no imaginário geral, mulato ou negro. Se
falar com sotaque nordestino, torna-se duplamente suspeito. Pesquisa feita
em São Paulo, contudo, mostra que essas ideias não têm base na realidade.
Não passam de preconceito na acepção literal do termo. Dados obtidos de
2901 processos de crimes contra o patrimônio (roubo e furto) entre 1991 e
1999 revelam que o ladrão típico de São Paulo é branco (57% dos crimes) e
paulista (62%).
Os negros, de acordo com a pesquisa, respondem por apenas
12% das ocorrências. Baianos e pernambucanos, juntos, por 14%.
O estudo é estatisticamente significativo. Os 2901 processos
correspondem a 5% do total do período. É claro que algum racista
empedernido poderia levantar objeções metodológicas contra o
estudo. Mas, por mais frágil que fosse a pesquisa, ela já serviria para
mostrar que o vínculo entre mulatos, negros, nordestinos e assaltantes
não passa de uma manifestação de racismo, do qual, aliás, o brasileiro
gosta de declarar-se isento.
(...) Fonte: Folha de São Paulo, 06 de março de 2001.
O texto defende a ideia de que é falsa a relação
suposta pelas pessoas entre a cor da pele, a origem e
o grau de periculosidade de um indivíduo

Para defender esse ponto de vista são apresentados:


a) Opiniões de policiais.
b) O parecer do jornal.
c) Dados estatísticos.
d) Depoimento das vítimas
Leia o fragmento

“Há uma geração sem palavras” A malhação física encanta a


juventude com seus resultados estéticos e exteriores. O que pode ser
bom. Mas seria ainda melhor se eles se preocupassem um pouco mais
com os “músculos cerebrais”, porque, como diz o poeta e tradutor José
Paulo Paes, “produzem satisfações infinitamente superiores”. Fonte:
Marili Ribeiro – Jornal do Brasil, caderno B, Rio de Janeiro, 28 de dez.
1996, p. 6.
No fragmento apresentado, o autor defende a tese de que:
a) A malhação física traz ótimos benefícios aos jovens.
b) Os jovens devem se preocupar mais com o desenvolvimento
intelectual.
c) O poeta José Paulo Paes pertence a uma geração sem palavras.
d) Malhar é uma atividade superior às atividades cerebrais.
e) Os jovens devem melhorar suas condições fisicas.
Analise este trecho de um artigo:
Não nascemos sabendo Nós, humanos e humanas, somos
portadores de um “defeito” natural que acaba por se tornar nossa
maior vantagem: não nascemos sabendo! Por isso, do nascimento ao
final da existência individual, aprendemos (e ensinamos) sem parar; o
que caracteriza um ser humano é a capacidade de inventar, criar, inovar
e isso é resultado do fato de não nascermos já prontos e acabados.
Aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros
de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Aqueles entre nós que imaginarem que nada mais precisam
aprender ou, pior ainda, não têm mais idade para aprender, estão-se
enclausurando dentro de um limite que desumaniza e, ao mesmo
tempo, torna frágil a principal habilidade humana: a audácia de escapar
daquilo que parece não ter saída. A educação é vigorosa quando dá
sentido grupal às ações individuais, isto é, quando se coloca a serviço
das finalidades e intenções de um grupo ou uma sociedade; uma
educação que sirva apenas ao âmbito individual perde impulso na
estruturação da
vida coletiva, pois, afinal de contas, ser humano é ser junto, e aquilo
que aprendemos e ensinamos tem de ter como meta principal tornar a
comunidade na qual vivemos mais apta e fortalecida. [...] Quem não
estiver aberto a mudanças e comprometido com questões de novos
aprendizados estará fadado ao insucesso profissional e pessoal. Vale
sempre lembrar a frase do fictício detetive chinês Charlie Chan: “Mente
humana é como pára-quedas; funciona melhor aberta” [...].
Mario Sergio Cortella Fonte:
http://www.abrhba.com.br/artigos/naonascemossabendo.htm - Acesso
em: 10/03/03.
A ideia central do texto é:
a) Que a característica do ser humano é a capacidade de inventar.
b) Que o ser humano não nasce sabendo e que pode sempre aprender.
c) Que o ser humano tem habilidade de aprender.
d) Que o ser humano tem capacidade de repassar seu aprendizado à
comunidade.
e)Que o ser humano tem competência e habilidades.

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