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ORIENTAÇÕES GERAIS

LÍNGUA PORTUGUESA – 9º ANO

Descritor
D3: Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

As palavras são providas de sentido e, na maioria das vezes, são polissêmicas;


ou seja, podem assumir, em contextos diferentes, significados também diferentes.
Assim, para a compreensão de um texto, é fundamental que se identifique, entre os
vários sentidos possíveis de uma determinada palavra, aquele que foi
particularmente utilizado no texto.

O aluno precisa decidir, então, entre várias opções, aquela que apresenta o
sentido com que a palavra foi usada no texto. Ou seja, o que sobressai aqui não é
apenas que o aluno conheça o vocabulário dicionarizado, pois todas as alternativas
trazem significados que podem ser atribuídos à palavra analisada. O que se pretende
é que, com base no contexto, o aluno seja capaz de reconhecer o sentido com que a
palavra está sendo usada no texto em apreço.

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil:


ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. p. 59.

Professor, as atividades aqui propostas têm por objetivo auxiliá-lo na


implementação de ações pedagógicas voltadas ao desenvolvimento da habilidade
D3: Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

A compreensão de um texto envolve, naturalmente, articulações muito


complexas, que envolvem as relações sintáticas, semânticas e pragmáticas ali
presentes – o que só se mostra com clareza, ainda, a partir da inserção desse texto
no seu contexto de produção.

Porém, essa interpretação mais aprofundada exige, inicialmente, a


compreensão das palavras e das expressões presentes nesse texto. Um trabalho
importante para a sala de aula, com base nisso, é o de mostrar aos alunos a
possibilidade de que palavras e expressões desconhecidas podem ser inferidas a
partir do contexto em que se inserem no texto e do contexto em que esse texto como
um todo se insere no mundo externo a ele.
ORIENTAÇÕES GERAIS

A seguir há propostas de atividades com níveis de dificuldade diferentes. A


primeira tem nível de dificuldade fácil/médio e a segunda é um desafio de nível difícil.

Esse formato permite que a sistematização das habilidades seja feita de modo
progressivo e, ao mesmo tempo, pode apoiá-lo na condução do processo de ensino-
aprendizagem considerando a heterogeneidade da sala de aula.

Cabe destacar que as atividades complementares são modelos para possíveis


estratégias de intervenção didática, podendo ser ampliadas ou adaptadas a partir das
especificidades de sua turma. Aproveite a seção “Para saber mais” para ampliar seus
estudos sobre o tema abordado.

PARA SABER MAIS


FREIRE, P. A importância do ato de ler. 43. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MARCUSCHI, L. A. Leitura como processo inferencial num universo cultural


cognitivo. Leitura, Teoria e Prática, Porto Alegre, n. 4, p. 1-14, 1985.

ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, 1983.


GABARITO

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

1) Leia o texto a seguir.

A mão e a luva

Anda, sobe.

Estêvão meteu a mão nos cabelos com um gesto de angústia; Luís Alves
sacudiu a cabeça e sorriu. Achavam-se os dois no corredor da casa de Luís Alves, à
rua da Constituição, — que então se chamava dos Ciganos; — então, isto é, em 1853,
uma bagatela de vinte anos que lá vão levando talvez consigo as ilusões do leitor, e
deixando-lhe em troca (usurários!) uma triste, crua e desconsolada experiência.

Eram nove horas da noite; Luís Alves recolhia-se para casa, justamente na
ocasião em que Estêvão o ia procurar; encontraram-se à porta. Ali mesmo lhe confiou
Estêvão tudo o que havia, e que o leitor saberá daqui a pouco, caso não aborreça
estas histórias de amor, velhas como Adão, e eternas como o céu. Os dois amigos
demoraram-se ainda algum tempo no corredor, um a insistir com o outro para que
subisse, o outro a teimar que queria ir morrer, tão tenazes ambos, que não haveria
meio de os vencer, se a Luís não ocorresse uma transação.
— Pois sim, disse ele, convenho em que deves morrer, mas há de ser amanhã.
Cede da tua parte, e vem passar a noite comigo. Nestas últimas horas que tens de
viver na terra dar-me-ás uma lição de amor, que eu te pagarei com outra de filosofia.

Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000185.pdf>. Acesso em 29


abr. 2019.

a) Em “recolhia-se para casa”, “recolher-se” significa:

ir. entrar.

Dormir permanecer.

b) Pelo contexto, pode-se perceber que “tenazes”, no texto, tem que significado?

Tem o significado de “firmes”, decididos a respeito de manter a opinião.

c) Como você explicaria o sentido da expressão “ocorrer uma transação”?

Significa algo como “ter uma ideia de negociação”.


GABARITO

DESAFIO
2) Leia, a seguir, um trecho de O Guarani, de José de Alencar.

