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RESUMO
Observa-se que historicamente a arte esteve ligada a elite, ainda hoje o grande público é
excluído do processo do pensar e fazer-artístico do circuito oficial das artes. Criaram-se
mundos distintos, já que a arte feita nas periferias é em muitos casos excluída e alvo de
preconceito por parte dessa elite artística. Através deste trabalho pretendemos apresentar
aspectos da história da Comunidade do Gesso e de como o Coletivo Camaradas têm
atuado nesta comunidade.
PALAVRAS-CHAVE: Coletivo Camaradas; arte; empoderamento.
Introdução
1
Graduado em Geografia pela Universidade Regional do Cariri-URCA Especialista em Educação Pobreza
e Desigualdade Social pela Universidade Federal do Ceará-UFC
2
Graduado em História pela Universidade Regional do Cariri-URCA, Mestre em História pela
Universidade Federal de Alagoas - UFAL
a fim de que o homem possa conhecer e transformar o mundo. Mas é igualmente
necessária em virtude da magia que lhe é inerente” (FISCHER, 1983:18).
A Comunidade do Gesso
De acordo com Cortez (2000), desde o século XIX a cidade do Crato passou por
um processo de higienização dos espaços e corpos, pautados em um projeto civilizador
cratense. Observa-se que na primeira década do século XX, com a forte presença da Igreja
Católica na cidade, a ordem pública era vigiada por esta instituição que denunciava os
sambas, jogatinas, namoros considerados indecentes e casas de meretrícios. Tudo o que
atentava contra a moralidade cristã era cobrado para que fosse punido pela polícia.
O Coletivo Camaradas
As intervenções urbanas mesmo com toda efemeridade é uma das ações mais
constantes do coletivo camaradas, dentre elas podemos destacar o Poste Poesia.
O Poste Poesia é uma ação colaborativa que consiste em uma intervenção urbana
realizada através da colagem de poesias em postes com a técnica do Lambe - Lambe. Este
trabalho tem o intuito de possibilitar a circulação da leitura poética em espaços não
formais como é o caso dos postes, tornando os espaços um suporte de criatividade. A ação
visa fazer com que as pessoas se deparem com a arte no seu cotidiano, contribuindo para
gerar uma cultura leitora nas comunidades onde acontece a ação.
O nome da ação propõe uma dubiedade da palavra “poste”, pois a mesma é usada
para sinalizar que as poesias são coladas no poste, mas também faz referência a segunda
parte da intervenção, que é a de registrar e “postar” nas redes sociais imagens da ação,
ampliando assim o território de leitura e repercussão da ideia.
Considerações Finais
Defendemos ainda que em cada canto da cidade haja um coletivo, por isso
instigamos a formação de novas organizações por entender que quanto mais grupos
existirem na cidade, maior será a reflexão, produção, circulação e articulação em torno do
pensar e fazer criativo e simbólico da cidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Iarê Lucas de. Da linha do trem pra lá: O discurso sobre a prostituição na
cidade de Crato (1940/1960). Dissertação (Mestrado em História Social) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.
PORO. Manifesto - Por uma cidade lúdica e coletiva, por uma arte pública, crítica e
poética. Rev. UFMG, Belo Horizonte, v. 20, n.1, p.9, jan./jun. 2013.