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Cornerstone (oneshot)

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Category: M/M
Fandom: | Bangtan Boys | BTS
Relationship: Jeon Jungkook/Park Jimin
Character: Kim Namjoon | RM, Park Jimin (BTS), Kim Taehyung | V, Jung Hoseok
| J-Hope, Jeon Jungkook, Kim Seokjin | Jin, Min Yoongi | Suga
Additional Tags: Cliche, Yaoi, Romance, Drama, Drama & Romance, Break Up, Inspired
by Music, Crying Jeon Jungkook, One Shot, jikook - Freeform, kookmin,
Angst
Stats: Published: 2020-07-23 Words: 2000

Cornerstone (oneshot)
by nessawithluv

Summary

Afundado em sua dor pelo fim do relacionamento, Jungkook se via perdido em meio a um
oceano de memórias. Onde cheiros, lugares, pessoas podiam despertar lembranças
doloridas demais. Talvez, lá fundo, ele tivesse medo de que Jimin fosse fruto de sua
imaginação.

Notes
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Jungkook caminhava titubeante pela calçada cheia. A cada vez que tentava desviar das pessoas que
vinham de encontro ao sentido que andava, sentia que seu corpo não resistiria. Mas de novo ele
mantinha o equilíbrio (ou pelo menos achava que mantinha) e continuava contando os passos em
seu caminho. Já passava das duas da manhã e Hongdae ainda estava lotado. Jovens preenchiam
aquele bairro com suas conversas altas, os risos esganiçados e o cheiro forte de álcool e cigarro.
Pareciam felizes demais. Mas era mais um dia para Jungkook.
Fazia três, talvez quatro meses que ele havia ido embora.
Três ou quatro meses que Jungkook não sabia exatamente para onde ir. E por isso, caminhava sem
rumo por Hongdae, todos os dias. Quem sabe assim, ele finalmente conseguisse esquecer.
Parado em frente à um grande letreiro em néon, o jovem apertava seus olhos, observando o
amontoado de gente que aguardava a entrada naquele lugar. Ele apertava os olhos tão forte quanto
seu peito doía. E arrastando seu corpo pesado, Jungkook prosseguiu até onde sua cabeça o
sinalizava ser ele. Os fios loiros, as mesmas roupas coladas, o sorriso fácil, assim como quando
começaram seu relacionamento.
O jovem lembrava bem. A cada manhã o moreno de recordava do que havia sido os dois. A foto
em cima da móvel que ficava ao lado de sua cama não o deixava esquecer. Ali, ele tocava as
bochechas fartas de Jimin, enquanto o outro o lançava um grande sorriso. O sorriso que Jungkook
adorava. Aquele o qual sempre buscava, pois era revigorante escutar as gargalhadas de Jimin
preenchendo cada espaço do seu apartamento. Sentia seu coração cheio, transbordando. Agora o
que o restava era o vazio, o silêncio.
Arrastando as botas pesadas em seus pés, Jungkook se aproximou do corpo daquele homem que
tanto o lembrava Jimin e em um rompante o tomou em seus braços. O outro o olhou com
estranhamento, para em seguida o empurrar.
— Jimin! - o grito seco que saia de sua garganta expressava o seu desespero, a sua dor.
— ‘Tá maluco?
A compreensão finalmente acertava o rosto de Jungkook, juntamente de uma dor lacerante. O
gosto de ferro invadia sua boca e seu corpo finalmente sentia o chão duro. A realidade doía como
um soco. Ele sabia. O que achava ser o amor da sua vida, era apenas uma ilusão de ótica. Não era
Jimin.
Talvez ele soubesse desde o início, mas preferiu arriscar.
Sentado em uma calçada, seu celular tocava em seu bolso. Mas tudo ainda girava, seu peito ardia e
a boca banhada de sangue sujava sua camisa. Estavam atrás dele, ao seu resgate. Mas Jungkook não
queria ser resgatado. Não quando estivesse sob sua cama, na qual dividia com Jimin, sentiria o
doce aroma do perfume do outro. Não quando, todas as memórias o perseguiriam ou quando
acordasse e percebesse que o outro lado estaria frio.
Namjoon o apoiava pelos ombros, enquanto Hoseok tentava limpar seu ferimento. A voz dos
amigos era distante, mas ele conseguia ver a feição preocupada dos dois.
— Jungkook, olha para mim - os dedos compridos de Hoseok penteavam com cuidado os fios do
amigo - Você usou alguma coisa a mais?
O mais novo sacudia a cabeça em negativo, segurando um riso que teimava em escapar dos lábios.
— Vamos levar você para casa, tudo bem? - Namjoon o ajeitava em seu carro, colocando o cinto
de segurança ao redor de seu corpo.
Se respirasse fundo, conseguiria sentir o cheiro de Jimin naquele tecido.