[…]
De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige
para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu curso de dez
léguas, torna-se rio caudal.
É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma
serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola
majestosamente em seu vasto leito.
Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e
sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde
então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e
não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo
submisso, sofre o látego do senhor.
Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou quatro léguas acima de
sua foz, onde é livre ainda, como o filho indômito desta pátria da liberdade.
Aí, o Paquequer lança-se rápido sobre o seu leito, e atravessa as florestas
como o tapir, espumando, deixando o pelo esparso pelas pontas do rochedo, e
enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. De repente, falta-lhe o espaço,
foge-lhe a terra; o soberbo rio recua um momento para concentrar as suas forças, e
precipita-se de um só arremesso, como o tigre sobre a presa.
Depois, fatigado do esforço supremo, se estende sobre a terra, e adormece
numa linda bacia que a natureza formou, e onde o recebe como em um leito de noiva,
sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes. […]

Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000135.pdf>. Acesso


em 29 abr. 2019.

a) O fato de o rio ser descrito como “altivo e sobranceiro contra os rochedos” quer
dizer que:

a) o rio bate contra os rochedos de forma intensa.


b) não há rochedos nesse rio, pois ele foge das rochas.
c) os rochedos freiam a velocidade e diminuem a força do rio.
d) as rochas, nesse caso, formam translúcidos e serenos espelhos d’água.

b) O que se forma quando “falta a terra” e o rio “se precipita”?

a) Chuva.
b) O encontro com o mar.
c) Uma cachoeira.
d) Um riacho calmo.
ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

1) Leia o texto a seguir.

A mão e a luva

Anda, sobe.

Estêvão meteu a mão nos cabelos com um gesto de angústia; Luís Alves
sacudiu a cabeça e sorriu. Achavam-se os dois no corredor da casa de Luís Alves, à
rua da Constituição, — que então se chamava dos Ciganos; — então, isto é, em 1853,
uma bagatela de vinte anos que lá vão levando talvez consigo as ilusões do leitor, e
deixando-lhe em troca (usurários!) uma triste, crua e desconsolada experiência.

Eram nove horas da noite; Luís Alves recolhia-se para casa, justamente na
ocasião em que Estêvão o ia procurar; encontraram-se à porta. Ali mesmo lhe confiou
Estêvão tudo o que havia, e que o leitor saberá daqui a pouco, caso não aborreça
estas histórias de amor, velhas como Adão, e eternas como o céu. Os dois amigos
demoraram-se ainda algum tempo no corredor, um a insistir com o outro para que
subisse, o outro a teimar que queria ir morrer, tão tenazes ambos, que não haveria
meio de os vencer, se a Luís não ocorresse uma transação.
— Pois sim, disse ele, convenho em que deves morrer, mas há de ser amanhã.
Cede da tua parte, e vem passar a noite comigo. Nestas últimas horas que tens de
viver na terra dar-me-ás uma lição de amor, que eu te pagarei com outra de filosofia.

Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000185.pdf>. Acesso em 29


abr. 2019.

a) Em “recolhia-se para casa”, “recolher-se” significa:

ir. entrar.

Dormir permanecer.

b) Pelo contexto, pode-se perceber que “tenazes”, no texto, tem que significado?

c) Como você explicaria o sentido da expressão “ocorrer uma transação”?


ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

DESAFIO
2) Leia, a seguir, um trecho de O Guarani, de José de Alencar.

[…]
De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige
para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu curso de dez
léguas, torna-se rio caudal.
É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma
serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola
majestosamente em seu vasto leito.
Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e
sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde
então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e
não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo
submisso, sofre o látego do senhor.
Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou quatro léguas acima de
sua foz, onde é livre ainda, como o filho indômito desta pátria da liberdade.
Aí, o Paquequer lança-se rápido sobre o seu leito, e atravessa as florestas
como o tapir, espumando, deixando o pelo esparso pelas pontas do rochedo, e
enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. De repente, falta-lhe o espaço,
foge-lhe a terra; o soberbo rio recua um momento para concentrar as suas forças, e
precipita-se de um só arremesso, como o tigre sobre a presa.
Depois, fatigado do esforço supremo, se estende sobre a terra, e adormece
numa linda bacia que a natureza formou, e onde o recebe como em um leito de noiva,
sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes. […]

Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000135.pdf>. Acesso


em 29 abr. 2019.

a) O fato de o rio ser descrito como “altivo e sobranceiro contra os rochedos” quer
dizer que:

a) o rio bate contra os rochedos de forma intensa.


b) não há rochedos nesse rio, pois ele foge das rochas.
c) os rochedos freiam a velocidade e diminuem a força do rio.
d) as rochas, nesse caso, formam translúcidos e serenos espelhos d’água.

b) O que se forma quando “falta a terra” e o rio “se precipita”?

a) Chuva.
b) O encontro com o mar.
c) Uma cachoeira.
d) Um riacho calmo.

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