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DIVAGANDO SOBRE O AMOR

Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade. Eclesiastes 4:12b


- Já escrevi sobre esse tema, mas gostaria de fazê-lo novamente
utilizando outro texto, que fala ao meu ver da intensidade dessa verdade
exposta em Eclesiastes, mas de forma abrangente. Em I COR 13, o Amor
é delineado, deixando claro que a percepção e a imaginação humana é
limitada e diante disso é possível sim, ao meu ver, apenas divagar sobre
o tema, pois não temos a menor noção da sua profundidade. O substantivo
exposto no texto, devido a “pobreza” de vernáculo, é traduzido em um
único vocábulo – Amor. No grego temos Philéo (amor de amigos,
amizade), Estorge (sentir afeição, isso no cunho familiar, Pai e mãe, filhos,
irmãos), Eros (ultrapassa o phileo, chegando ao toque, ao desejo, vontade
de fazer sexo) entre pessoas com algo que vai além de amizade e o Ágape
(Deus, essência, que flui para os homens)1. Acredito que Paulo ao expor
essa explanação, estava proporcionando uma excursão pratica nas
experiências vivenciais do homem sem o relacional com o Pai. Mas por
outro lado, temos Jesus, como bem-dito por João, a expressão de amor,
como homem, como ser humano que fluía em toda magnitude a
virtuosidade divina. Ele era um com o Pai.

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse
amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
- Se minha expressão de conhecimento superasse o material e fosse além,
até os céus, mas isso não estive claramente consequência de minha
intimidade com o Pai, seria como muitos, apenas som, som, som, e
nenhuma diferença – seria divagação

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e


toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
- Jesus em sua forma simples, um dia disse “ Pai eu sei que me ouves, aliás
que sempre me ouves...” isso denota a intimidade existente, o
conhecimento de si, a tal ponto que sabe que toda atividade, toda palavra
e todo poder advém desse estar próximo, desse ter convicção de estado
e posição. A intimidade vai além de fé, a intimidade envolve a tal ponto,
que o natural é fazer devido ao que se tem em unidade.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e
ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse
amor, nada disso me aproveitaria.
- Na intimidade, na forma relacional de ser um com o Pai, não há espaços
para fazer para ser notado e sim se faz porque se é amado e esse amor
gera energia, determinação e pro-atividade em favor daqueles que são
amados pelo Pai.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com
leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca
os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a
injustiça, mas folga com a verdade;
- Na intimidade, quando se é forjado nessa relação, a atuação é de
submissão e aqui não entra o estado espiritual ou o emocional e sim as
escolhas ou seja o culto racional. Jesus fez isso, como bem descrito em
Filipenses 2. Os padrões de justiça que são inerentes ao Pai, traz no
caminhar de intimidade um crescimento exponencial diário e contínuo, e
com isso portar-se com equilíbrio, gera sensibilidade e empatia pelo
outro. Proporciona coerência e capacita para saber diferenciar as
situações que envolvem alma e suas necessidades básicas das carências
geradas por feridas e mágoas. É ter na presença dele entremeado nas
relações o fiel da balança.

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha;
- Na intimidade, compreendemos que se conhecer é essencial para se
relacionar com o Pai e ter nele forjado as expectativas e ansiedades. É
fazer da oração, da súplica uma conversa única de apresentação de si
mesmo. Quando se tem esses pilares na relação com o Pai, todos os
impedimentos e filtros no relacionamento com a própria alma e com os
que estão no entorno tem uma mudança de rota. Pois flui a naturalidade
da atuação do Pai, o mover do Pai, o fazer do Pai no outro, tanto quanto
em si mesmo. Por isso é possível crer.

... mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;


havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em
parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em
parte será aniquilado.
- na intimidade há um crescimento de percepção, falei a pouco em
crescimento exponencial dinâmico, ou seja, aprender com o que se tem e
o que ele confirma. Aprender com as formas de expressão que utiliza para
me fazer compreender e viver e com isso me levando, nesse dia a dia de
intimidade a ser conforme seu desejo. É compreender que existe uma
largada, existe um tempo de percurso e uma chegada, e cada uma dessas
etapas deve ser respeitada e não negligenciada. O relacional com o pai
leva a naturalidade de se ser fraco, de ser limitado, de ser humano, tendo
nele o aperfeiçoar de suas verdades.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino,


discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com
as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas
então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então
conhecerei como também sou conhecido.
- Na intimidade não há confusão, nem culpa ou medo diante das limitações
inerentes ao momento físico, emocional e espiritual. O que temos de
dúvida é sanado, o que temos de receio é explicado, os temores são
cuidados e as inseguranças tratadas. O que é humano é compreendido e
simplesmente como momento a ser vivido na presença dele e assim poder
ser como Jesus, que crescia em graça e sabedoria diante de Deus e dos
homens. Não há como um não se manifestar claramente no outro e se isso
não ocorrer as barreiras se formam, e não há como ser conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o
maior destes é o amor.
- Na intimidade, na formação do vínculo de unidade, a certeza e a
convicção de quem sou, do que estou vivendo, para onde estou
caminhado e a identidade de verdade que existe em mim são princípios
que regem esse envolvimento. Com no concluir dessa aventura de
intimidade com o Pai, sobrenatural, comigo, natural, serei como Ele,
tendo corpo e alma não mais de carne, mas espiritual, assim como ele.
Por isso não mais precisarei de convicções, eu serei, não precisarem
mais praticas, pois será inerente a expressão pois a identidade vinculada
a intimidade será mais do que coroada. 1 Coríntios 13:1-13
A percepção que tem me vindo, tanto no texto de Eclesiastes, quando no
de I Coríntios, está no aspecto relacional, ou seja, me exponho a ter
intimidade, compromisso com o Pai e isso envolve todo meu ser no
emocional, no pessoal, no social, no psicológico e no espiritual pois não
há como eu experimental qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
dele e vivenciando no momento chamado hoje de outra forma.

1 - https://www.recantodasletras.com.br/artigos/362958 ;
https://shilyk.wordpress.com/2016/10/18/1-corintios-131-3-amor-ou-caridade/

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