Ele não gostava de dar trabalho aos amigos, mas nas últimas semanas tudo tinha se intensificado.
Havia dias em que achava que era uma criança novamente, sendo cuidada por adultos, já que se
dividiam para “vigiar” o mais novo. Naquela noite se não fosse um conhecido dos outros que tinha
reconhecido Jungkook, provavelmente o jovem ainda estaria cambaleando pelas ruas.
— Podia ter nos avisado que iria sair - Namjoon disse, tentando fazer algum tipo de contando
visual.
— Vocês não são meus pais, não preciso de permissão.
O tom emburrado na voz do mais novo, o deixava preocupado.
— Jungkook, olha para você, se meteu em uma briga. Olha a sua condição!
— E como gostaria que eu estivesse hyung? Todo dia que acordo me sinto miserável, eu me olho
no espelho e tenho nojo de tudo que me tornei - a voz de Jungkook explodiu dentro do carro, junto
de seu choro.
Seus ombros balançavam em compasso de seu peito. As lágrimas escorriam de seus olhos. Colocou
suas mãos sob o rosto já molhado, numa intenção de esconder a dor que sentia. Namjoon já estava
parado em frente ao prédio do outro, aguardando que o mais novo se acalmasse. Não era a primeira
vez que presenciava um acesso de choro do amigo. Saiu com calma do carro e abriu a porta para
Jungkook, destravou o cinto de segurança e o guiou para fora do automóvel. Passaram pelo
porteiro sem o cumprimentar, preferiam evitar qualquer tipo de fofoca ou olhar torto.
O caminho até o apartamento fora silencioso. Jungkook já não chorava mais.
Todo aquele movimento estava se tornando rotina. Namjoon ajudava o outro a tirar as roupas com
cuidado, o colocava dentro do box do banheiro, ligava o chuveiro, deixava a águas correr como se
tentasse lavar o amigo de toda aquela dor. Mas Namjoo sabia que as coisas não acontecem bem
assim. O colocava em roupas limpas e confortáveis. O deitava na grande cama e o cobria com o
edredom mais quente. Nas primeiras vezes, ia embora em seguida. Mas o grupo de amigos ficaram
receosos que o mais novo deles tentasse algo. Então o quarto de visita já estava preparado.
E dessa forma a vida de Jungkook seguia.
Até mesmo seu trabalho já não fazia mais sentido.
E assim ele se via mais um vez em algum clube, bebendo alguma espécie de drink talvez doce
demais para seu gosto. As luzes o faziam ficar mais tonto. Mas o sorriso saia fácil de si. Sentia o
corpo leve, enquanto seguia a batida eletrônica que tocava naquele lugar. Cantava algo a plenos
pulmões quando o avistou mais uma vez. O corpo pequeno, mas tão bonito, aconchegado em uma
cadeira conversava alegremente com outra garota. Jungkook sentindo seu coração bater forte em
seu peito se aproximou, tentando o ver mais de perto.
Quando deu por si, o jovem estava emaranhado com aquela pessoa no banheiro pequeno da boate.
Sua língua sentia o gosto amargo da outra boca, o perfume enjoativo em seu nariz, o corpo magro
demais sob suas mãos curiosas que tentava de alguma forma mapear a pele estranha. E em um
ímpeto, desgrudou os lábios inchados e o perguntou:
— Posso te chamar de Jimin?
Com as sobrancelhas unidas o outro o olhava com curiosidade, achando engraçado a pergunta do
jovem.
— Mas eu me chamo ChaeWoon!
— Ah.
As mãos que antes estavam na cintura do outro foram tiradas rapidamente, na mesma velocidade
que saia daquela caixa de metal, porque mais uma vez ele caia na realidade. Não era Jimin ali. Era
só mais um truque da sua cabeça fodida. Enquanto o estranho era deixado sem entender nada para
trás, Jungkook corria.
Corria das lembranças, da sua dor.
Seus pulmões ardiam, o cansaço já tomava conta de seu corpo. Apoiado sob seu joelho, ele
visualizava onde estava, o lugar que havia ido sem nem perceber. Já era um pouco mais da meia
noite, mas diversas pessoas caminhavam pelo parque. As flores de led brilhavam por todo canto
que se olhava, assim como três anos atrás.
Ali fora o lugar onde tinha trocado o primeiro olhar com Jimin.
Era uma noite de verão e o jovem se divertia com alguns amigos. Jimin era amigo de Yoongi, seu
hyung da faculdade, e foi por intermédio dele que os dois trocaram suas primeiras palavras.
Jungkook era tímido e sentia suas bochechas esquentarem por qualquer palavra mais desinibida de
Jimin.
— Yoongi hyung não havia me dito que tinha um dongsaeng tão bonito.
