O contencioso de natureza impugnatória (objetivo) não discute o direito do particular
e não lhe resolve o problema.
Os Modelos Organizativos Tendo em conta o órgão a quem é atribuída a competência para decidir (órgãos da Administração ativa, tribunais, ou autoridades “judiciárias” – estes últimos órgãos administrativos independentes, com funções de controle), pode-se dizer que existem 3 modelos básicos de organização ou Modelos organizativos: 1- Modelo Administrativista – é o modelo do “administrador-juiz”, de “autotutela”, de “jurisdição reservada ou conservada”, em que a decisão final dos litígios administrativos compete aos órgãos superiores da Administração ativa • Para este modelo contribui a máxima “julgar a administração é ainda administrar” – é o modelo do Estado liberal, no qual o contencioso é visto como instrumento de realização dos interesses públicos estaduais, existe manifesta indiferença perante o poder judicial, e defende-se um modelo de separação dos poderes que atribui um carácter de liberdade à Administração estadual, sujeita apenas à fiscalização política. 2- Modelo Judicialista – a decisão das questões jurídicas administrativas cabe a tribunais integrados numa ordem judicial • Opera segundo a máxima de que “julgar a Administração é (ainda) verdadeiramente julgar” – é o modelo actual, que parte do princípio de que toda a atividade administrativa está subordinada ao Direito e, por isso, sujeita a fiscalização judicial. 3- Modelo Judiciarista ou Quase-Judicialista – é o modelo de “jurisdição delegada ou transferida”, em que a resolução dos litígios relativos à Administração cabe a autoridades “judiciárias”, a órgãos administrativos que, embora independentes, são alheios à orgânica dos tribunais judiciais. • Trata-se de um modelo intermédio na transição dos modelos administrativistas para os modelos judicialistas. 4- Modelos Mistos • Modelo administrativista mitigado: a decisão final sobre as questões contenciosas cabe a órgãos administrativos superiores (embora estes se designem por “tribunais administrativos”), embora implique um procedimento jurisdicionalizado que conta com a intervenção de órgãos administrativos independentes, a quem cabe dar o seu parecer em ordem a temperar o arbítrio da atividade administrativa e, desse modo, assegurar a garantia legal dos particulares; • Modelo judicialista mitigado: as decisões contenciosas são dadas por verdadeiros tribunais judiciais, mas as sentenças por eles ditadas não têm verdadeira força executiva ou esta encontra-se limitada perante a Administração (esta sujeita a publicação por esta, ou dependendo da boa vontade administrativa em executar).