Os dois já estavam um pouco mais distantes do grupo de amigos e conversavam alegremente.
Jungkook ria com a fala do outro, pois a achando tão brega sentia seu peito pulando de felicidade
em ouvir aquilo.
— Até parece, Jimin-ssi!
O sorriso eu seu rosto fazia os pequenos olhos desaparecer em duas linhas, elevando as bochechas
fofas do outro. Jimin também cheirava a rosas, vestia um jeans colado ao corpo, uma camisa de
botões e uma bota preta nos pés. O cabelo mostrava a testa bonita e nas orelhas pendiam um par de
argolas pequenas. Jungkook não deixava de notar os dedos cobertos de anéis. Aquela imagem
nunca havia saído da mente do mais novo.
— Jungkook-ssi… - Jimin chamou a atenção do outro - se eu te chamasse para sair, você aceitaria?
O jovem não conseguiu esconder a surpresa em seu rosto - o que mais tarde, Jimin o havia dito ter
achado adorável.
— Claro que eu aceitaria, Jimin-ssi.
Foi ali, em meio às centenas de flores, que brilhavam tanto naquele dia, que a história dos dois
começou. Abraçando a si mesmo, em uma tentativa falha de se esquentar, Jungkook lembrava do
toque firme das mãos pequenas de Jimin. De como gostava quando o outro afundava seus dígitos
em sua derme, da boca macia percorrendo cada espaço de seu corpo. E por mais uma noite, ele
chorou sentindo a falta de quem tanto amava.
As noites passadas sozinho o faziam ter flashbacks mais intensos. E era difícil dizer isso aos outro
amigos, que afirmavam que ele precisava seguir em frente. Jungkook também achava que precisava
seguir em frente. Mas como?
— Já tentou sair com outra pessoa? - seu hyung Seokjin o dizia, quando questionado.
Claro que ele havia tentando sair com outra pessoa, mas nunca conseguia ir muito longe. Visto que
sempre desmarcava qualquer encontro às escuras que o arranjavam.
— Não olha agora, mas tem um cara bem bonitinho de encarando. Posso até sentir suas costas
queimando, daqui - o mais velho ria da situação, mas Jungkook podia sentir seu estômago se
revirar com a fala.
— Hyung…
— É sério! Vou ao banheiro, quem saiba ele não se aproxima.
Seokjin se levantou antes mesmo que Jungkook dissesse algo ou tentasse impedir. E enquanto
virava mais um dose de soju, percebeu alguém sentando ao seu lado. Trocaram poucas palavras, o
moreno estava cansado e não queria conversas superficiais, perdido demais nos fios loiros e na
boca carnuda do que lhe encarava.
Sentia os lençóis macios sob sua pele e o calor da pele alheia, mas não o sentia de fato. O prazer
percorria seu corpo, proporcionado pelo orgasmo que havia chegado, mas não estava excitado na
verdade. O outro lhe beijava delicadamente o pescoço, deslizava os dedos sob a derme desnuda.
Jungkook fechava os olhos e pressionava a boca que temia em chamar o nome de Jimin. Em meio
aquele quarto que não reconhecia, o jovem estava preocupado em esquecer o rosto dele. Pois ele
ainda se perguntava, se não o havia imaginado durante todo aquele tempo.
Enquanto voltava para seu apartamento, sozinho, o moreno divagava sobre seus últimos meses que
passara perdido dentro de si próprio. O sol já apontava sob sua cabeça e o céu exibia tons de
alaranjado disputando espaço com o azul escuro. Talvez aquela fosse uma boa metáfora para sua
situação oficial. Apesar do azul escuro ainda dominar seus pensamentos, uma luz alaranjada
resistia aquilo. Jungkook só precisava achar o caminho de volta para esse luz.
Ele caminhava, observando os rostos dos indivíduos que ali estavam, perdidos em seus próprios
pensamentos. Mas enquanto decidia finalmente seguir seu próprio caminho e deixar sua dor para
trás, Jungkook o viu para na esquina. O moreno sabia que não ele de verdade, mas mesmo assim se
aproximou, porque era semelhante demais, quem sabe algum tipo de sósia do ex.
— Ei! - disse.
O outro se virou, interrompendo a ligação que estava fazendo.
— Sim, querido.
— Por acaso, você se chama Jimin?
O homem sorriu e levou as mãos ao rosto do outro.
— Ah, eu não deveria fazer isso, mas sim, você pode me chamar do que quiser!

End Notes

esse foi o meu primeiro plot jikook, baseado justamente na música cornerstone do arctic
monkeys. espero q tenham gostado :))

me encontrem no twitter: @fighting_clubb

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